Dissertação de Mestrado: A fitorremediação como estratégia de projeto para a sustentabilidade urbana

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A fitodegradação é o processo de remediação no qual as plantas têm capacidade de absorver e metabolizar os poluentes através das propriedades 2 FITODEGRADAÇÃO de hidrofobicidade (grau de mistura com a água), solubilidade (capacidade de dissolver em líquido) e polaridade (cargas elétricas). Esse mecanismo é aplicado na remediação de compostos orgânicos fazendo uso de diversas espécies de plantas aquáticas (macrófitas). A fitovolatização é o processo de remediação no qual ocorre a transformação de poluentes em estado sólido ou líquido para estado gasoso, o que pode ser ambientalmente menos impactante. A volatização pode ocorrer pela 3 FITOVOLATIZAÇÃO biodegradação na rizosfera ou o poluente pode ser absorvido pela planta, e após passar por diversos processos metabólicos internos, é liberado através da superfície da folha. Esse mecanismo é aplicado no controle hídrico para contenção de contaminantes (pluma de contaminação), fazendo uso de espécies como Populus e Gossypium, capazes de absorver grandes quantidades de água. O quarto mecanismo, denominado de fitoestimulação é o processo no qual os microrganismos associados e/ou beneficiados pela presença vegetal (simbiose), estão envolvidos direta ou indiretamente na degradação dos 4 FITOESTIMULAÇÃO contaminantes. A variação desse processo é chamada de rizodegradação, pois ocorre nas raízes, muitas vezes as condições na rizosfera são favoráveis devido a aeração, umidade e exsudatos (açucares, ácidos orgânicos, aminoácidos, enzimas) que favorecem o crescimento de microrganismos, inclusive pode apresentar uma contagem até cem vezes maior do que em áreas sem influência de raízes. A aplicação desse processo é adequada para controle de contaminantes orgânicos. Por fim, o mecanismo de fitoestabilização pode ocorrer em três formas: (1) física, (2) química, (3) físico-química. Na fitoestabilização física, o processo ocorre devido a simples presença do vegetal, que funciona como uma barragem contra erosão superficial e a lixiviação do poluente. Na 5 FITOESTABILIZAÇÃO fitoestabilização química, o processo ocorre por meio de mudança química da zona das raízes e consequente alteração química do contaminante, isso porque os níveis de solubilidade, mobilidade do metal e dissolução de compostos orgânicos sofrem alteração por intermédio da mudança do pH do solo e pela exsudação (transpiração) de substâncias pelas raízes. Esse mecanismo é aplicado no combate de componentes inorgânicos e a seleção das espécies é feita de acordo com a tolerância às contaminações. Fonte: Elaborado pela autora com base em Matta; Tavares; Mahler, 2007 Figura 18. Esboço dos mecanismos da fitorremediação


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