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SENHOR VULCÃO A coragem de lançar dois álbuns de originais de uma só vez pág. 10

Cinema “A Lenda de Tarzan” está de volta! Falámos com Alexander Skarsgård págs. 12 e 13

PORTUGAL quarta-feira 6 julho 2016 ano 11, nº 2571 Lisboa 18° | 31°

Porto 18° | 31°

www.readmetro.com Diretor: Diogo Torgal Ferreira Jornal diário gratuito

Um quarto dos polícias de saída Nacional. Diretor nacional afirmou ontem que cerca de 25% dos efetivos da Polícia de Segurança Pública (PSP) vão deixar o ativo nos próximos cinco anos. Projeções apontam para que número de saídas seja superior ao de admissões pág. 05 Focus

Mundo

Economia

Sport

Saúde e bem-estar na 12.ª edição da Feira Alternativa

Regresso problemático aos países de origem

Taxas dos maiores aeroportos Duelo improvável por um de Portugal vão aumentar lugar na final de domingo

Maior evento do género no País decorre este fim de semana pág. 02

ONU alerta para ataques terroristas “cada vez mais fortes” pág. 06

Sete cêntimos por passageiro em Lisboa e cinco cêntimos no Porto pág. 07

Portugal e País de Gales disputam primeira semifinal do Euro pág. 14


www.readmetro.com QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

FOCUS | 02

Os bilhetes online podem ser adquiridos através do site www.feiraalternativa.pt. O bilhete diário custa €5, e o passe para os três dias tem um valor de €9,90. © DR

Uma feira positiva e muito saudável Mercado. Da cosmética natural à alimentação saudável, passando por inúmeras palestras, workshops, aulas e sessões de meditação, haverá de tudo um pouco nesta Feira Alternativa. Trata-se da primeira e maior Feira do mercado das Medicinas e Terapias Complementares. A Feira Alternativa já vai na 12.ª edição e decorre novamente este ano, já a partir de sexta-feira e até domingo, no Parque de Jogos 1.º de Maio, no INATEL, em Lisboa. “Temos mais de 150 expositores das várias áreas, medicinas e terapias complementares, cosmética biológica, alimentação natural, ecologia, artesanato e restauração”, começa por explicar Jorge Coelho, promotor da Feira Alternativa. Aquele que é o maior evento nacional de terapias e pioneiro em Portugal tem como principal objetivo promover hábitos de vida saudável e proporcionar o bem-estar físico e o equilíbrio emocional. “A missão é proporcionar um momento de confluência de todos os players deste mercado, empresas, terapeutas, associações, instituições, organizações, que se dedi-

cam à saúde, bem-estar, desenvolvimento pessoal”, diz ainda. Assim, por lá, os visitantes vão poder encontrar espaços na área da saúde e bem-estar, desenvolvimento pessoal, medicina e terapias alternativas e complementares, alimentação natural, ecologia e sustentabilidade. Esta é já a 12.ª edição do evento. Mas qual o balanço que a organização faz dos anos anteriores? “É muito positivo. Quando terminamos cada edição, quer seja em Lisboa, quer seja no Porto, a análise

Citação

“A Feira Alternativa é uma simbiose entre a exposição, workshops e palestras, aulas práticas e entretenimento” Jorge Coelho promotor do evento

do inquérito aos expositores e o nosso balanço interno é crucial para termos consciência das aprendizagens que nos permitirão fazer sempre melhor”, diz Jorge. Tendo uma experiência de já tantos anos, será hoje em dia mais fácil organizar tudo isto? “É evidente que a experiência acumulada facilita. Temos desde a parte comercial à gestão de parcerias, os fornecedores, a logística e operação, etc. Contudo, organizar a Feira Alternativa é um desafio em cada ano, e queremos sempre evoluir, inovar e diferenciar. O trabalho em equipa pode ser também uma terapia de grupo onde cada um se esforça para se aperfeiçoar e dar o seu melhor em consciência e sincronizado com o sucesso da Feira, sempre dentro dos nossos valores. Hoje temos uma equipa equilibrada, determinada, responsável e divertida”, conclui o resPATRÍCIA TADEIA ponsável ao metro.

70 atividades Os visitantes têm ao dispor, durante os três dias, 70 atividades: Há palestras, workshops, show cooking, aulas de ioga, Tai Chi, Chi Kung, danças bioenergéticas, meditação, aulas de dança e concertos. A organização destaca as Satsangs (palestras espirituais) de Sri Mooji. Todas as atividades são gratuitas, exceto a Respiração Holoscópica da Escola de Desenvolvimento Transpessoal e o Concerto Meditativo de Gongos Planetários da Universe Gong.


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JORNAL

www.readmetro.com QUARTA-FEIRA, 6 DE JULHO DE 2016

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PSP vai perder 25% do efetivo Segurança. O diretor nacional da PSP afirmou ontem que cerca de 25% do efetivo vai deixar o ativo da Polícia de Segurança Pública (PSP) nos próximos cinco anos, sendo urgente um rejuvenescimento.

Luís Montenegro

“Há todas as condições para, ainda até ao final desta sessão legislativa, os trabalhos da comissão poderem iniciar-se com a audição do presidente executivo da CGD, do ministro das Finanças e do governador do BdP” O líder parlamentar do PSD revelou que as audições da comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD) devem suceder até final do mês.

“A elevada média etária dos recursos humanos policiais, com valores muito próximos dos 50 anos em diversas unidades territoriais, são realidades que carecem de reversão urgente pelo rejuvenescimento do efetivo, do qual cerca de 25% deixarão o serviço ativo nos próximos cinco anos por força das previsões estatutárias”, disse ontem o diretor nacional da PSP, na cerimónia que assinalou os 149 anos daquela força de segurança. No seu discurso, o superintendente-chefe Luís Farinha adiantou que as projeções efetuadas apontam para que “as saídas de efetivos do ativo, nos próximos cinco anos, sejam superiores às eventuais novas admissões”: nesse sentido, considerou “determinante” a afetação de recursos humanos e o ajustamento do dispositivo operacional em algumas áreas territoriais. A cerimónia que assinalou os 149 anos da PSP foi presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, estando também presente a ministra da Administração Interna. Constança Urbano de Sousa admitiu que o programa de melhoria

Justiça

Subcomissários alertaram ontem o diretor nacional para “a desmotivação, descontentamento” que existe na PSP, em que os polícias se sentem “profundamente maltratados”. © PEDRO NUNES/LUSA

Citação

“A persistência de instalações operacionais estruturalmente desajustadas (...) não favorecem o sentimento de segurança” Superintendente-chefe Luís Farinha, diretor nacional da PSP

Pesca PEDRO NOEL DA LUZ

Culpado por conduzir em dia de temporal O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) culpou o condutor de um automóvel e a “pendura” pelo acidente que tiveram quando a viatura em que seguiam chocou contra um pinheiro caído na via, em dia de temporal, em Guimarães. Em acórdão ontem consultado pela agência Lusa, o Supremo atribui 85% das culpas ao condutor e 15% à mulher que seguia ao lado, que acabou por sofrer ferimentos graves numa perna.

das instalações da PSP, que está a ser desenvolvido pelo Governo, “não é de concretização rápida ou fácil”. “Estamos, neste momento, a programar a melhoria das infraestruturas e equipamentos da PSP, através de um planeamento mais realista de investimento, com especial cuidado para as necessidades mais urgentes”, esclareceu.

Aumento da quota da sardinha decidido dia 16 O secretário de Estado das Pescas diz que o Governo está à espera do relatório do Conselho Internacional para a Exploração do Mar para fazer “reacertos” quanto à pesca da sardinha.

UE. Decisão sobre sanções será tomada “muito em breve” O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, confirmou ontem que as decisões sobre os Procedimentos por Défice Excessivo a Portugal e Espanha serão tomadas “muito em breve”. Moscovici confirmou que o assunto foi discutido na reunião do colégio de comissários da União Europeia (UE), mas remeteu mais detalhes para “quando as decisões forem tomadas”.


NACIONAL | 05

Praxe deve ter uma alternativa Ensino Superior. Uma carta aberta subscrita por 100 personalidades de vários quadrantes sociais pede aos dirigentes das instituições que criem “uma alternativa” à praxe.

Um terço sem preencher requisitos Um terço dos portugueses que residem no Reino Unido não preencheria os requisitos impostos aos imigrantes extracomunitários. Segundo o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, a situação é semelhante à de muitos outros europeus – dois terços dos cerca de três milhões. © REUTERS

A carta aberta a todas as instituições de ensino superior, denominada “Integração no ensino superior: a democracia faz-se de alternativas”, foi ontem divulgada e está disponível em http://Democraciaeescolher.wordpress.com, onde quem quiser a poderá subscrever, disse à Lusa o deputado bloquista Luís Monteiro, promotor da iniciativa. “Instamos todas as equipas dirigentes das universidades, politécnicos, faculdades e escolas superiores a criar, com caráter duradouro, atividades de receção e de integração dos novos estudantes e das novas estudantes, ao longo do ano letivo, que configurem uma alternativa lú-

dica e formativa às iniciativas promovidas pelos grupos e organizações de praxe”, lê-se. “Apelamos também a que informem atempadamente e eficazmente todos os novos alunos (...) de que as atividades de praxe não constituem qualquer espécie de obrigação”, acrescenta. Entre os subscritores contam-se, entre outros, escritores como Luísa Costa Gomes e Miguel Sousa Tavares; ou os deputados Paula Teixeira da Cruz (PSD), Alexandre Quintanilha (PS), Teresa Caeiro (CDS-PP) e André Silva (PAN) – o antigo ministro da Saúde e advogado, António Arnaut, é também um dos subscritores do documento. PUB


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MUNDO | 06

Regresso será pouco pacífico ONU. Trinta mil combatentes terroristas estrangeiros estão no Iraque e Síria e existe o sério risco de os ataques serem “cada vez mais fortes” nos seus países de origem. “Os combatentes terroristas estrangeiros são muito numerosos” no Iraque e na Síria, “são cerca de 30.000 e agora que o espaço vital do Daesh se reduz no Iraque estão a regressar, não só para a Europa, mas também para os seus países de origem como a Tunísia ou Marrocos”, explicou ontem Jean-Paul Laborde, diretor do Comité contra o terrorismo da ONU, em conferência, em Genebra, Suíça. “Os ataques terroristas nos países de origem arriscam-se a ser cada vez mais fortes para contrabalançar a pressão que é exercida sobre eles”, insistiu. Laborde apelou aos Estados para porem em prática uma “filtra-

gem” destinada a distinguir “entre uma grande parte dos combatentes estrangeiros que não são pessoas perigosas (...) e aquelas que são”. Antigo juiz em França, Laborde sublinhou que “a adaptabilidade e flexibilidade das organizações terroristas é muito mais rápida” do que a nossa e defendeu a cooperação da comunidade internacional com empresas como a Google, Twitter e Microsoft para combater o défice de flexibilidade e vigiar os terroristas de forma mais eficaz na Internet, sem no entanto “violar a liberdade de expressão”. Apelou ainda aos Estados para partilharem mais rapidamente informações.

Resposta cuidadosa O Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos sublinhou ontem que uma resposta desproporcionada e vingativa aos ataques terroristas do Daesh só levará ao recrutamento de mais jiadistas. “Há que derrotar o Daesh e depressa. Mas, na tentativa de o derrotar, temos que ser cuidadosos para não reagir às suas provocações da forma que os seus membros preveem e querem que reajamos”, afirmou Zeid Ra’ad al Hussein, em comunicado. “Precisamos de ser mais fortes que eles e também mais inteligentes. E, neste aspeto, estamos a falhar no Iraque e em vários lugares, permitindo ao Daesh aproveitar-se do ressentimento das pessoas para criar mais fanáticos e suicidas.”

Hungria. Refugiados em referendo A Hungria vai realizar a 2 de outubro um referendo sobre o plano de relocalização dos migrantes entre os Estados-Membros da União Europeia (UE), anunciou ontem a presidência húngara. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, opõe-se à aplicação do plano da UE e o governo de Budapeste tinha anunciado, no início do ano, que pretendia referendar a questão.

EUA. FBI acusa Hillary Clinton de ser “descuidada” O diretor do FBI anunciou ontem que a instituição não recomenda acusações criminais contra Hillary Clinton pelo uso de vários servidores de e-mail particulares para lidar com assuntos oficiais quando era secretária de Estado de Barack Obama (entre 2009 e 2013). Ainda assim, segundo disse à imprensa James Comey, Hillary Clinton foi “extremamente descuidada” nesta questão.

Áustria

Eleições a 2 de outubro A Áustria realiza a 2 de outubro a repetição da segunda volta das presidenciais, anulada pelo Tribunal Constitucional após queixa da extrema-direita. O Tribunal deu razão ao FPÖ (extrema-direita), que impugnou o resultado da votação que perdeu para os ecologistas (49,65% contra 50,35%, respetivamente).

Reino Unido

Liam Fox fora da corrida a líder dos conservadores Liam Fox só obteve ontem o apoio de 16 políticos na primeira votação interna do Partido Conservador e já não pode suceder a David Cameron. Theresa May conseguiu 165 votos e reforçou a ideia que será a sucessora do primeiro-ministro demissionário.

Sonda Juno proporcionou um dia de festa na NASA Na NASA, celebrou-se ontem a entrada na órbita de Júpiter da sonda Juno, cuja missão é perceber as origens do maior planeta do sistema solar. A nave – um observatório espacial não tripulado e movido a energia solar – entrou na órbita de Júpiter cinco anos após ter iniciado a sua viagem, tendo deslocado-se a uma velocidade de 209.200 km/h. A entrada na órbita de Júpiter é um momento-chave da missão que durou 15 anos e acabou a 869 milhões de kms da Terra. © EPA REUTERS


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ECONOMIA | 07

Sobem taxas aeroportuárias Aviação. Sete cêntimos por passageiro no Aeroporto de Lisboa e cinco cêntimos no do Porto são as subidas anunciadas. O ajustamento tarifário resulta de um aumento do tráfego aéreo em 2016, que deverá ficar 8,7% acima do estimado inicialmente, refere a ANA – Aeroportos de Portugal. Assim, a taxa média regulada relativamente à decisão publicada no final de outubro de 2015 passa de 10,94 para 11,01 euros no Aeroporto de Lisboa, e de 7,84 para 7,89 euros no Aeroporto do Porto. Até ao final de julho, a ANA lançará o processo de consulta a todos os utilizadores para a fixação das taxas para 2017, não tendo o ajustamento ontem anunciado – limitado a dois meses – qualquer implicação nas taxas a propor para o próximo ano. “O modelo de fixação das taxas aeroportuárias da ANA – Aeroportos de Portugal é baseado em estimativas feitas com mais de seis meses de antecedência em relação ao ano de aplicação das taxas. No caso da esti-

O dia a dia dos mercados Petróleo

Ouro

Psi-20

$48,02 (-4.15%)

1.348,75 (+1,28%)

4.392,24 (-2,24%)

Euro para: Dólar 1,106; Libra 0,849; Real 3,653

Imobiliário

Preço das casas aumenta O preço das casas em Portugal registou uma subida de 5,4% no segundo trimestre de 2016, situando-se em €1.187 por m2, segundo o índice de preços do Idealista. Os distritos mais caros são Lisboa (€1.700 por m2), Faro (€1.361 por m2) e Coimbra (€1.130 por m2). Os distritos com os preços mais económicos são Santarém e Braga (€695 por m2) e Castelo Branco (€703 por m2).

ANA investirá em 2016 mais de 72 M€ na rede de aeroportos como forma a responder ao crescimento do tráfego. © BRUNO SIMÃO

mativa realizada em 2015, com vista ao apuramento das taxas a aplicar em 2016, constata-se que a mesma teve por base um cenário muito conservador de crescimento do tráfego”, lê-se no comunicado da gestora dos aeroportos portugueses.

PME. Oito empresas recebem 1,1 M€ Oito empresas portuguesas inovadoras receberam 1,1 M€ no âmbito do Instrumento Pequenas e Médias Empresas (PME), incluído no Horizonte 2020, o programa europeu de financiamento de investigação e inovação. Num comunicado do gabinete do comissário português, Carlos Moedas, responsável pelo programa, informa-se que na última fase se atribuiu 86 M€ em fundos europeus a 236 PME de 31 países, incluindo 1,1 M€ para oito portuguesas.

Apoios

2.116 PME apoiadas até agora (694,8 M€). As portuguesas recentemente ajudadas são de áreas como o agroalimentar biológico, crescimento azul, transportes, segurança contra ataques cibernéticos e software informático.


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LAZER | 08

Correio do leitor

Herge del Rio. O meu festival de verão

Lei da transparência Ficha técnica

90 minutos chegavam!

O Festival de Verão mais Pequeno do Mundo está a chegar! Uma casinha de campo, um jardim, vários concertos, teatro, workshops, performances… prometem quatro dias de animação e alegria em perfeita harmonia com a natureza. O festival, que ocorrerá no jardim da “casinha” de campo do Herge, em Rio Maior, nos fins de semana de 16 e 17, 23 e 24 de julho, quer afirmar-se como o menor e mais apetecível evento deste verão! É um festival feito sobretudo por voluntários e amigos que pretendem juntar pessoas que tenham em comum o gosto pela música, teatro e artes em geral, num espaço pequeno e intimista como é o jardim da “casinha”. Mais informações na minha página de Facebook e/ou na página do evento O Festival de Verão Mais Pequeno do Mundo (no meu jardim). Organizem-se e apareçam!

OBJETO DE CULTO Disquete 1971 – EUA Que arcaico que este objeto nos parecerá hoje, com dispositivos de armazenamento com “infinitos” TB de espaço! Oitenta KB (sim, leu bem, 80 KB) era o máximo que este “disco de memória”, como era conhecido, tinha de capacidade. É um facto: hoje em dia, para pouco ou nada daria. Mas, na realidade, a ideia da IBM pretendia resolver um problema: a crescente necessidade dos utilizadores de computador de fazer backup de arquivos e de programas de software. Alan Shugart foi quem liderou a equipa da IBM e David Boble foi o designer principal.

vídeo do dia Veja o clip de “Também Faz Parte”, o novo single a nascer da recente e nova parceria artística estabelecida entre os rappers portugueses Sam the Kid e Mundo Segundo. Venha escrever connosco. Entre em facebook.com/metroportugal

O primeiro disquete da história tinha 8’ de diâmetro e era feito de plástico e óxido de ferro magnético. Sim, foi um sucesso, mas a realidade é que o seu tamanho e fragilidade o tornaram obsoleto e, convenhamos, terá sido também por isso que, apesar de alterações, os anos 1990 ditaram o fim dos disquetes. C.P.

Um turbilhão futebolístico envolveu-nos no mês de junho e primeiros dias de julho, com duas grandes competições: o Campeonato da Europa e a Copa América. Naturalmente que a exagerada atenção da comunicação social centrou-se no Euro 2016, a decorrer em França e onde participa a seleção portuguesa. A exagerada atenção acontece quando aos 90 minutos, onde tudo se decide, são acrescentadas horas e horas televisivas e radiofónicas, páginas e páginas de jornais generalistas e desportivos, com entrevistas e conferências de imprensa, antes e após cada jogo, a que se juntam inúmeros diretos e indiretos dos imensos repórteres, mais comentadores, críticos e opinadores, a solo ou em debates mais ou menos amigáveis, e ainda a publicidade patrocinadora e aproveitadora do evento e de algumas das suas denominadas estrelas. Dificilmente se encontrará um acontecimento que ocupe tantos meios técnicos e humanos, criando nas pessoas menos avisadas sentimentos duma falsa importância, que podem dar lugar à alienação. Tal resulta, no essencial, de interesses económicos e ideológicos do capitalismo e dos seus defensores. O espetáculo dum jogo de futebol, para além de ter ou não qualidade, e da capacidade de realização televisiva, que tem sido excelente no caso do Europeu em França, terá no resultado final um forte ele-mento para a sua apreciação e nível de satisfação, que sendo positivo poderá ser equivalente ao saborear dum bom prato culinário, acompanhado dum vinho de qualidade. Por isso, 90 minutos chegavam! ERNESTO SILVA, V. N. GAIA

Senhor Camilo de Oliveira...

twitter do dia @pmnribeiro [Pedro Ribeiro] “É impressão minha ou este Euro tem sido muito fraquinho? Quantos jogos realmente bons tivemos? Não fosse Portugal, e já tinha desligado...”

... Partiu infelizmente no sábado, aos 91 anos, quase a atingir um século, um extraordinário humorista. Durante décadas, dedicou-se ao teatro de revista e os portugueses nunca esquecerão o seu “Sába dá bádu”, com a saudosa Ivone Silva. O país perdeu, não há dúvida, mais um extraordinário ator de revista, e não só. Aqui há muitas décadas, encontrei-o a passar férias na Ilha da Armona, em Olhão, e numa breve conversa disse-me: “Sabe, nasci num camarote de teatro”... pensei que era brincadeira... mas não era. As minhas condolências à sua família. TOMAZ ALBUQUERQUE, LISBOA

METRO PORTUGAL Título licenciado à Cofina Media, S.A. pertencente à PROPRIEDADE Metro International, S.A., EDITORA Cofina Media, S.A. DIRETOR Diogo Torgal Ferreira Editor Executivo Magalhães Afonso Coordenador Bruno Martins Redação Luís Carmo, Patrícia Tadeia, Rui Alexandre Coelho, Raquel Madureira (Porto) Editora gráfica Sónia Santos Grafismo Rita Alves, Túlio Vasco Fotografia João Ferrão Assistente Ana Rodrigues Revisão Catarina Poderoso DEPARTAMENTO COMERCIAL DIRETOR COMERCIAL Ricardo Branco Diretora-adjunta Ana Silveira Agências Adriana Macedo, Daniel Barata, Margarida Rego, Paula Tavares, Raquel Pinto Diretos João Pedro Rodrigues (Team Leader), Filomena Mestre, Helena Sanhudo, Luís Farinha Planeamento Maria da Luz Veiga Tel. 210 494 204/210 494 815; Fax 210 493 134 PORTO Tiago Medeiros (Coordenador), Gabriela Raposo Tel. 225 322 309 Fax 225 322 399 E-mail publicidade@metroportugal.com Ativações e Eventos Tânia Sant’Ana (Team Leader), Carlota Montenegro, David Fernandes, Mafalda Esteves, Maria Barbosa DESIGN GRÁFICO Joana Pio, Rui Gonçalves DIRETORA MARKETING Isabel Rodrigues Diretor-adjunto João Aleixo Gestor de Produto Gonçalo Sousa Passatempos Marta Tavares (info@clubedepassatempos.pt) CHEFE DE DISTRIBUIÇÃO José Magalhães Distribuição António Caldeira, Orlando Lopes (Porto) DIRETOR GERAL COMERCIAL Hernani Gomes DIRETORA GERAL DE MARKETING Isabel Rodrigues DIRETOR DE PRODUÇÃO António Simões da Silva DIRETOR COMERCIAL ONLINE José Frade DIRETOR DE INFORMÁTICA Rui Taveira DIRETOR DE RECURSOS HUMANOS Nuno Jerónimo DIRETORA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA Alda Delgado DIRETOR DE CIRCULAÇÃO E ASSINATURAS João Ferreira de Almeida DIRETORA RESEARCH Ondina Lourenço SEDE: Administração, Redação, Publicidade Rua Luciana Stegagno Picchio, Nº 3, 1549-023 Lisboa; Tel. 210 494 000 E-mail: geral@metroportugal.com Impressão Lisgráfica, Impressão e Artes Gráficas S.A. Rua Consiglieri Pedroso 90, Casal de Santa Leopoldina, 2730-053 Queluz de Baixo ERC Nº 124635 | Nº ISSN 2183-7228 | Depósito Legal: 220825/04 Periodicidade: diário | Tiragem média: 70.000 | Preço de capa: gratuito

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€85.911.637

Passivo total

€38.487.653

Ativo total

€124.399.290

Resultado líquido

€7.428.046

Resultados operacionais ou resultados antes de depreciações gastos de financiamento e impostos

€12.444.441

Passivos contingentes com impacto material nas decisões económicas

€0

Rendimentos totais

€96.076.814

Passivos totais

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RELAÇÃO DAS ENTIDADES COM MAIS DE 10% RENDIMENTOS TOTAIS VASP Distribuidora 59% Vendas ESTATUTO EDITORIAL O METRO é um jornal diário de informação geral, publicado de segunda a sexta-feira, com distribuição gratuita, de âmbito regional com enfoque maior nas áreas de Lisboa e Porto. No METRO a informação é independente de forças sociais, políticas ou religiosas, com a opinião restrita às colunas devidamente assinaladas como tal. Procuramos um jornalismo objetivo em que a imparcialidade seja evidente. O METRO dará todas as notícias relevantes no âmbito da sociedade, economia, política nacional e internacional, embora esteja particularmente focado nos assuntos regionais que afetam as populações da Grande Lisboa e do Grande Porto, e ainda nas áreas de desporto e da cultura. No METRO prometemos não escrever de mais, e a não nos esticarmos num texto quando a informação relevante não o obrigue. Escrever curto e claro é uma exigência para os nossos jornalistas de modo a simplificar a vida do leitor. O METRO usa maioritariamente conteúdos pesquisados e escritos pelos seus jornalistas, gráficos e fotógrafos, mas também recorre a agências de informação nacional e internacional.


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10 ©ANNA BALECHO

CULTO

Depois de “Montanha”, chegam-nos “Canções do Bandido” e “Flores do Bem”. Porquê lançar dois discos em simultâneo? Sou um

Azealia Banks

“Qual é a diferença entre fazer uma operação ao nariz e mudar a cor da pele? Qual é a diferença entre usar extensões de cabelo e mudar a cor da pele? Quando usava extensões, ninguém se preocupava” A polémica rapper falou sobre a decisão de branquear a pele, comparando-a com uma operação plástica ao nariz.

SENHOR VULCÃO “Canções do Bandido” e “Flores do Bem” são os volumes 2 e 3 daquilo que Bruno Pereira gostaria que fosse uma enciclopédia sua. As palavras são o começo de tudo.

construtor de canções um bocado compulsivo. A meio do processo do “Canções do Bandido”, que foi gravado por fases durante um ano, houve uma pausa em que mexi em canções antigas e outras que não eram para o disco, e achei por bem parar, ir para uma casa ao pé do mar durante três dias e registar essas sete canções.

“AMOR PELAS PALAVRAS”

A ideia era qual? Fazer uma trilogia à volta desta ideia de Senhor Vulcão ou há mais volumes para vir? Acho que

sim. Gostava de fazer volumes até ser velhinho. Costumo dizer que gostava de criar uma enciclopédia sobre aquilo que faço, a forma como escrevo, como envelheço, como envelhece a minha voz, a complexidade das canções... por isso é que lhes chamo “volumes”, para datar o que vou fazendo. Em três volumes, até agora, o que é que já aprendeu na “enciclopédia Senhor Vulcão”? O primeiro disco

foi gravado sozinho, num espaço de dois metros quadrados – foi

uma coisa muito umbilical – sobre muito daquilo que sou, sentido no momento. O segundo volume já traz inspirações de mais pessoas: histórias dos meus avós, inspirado na malandragem dos anos idos, misturada com muita honra. O meu avô era homem de sete namoradas e conta-me histórias muito giras, mesmo de “rufia”. E isso inspirou-me para fazer o “Canções do Bandido”, que não é tanto sobre mim. Por ser um disco de histórias familiares, foi importante juntar a sua irmã, Rita Redshoes, à produção? Sim,

foi importante nisso, mas não foi o foco principal. Queria fazer algo que não fosse tão fechado sobre mim – eu a fazer tudo. Queria ter desafios. Não é por a Rita ser

minha irmã, mas por ser fã do trabalho dela. Com ela sinto-me sempre em casa! Mas ela também me desafia. Se queria arranjar alguém para fazer um solo de guitarra, ela dizia: “Não arranjas ninguém. Quem vai fazer és tu!” Mandou-me para fora de pé.

Neste 3º volume, “Flores do Bem”, partiu para uma espécie de isolamento ao pé da praia, mas não é um disco solitário como foi “Montanha”. Levou companheiros especiais.

Exato, o Cândido Jacob – um amigo de Coimbra que constrói guitarras. Desafiei-o para ir comigo ver o que saía, levou uma lap steel (guitarra de colo). Os coros também não estavam nada premeditados: o meu pai foi almoçar connosco e eu disse-lhe: “Ficas aí que à tarde vamos gravar coros!” E assim foi de surpresa, descontraído. O que é que vamos encontrar sempre em Senhor Vulcão? Seja no 1º volume seja no volume 50? O amor pelas

palavras. É a caraterística do projeto. Mesmo que daqui a dez anos esteja a fazer música eletrónica! As palavras terão sempre o maior peso nissto tudo. Começa tudo nelas. BRUNO MARTINS


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A arte apanhada em flagrante Gulbenkian. A exposição “Portugal em Flagrante”, que relaciona as mudanças políticas e culturais com a produção artística no País do século XX à atualidade, abre ao público no sábado. Trata-se da primeira parte de uma nova série de apresentações da Coleção Moderna da Gulbenkian, que em junho extinguiu a designação Centro de Arte Moderna (CAM) para apresentar o acervo de forma mais próxima à coleção histórica do fundador. “Portugal em Flagrante – Operação 1” vai apresentar livros, fotografias, gravuras e desenhos com o objetivo de aprofundar questões de âmbito político, social, cultural e artístico “que permitem uma melhor compreensão dos séculos XX e XXI” no País. Na construção da exposição, a curadora Penelope Curtis e os diretores Ana Barata, Ana Vasconce-

los, Leonor Nazaré e Patrícia Rosas Prior recorreram sobretudo ao acervo da Biblioteca de Arte da Gulbenkian. Outro dos objetivos, segundo a Fundação, é “uma apresentação mais sólida da Coleção Moderna”, introduzindo o visitante, “sobretudo aquele que entra pela primeira vez no museu, no contexto do século XX português”. A partir de 17 de novembro, será exposta essencialmente pintura portuguesa, assim como obras tridimensionais de escultura e instalação e, a partir de fevereiro do próximo ano, terá lugar “uma nova apresentação com outras linhas condutoras”.

Teatro

Luís Miguel Cintra dá nome à sala do São Luiz O ator e encenador Luís Miguel Cintra foi ontem homenageado no Teatro S. Luiz, em Lisboa, com a atribuição do seu nome à sala principal desta casa de espetáculos. A homenagem coincidiu com a apresentação da mais recente encenação de Cintra, “Música”, do dramaturgo alemão Frank Wedekind, peça que se mantém em cartaz até domingo.

Palco

A Alice de Lewis Carrol já na casa dos 30 anos... A companhia de teatro Palco 13 estreia amanhã a peça “Alice no Jardim das Maravilhas”, com Lúcia Moniz, no Parque Marechal Carmona, em Cascais. Esta “Alice”, sendo uma adaptação do clássico de Lewis Carrol, “é uma mulher com cerca de 30 anos, confrontada com tentações e envolvida em fantasias em que a loucura se confunde com a realidade”.

Concerto. Aznavour em Portugal O cantor Charles Aznavour, intérprete de êxitos como “La Bohème”, e que compôs para Amália Rodrigues “Aïe Mourrir Pour Toi”, atua no dia 10 de dezembro, na MEO Arena, em Lisboa. O cantor, ator e compositor francês de origem arménia, apontado pela imprensa como uma “lenda viva da ‘chanson française’”, editou, no ano passado, o álbum “Encores”, composto por inéditos de sua autoria, entre os quais uma homenagem a Edith Piaf e uma recriação de Nina Simone.

Os bilhetes já estão à venda e o preço está marcado entre os €38 e os €100. © DR PUB


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A redefinição de Tarzan, mais moderno e arejado 7ª arte. O homem outrora chamado Tarzan trocou a selva africana por Londres, onde vive como John Clayton II na companhia da mulher Jane. Mas a urgência patriótica obriga-o a voltar ao Congo... Alexander Skarsgård conta tudo. JOHN-MIGUEL SACRAMENTO EM HOLLYWOOD

Alex, o sueco de Estocolmo que seguiu os passos do pai Stellan e foi expor a sua arte da representação dramática aos donos da indústria da luz hipnótica em movimento, está a ter um momento particularmente espantoso. As figuras nórdicas e altas que sabem conter bem as emoções afastam-se sempre de-

licadamente de tudo o que possa ser visto como um momento espantoso. Limitam-se a ser eternas na sua porcelana de estoicismo gracioso, ao mesmo tempo que dão ao grande ecrã um perfil de acordo com as regras mais severas da estética grega. Esta semana, o Alex, que já se atrevera a morder muita carne na série

“True Blood” escrita por Alan Ball, ousa fazer de Tarzan, Rei da Selva e dos Macacos. Espero que tenha avaliado bem a tarefa hercúlea em que se ia meter. Desde logo, havia a necessidade de esculpir o mito em fibra de músculo e agilidade. Durante seis meses não comeu hidratos de carbono ou açúcares ou lípidos ou bebidas espirituosas. Ingeria 7.000 calorias por dia, todas importantes para quem

iria passar muito tempo a saltar de liana em liana comandando manadas como se fosse maestro enviado pela Mãe Natureza. Além da dieta e do trabalho emocional que lhe comiam a alma e os dígitos todos os dias, o ator teria de fazer jus ao panteão das deusas suecas de Hollywood que, entre finura e força, ainda hoje carregam o estandarte de ouro. Greta Garbo, Ingrid Bergman e,

Citação

“Este projeto encheu-me de uma excitação tão grande que não conseguia pensar noutras coisas. Além disso, fazer o filme todos os dias era um trabalho extraordinário”


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agora, a aparência de anjo e angústia corajosa de Alexander Skarsgård. Em relação à forma física que este filme exigiu, conte-me o mais importante: teve de comprar um novo guarda-roupa? Sim, por acaso

até tive mesmo de comprar tudo de novo. Está bem, fale-me mais do corpo e desses músculos todos tão bem polidos. Foi difícil adaptar-se ao novo porte? A parte mais difícil

terá sido, talvez, a nova silhueta. No caso do “True Blood”, quase que andava de um lado para o outro com marmitas de batatas e carne. A intenção ali era a de parecer mais largo e musculado. Aqui foi o contrário. Para este novo Tarzan, não queríamos que ele nos aparecesse como se fosse um praticante de culturismo que nos salta no meio da folhagem. Teria que ser um Tarzan mais fluído, célere, mais leve. Quando cheguei a Londres, em preparação para as primeiras cenas na mansão do Lord Greystoke, grande parte do meu treino era feito com um coreógrafo, o Wayne McGregor. Daí para a frente, a maior parte do meu esforço passou a cardiológico. Fazia pilates, ioga. Nós, humanos, muitas vezes vamos ao ginásio só para que passemos a ter melhor aspeto. Não é

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“Durante nove meses, quando andava a fazer o filme, a questão não se colocou porque não precisava de roupa nova. Andava de um lado para o outro em calças de ginásio. Não tinha tempo para sair com amigos ou coisas desse género. A minha vida era exercício, trabalho, cama a partir das 21h” assim que funciona no mundo natural. Na selva, todas as partes do corpo têm de ter propósito e função. Atletismo, não peso, foi aquilo que quis obter neste esforço. E o guarda-roupa? Quando perdeu a massa muscular, antes deste filme, foi comprar o quê? Durante nove

meses, quando andava a fazer o filme, a questão não se colocou porque não precisava de roupa nova. Andava de um lado para o outro em calças de ginásio. Não tinha tempo para sair com amigos ou coisas desse género. A minha vida era exercício, trabalho, cama a partir das 21h. Por momentos, pensei que ia dizer que andou sempre de um lado para o outro só com aquela tanga de leopardo que o Rei dos Macacos envergou até mesmo quando na presença da mulher loura. Adiante. A sério que passou nove meses sem vida social?

Só digo que deixei de sair porque não havia grande estímulo: não ia poder comer grande coisa, não ia

poder beber. O meu regime calórico tinha sido distribuído por seis refeições ao longo do dia. Umas refeiçõezinhas muito pequenas. Não havia maneira de estragar esta fórmula toda que envolvia tanta gente. Mas também houve vantagens. Um ator tem sempre o hábito de pintar a coisa de modo exagerado. De certeza que não foi assim tão mau. Não imagino. Que vantagens é que haverá na vida de um jovem de aura dourada a quem não é permitido, durante nove meses, ir beber umas cervejas ou garrafas inteiras de vodca com os amigos?

Este projeto encheu-me de uma excitação tão grande que não conseguia pensar noutras coisas. Além disso, fazer o filme todos os dias era um trabalho extraordinário. Nem sequer queria acreditar nos meus olhos quando fui ver os cenários construídos em estúdio. Nunca na minha vida tinha visto uma coisa tão grande e extensa. Era ali que,

de manhã à noite, eu iria brincar. Naquele parque de diversão gigante. Todo para mim. Ao longo de seis meses. Está bem, compreendo o esforço de entrega. E adoro. Mas, no seu caso, estava a entregar-se a quê? Ainda não percebi que relação pode haver entre um garoto de Estocolmo e um tal de Tarzan, rei da selva… Explica? Para mim,

o Tarzan sempre foi o Johnny Weissmuller porque o meu pai era um fã inacreditável da personagem tal como apareceu no cinema da época. Quando era miúdo, contou-me ele, poupava dinheiro metodicamente só para poder ir ao cinema de bairro, lá em Estocolmo, onde esses filmes passavam. Mais tarde, o meu pai fez questão de apresentar ao filho o seu ídolo favorito. Foi assim que conheci o Tarzan. Ainda bem que, para esta nova redefinição da personagem, a perspetiva é mais moderna e arejada. Gosto muito, por exemplo, que a história comece em Londres. Prova, de uma vez por todas, que é possível pegar nesta figura icónica e, fiel sempre à origem e à intenção da obra criada, surpreender as audiências na apresentação de um Tarzan que ninguém estaria à espera de conhecer.


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SPORT

Galeses colocam pressão nos ombros portugueses O selecionador do País de Gales, Chris Coleman, defende que Portugal é “claro favorito” para o duelo de hoje: “Portugal já esteve em várias meias-finais. Para nós, será a primeira. Por isso, o favoritismo vai todo para Portugal. Mas isso pouco importa. O que interessa é a nossa equipa, os nossos valores, a nossa identidade e que os jogadores confiem uns nos outros. Não há garantia de um final feliz, mas, se fizermos o nosso melhor, sairemos de cabeça erguida.” © EPA

Valencia CF

“O Valencia chegou a acordo com o futebolista internacional português Luís Carlos Almeida da Cunha ‘Nani’ para que seja jogador valencianista nas três próximas temporadas” Comunicado do clube espanhol, dando conta da aquisição do extremo português Nani aos turcos do Fenerbahçe, a troco de 8,5 milhões de euros.

Que o regresso seja mesmo dia 11 Euro 2016. Portugal e País de Gales vão hoje (20h, RTP) a jogo em Lyon, num improvável duelo por um lugar na final de domingo. Pepe treinou-se à parte e só joga se estiver a 100%. Doze anos depois, a Seleção tem mais uma ocasião de se qualificar para uma final do Europeu e, aí, tentar substituir as memórias de um certo dia de 2004 que todos os portugueses terão feito por esquecer. Mas primeiro é preciso Portugal, oitavo na escadaria FIFA, ultrapassar o sensacional País de Gales, que de 26.º lugar do ranking não tem tido nada – chega às meias-finais depois de eliminar a número um Bélgica. Hoje é dia de Cristiano Ronaldo e companheiros fazerem a vontade a Fernando Santos, que só quer regressar a Portugal a 11 de julho, um dia depois da final a realizar no Stade de France, em Saint-Denis, por motivos de trabalho. Pode é não ser dia de Pepe, propriamente. A contas com uma lesão muscular, o defesa central não se treinou

Pepe não fez mais do que alguma corrida e exercícios ligeiros com bola. A sua utilização contra o País de Gales é incerta. © REUTERS

na segunda-feira, ontem evoluiu à parte e está em dúvida. Uma coisa é certa, “se recuperar, será certamente um dos titulares. Mas só se estiver a 100%”, avisou. A conferência de imprensa serviu para Fernando Santos reconhecer que dois prolongamentos seguidos configuram uma carga “muito pesada” para a Seleção, que ainda assim se vai apresentar “fisicamente capaz”, mesmo sem estar no seu “apogeu”. E o foco nos galeses é tal que Fernando Santos nem quis ouvir falar no França-Alemanha de amanhã, a disputar no Vélodrome, em Marselha (20h00, RTP). “Adversário da final? Quero é chegar lá, não estou a pensar em mais nada.” José Fonte também falou aos jornalistas. O central do Southampton, que até pode formar dupla com aquele a quem tirou a titularidade durante a prova (Ricardo Carvalho), falou curto e grosso quando instado a indicar um favorito: “Em semifinais não há favoritismos. Temos é R.A.C. que fazer o nosso trabalho.”


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Ciclismo

Kittel vence ao milímetro Marcel Kittel venceu ao sprint a quarta etapa do Tour. Tal como na véspera, a organização recorreu ao photo-finish para atribuir a vitória, neste caso ao alemão da Etixx-Quick Step, que bateu o francês Bryan Coquard (Direct Energie). Peter Sagan (Tinkoff-Saxo) fez terceiro, bonificou 4 segundos, e é ainda mais líder na geral: Julian Alaphilippe (Etixx-Quick Step) está agora a 12 segundos.

NBA

Pau Gasol confirma Spurs O basquetebolista internacional espanhol Pau Gasol confirmou ontem a sua ida para os San Antonio Spurs, da Liga norte-americana de basquetebol (NBA), depois de ter representado os Chicago Bulls nas últimas duas épocas. “Muito entusiasmado com esta nova etapa, com as maiores ambições”, escreveu na sua conta do Twitter o extremo-poste catalão, ele que faz hoje 36 anos.

Mourinho “quer tudo” Futebol internacional. Técnico português oficialmente apresentado no Manchester United. Ambição nos píncaros. Nas duas primeiras passagens por Inglaterra, ambas no Chelsea, José Mourinho descreveu-se primeiro como “O Especial”, e depois como “O Feliz”. Agora, na terceira, ao serviço do Manchester United, diz não haver descrição possível. “Cheguei a um clube que é difícil de descrever... Não gosto da descrição de que este é o lugar de sonho. Esta é a realidade e a realidade é que este é o emprego que toda a gente quer”, referiu, durante a sua apresentação oficial. Quanto aos objetivos em Old Trafford, o técnico setubalense de 53 anos não faz por menos: “Quero tudo. Claro que não vamos ter tudo, é óbvio... mas não deixamos de o RUI ALEXANDRE COELHO querer.”

Discurso direto • Sobre a saída de Ryan Giggs: “Ele queria ser o técnico; a direção entendeu que esse cargo era para mim.” • Sobre reforços: “Queremos quatro jogadores e quase que já temos três [ndr: Eric Bailly e Ibrahimovic já assinaram; Mkhitaryan ainda não].” • Sobre Àrsene Wenger: “Há técnicos que a última vez que ganharam um título foi há dez anos. A última vez que eu ganhei um título foi há um ano. Se acham que tenho algo a provar, imaginem os outros.”

Ténis. Quinta final das irmãs Williams em Wimbledon? Serena Williams e Venus Williams estão nas meias-finais de Wimbledon. Mais nova das manas e líder do WTA, Serena, 34 anos, eliminou por duplo 6-4 a russa Anastasia Pavlyuchenkova, ao passo que a irmã mais velha, de 36 anos, fez o mesmo à cazaque Yaroslava Shvedova, por 7-6 (5) e 6-2. Em perspetiva está agora a hipótese de as norte-americanas disputarem entre si a sua quinta final de Wimbledon. Para tal, Serena terá de bater Elena Vesnina (Ucrânia) e Venus a alemã Angelique Kerber.

Serena domina

3 das quatro finais entre as irmãs, em Wimbledon, foram ganhas por Serena, a última das quais em 2009 – foi a última vez que se defrontaram naquela decisão. O único título de Venus à custa da irmã ocorreu em 2008.

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