CURITIBA, QUARTA-FEIRA, 2 DE ABRIL DE 2014 www.readmetro.com
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Otan isola Moscou em meio à crise com Ucrânia Crimeia. Governo autorizou exercícios militares em cooperação com a Aliança, que disse não haver evidências de recuo da Rússia na fronteira
Em meio à crise entre a Rússia e a Ucrânia, ocasionada pela anexação, por Moscou, da Crimeia, Kiev autorizou ontem a realização de exercícios militares em seu território em parceria com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O anúncio, mais um sinal da aproximação ucraniana com o Ocidente, ocorre apesar da pressão econômica que o país sofre de Moscou. A produtora russa de gás natural Gazprom anunciou ontem um aumento de mais de 40% no preço do gás vendido para a Ucrânia. Na semana passada, Kiev assinou com o FMI um pacote de ajuda financeira para aliviar a situação. Em mais um movimento na queda de braços entre os dois países, a Rússia fez um
alerta à Ucrânia contra a integração com a Otan. Segundo a chancelaria em Moscou, tentativas anteriores de aproximação prejudicaram os laços entre os dois países e provocaram problemas entre o governo russo e a aliança militar. “(Tentativas anteriores) levaram ao congelamento dos contatos políticos russo-ucranianos, a dores de cabeça entre a Otan e a Rússia e a divisões da sociedade ucraniana”, disse o Ministério. O governo russo disse ainda que os futuros laços econômicos entre Moscou e Kiev “vão depender profundamente das ações que a Ucrânia tomar em sua política externa”. Recuo de tropas Um dia depois de a Rússia dizer que ordenaria a retirada
Rasmussen, secretário-geral da Otan, criticou a Rússia | FRANCOIS LENOIR/REUTERS
de parte das tropas da fronteira com a Ucrânia, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse ontem
não ter visto qualquer evidência do recuo. “Infelizmente, não posso confirmar que a Rússia está retirando suas tro-
pas”, disse em Bruxelas. “Não é o que estamos vendo”. Segundo ele, a Rússia minou os princípios sobre os quais a parceira com a organização foi erguida. Rasmussen disse ainda que, como resultado, “não é mais possível manter o relacionamento normalmente”. Mais cedo, os chanceleres dos países-membros da Otan ordenaram o fim da cooperação “prática, civil e militar” com Moscou. A decisão pode ter efeitos na cooperação com a Rússia no Afeganistão em áreas como treinamento de pessoal de combate aos narcóticos, manutenção de helicópteros da Força Aérea afegã e uma rota de trânsito para fora do país asiático, devastado pela guerra, disseram autoridades da Otan. Segundo quem os
contatos diplomáticos entre a Aliança e Moscou poderão continuar para que se possam discutir saídas para a crise. Os ministros ordenaram a seus militares que “desenvolvam em regime de urgência medidas adicionais para reforçar as defesas coletivas da Otan”, disse um funcionário da Aliança. As medidas podem incluir o envio de soldados e equipamentos da Otan para seus aliados no Leste Europeu, a realização de mais exercícios, ações para garantir que uma força de reação rápida possa se mobilizar mais rapidamente e uma revisão dos planos militares da aliança. Propostas detalhadas deverão ser apresentadas em algumas semanas, informou o funcionário. METRO E AGÊNCIAS