Atrac

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JONATHAN FOI CAMINHANDO apressadamente pelo tubo que conduzia ao terminal do aeroporto internacional de Nova

York. Sentia-se aliviado por estar pisando em terra firme outra vez. Por pouco não enlouquecera com a lentidão das últimas horas de voo. Tivera tempo de sobra para pensar que passos deveria dar para encontrar Sultan Haq, mas não encontrara nenhuma resposta. Estava viajando com um passaporte falso. Era procurado pelo serviço secreto para ser interrogado. Não poderia simplesmente chamar um policial e dizer: “Olha, sou agente da Divisão e acredito que alguém está tentando entrar no país com uma bomba nuclear.” Sem o endosso de Frank Connor, o mais provável era que ele fosse imediatamente detido. Danni caminhava a seu lado com o celular na mão, checando o correio de voz. A certa altura, puxou Jonathan pelo cotovelo e sinalizou para que ele esperasse enquanto ela ouvia uma mensagem. Pouco depois, com os olhos e os ombros tensos, passou o aparelho a Jonathan e disse: – Escute isto aqui. É Frank. – Connor? O que ele disse? – Ouça você mesmo. Jonathan levou o aparelho ao ouvido. “Olá, Danni. Você sabe quem é.” Connor falava com voz fraca e irregular. Claramente estava sentindo dor. “Haq fugiu. Está aqui, nos Estados Unidos. Ou então deve estar chegando. O mais provável é que entre em ação na Costa Leste. Washington ou Nova York. Rashid o está ajudando. Não sei como nem por quê, sei apenas que Haq está a caminho. Falei com Benny. Ele está armando alguma coisa. É tudo o que sei até agora. Tenho alguns probleminhas pra resolver. Ah, e tomem cuidado, vocês dois. Emma está no país e também está atrás de Haq.” – Quem é Benny? – perguntou Jonathan ao fim da mensagem. – Benny é o meu Frank. Chegando à extremidade do longo corredor, desceram um lance de escada, onde uma placa na parede dizia “Bemvindo aos Estados Unidos”. Continuaram por um segundo corredor, dobraram à esquerda para os guichês da imigração e entraram numa das filas reservadas aos estrangeiros, que avançava devagar. – Dr. Ransom? Com licença, meu nome é Bob. Trabalho para o Departamento de Segurança Interna. O senhor poderia vir comigo? Bob, já meio calvo, tinha cerca de 50 anos e um jeito paternal; usava jeans, uma blusa de gola rulê e jaqueta de couro preta. Outro homem o acompanhava; também estava de jeans e jaqueta de couro, porém era mais alto e magro, com maçãs do rosto salientes e olhos pretos muito fundos. Inesperadamente, Danni se adiantou e o beijou nas faces. – Olá, Benny – disse. – Parece que você se meteu numa encrenca – disse Benny, sério. – Fiz o que tinha de fazer – retrucou ela, sem hesitar. – Quer dizer então que não estou sendo preso? – perguntou Jonathan. – Por enquanto, não – disse Bob. – Venha comigo. Bob conduziu todos através de uma série de portas e corredores até uma saleta sem janelas. As paredes eram cobertas de pôsteres e panfletos sobre o sistema de transporte nova-iorquino. Eles se acomodaram em torno de uma mesa atulhada de copinhos de isopor. – Pelo que Benny me disse, existe a possibilidade de que uma ogiva nuclear tenha sido contrabandeada para os Estados Unidos. Isso é verdade? – Acreditamos que sim – disse Jonathan. – Mas não sabemos exatamente onde. – Diga tudo o que sabe. Se puder me dar mais detalhes, farei o possível pra alertar as devidas autoridades. Levo muito a sério o que Benny diz. Jonathan fez um resumo de tudo o que havia descoberto e presenciado nos últimos dias na propriedade de Balfour. Desenhou um esboço da ogiva, descreveu o aspecto de Haq e concluiu dizendo: – Frank Connor acredita que o alvo dele será Nova York ou Washington. – Isso não ajuda muito – disse Bob. Danni enfim interveio:


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