Dtinta1

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— Capricórnio tem muitos homens. Quase todos estão com ele desde crianças e, se Capricórnio ordenar a um deles que corte a sua orelha ou o seu nariz, ele fará isso sem pestanejar. Eles gostam de se vestir de preto como corvos, só o chefe usa uma camisa branca sob o paletó retinto, e se acaso alguma vez você se encontrar com um deles, esconda-se e fique bem quietinha, torcendo para que não a vejam. Entendeu? Meggie fez que sim. Ela quase não conseguia respirar, de tão forte que batia o seu coração. — Compreendo que o seu pai nunca tenha lhe contado nada sobre Capricórnio — disse Dedo Empoeirado, e olhou para Mo. — Eu também preferiria contar aos meus filhos sobre pessoas legais. — Eu sei que não existem só pessoas legais! — Meggie não conseguiu impedir que a sua voz tremesse de raiva. Talvez também houvesse um pouco de medo junto com a raiva. — Ah, é? Como você sabe? — ali estava novamente aquele sorriso enigmático, triste e arrogante ao mesmo tempo. — Alguma vez você já se deparou com uma pessoa verdadeiramente má? — Eu li sobre elas. Dedo Empoeirado deu uma gargalhada. — Ah, bom, é verdade, é quase a mesma coisa — ele disse. Seu sarcasmo queimava como folha de urtiga. Ele se abaixou diante de Meggie e olhou em seus olhos. Depois disse em voz baixa: — Mesmo assim, desejo que você encontre esse tipo de gente somente nos livros. Mo acomodou a bagagem de Dedo Empoeirado no fundo do ônibus. — Espero que aí dentro não haja nada que possa voar no nosso pescoço — ele disse enquanto Dedo Empoeirado se sentava atrás da poltrona de Meggie. — Na sua profissão, isso não me surpreenderia. Antes que Meggie pudesse perguntar qual era a profissão, Dedo Empoeirado abriu a mochila e, com muito cuidado,


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