Igarota4

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cadeira sobre os dois pés. – Acho que ele fugiu para casa duas vezes esse ano. Um dia ele foi embora. Voltou para Montana,eu acho. - Por causa de uma garota? – perguntou Tinsley incrédula, erguendo as sobrancelhas. Sem dúvida o cara parecia um mané.Mas ainda assim...Era uma história meio doce. Ela balançou a perna num arco amplo, tentando roçar em Julian.Mas ele estava fora do seu alcance.- Ela deve ser uma gata e tanto. Ele riu. - Existem outras coisas além da beleza. Tinsley fingiu ficar chocada. - Tipo o quê? - Sei lá.- Julian bocejou e se levantou.Parecia ansioso, como se não conseguisse decidir o que fazer de si mesmo. Ele andou até o armário e abriu a porta, espiando seu interior vazio.- Tipo assim, bom, é legal ter alguém com quem a gente possa falar á vontade.- Ele entrou, pôs a mão no trilho de cabide e curvou os joelhos como se fosse fazer flexões. – Tem alguma coisa muito...sexy em só conversar com uma garota. - Cinversar é sexy- concordou ela.Então essa distancia toda era por isso. ela ficou surpresa por não ter pensado nisso antes. Julian queria conversar mais. Ela pensou nas últimas vezes que eles se viram e percebeu que tinham sido fisicamente agressivos- eles não conseguiram tirar as mãos um do outro. O alivio inundou suas veias. Ela sabia qual era o problema e podia corrigir. Ao que parecia, ele era um daqueles cara em mil que preferiam conversar a se agarrar. Ou pelos menos conversar e depois se agarrar. Bom, era o que eles estavam fazendo agora, não era? Tinsley soltou um pequeno suspiro de felicidade e baixou as costas na mesa, deitando-se e olhando pela janela o céu azul-escuro da noite.- O que mais é importante para você? Numa garota, quero dizer? Julian saiu do armário e expirou pensativamente, depois se curvou para amarrar os cadarços do tênis. Quando se levantou, o rosto corado. - Ela tem que ser capaz de me fazer rir...E não pode ter medo de se fazer de boba. Ela sorriu timidamente para ele. Ele tentava dizer alguma coisa a ela, falando que estava interessado num amenina que não tinha medo de se fazer de boba- talvez, que ela precisasse se atirar em cima dele pela primeira vez. Ela içou da mesa, sentindo-se quase tonta e indagando se talvez fosse uma boa idéia tornar seu relacionamento público. Ela andou até ele devagar, desfrutando de como ele olhava seus quadris que balançavam de um lado a outro.Agora sim. Conversar e rir era ótimo e tudo, mas defitivamente havia outra parte em um relacionamento. Quando ela estava prestes a estender os braços e atirá-los no pescoço dele, uma sirene horrível e penetrante rompeu o ar da noite, fazendo-os se separar num salto.Tinsley olhou incrédula a luz vermelha que piscava no canto do quarto- o alarme de incêndio.O cheiro acre de pipoca queimada de repente atingiu suas narinas. - Merda. – Julian a empurrou para a janela.- Tem que sair daqui...agora. -Um beijo antes de ir.- Ela passou uma perna pelo peitoril, esperando. Por sobre o guincho estridente do alarme de incêndio, podia ouvir o som dos calouros ruidosos disparando pelo corredor. A qualquer momento estariam lá fora e seria tarde demais.Rápido- sibilou ela. Julian colocou os lábios nos dela para um beijo ligeiro mas, antes que pudesse se afastar, ela o beijou apaixonadamente, segurando seu pescoço com a mão. Depois de


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