Generos portugues 20110818 seixas classificacao 2009

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03/05/07 Folha de S.Paulo "Cólera" pode derrotar candidata socialista CLÓVIS ROSSI ENVIADO ESPECIAL A PARIS Se vale de fato a lei não escrita que diz que o candidato que perde a calma perde o debate, então a socialista Ségolène Royal auto-derrotou-se ontem, ao se afirmar "muito encolerizada" em certo momento de sua discussão com o direitista Nicolas Sarkozy. A "cólera" de Royal surgiu na meia hora final de um programa que passou das duas horas previstas e foi causada por um assunto muito específico. Tratava-se do tratamento a ser dado nas escolas francesas às crianças com deficiências. Sarkozy havia dito que, em seu eventual futuro governo, as famílias com crianças nessa situação que não obtivessem vaga em uma escola pública teriam o direito de recorrer aos tribunais para consegui-la. É "escandaloso", é uma "imoralidade política", dizia Royal, com o dedo em riste em direção ao adversário. "Escandaloso", em primeiro lugar, porque ela acha que é dever do Estado dar vaga a tais crianças (e a todas as demais), sem que seja preciso chegar aos tribunais. Em segundo lugar, porque o governo de que Sarkozy fez parte teria cortado funcionários que ajudavam essas crianças. Mas é também possível que o descontrole ajude a socialista a ganhar votos, se o eleitorado entender que sua cólera foi "sadia", conforme ela própria a designou. Principalmente se Sarkozy tiver sido visto como frio ante o sofrimento de crianças. De todo modo, a reação de Royal não combina com a imagem protetora e benévola que adotou ao longo da campanha, uma espécie de "mãezona" querendo cuidar do que chamou de "filhos da República". A cólera era esperada do outro lado, na medida em que Sarkozy é descrito, por adversários e alguns amigos, como impiedoso.

Redefinindo os gêneros jornalísticos

04/05/07 Folha de S.Paulo Sarkozy mantém dianteira após debate JOÃO BATISTA NATALI ENVIADO ESPECIAL A PARIS O debate de anteontem entre a socialista Ségolène Royal e o conservador Nicolas Sarkozy não modificou a correlação de forças desfavorável à candidata da esquerda à Presidência da França, disse à Folha Frédéric Dabi, diretor de opinião do Ifop, o mais antigo instituto local de pesquisas de intenção de voto. O segundo turno será neste domingo. "A história dos debates presidenciais demonstra a dificuldade de uma inversão de tendências", diz Dabi. Isso só poderia ter acontecido, teoricamente, quando dois candidatos tinham uma diferença muito pequena, como as 500 mil ou 600 mil intenções de voto que separavam em 1974 o socialista socialista François Mitterrand e o candidato conservador por fim vitorioso, Valéry Giscard d'Estaing. Agora, no entanto, as pesquisas dão a Sarkozy uma vantagem de quatro a sete pontos, o que significa de 2 milhões a 3 milhões de eleitores. Essa margem, afirma Frédéric Dabi, é considerável. Ségolène poderia superá-la caso tivesse surrado verbalmente seu adversário. Não foi o caso, diz o diretor do Ifop. Uma pesquisa em curso em seu instituto indica pelos resultados iniciais que os eleitores de esquerda e direita apenas reforçaram suas convicções, sem uma migração de intenções. Outra pesquisa realizada depois do debate, do instituto CSA para o jornal "Le Parisien", mostrou Sarkozy com 53 %, contra 47 % de Ségolène. Sobre o debate em si, um levantamento encomendado pelo jornal "Le Figaro" e pelo canal TF1, ambos simpáticos a Sarkozy, indicou que para 53 % dos franceses o candidato do bloco de centro direita "foi mais convincente", contra 31 % para sua adversária. A pesquisa, do pequeno instituto Opinion Way, foi contestada como "pouco confiável" pela direção do Partido Socialista.

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