A GAROTA QUE PERSEGUIU A LUA

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preciso estar em casa antes de anoitecer. — Ele estendeu a mão e, sem pensar, Emily pegou. Ela logo caiu em si e quis tirar, mas ele segurou firme. A mão dele estava morna e seca, como se ele tivesse acabado de tirar uma luva. — Eu vou levá-la pra casa — disse Julia. — Não seria trabalho nenhum. Sawyer deu um passo à frente. — Não acho que seja uma boa ideia, Win. Win ficou olhando para Emily por um instante antes de dizer: — Parece que esse é o consenso. — Ele finalmente soltou a mão dela. E ela imediatamente sentiu falta do contato. Isso era loucura. Julia passou o braço ao redor dela e foi conduzindo o caminho. — Venha. — Você precisa que eu vá junto? — Sawyer gritou atrás. — Não. — Julia parou, olhando de volta para ele. Depois acrescentou: — Mas obrigada. Julia e Emily caminharam atravessando a praia e seguiram ao estacionamento em silêncio. Quando entraram na caminhonete, com os bancos de couro quentes pelo sol, Julia logo enfiou a chave na ignição. Por mais que Emily quisesse duvidar, a reação de Julia estava dando algum crédito ao que Win lhe dissera. — Win disse que o tio dele cometeu suicídio por causa da minha mãe — disparou Emily. Julia ligou o motor. Ela obviamente não queria comentar. — Isso não é verdade, é? — Sendo ou não verdade, ele não deveria ter contado a você — disse Julia, virando para tocar o braço dela. Emily quase desmoronou. Ela gostava da forma maternal como Julia a tratava, mas era demais naquele momento. — Ele disse que ela era cruel — ela continuou, afastando a mão. Isso fez Julia se retrair um pouquinho. — Isso é algo que seu avô tem que lhe contar. Não eu. E certamente, não o Win. — Julia encarou-a por um momento, sua empa97


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