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{ Be bida a Beb allcoó coóllica }
A
NTES QUE ALGUÉM me acuse de estar fazendo apologia ao uso de bebida alcoólica e me denuncie para meu bispo, peço que leia todo o texto. E aos amantes da concisão aviso que o texto é longo, tanto quanto a discussão “se o/a cristão/ã deve ou não tomar bebida alcoólica”. Além de pastorear eu ministro aulas de teologia, e um dia desses, o assunto “bebida alcoólica”, surgiu em sala, quando eu falava sobre o contexto da Reforma Protestante. Disse que Lutero bebia cerveja, e os demais protestantes também, sendo que de maneira geral, a primeira denominação protestante a se opor ao consumo da bebida alcoólica foi a metodista. Tal postura ocorreu muito antes do nascedouro de uma nova denominação, foi adotada quando o metodismo ainda era um movimento de renovação dentro da Igreja Anglicana. Nas Regras Gerais voltadas para os membros das Sociedades, e publicadas por João Wesley em 23 de fevereiro de 1743, em uma das cláusulas está escrito que o metodista deve: “Não praticar o mal, evitando principalmente embriagar-se ou mesmo tomar bebidas alcoólicas, fabricá-las ou vendê-las”. Falei também que o navio Mayflower, que, em 1620, transportou os chamados Peregrinos, do porto de Southampton, Inglaterra, para o Novo Mundo, levou em seu ventre vários barris de vinho e outras bebidas. Diante das supracitadas colocações, um aluno sacou a Bíblia e pediu que eu explicasse Provérbios 23.31, onde diz: “Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente”. 10 • JUL/AGO 2018
O silêncio tomou conta da sala. Quebrando tal silêncio perguntei-lhe se cria que na Bíblia existem contradições. Prontamente o aluno disse que não. Então, falei para que olhasse o contexto daquele texto e todo o livro de Provérbios, pois o mesmo livro que diz o que ele citou igualmente manda fazer uso do vinho, e que também há outras passagens no Antigo Testamento que orientam seu consumo, pois assim como a cerveja fazia e ainda faz parte da cultura alemã, o vinho sempre fez parte da cultura judaica. Salvo em algumas situações, a exemplo de quando se fazia voto de nazireu, o vinho não era proibido, e que, na compreensão do assunto ele deveria ir além do Antigo e considerar inclusive o Novo Testamento. Ao pedir uma explicação sobre Provérbios 23.31, a pergunta que o aluno fez nas entrelinhas, e que eu também estou acostumado a ouvir de forma direta na Igreja, foi: “Professor, é pecado beber?” O assunto não morreu ali, e como faltavam poucos minutos para o término da aula, segui com o tema, pois a pergunta de um, logo se tornou a de todos/as. Desde a primeira vez que preguei, há uns 17 ou 18 anos, fiz um compromisso de não ir além do que está escrito, conforme nos orienta Paulo em 1 Coríntios 4.6, e sob tal compromisso, e por estar em um espaço acadêmico onde a sinceridade no ensinar deve ser primordial, respondi aos alunos, o que segue: A Bíblia e a bebida alcoólica A Bíblia não é proibitiva, mas sim orientativa no tocante ao uso da bebida alcoólica. Não há textos que proíbam o suo moderado, há os
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O que a Bíblia, os Cânones e a minha consciência me obrigam a dizer
“
Embora não pregue ser pecado o uso de bebidas alcoólicas, pois não é, livremente sou abstêmio e vejo o alcoolismo como um malefício que pode levar ao pecado”