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Observação

Observação

o Mercado estranhou, Mas estaMos a conquistá-lo

siMão anguilaze Director de programas da Media Mais TV

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é o mais recente canal de

televisão a entrar na grelha, em Moçambique, num mercado em que existem perto de uma dezena de outros canais. Até por isso, o projecto da Media Mais se caracteriza por alguma diferenciação ao nível da abordagem ao meio audiovisual, assumindo-se enquanto “mais do que uma televisão, com interesses que vão da produção própria à área de eventos”. Simão Anguilaze, o director do canal, explica o projecto à E&M.

O que é a Media Mais TV?

O grupo Media Mais foi formado em Dezembro de 2017 e está essencialmente virado para a exploração de negócios na área dos media. Temos várias unidades de negócio, nomeadamente a rádio, que foi o primeiro meio a ser criado e lançado, em Abril do ano passado, e que está a ter uma óptima aceitação em termos de audiência. Depois, a área do marketing, dos eventos e da produção própria, a Produções Mais. Vamos apostar também na pesquisa de mercado, a Data Mais, que até já fez duas sondagens no ano passado, para as eleições autárquicas. Por fim, a Academia Mais que irá formar, não só para o grupo, mas também para o mercado.

Como é que surge um projecto destes, numa altura economicamente, vamos dizer, desafiante para o país?

Bom, não tem sido fácil. Temos sentido isso desde a nossa chegada ao mercado. Fizemos tudo com fundos próprios dos accionistas (liderados por Paulo Muchanga, ex-PCA da HCB), porque nenhum banco nos quis dar dinheiro, certamente pelo risco associado à crise. São eles que aguentam e investem nesta operação, porque o projecto é ambicioso e todos acreditamos que o mercado vai melhorar neste, e nos próximos anos.

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curriculum vitae

Simão anguilaze tem uma carreira ligada aos media em Moçambique. Jornalista, chefe de redacção da tVM, chegaria a PCa da televisão pública. foi também vicepresidente da Comissão Nacional para a Migração Digital em Moçambique. em 2018 tornou-se director de programas da Media Mais tV.

MAISTV

A que se refere quando fala em investir na produção nacional?

A informação é e será sempre o nosso forte, mas temos de ter factores diferenciadores dos nossos principais concorrentes e aí entra a ficção nacional. Queremos posicionar-nos como produtores de ficção nacional. Temos acordos com a TVI, de Portugal, que teve também essa ousadia de fazer ficção nacional, e ganhou a aposta gerando toda uma nova cadeia de valor que não existia, que vai das produtoras aos actores e todos os produtos e meios associados a esse tipo de produção.

O que é que uma empresa deste género traz de diferente para um mercado que já tem uma dezena e meia de canais de TV, a maioria deles em graves dificuldades financeiras?

Penso que a grande questão é essa — olharmos o negócio de uma maneira multidisciplinar. Temos várias áreas que se vão integrando e é por aí que nos diferenciamos. Claro que, naturalmente, a televisão é a âncora. E ela tem de ser diferente e ter qualidade. Pela minha experiência de televisão, ao longo dos anos, os principais canais fazem todos exactamente a mesma coisa, com estruturas muito pesadas. É verdade que a roda já foi inventada, mas temos de encontrar uma nova forma de a pôr a funcionar. Investimos fortemente nos equipamentos, tudo 4K, estamos preparados para as plataformas digitais e temos vontade de fazer coisas novas.

E como é que o mercado acolheu a vossa ideia? Tem sido boa a reacção?

O mercado acolheu com alguma estupefacção e estranhou. Têm-nos dito que somos corajosos para entrar nesta altura. Mas o facto de termos feito uma rádio de qualidade deu-nos a credibilidade para continuar e estamos a conquistá-lo.

Actualmente as empresas olham com alguma desconfiança os patrocínios às empresas de media...

Sim, porque muitas televisões fazem pirataria de conteúdos e vão ter de deixar de fazer isso. Muitas vão cair. Nós fizemos uma aposta muito grande e, na verdade, penso que daqui a uns anos, só haverá quatro televisões de facto em Moçambique. E nós seremos uma delas.

O que é que espera para daqui a um ano?

Espero já estar a pisar alguns calos à nossa concorrência e ter conteúdo nacional de qualidade ‘no ar’.

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