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GRANDE VITÓRIA, SEXTA-FEIRA, 4 DE ABRIL DE 2014 www.readmetro.com

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Polícia do Rio apura três versões para morte de Claudia Violência. Resultado da reconstituição só deve sair em um mês. Viúvo cobra simulação de socorro prestado por PMs A reconstituição da ação policial no Morro da Congonha, em Madureira, na zona norte, que culminou na morte da auxiliar de serviços gerais Claudia Silva Ferreira, foi realizada ontem. O delegado titular da 29ª DP (Madureira), Carlos Henrique Machado, afirmou que o laudo da nova perícia deve ser concluído em 30 dias. Claudia morreu baleada no dia 16 de março em uma operação da Polícia Militar e arrastada pelo carro da corporação após ter sido socorrida. Ainda segundo o delegado, há três versões sobre a morte da auxiliar dos ser-

viços gerais: a dos policiais envolvidos no resgate, a da família da vítima e a de Ronald dos Santos, suposto criminoso preso no dia em que a mulher foi morta. Segundo Carlos Henrique, Ronald afirmou que houve troca de tiros entre policiais e traficantes no Morro da Congonha quando Claudia foi baleada. Em entrevista à TV Band, o advogado de defesa dos dois afirmou que vai alegar legítima defesa. “Eles entraram na comunidade, foram atacados e revidaram. Na reconstituição vai ficar provado que o tiro que matou a Claudia não saiu de nenhuma ar-

ma da PM. Todo mundo sabe que os bandidos atiram nos próprios moradores para culpar a polícia”, disse o advogado Nélio Andrade. Alexandre Fernandes da Silva, viúvo, ainda tem esperanças que a reconstituição esclareça como sua mulher foi baleada. Ele ainda espera que o socorro prestado pelos PMs também seja reproduzido. Claudia foi arrastada por cerca de 300 metros depois que o porta-mala do veículo da PM se abriu. “Se eu não tivesse esperanças, ficaria de braços cruzados, sentado e só observando”, disse Alexandre. METRO RIO

Um boneco inflável foi utilizado para simular o corpo de Claudia | ERBS JR./FRAME/FOLHAPRESS

Forças Armadas ficam na Maré até o final de julho Sistema Cantareira registrava ontem 13,3% de capacidade de armazenamento de água | LUIS MOURA/FOLHAPRESS

Agência defende água racionada em São Paulo Em meio à crise entre São Paulo e Rio em relação ao uso da água do rio Paraíba do Sul, o diretor-presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Vicente Andreu Guillo, defendeu ontem a adoção de “medidas restritivas” no sistema Cantareira. Segundo Andreu, que participou de audiência na Câmara dos Deputados, a crise do reservatório, responsável pelo abastecimento de 15 milhões de pessoas na Grande São Paulo e no interior do Estado, exige a adoção de medidas de curto prazo, entre elas o racionamento. “Temos que atuar com cenários restritivos, e a população é mais compreensiva do que os políticos imaginam.” Com relação ao uso do “volume morto” (água abai-

xo do nível de captação) do Cantareira, o diretor-presidente da ANA afirmou que é preciso ter parcimônia na captação dessa água de reserva. Ele ainda pediu para que todos torçam por um período de chuvas. Ontem, o Cantareira operava com 13,3%, menor índice da história. Durante a audiência, o coordenador do Programa Mananciais da Sabesp, Ricardo Araújo, afirmou que, em tese, a captação atual no sistema Cantareira equivale à de um período de racionamento. “Estamos captando pouco menos de 25 mil litros de água por segundo. Há um deficit de 6 mil litros por segundo, que estamos compensado com bônus para quem economiza água e por meio de transferências

de outros reservatórios.” Acordo No dia 9, a ANA fará uma reunião com representantes dos governos de São Paulo e do Rio para encontrar uma solução para o uso da água do Paraíba do Sul. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer interligar os reservatórios Jaguari e Atibainha para garantir o abastecimento futuro da população atendida pelo Cantareira. O governo do Rio ameaça ir à Justiça contra a obra. “A discussão dos dois Estados, no começo, me pareceu que tinha mais a ver com voto do que com água. A atual crise está inserida dentro de um quadro eleitoral”, disse Andreu Guillo. METRO

As Forças Armadas vão substituir amanhã a Polícia Militar na ocupação do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. A denominada Operação São Francisco contará com 2,7 mil homens, entre militares e civis. A operação será mantida até o dia 31 de julho. A atuação será nas 15 comunidades do complexo, em uma área de aproximadamente 10 km2. A operação prevê o emprego de blindados do Exército e da Marinha, além de veículos para o transporte de motocicletas e aeronaves do Comando de Aviação do Exército. Segundo os militares, a Força Aérea Brasileira poderá disponibilizar recursos operacionais necessários durante as operações. De acordo com o general Ronaldo Lundgren, chefe do CML (Centro de Operações do Comando Militar) do Leste, as Forças Armadas poderão permanecer até por mais tempo na Maré, caso o Estado solicite. Ele afirmou que haverá um disque-denúncias para moradores relatarem crimes e o destino de fugitivos, além da atuação dos milita-

General destaca experiência de tropas no Haiti e no Alemão

res dentro do complexo . “A tropa está preparada para atuar. Não quero dizer que não possam ocorrer falhas, mas vamos atuar para corrigi-las”, disse o general. Segundo Lundgren, a ação será embasada na experiência anterior, adquiri-

| KÁTIA CARVALHO/FOLHAPRESS

da em operações no Haiti e no Complexo do Alemão. “Temos brigadistas e fuzileiros que estiveram na operação de paz do Haiti. O próprio general Escoto (Comandante da força de pacificação) esteve lá”, informou. METRO


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