CADERNO DE RECURSOS
processos que utilizam esse prefixo com o problema do lugar do outro nesta utilização. Utilizei em primeiro lugar este termo no intitulado da minha primeira investigação sobre a autoformação, Produire sa vie: autobiographie e autoformation (1983). Bonvalot e Courtois associaram-no ao projecto na vida profissional (1984). E Desroche denomina autobiografia raciocinada a sua aplicação à formação. O seu peso etimológico, que privilegia a escrita e um investimento pessoal que pode ser exclusivo, fizeram com que eu o abandonasse pelo conceito mais novo de história de vida, dirigindo a construção de um sentido temporal sem privilegiar o meio social e material de construção. O relato de vida, quanto a ele, insiste sobre «o enunciado de uma intriga» sem privilegiar o escrito ou o oral. G. De Villers desenvolve-o como abordagem de investigação-formação (in Desmarais, Pilon, 1996, pp. 107-134). H. Dionne utiliza o relato colectivo como investigação-intervenção (1996, pp. 178-199). E P. Leguy, depois de A. Chéné, quer desenvolver o relato de formação no prolongamento da tradição alemã do Bildungsroman do qual o Wilhelm Meister, de Goethe, coloca as bases (in Courtois, Prévost, 1998, p. 34). O relato de vida tem o seu teórico, D. Bertaux (1997), introdutor da abordagem em ciências humanas em França.
Tabela 16.2 Diferenciação terminológica das abordagens entrando pela vida segundo os tipos de vida abordados TIPOS DE VIDA PRIVILEGIADOS ABORDAGENS ENTRANDO PELA VIDA
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VIDA VIDA EM EDUCAÇÃO
A EXISTÊNCIA GLOBAL SINGULAR
Biografia
Abordagem biográfica (Le Grand, 1993)
Autobiografia
Associação para o Património Autobiográfico (Lejeune, 1991)
VIDA PROFISSIONAL
Biografia formativa (Leray, 1998)
Biografia profissional (Robin, 1994, 1997)
Autobiografia raciocinada (Desroche, 1991)
Autobiografia -projecto (Bonvalot, 1984; Courtois, 1984)
PLURAL Biografia educativa (Josso, 1991) (Dominicé, 1996)
Relato de vida
Relato de vida (Villers, 1996) (Bertaux, 1997)
Relato colectivo (Dionne, 1996)
História de vida
Histórias de vidas: Histórias - existenciais de vidas: (Pineau, 1998) - de mulheres (Dominicé, 1990) (Couceiro, 1998); - de jovens (Radet, 1998) - de crianças (Abels, 1998)
Histórias de vidas: - em colectividades (Brun, 1999); - genealógica (Lani, 1997)
TEXTO 15 EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZAGEM E HISTÓRIAS DE VIDA
VIDA EM FORMAÇÃO
Relato de aprendizagem
Relato de formação (Leguy, 1998; Chéné, 1989) As histórias Histórias de vidas: de vida em - no trabalho (Riverin-Simard, formação (Lainé, 1984); 1998) - no ensino (Mallet, 1998); - de formadores (Vassileff, 1992).