Dtinta1

Page 399

pela boca. — Bem, teremos que arranjar de outra maneira — murmurou Fenoglio. — A questão é apenas como. Meggie andou até a janela, encostou a testa no vidro e olhou para o jardim lá embaixo, onde algumas das criadas de Capricórnio estavam ocupadas em prender os tomateiros nas estacas. O que Mo diria quando soubesse que ela também tinha o dom?, ela pensou. “Quem você tirou do livro, Meggie? A pobre Sininho e o valente soldadinho de chumbo?” — Sim — murmurou Meggie enquanto desenhava com o dedo um M invisível na vidraça. “Pobre fadinha, pobre soldadinho de chumbo, pobre Dedo Empoeirado.” E mais uma vez ela pensou na mulher, na mulher de cabelos escuros. — Resa — ela murmurou. Teresa. Era esse o nome de sua mãe. Ela já ia dar as costas para a janela quando viu pelo canto do olho que havia alguma coisa lá fora se aproximando pelo batente da janela... um focinho peludo. Meggie recuou assustada. Ratos subiam nas paredes das casas? Sim, subiam. Mas aquilo não era um rato, o focinho era muito achatado. Depressa, ela se encostou no vidro novamente. Gwin. A marta estava sentada no batente estreito, olhando para ela com olhos sonolentos. — Basta! — murmurou Fenoglio atrás dela. — Isso mesmo, Basta vai me arrumar o papel. É uma idéia. Meggie abriu a janela, bem devagar para que Gwin não se assustasse e despencasse lá de cima. Mesmo uma marta quebraria todos os ossos se caísse daquela altura no pátio pavimentado. Bem devagar, ela pôs a mão para fora. Seus dedos tremiam quando ela os passou nas costas de Gwin. Então ela o agarrou, antes que ele pudesse mordê-la com seus dentinhos afiados, e rapidamente o trouxe para dentro do quarto. Preocupada, ela olhou para baixo, mas nenhuma das criadas percebera nada. Todas estavam curvadas sobre os canteiros, com os vestidos encharcados de suor por causa do sol quente que


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.