Som do Rock Magazine nº 1

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Edição nº 1 2015 Janeiro

Som do Rock Portugal

Foto Reportagem

Fotos de Paula Martins - Foto de Capa - Inquisitor

Entrevistas Exclusivas do Som do Rock. Com a Banda SIStema e Nuno Flores (The Crow). Biografias de DARK NECROPOLY (Moçambique) e Insaniter (Grécia)


O primeiro trabalho com o nome do Som do Rock. Podes fazer o Download de forma gratuita no nosso site e disfrutar de boa mĂşsica. SĂŁo

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Edição nº1 2015 Janeiro Som do Rock—Portugal

Editorial: Bem Vindos. Este é o numero 1 do Som do Rock Magazine. Apos ter tido um bom retorno da edição nº 0, estamos prontos para o lançamento Oficial da publicação. Neste numero já mais composto e com 40 paginas, vamos ter informação, entrevistas, reportagens, biografias e muito mais. Vamos contar com a colaboração de Lunah Costa, Ricardo Pato, Paulo Teixeira e muitos mais. Podem enviar as vossas sugestões para o seguinte e-mail. geral@somdorock.pt Obrigado Paulo Teixeira

Indice: Pag: 03 Noticias Pag: 04—Amplificasom faz 8 anos Pag: 05– AMON AMARTH - Em Portugal Pag: 06– THROUGH THE SILENCE Pag: 07– Vagos 2015 Reportagem Pag: 09– Pax Julia Metal Fest 2014 Entrevistas

Ficha Técnica: Propriedade: Som do Rock Data : Janeiro de 2015 Preço: Grátis (Proibido a sua impressão e venda) Colaboradores: Redação / Paginação e conteúdos: Paulo Teixeira Reportagem/ Entrevistas: Lunah Costa Cronicas:

Pag: 13– Enttrevista exclusiva –SIStema

Ricardo Pato

Pag: 16– Entrevista exclusiva—Nuno Flores

Colaborador:

Cronica Pag: 17— O que eu penso Biografias Pag: 18-DARK NECROPOLY (Moçambique)

Davi Cruz É proibido a reprodução total e ou parcial de texto / Fotos sem a previa autorização. Pedidos de autorização : geral@somdorock.pt

Pag: 19—Insaniter (Grécia) Som do Rock Magazine nº 1 / Janeiro 2015 pag 03


Notícia:

A AMPLIFICASOM CELEBRA 8 ANOS A primeira pergunta costuma ser: “como é que tudo começou?”. Hoje, exactamente oito anos depois, ainda não sei responder. O que me fez escrever a uma banda para organizar um concerto? Porquê? Para quê? Não tinha qualquer knowhow, qualquer experiência, qualquer ajuda de alguém da área. Lembro-me bem e recordo com carinho de tudo o que vivemos nesse dia, foi realmente especial, foi o início não planeado da nossa/ vossa Amplificasom que hoje celebra 8 anos. E que 8 anos… Pouco depois dos Enablers, já em 2007, o James Blackshaw na Maia para amigos e pouco mais; os Pelican num Porto-Rio cheio a suar pelas paredes – o Porto mostrava fome por sons diferentes; uns Bossk numa Fábrica de Som cheia – imaginem os Cult of Luna na vossa sala de estar; os Orthodox quase à uma da manhã porque em 2008 as pessoas sabiam que os concertos atrasavam sempre e também nós tivemos que passar por isso; os peruanos La Ira de Dios a tocarem para 16 pessoas; os Ephel Duath pela primeira vez em Portugal; e os Boris; e os Secret Chiefs 3; e os Caspian; o último concerto dos These Arms Are Snakes na mesma noite que iniciávamos uma longa relação com os Russian Circles; o primeiro TRIPS; o primeiro concerto esgotado – A Silver Mount Zion (e mal adivinhávamos que seríamos os responsáveis pelo regresso dos GY!BE); os Nadja e os Monarch; os Wolves in the Throne Room quando poucos queriam saber – isto em 2009; os Earth que nunca mais voltaram a Portugal (e que abraço dei ao Dylan); This Will Destroy You completamente esgotado; a primeira vez dos Kayo Dot; a primeira vez dos Fuck Buttons quando ainda eram um segredo; os Zu e o jantar mais oleoso de sempre que tivemos com uma banda; os ISIS na primeira e última vez em Portugal; Mono já em 2010 num Serralves esgotado; Shin’ichi Isohata, o último aluno da lenda Masayuki Takanayagi; Kylesa na primeira vez que sentimos pessoas a virem de todo o país; Altar of Plagues na Fábrica de Som (verdade, aconteceu mesmo); o Eugene Robinson (esse mesmo) a fazer a primeira parte de Aluk Todolo também na Fábrica;

Mono já em 2010 num Serralves esgotado; Shin’ichi Isohata, o último aluno da lenda Masayuki Takanayagi; Kylesa na primeira vez que sentimos pessoas a virem de todo o país; Altar of Plagues na Fábrica de Som (verdade, aconteceu mesmo); o Eugene Robinson (esse mesmo) a fazer a primeira parte de Aluk Todolo também na Fábrica; Shellac pela primeira vez em Portugal (!); Sun Araw que agora toca nos festivais de massas; OM pela primeira vez por cá também; Scott Kelly já em 2011 – aquelas lágrimas eram verdadeiras; Arthur Doyle (RIP) cujo concerto originou os nossos primeiros discos; o primeiro Amplifest com Godflesh, Jesu, Acid Mothers Temple, Bardo Pond, Barn Owl, etc etc – foi marcante; Matana Roberts com quase 200 pessoas num Domingo à tarde; os Deafheaven antes de serem o monstro que são; o génio Eyvind Kang; Full Blast com a lenda viva Peter Brötzmann – o que eu tremia quando o fui buscar ao aeroporto; o segundo Amplifest com os Godspeed, Bohren, Amenra, Ufommamut, Oxbow em formato duo; Meshuggah; Cult of Luna (lembro-me que no concerto de Coimbra distribuímos flyers para Pelican, foi mais um sonho tornado realidade); os Metz antes da fama; o terceiro Amplifest com outra lenda – Kim Gordon – e a Chelsea Wolfe, Year of no light, etc; King Dude e o sétimo aniversário; o regresso do TRIPS; o Michael Gira (!) e mal sabíamos (lutávamos, é certo) que neste mesmo ano os Swans iriam passar no Amplifest; Ken Vandermark e Paal Nilssen-Love a ficar para a história dos concertos-mito do Porto; a noite Church of Ra

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Notícia:

AMON AMARTH - Em Portugal a Fevereiro2015

10 de Fevereiro - PARADISE GARAGE (Lisboa) 11 de Fevereiro - HARD CLUB - SALA 1 (Porto) Abertura de portas: 19h30 - Início do espetáculo: 20h30 1ª parte: Huntress + Savage Messiah Não são muitas as bandas que, ao nono álbum, podem gabar-se de estar a atravessar o momento mais poderoso, dinâmico e agressivo da sua carreira. Os suecos AMON AMARTH são uma raríssima exceção à regra e, consistentemente, têm conseguido elevar o jogo a cada novo passo que dão. Neste caso, é na sequência de duas tours pelos Estados Unidos, outras duas pela Europa, incursões pela Austrália e América do Sul, assim como passagens por grande parte dos festivais de Verão deste ano, que vão “ancorar” de novo na Europa. Depois das muito bem recebidas passagens por Lisboa, Vagos, Almada e Porto, criou-se uma ligação forte entre o grupo e o público nacional, por isso não é de estranhar que as audiências lusas estejam novamente na sua mira dos vikings suecos. Enquanto não gravam o muito aguardado sucessor de «Deceiver Of The Gods», e numa altura em que estão mais oleados que nunca depois de ano e meio a tocar sem parar, os AMON AMARTH vão protagonizar um triunfante retorno ao Velho Continente. A nova rota tem paragem assegurada a 10 de Fevereiro no Paradise Garage e a 11 no Hard Club, em Lisboa e Porto, respetivamente. Tendo explodido na cena do death metal melódico sueco em 1998, com «Once Sent From The Golden Hall», cada novo álbum dos AMON AMARTH chega ao público a rebentar pelas costuras de muito poder, melodia e narrativas envolventes, centradas na riqueza da cultura local.

Desde que o icónico Quorthon percebeu que fundir a mitologia nórdica e a força do metal poderia dar origem a resultados musicais explosivos, muitas foram as bandas que trataram de absorver essas influências e procurar inspiração no último bastião da cultura pagã a extinguir-se no Velho Continente. A fusão ganhou forma, expandiu-se e deu origem a todo um sub-género da música extrema, apropriadamente designado viking metal. Johan Egg e companhia são dos melhor sucedidos herdeiros dessa tradição e, ao longo de uma carreira que já ultrapassou as duas décadas, transformaram-se num nome icónico a nível underground e, com o passar dos anos, numa força a ter em conta a nível mainstream – deste e do outro lado do Atlântico. Com 2014 a marcar o vigésimo segundo aniversário do nascimento do projeto e o décimo sexto desde a estreia com «Once Sent Through The Golden Wall», a longevidade e reputação no que toca a assinar bons álbuns uns atrás dos outros sem paragens pelo meio, atiram-nos para uma trajetória semelhante à dos muito aplaudidos e influentes Slayer e Cannibal Corpse. Uma posição digna de respeito, entenda-se. Estoicamente fiéis às regras que criaram no início de carreira, espalhando a mensagem dos seus antepassados a uma horda de fiéis que tem crescido a olhos vistos desde o lançamento do EP «Sorrow Throughout The Nine Worlds». Uma banda que ninguém quer que mude demais, com a consistência da mensagem igualada apenas pela força que entregam às suas atuações em palco e pela tenacidade que entregam aos seus registos de estúdio. «Deceiver Of The Gods», o álbum mais recente, produzido por Andy Sneap em 2013, capta o quinteto no auge de seus poderes. Death metal melódico e injetado de riffs enérgicos e melodias orelhudas, tão épico quanto poderoso, com o rugido imponente de Johan Egg a comandar as tropas com punho de aço.

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Notícia:

THROUGH THE SILENCE O SOM QUE VEM DOS AÇORES

Through The Silence é um projecto de Metalcore da ilha Terceira que teve o seu início em Agosto de 2012. Em Fevereiro,do ano seguinte, a banda entrou no “Soundivision Studios” para gravar a sua primeira demo/promo, “Memories”. O dia 24 de Maio, foi escolhido para a estreia ao vivo, no Praia Rock Café. Uma semana depois a banda arrecadou o 3o lugar no concurso de banda do “Festival de Música&Motores”. Words", no Waveyard Studios, estando o lançamento previsto para o fecho do ano.Sobre o Ep: Through The Silence vai lançar o seu Ep de estreia "Debt of Words" em Dezembro de 2014 de forma independente. O EP contém 5 temas originais escritos e elaborados pela banda entre 2012 e 2014, derivando de temáticas pessoais dos elementos constituintes, passando por umasonoridade metalcore com influências de thrash, melodic death metal, groove e punkrock. A produção e masterização foi levada a cabo por Tiago Alves (Anomally, Human Hate, Waveyard Studios –

Terceira, Açores).

O artwork foi produzido por Pn Serra (The Last of Them, Pn.undergroundDesings – Portugal). Recentemente a banda participou numa compilação norte americana " Presente, future,past" lançada pela Rise or Die records e que conta com 17 bandas oriundas dos Estados unidos, Eslovénia, Canada, Alemanha, Reino unido e Austrália. Membros: Guitarra/voz- Pedro Freitas Guitarra- Vitor Parreira Voz- Andre Lopes Bateria- Valente Fagundes Baixo- Edgar Fernandes

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Notícia:

Pelo terceiro ano consecutivo, o Festival VAGOS OPEN AIR regressa à Quinta do Ega no segundo fim de semana de Agosto. Em 2015, a sétima edição do mais representativo dos festivais de peso em solo nacional acontece nos dias 7, 8 e 9 de Agosto, em mais uma sequência de concertos de excelência, estrategicamente pensada para agradar a qualquer fã de música extrema que se preze. Mantendo a aposta na qualidade e diversidade em oposição à quantidade – e após o passo de gigante que foi a expansão de dois para três dias na edição de 2014 – continua em marcha um plano de crescimento e consolidação sem precedentes em solo nacional, refletido na maior enchente de sempre da história de um evento que, solida e paulatinamente, se estabeleceu como ponto de paragem obrigatória para quem segue de perto o que de melhor se vai fazendo no espectro do som eterno. Para a edição de 2015 está já garantida a há muito aguardada estreia em Portugal do super-projeto sueco BLOODBATH e o regresso dos finlandeses AMORPHIS, no ano em que comemoram o 20º aniversário do icónico «Tales From The Thousand Lakes». Como já vem sendo habitual, o cartaz do V.O.A. reserva também espaço para a nova geração de peso e vai contar com a presença de duas revelações que prometem dar muito que falar no próximo ano, os suecos VILDHJARTA e os portugueses MOONSHADE.

Erradamente vistos apenas como "mais um superprojeto retro", os BLOODBATH são muito mais que apenas isso. Sim, a formação da banda é uma efetivamente constelação de estrelas do cenário extremo – pela formação da banda passaram elementos dos Katatonia, Opeth, Hyprocrisy, Witchery, Bewitched, October Tide e Diabolical Masquerade, entre outros – e a música que fazem é nostálgica, mas – determinados a provar que são mais que apenas uma aventura fugaz – os músicos suecos muito trabalharam ao longo de mais de uma década para construir uma reputação sólida e um fundo de catálogo exemplar. Com o EP de estreia «Breeding Death» a suscitar curiosidade enorme em relação ao grupo e a sequência de álbuns formada por «Resurrection Through Carnage», «Nightmares Made Flesh» e «The Fathomless Mystery» a solidificá-lo como uma das mais interessantes propostas de death metal old school criadas na viragem do milénio, o quinteto com base em Estocolmo transformou-se rapidamente num caso sério de sucesso. Mistura do melhor que as tendências escandinava e norte-americana ofereceram ao underground mais bruto no início dos 90s, o quinteto liderado por Anders Nyström e Jonas Renkse tem servido sistematicamente lições consistentes de como fazer puro death metal sem compromissos ou concessões. 2014 marcou o regresso do projeto aos álbuns com «Grand Morbid Funeral» e um novo vocalista – o lendário Nick Holmes, dos Paradise Lost. A dar cartas, primeiro a nível underground e – poucos anos depois da formação da banda em 1990 – em massa, os AMORPHIS são um dos nomes incontornáveis do boom do metal europeu de uma das décadas mais profícuas no que à música de peso diz respeito. Hoje uma das "potências" com mais força no que toca à produção de heavy metal em todas as suas vertentes, as coisas nem sempre foram assim na Finlândia, mas antes dos Nightwish, Children Of Bodom e HIM, já os autores de «The Karelian Isthmus» estavam presentes na mente dos apreciadores do death metal não alinhado com os clichés da altura. Som do Rock Magazine nº 1 / Janeiro 2015 pag 07


Ao longo de uma carreira que já ultrapassou a marca das duas décadas, conseguiram conquistar o seu lugar de destaque no panteão do som de peso e foram essenciais na tarefa de levar ao mundo o metal finlandês graças a discos como «Elegy» ou «Tales From The Thousand Lakes». É precisamente no incontornável álbum de 1994 – verdadeira lufada de ar fresco aquando da sua edição e um dos títulos mais marcantes da música extrema produzida nos anos 90 – que o quinteto formado por Esa Holopainen, Tomi Koivusaari, Jan Rechberger, Tomi Joutsen, Santeri Kallio e Niclas Etelävuori se vai focar neste regresso ao Vagos Open Air, depois de uma passagem apoteótica pelo festival em 2010. Uma oportunidade única para revisitar clássicos como «Black Winter Day», «The Castaway», «Into Hiding» ou «In The Beginning», entre muitos outros, emblemáticos da época dourada do underground europeu. Os VILDHJARTA foram criados por Daniel Bergström, Jimmie Åkerström e Johan Nyberg em 2005, em Hudiksvall, na Suécia. Verdadeira sensação desde o primeiro momento, muito graças às maquetas que puseram a circular na internet, passaram os últimos cinco anos a desenvolver um estilo próprio e, com os músicos espalhados pela Suécia, foram escrevendo as suas canções via e-mail, refutando a ideia de que a distância pode ser um obstáculo quando chega a altura de compor. À medida que mais e mais canções iam tomando forma, a progressão natural passava por encontrar elementos para completar a formação da banda. Com uma base de seguidores consolidada a nível underground, começam a surgir os primeiros convites para tocarem ao vivo e os músicos reúnem-se pela primeira vez em palco, sendo que a experiência lhes deu a confiança necessária para começarem a trabalhar num disco de estreia. A banda contacta diversas editoras e, na Primavera de 2011, assina um contrato mundial com a Century Media. «Måsstaden» foi gravado e misturado por conta própria – ficando só a masterização a cargo do muito reputado Jens Bogren – mas é a prova viva de que Bergström e companhia sabem exatamente como chegar ao destino que traçaram, desde bem cedo, para si próprios. Neste caso em particular, um álbum conceptual de proporções épicas, narrado como uma fábula que alterna momentos brutais com outros mais atmosféricos de uma forma desconcertante.

Corria o ano de 2009, quando o guitarrista Pedro Quelhas e o baterista Cristiano Brito – determinados a aventurar-se num som diferente daquele praticado pelo seu anterior projeto, os Deep Cut – decidiram juntar-se ao guitarrista Dinis Martins, ao baixista Rúben Oliveira e ao vocalista Ricardo Pereira para formarem os MOONSHADE. Influenciados pelo death metal melódico escandinavo e estabelecendo o objetivo de misturar elementos mais melódicos com outras vertentes sonoras mais extremas, lançaram – em formato digital – «The Path Of Redemption», o EP de estreia, em 2010. Após alguns concertos, ocorrem as inevitáveis mudanças na formação, com a saída da secção rítmica e a entrada de Afonso Aguiar para a posição de baixista. Em 2014 é lançado um segundo EP com o título «Dream | Oblivion», o primeiro a ser disponibilizado em formato físico, contando com Luís Neto como baterista de sessão. O lançamento é acompanhado pelo "lyric video" do single «Goddess Eternal» e também pela entrada de Sandro Rodrigues para a bateria, marcando assim o início de uma nova era para a banda do Porto. Em 2015 estão mais vivos que nunca e, segundo os próprios, prontíssimos para "redefinir musicalmente o desespero, o caos e a morte". Os bilhetes custam 65 euros (passe três dias) e 32 euros (diário) à venda nos locais habituais. Pack especial passe + t-shirt oficial do festival à venda a partir do dia 2 de Dezembro.

Foto: Helena Granjo Vagos Open Air 2014

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Reportegem:

Foto Reportagem— Pax Julia Metal Fest 2014 O Pax Julia Metal Fest 2014, foi mais um hino ao bom gosto pela música. Mais um bom evento que já vem sendo habito . Este ano contou com: [In Mute], Deadlyforce, HEID, Inquisitor, Martelo Negro, Shoryuken, The Unholy. Foi uma mão cheia de bom Metal, nesta reportagem não vai haver muita escrita, mas vão ter muitas e boas fotos tiradas pela objetiva de Paula Martins.

[In Mute]

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Foto reportagem—Pax Julia Metal Fest 2014 Deadlyforce

HEID

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Inquisitor

The Unholy

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Martelo Negro

Shoryuken

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Entrevista:

Entrevista Exclusiva de Lunah Costa aos SIStema No dia 10 de Outubro, esta banda de Parede, aventurou-se a vir apresentar-se ao Porto, no Heavens Club, a convite dos Templários do Rock e aceitaram receber-me de braços abertos e cerveja na mão. Os SIStema, acima de tudo, são pessoas cuja companhia não podia ser mais agradável e divertida. São músicos por gosto, não por fama nem por "mania". E isso reflete no trabalho deles e nos seus espetáculos. Estão na música porque se gostam de fazer o que mais lhes dá prazer: tocar, divertirem-se e beber! E por isso são verdadeiros músicos do Punk Hardrock do mais puro e duro. Como todos os músicos nacionais, correm o país com as dificuldades com as quais não se deveriam sujeitar: as despesas, a falta de condições e a falta de apoio quer financeira quer do próprio púbico, apesar de terem sempre a casa bem recheada. Foi com enorme prazer que estive à conversa e a assistir ao sound-check destes "moços" bem humorados (apesar de terem feito uma viagem de mais de quatro horas). Começo por apresentar o fundador da banda, Raffa. Ele também é o compositor, baixista e vocalista. Um grande senhor! Mesmo sendo conhecido pelo "anão" da banda. Na bateria temos sempre com uma gargalhada sonora, o Alex, sempre a partir os pratos! Na guitarra ritmo, temos o Mosk, o intitulado "intelectual" da banda. E por fim, temos o Fininho na guitarra a solo, a versão portuguesa do Slash. Depois de vos ter apresentado a formação, vou agora passar à entrevista, para conhecerem um pouco o percurso da banda, as suas dificuldades e opiniões sobre o panorama "pesado" em Portugal.

Lunah Costa: Boas! Gostaria de saber, para começar, como surgiu a ideia de formarem uma banda? Raffa: Eu quis tocar numa banda, não queria estar parado. Mas para formar uma banda, acima de tudo, é preciso haver amizade. Uma banda só se forma assim, pela amizade e companheirismo. Não importa se tocam bem ou mal, o que importa é a amizade entre os elementos. L.C: Até à data, quantas formações os SIStema tiveram? Raffa: Eu tive uma formação anterior, que era a Joana na bateria, a Ana na voz e eu era guitarrista, o outro guitarrista era o Papu e o Bill no baixo. Fizemos uns concertos, depois cada um foi para o seu lado, por motivos pessoais (casaram, filhos e profissionais) e então a banda acabou. Retomamos em 2012, comigo na voz e baixo, nas guitarras o Mosk e o Fininho e o Alex na bateria.

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L.C: Porque o estilo PUNK? Raffa: Eu sempre fui Punk, nunca fui outra coisa (risos). Mas com os novos membros, cada um dá o seu toque. O Fininho é mais do hardrock e isso acaba por influenciar o resultado final. L.C: Como surgiu o nome da banda? Raffa: SIS, a secreta que ainda hoje existe, dizem que não, mas existe e Sistema em referência ao Sistema de SIS. L.C: Têm algumas bandas que influenciam o vosso trabalho? Raffa:Eu tenho influências do Punk, o Alex mais do Punk Hardcore e o Fininho do Hardrock. Fininho: Especialmente Guns and Roses ,como é visivel, (risos). Alex: eu às vezes fico na bateria a dar-lhe mais Punk Hardcore, como Ratos do Porão, e o Fininho e o Mosk dão-lhe mais para o rock. Eles já se conheciam antes. -Fininho: Sim, trabalhamos juntos no Mcdonalds (risos). L.C: As vossas letras têm algum assunto definido ou é variável? Raffa: Sou eu que escrevo. Falo na minha vida, de copo na mão (risos) e no meu dia a dia. L.C: Como funciona o vosso processo de composição? Todos os elementos contribuem ou há um membro com essa responsabilidade? Fininho: Normalmente, o Raffa chega ao ensaio com uma ideia e depois cada um dá o seu cunho pessoal. Eu tento dar um toque mais hardrock mas sem fugir muito daquilo que é SIStema.

L.C: Têm algum EP ou album para breve? Raffa: Não, lançamos o "Caos" faz agora um ano. Por isso ainda o estamos a promover nos nossos concertos. Custa 5 euros, se quiserem comprar (risos). L.C: Qual é o vosso principal objetivo enquanto banda? Fininho: Chegar ao paraiso (risos). Raffa: Divertimo-nos muito. Beber muito e curtir muito. Se conseguirmos lucrar com isso, melhor claro. Fininho: O Punk é um bocado mais pelo gosto. Alex: Fazemos música por gosto, o resto vem por acréscimo. Se fizermos por fama ou por dinheiro, estamos lixados. Mosk: Acima de tudo, fazer música. É isso que nos dá prazer. L.C: Relativamente a concertos, é relativamente fácil conseguir concertos no nosso país? Raffa: Através de conhecimentos, torna-se fácil. Mas infelizmente neste país, dá mais despesas do que lucro. O que ganhamos é a porta, comissão por pessoa. Há bares que nem oferece bebidas ao pessoal, outros sim. Fininho: Por acaso nisso temos sorte, porque temos quarto casas amigas em Lisboa que podemos sempre tocar. Raffa: Vir cá ao Porto é sempre mais arriscado, mas conheci o Lourenço ( Templários do Rock) que nos convidou e tivemos todo gosto em vir, como nós também já os convidámos para irem a Lisboa.

Raffa: Temos algumas músicas antigas que agora estão diferentes porque os membros da banda mudaram e vieram trazer novas coisas, novas ideias.

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L.C: Que tipo de entraves costumam encontrar? Alex: As despesas. As vezes nem ganhamos para as cobrir. Para pagarem a bandas de fora, há todos os investimentos e ajudas, as bandas nacionais é o que não. Fininho: Por exemplo, nós gostamos de convidar bandas do norte a irem a Lisboa tocar, mas nem sempre nos metemos nisso porque não dá para garantir que vão ganhar para as despesas e nós também gostamos de garantir o mínimo possível, não queremos deixar ninguém ficar prejudicado, gostamos de proporcionar as condições mínimas. Mosk: Mas lá esta, como nós arriscamos a vir aqui ao norte, outras bandas tem que arriscar a ir ao sul. L.C: Como é a reação do público nos vossos concertos? Alex: Depende muito da zona do país. O pessoal do norte e sul, adere muito mais que o pessoal do centro de Lisboa. Arredores de Lisboa corre bem, mas no centro nem sempre. Fininho: O público de Viana e Esposende, por exemplo, adere muito mais que em Lisboa. Aqui no norte o público adere mais a este tipo de eventos. Nota-se que vão aos concertos para ouvir e não para avaliar os erros dos músicos como dão a sensação o pessoal de Lisboa. São mais da pesada, curtem mais. Mosk: E não só, já fomos mais a sul como Alentejo e o público também adere muito. Apenas Lisboa centro é que o público já não adere tanto. Alex: Em 2013, em Março, fomos a Coimbra, e o concerto foi tipo numa república e o público foi muito bom,fizemos grande concerto. L.C: Na vossa opinião, o pessoal apoia as bandas no sentido de irem assistir aos concertos de bandas nacionais? Raffa: O pessoal prefere esperar pelo Verão para irem aos festivais verem bandas estrangeiras, que muitas vezes não têm nem metade da qualidade das bandas nacionais que fazem o seu melhor com as poucas condições que têm. Gastam muito mais que trinta euros enquanto que a ir aos concertos das bandas nacionais gastariam muito menos e ouviam boa música. Dão mais de cem euros nesses festivais com bilhetes, comida e bebida, mas apoiar as bandas nacionais, esquece.

Fininho: Também hoje em dia há mais oferta de bandas do que nos anos 90, quando o Raffa começou a tocar. E o público começa a dispersar. A perder a vontade de conhecer novas bandas. Alex: O pessoal ainda pensa que o que vem de fora é que é bom, e não é assim! O público prefere pagar para ver bandas estrangeiras do que nacionais, e assim, a música nacional corre riscos. Preferem ver bandas de pouca qualidade mas que vêm de fora do que ver bandas de cá mas com muita qualidade! Raffa: Se por exemplo, uma banda tocar sempre na mesma zona ou no mesmo local, o pessoal pode ir a um ou a dois concertos mas já não vai mais. Mas neste momento, tudo o que aparece para tocar, a gente aproveita. Mesmo que não se tenha lucro, divertimo-nos e cada vez que se toca, melhor vamos tocando. Temos que aproveitar todas as oportunidades e arriscar. L.C: As redes sociais são ou não essenciais para ajudar a divulgar o trabalho de bandas em "progresso"? Alex: Acho que isso veio a estragar um pouco. Antes para o pessoal conhecer, tinha que se mexer, ir a concertos. Hoje em dia basta ir ao facebook e têm lá tudo. Basta irem a net e ouvem música. Antigamente não! Saiamos há rua à procura de cartazes de concertos. As próprias bandas iam para a rua divulgar. E nesse tempo os concertos tinham mais valor, eram mais valorizados! Hoje em dia parece mais banal. É só mais um concerto. Se a banda for grande, acho que ajuda. Mas se a banda for pequena, que ainda está a crescer, acho que não é o melhor meio de divulgação. Raffa: Sim, clicam"gosto" por clicar, dizem que vão aos concertos e não aparecem. Fininho: É uma boa ferramenta, mas não podemos fixarmo-nos apenas nisso. Mosk: É uma boa ferramenta de divulgação, na minha opinião. Para divulgar em outros meios, é preciso algum investimento, como cartazes pela rua, enquanto o facebook é gratuito e toda a gente tem acesso. Mas atuar continua a ser o melhor meio de mostrar o trabalho de uma banda. L.C: Para finalizar, se tivessem que dar três boas razões para convencerem o público a ir aos vossos concertos, quais seriam? Raffa: Temos boa música, muita bebida e porque somos bonitos (risos). Cheers & Beers!

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Entrevista:

Entrevista exclusiva a Nuno Flores (The Crow) 3. Como manter a chama do underground acesa através do instrumental? É um grande desafio, estás de acordo? NF: É verdade. Mas tudo na vida é um desafio e este, para mim será mais um e melhor. Cada ideia que coloco em prática é para a evolução. 4. Como surgiu a ideia de trabalharem neste som?

Entrevista feita a Nuno Flores, mentor e figura central da Banda, The Crow. O que vamos observar são um quarteto e Nuno Flores estuda a atitude necessária do heavy metal, afirmando que através do seu mundo, alastra uma névoa avermelhada. Agora … Nasce uma criança do submundo. O fogo e a chama: O Metal dos The Crow

NF: Em conversa e um dia com a rádio ligada ouvimos este som e percebemos a comercialização e marketing envolvido neste estilo. O poder perante o público. Não perdemos tempo e decidimos experimentar, porque não. 5. Consideram por vezes o heavy como o extravasar de emoções, isso vê-se nos palcos. Os The Crow são conhecidos pelo submundo mas num outro sentido estético, agora têm uma estética bastante diferente. Desde o palco à sintonia com os fãs. O que os fãs podem esperar deste novo ciclo?

A Nation, a struggle, a weapon, our Music 1. No underground, faz-se música por amor e por identificação. É por aqui, que os The Crow querem continuar a demarcar-se?

NF: Aquilo que sempre esperam dos The Crow, algo diferente mas um espetáculo ainda mais eletrizante.

NF: Os The Crow criaram a sua marca, fazemos música porque não queremos apenas ser identificados como músicos de um único estilo, mas também reconhecidos pela nossa paixão em recriar.

6. Heavy Metal por ser um estilo rico possui várias vertentes e ramificações, como por exemplo o Death Metal, Black Metal, entre outros: vão fazer um mix de todos os estilos, trazer das trevas a luz como um modo de vida?

2. O metal extremo é para ser vivenciado, produzido, experimentado cotidianamente e atualizado a cada encontro, a cada prática coletiva. É, desde o início do projeto dos The Crow, a ideia?

NF: Será o implementar nações passadas e futuras. Bandas que deixaram a sua marca e outras que estão agora a começar. Vamos recriar a história e contá-la de outra forma sem fugir ao estilo.

NF: Sim, é verdade. Qualquer projeto dos The Crow estabelece uma única e simples regra: vivenciar, atualizar e sem querer ser repetitivo nas minhas palavras desmistificar o violino. Transformar o seu som em algo grandioso.

7. Será só quarteto ou podemos esperar surpresas? NF: (risos) Será para surpreender

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Cronica:

O que eu penso. Cronica de Ricardo Pato

Depois do sucesso de 2014, e do grande crescimento que tem vindo a ter ao longo destas 6 edições, o Vagos Open Air promete mostrar que Portugal está a ter mais influência nas Tours internacionais de grandes nomes da indústria do Metal.

Agora falando da próxima edição, mais em jeito de notícia, o festival de Vagos em 2015 conta já com a presença de 4 bandas anunciadas no primeiro dia do mês de Dezembro.

Bandas como Kreator, Opeth, Epica, Overkill, Arch Enemy, Testament (…) demonstraram grande prazer ao marcar presença neste festival, que surgiu da união de duas empresas nacionais, Prime Artists e Ophiusa Eventos, que decidiram fundir dois festivais de Metal para o transformar no Vagos Open Air.

Os suecos Vildhjarta, uma banda de Djent, que ainda não tive oportunidade de ouvir com atenção, mas que parecem prometer um bom espetáculo.

Eu tive o prazer de poder estar presente na edição de 2014, que teve um crescimento enorme, com a adição de um terceiro dia no festival, algo que se mantém este ano. Tive a oportunidade de rever Kreator, que demonstram que ainda sabem dar bom thrash ao pessoal. Mas foi o concerto de Behemoth que mais me marcou, talvez pela “violência pacífica” dos metaleiros presentes no festival, que sabem como se divertir sem magoar ninguém. Após esse concerto aconteceu algo que me marcou bastante, os seguranças encarregues de “apanhar” os surfistas do “crowd surf”, agradeceram ao público pela falta de violência nos mosh pits e no crowd surf. Foi um gesto bonito.

Os portugueses Moonshade que mostram que em Portugal se faz bom Melodic Death Metal com influências escandinavas.

Os velhos finlandeses Amorphis, que o público português bem conhece, depois da passagem em 2013 com o albúm Circle, voltam este ano a Portugal, para a comemoração dos 20 anos do Tales From The Thousand Lakes. E por último os suecos Bloodbath, um supergrupo formado em 1998 que promete dar um “banho de sangue” aos visitantes do festival português. O Vagos Open Air começa então com 3 confirmções de bandas nórdicas, que para mim é onde se pratica melhor este género musical. Pode-se então dizer que já tenho lugar marcado para esta edição. E vamos então esperar pela confirmação de mais nomes grandes para o festival, e que o festival cresça ainda mais para ser um dos mais aclamados festivais a nível europeu. Mas isto já sou eu a sonhar alto com o futuro. Um passo de cada vez. Tenham um bom ano 2015. Ricardo Pato

Som do Rock Magazine nº 1 / Janeiro 2015 pag 17


Biografia:

DARK NECROPOLY - O DEATH METAL DE MOCAMBIQUE É uma banda de Death Metal Moçambicana, que esteve em coma durante vários anos. Em 2012 seus membros decidiram se reunir e traçar novos planos para a banda, contratando um novo baixista ( Morgue ex D.C), para fazer parte dessa grande família. depois de muito ensaio e novas composições, seus membros decidem apresentar seu trabalho sendo bem recebido pelo publico e outras bandas. Sendo convidada para tocar em vários concertos com bandas locais. Para 2014, a banda pretende iniciar com a gravação do primeiro demo e vídeo.

Informação básica Género

Death Metal

Membros

Poison- vocal Morgue- Bass Bon jovi- Guitara Holmes- Bateria

Naturalidade Moçambique Diretor-geral Mauro Jane ( Morgue) Influências

suffocation, cannibal corpse, +

Localização

Maputo Moçambique

Som do Rock Magazine nº 1 / Janeiro 2015 pag 18


Biografia:

Insaniter - O Thrash METAL vindo da Grécia

Insaniter é uma banda de thrash metal da Grécia, criada em 2011 e que neste momento atual tem apenas um membro que grava todos os instrumentos (Initium EP) e alguns amigos próximos que o ajudam. Eles juntos tem feito vários shows. E no setor discografia, eles fizeram a demo "alley of fear(2012)" e os eps "mind of evil" e " raise the dead" (que vai ser regravado,) e o mais recente ep "Initium" (2014). Eles trabalham sozinhos, sem qualquer motivação monetário ou política só pelo prazer da música, eles apenas fizem música para eles proprios e para os fãs!

Som do Rock Magazine nº 1 / Janeiro 2015 pag 19



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