Livro Psicóloga - Carla Lima

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Sobre viver

O COMBO DA VIDA 1ª edição

Carla Lima 1


Todos os direitos reservados. Copyright © 2019 para Carla Lima. ISBN: 978-85-67396-17-0 Capa e Projeto Gráfico Editorial Renata Peres Impressão e Acabamento Max Editora e Impressões Digitais E-mail para contato: orcamento@maxeditora.com.br Produção Editorial:

É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive quanto às características gráficas e/ ou editoriais. A violação de diretiros autorais constitui crime (Código Penal, art. 184 e Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980) sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).

Contatos da autora: E-mail: psicologacarlalima@gmail.com Instagram: @psicologacarlalima Facebook: psicologacarlalima

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Dedicatória

A estimada Carla Lima foi parceria da revista digital Norminha com sua coluna “Vida saudável no labor” e enriqueceu a leitura de nossos seguidores por vários anos. Carla levou ao público da revista, um diferencial sobre a Psicologia nas subáreas clínica e organizacional e deixou alegres saudades. Hoje, o seu livro, com toda certeza, vai levar a muitas pessoas, o sabor desse diferencial e os leitores poderão desfrutar de sua crônicas e artigos. Wilson Célio Maioli Diretor e idealizador da Revista Digital Norminha

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Apresentação Há muitos anos acompanho a vida de Carla Lima e posso dizer que seus textos atingirão com toda a certeza o público leitor em tudo aquilo que se busca, tanto em suas procuras quanto nas descobertas ao lerem cada artigo. Na leitura dinâmica podemos perceber que cada trecho foi escrito de forma a vir de encontro a preencher um vazio, a completar um espaço ou a ativar um pensamento, trazendo uma sensação de sequência, combinação ou direcionamento a um norte aonde realmente queremos chegar. Se aguçou sua curiosidade, pode apostar que a leitura nunca foi e nunca será em vão, e o aprendizado nos permite afirmar que: É impossível alguém se levantar pra ensinar, sem antes ter sentado pra aprender. E nesse aprendizado, leia com muita atenção e porque não dizer com dedicação a esse livro, pois o “ combo ” pode ter diversos significados, porém somente você leitor, assim como eu poderá encontrar a real substância naquilo que procura. Luiz Claudio Silva Tenório

Tenente do Corpo de bombeiros de São Paulo pertencente ao 19•GB Jundiaí É formado em Faculdade de Enfermagem pela Unilus; Pós-graduado em Andamento pré hospitalar pela Unisantos.

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Índice Ela é fascinante!.............................................................................09 A atividade psíquica afetada pela repetição...................................10 A fadiga como um sinal de alerta...................................................13 Amor rima com dor?.......................................................................16 Aprendendo a lidar com a culpa ....................................................18 A certeza da dúvida........................................................................20 A confiança como ingrediente indispensável às equipes de trabalho.....22 A ansiedade em tempos de crise...................................................24 A rede social como fonte de consulta............................................26 Atitude............................................................................................29 Características emocionais em mulheres com câncer...................31 Dias melhores................................................................................33 Ela sonhava....................................................................................35 Empatia nas relações.....................................................................36 Lidando com as emoções..............................................................38 Morando só....................................................................................39 O exercício da sexualidade na vida cotidiana................................41 O ofício na vida do homem............................................................43 O tempo e seu movimento constante.............................................45 Polarização.....................................................................................46 É segredo.......................................................................................47 Status: em um relacionamento sério com o livro...........................49 Um tiquinho só...............................................................................51 Quando há calamidades................................................................52 Ser criativo & criativo ser................................................................54 Qi e Qe...........................................................................................55 Home office....................................................................................57 O que eu pratico, seria uma compulsão?.......................................59 Quando a droga parece ditar a regra.............................................61 O corpo fala e pode comprometer você!........................................63 A amizade ao longo dos tempos....................................................64 A honestidade parece que caiu em desuso...................................67

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Apertem os cintos...........................................................................69 Autoestima em tempos de crise.....................................................71 Cada um com a sua mania............................................................73 Há vagas para se criar um novo “eu”.............................................75 Lidando com dias ruins..................................................................77 Mantenha a postura!......................................................................79 Maturidade emocional....................................................................80 Na atual conjuntura........................................................................82 “Não estou disposta”......................................................................84 Olhos nos olhos..............................................................................86 Um turbilhão de emoções..............................................................87 Uma questão de perfil....................................................................89 Controle do estresse......................................................................91 Casais na rede...............................................................................93 Colecionando vivências..................................................................94 Você delega tarefas?.....................................................................95 A prática como meio de desenvolvimento pessoal e profissional....98 Ela é tão... Boazinha....................................................................100 Energia que vem e que vai...........................................................101 O estresse no ambiente corporativo e a contribuição da psicologia para a saúde do trabalhador..................................104 Harmonia......................................................................................106 Humanidade.................................................................................108 Não consigo desconectar. E agora?............................................110 O lado sombrio ............................................................................113 O ser humano e a superação.......................................................115 Parece conselho de mãe..............................................................117 Pensamentos acelerados.............................................................120 Quanto vale?................................................................................122 Saindo da caixinha.......................................................................124 Ser feliz ou ter uma vida interessante?........................................126 Uma questão de postura..............................................................128

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Ela é fascinante! A Psicologia é admirável e quem a escolhe, trabalha com o que não pode ser tocado, nem mesmo visto. Trata-se de uma profissão que lida com comportamentos, sentimentos, relações intrapessoais e interpessoais, culturais, enfim com o jeito de ser de cada pessoa, povo e grupo. A Psicologia está presente em tudo, mas, não é tão óbvia assim. Ao perceber o quanto procuramos respostas em meio ao mundo e a tantos momentos, reconhecemos a complexidade da vida e dos episódios desafiadores a cada vivência. Tentamos entre certezas e dúvidas encontrar qual a melhor forma de agir. Existem várias possibilidades de ações, de ser e de pensar. Geralmente nossas escolhas são de acordo com o local onde vivemos os modos sociais, culturais e com as referências adquiridas. Essa demanda pode, por assim dizer, nos afastar do que realmente somos. Quando não reconhecemos a nós mesmos ficamos perdidos diante de tantos acontecimentos, agarrados em certezas ou desesperados em meio às dúvidas. Esta fascinante ciência tem como missão entender o indivíduo para ajudá-lo a chegar o mais perto dele mesmo, de sua essência por meio da auto compreensão. Com isso é possível aproximá-lo do sentido que dá à vida para que reconheça o que deseja viver, com mais consciência e presença em suas escolhas. Ele fica mais consciente das respostas dentro de si e sobre como desenvolver o seu máximo na vida pessoal, familiar e profissional. Compreender o ser humano é uma missão complexa que não termina, e por conta disso a Psicologia é fascinante. E aqui neste livro estaremos mergulhados nesse fascínio, sempre buscando a aplicação prática dela para a nossa vida. 9


A atividade psíquica afetada pela repetição

A atividade de um artesão tem muito a nos ensinar. Em sua delicada e firme atuação artística, ele mesmo regula a ferramenta, explora, faz uso de suas aptidões intelectuais e motoras controlando seu próprio tempo, efetuando pausas em conformidade com suas necessidades. E a obra se completa lindamente. Assim, o corpo obedece a mente reagindo com naturalidade, sendo o pensamento controlado pelo aparelho psíquico responsável pelo desejo, pela imaginação e pelo prazer. Com o desenvolvimento da indústria, muitas atividades manuais foram substituídas. Com isso, os trabalhadores passaram a efetuar tarefas semiautomáticas ou automáticas, numa relação direta ou indireta com a máquina e de formas repetitivas em prol da produtividade e do atendimento em larga escala dos produtos e serviços oferecidos. Há méritos a se considerar atribuídos às inovações, mas é preciso avaliar como a repetição afeta a atividade psíquica e encontrar meios para que esses danos sejam minimizados evitando perda de saúde e produtividade. A automação, portanto, conseguiu subtrair o estágio intermediário (MENTE), obliterando o raciocínio, robotizando-o. As consequências são expressas (no contexto aqui considerado) em reações comportamentais na vida psíquica do indivíduo, com reflexos também observados no corpo humano. O trabalho repetitivo pode causar nos indivíduos sintomas que extravasam as manifestações para fora do contexto da empresa. Atender ao telefone de casa com a introdução automática praticada na mesa de trabalho, ou num passeio amistoso de lazer com a família, no final de semana, andar apressadamente como se estivesse atrasado e precisando “cortar” o trânsito podem ser exemplos desses sintomas. E se algum sinal sonoro ocorre fora 10


do ambiente profissional, o operador pode ter manifestações até mesmo fisiológicas, como aumento dos batimentos cardíacos ao ouvir ruído similar ao que comumente ouve na função, ou ainda a ter respostas motoras inconscientes como se estivesse trabalhando. O mais terrível a observar em tais casos é que, já estando condicionados a essas situações, a tal ritmo, os trabalhadores não conseguem se “desligar”. Alguns, inclusive, desenvolvem atividades cuidadosamente controladas, em uma estratégia inconsciente de não esquecer o condicionamento já adquirido para “não perder a produtividade”. Tal comportamento justifica a reação de desespero experimentada pelos operadores de áreas industriais que são comunicados sobre a mudança de posto de trabalho, de um setor para o outro, mesmo que a função até então realizada seja feita num posto considerado “difícil”. Ocorre certo sofrimento no aprendizado das tarefas em um ritmo que exige esforços até que seja adquirida a prática. Afinal, o operador tem de reiniciar todo um processo muito desgastante para sua saúde física, e principalmente, mental. Determinadas situações teoricamente previstas como grandes evoluções nos processos industriais provocam pânico até em operadores mais experientes. Quando as diversas áreas de uma fábrica passam a ser modernizadas com um monitoramento centralizado, exemplo da automação, os operadores perdem o controle sobre as variáveis do sistema, pois os parâmetros anteriormente utilizados somem por completo. E porque isso acontece? Porque eram exaustivamente repetidos. Cabe aos profissionais que tem o olhar voltado para o capital humano pensar estratégias que conscientizem os trabalhadores sobre a necessidade de sair do “comportamento automático” a fim de que tenham saúde cognitiva. Torna-se necessário pensar, raciocinar, aprender novos métodos. Para a saúde psíquica a mudança é vital. No meio corporativo observei em uma determinada fábrica de peças automotivas que se um revezamento fosse implantado desde o treinamento de integração e, assim, perdurasse na função, a repetição poderia evitar problemas que afetassem a 11


atuação psíquica. A estratégia promoveria mais saúde física e ajudaria os supervisores de linha a desenvolver múltiplas equipes polivalentes. Com a implantação do procedimento e após o período de revezamento inicial, muitos saberiam atuar em processos diversos, favorecendo, portanto a produtividade e o lucro da unidade. Logo os trabalhadores poderiam realizar muito mais do que imaginavam. Os dados nos indicadores de desempenho me apontaram que a polivalência foi o melhor caminho. Algumas linhas passaram a contar com até três equipes diferentes e capazes de executar a produção a contento. Não podemos esquecer também que inúmeras indústrias que passam por modificações de projeto durante sua vida útil têm um período de transição, no qual são efetuadas regulagens dos equipamentos de controle de processo a fim de adequá-los à atividade humana. Incentive as equipes a participar das mudanças e a treinar cognitivamente para situações novas. Isso é saudável. Assim, percebe-se que a intervenção ergonômica não deve ser limitada apenas às condições de trabalho vistoriadas, ou seja, ao ruído excessivo, iluminação deficiente, presença de vapores e névoas tóxicas, entre outras situações insalubres. A análise ergonômica também deve prever uma atuação que reflita as reações comportamentais dos trabalhadores frente à organização do trabalho, pois de maneira alguma deve-se considerar que o trabalhador exerça as tarefas de forma padronizada, como se fosse um robô. A organização do trabalho, portanto, deve prever flexibilidade em função da variabilidade dos processos e dos próprios operadores, com suas individuais especificidades de intervenção para evitar tempos prolongados em uma mesma máquina/processo, pois a repetição afeta a atividade psíquica. Para isso, o profissional prevencionista precisa atuar juntamente com o gestor de pessoas, ou com um consultor organizacional. Após uma análise cuidadosa, cada realidade trará sua necessidade e, consequentemente, qual procedimento será melhor a implantar. Assim, como um talentoso artesão, façamos de nosso trabalho uma ferramenta, um treino para agregar em nossa vida física e mental. 12


A fadiga como um sinal de alerta A vida atual demanda uma multiplicidade de tarefas e os danos de toda correria do dia a dia são sentidos pelo nosso corpo. Um sinal de alerta é a fadiga, que pode ser definida de modo bastante simples como CANSAÇO. Ocorre em decorrência de uma sobrecarga em pontos isolados do organismo, ou neste último, como um todo. Ao manifestar-se há uma natural redução da capacidade funcional das partes afetadas. É, na verdade, um sistema de defesa. Assim podemos observar que todos os dias sentimos diferentes graus de intensidade de fadiga, nas mais diversas situações. Por exemplo: permanecer sentado numa mesma posição por horas a fio gera dores que podem indicar má circulação sanguínea, baixas taxas de oxigênio nos tecidos, alimentação deficiente da coluna vertebral, tendões, músculos e nervos tensionados, e por aí vai. O próprio sono que sentimos no final do dia é uma manifestação de defesa. O corpo nos avisa que é hora de “dar um tempo” e descansar. Mas se permanecemos acordados por necessidade (trabalhar, estudar, etc.) os sinais de cansaço ficam cada vez mais intensos, pois nosso organismo sabe muito bem que se a situação permanecer atinge-se o estágio de EXAUSTÃO. Os sintomas normais de cansaço (como sentir sono no final do dia) são características da FADIGA AGUDA. Contudo, sinais mais pronunciados que demonstram desequilíbrio, como dor de cabeça, tontura, ardência nos olhos, digestão difícil, azia, fácil irritação indicam que o organismo já atingiu o estágio de FADIGA CRÔNICA. Esta última possui uma característica assustadora: geralmente é derivada da exposição a condições bastante agressivas no trabalho e que acaba sendo LEVADA PARA CASA. Outro fator característico da FADIGA CRÔNICA é 13


que os períodos de descanso não são suficientes para recuperálo. É justamente por isso que o estágio muda de AGUDO para CRÔNICO. As manifestações de fadiga são observadas tanto no FÍSICO do indivíduo (dores musculares, por exemplo), quanto em seu lado PSÍQUICO, e que devem ser consideradas com maior gravidade. O homem é um ser complexo e sua complexidade não está limitada ao modo como raciocina, faculdade por si só que fascina e que ainda gera muitas dúvidas. O homem, além de um ser pensante é um ser que possui sentimentos. Seu lado emocional influi diretamente em sua vida, que é passada em confronto direto com a realidade do dia a dia. Sentir incapacidade de tolerar e superar situações que ultrapassam o nível de exigências psíquicas do ser humano é característica da FADIGA PSÍQUICA. Todavia, tal estado de diminuição da capacidade funcional do homem é reversível, ou seja, se a situação vivenciada for alterada e não houver mais a necessidade de suportar uma condição adversa, o indivíduo estará superando este tipo de fadiga. Profissionalmente é comum encontrarmos tal situação, pois um funcionário que trabalha numa empresa que o desvaloriza como ser humano, que o despreza, sentirá a fadiga psíquica de modo constante. Ao mudar para outra empresa que o respeita e valoriza, o estado emocional no qual se encontrava será superado. Mas pode ocorrer a fadiga psíquica através de uma sobrecarga ou também pela monotonia. A primeira manifesta-se pelo ESGOTAMENTO MENTAL. A segunda pelo EMBOTAMENTO MENTAL. Indivíduos que se sujeitam a jornadas intensas em dois, três empregos diferentes, ou que trabalham de dia e estudam à noite sofrem sobrecarga. Observa-se que à medida que o esgotamento mental se manifesta, o indivíduo não consegue se concentrar nos afazeres de seu trabalho diurno e nem aproveitar as aulas e lições da escola noturna. Casos graves de esgotamento mental provocam reações violentas, tais como a incapacidade para as tarefas mais simples ou crises de choro e rejeição total ao trabalho. Já o embotamento mental 14


geralmente se manifesta pelo subaproveitamento da capacidade profissional do indivíduo, que já atingiu um determinado nível de conhecimento e experiência mas se vê na condição de trabalhar em atividades básicas e até mesmo braçais. É uma manifestação psíquica muito observada em linhas de montagem onde o trabalho não demanda criatividade, pois se faz sempre a mesma coisa, repetida vezes. É uma situação que gera evidente insatisfação e revolta. O trabalhador que manifesta a fadiga crônica, geralmente psíquica, acompanhada por reações adversas de caráter psicossomático (gastrite, úlcera, colite, dores de cabeça, etc.) sente-se desmotivado para o trabalho e não raro falta ao emprego em demasia, comportamento típico de defesa e fuga. A situação em determinado momento da vida profissional torna-se tão insuportável que o indivíduo simplesmente não suporta mais conviver com a agressão de seu trabalho e pede demissão, ou os próprios fatores de contexto que implicam na sobrevivência dentro da sociedade o pressionam direta ou indiretamente para que permaneça em tal condição, o que torna a situação conflitante. Todo organismo vivo obedece a ciclos temporais que comandam suas funções. Com o ser humano não é diferente e dentro das 24 horas do dia, o organismo comporta-se de modo diferenciado respeitando um ciclo conhecido como circadiano ou relógio biológico. Nosso corpo necessita do sono para que recupere sua capacidade funcional. Você tem dado tempo a si próprio para a recuperação da fadiga? Preste atenção aos sinais de alerta do seu corpo e priorize-se!

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Amor rima com dor? Tanto mulheres quanto homens podem amar demais. Este estado em que o indivíduo fica totalmente dependente da outra pessoa resulta do amor do outro para sentir-se amado, do olhar do outro para sentir-se protegido, do reconhecimento do outro para sentir-se útil. Funciona como uma dependência emocional em que a pessoa passa a sacrificar-se para dedicarse ao parceiro perdendo a própria identidade. O amor em excesso pode ser patológico quando falta amor próprio e há baixa autoestima. A pessoa é insegura, sem autonomia para tomar decisões pois vê no outro segurança, validação, aprovação e reconhecimento. O relacionamento doentio é caracterizado pelo total desequilíbrio e desarmonia em que uma das partes não mede esforços para manter a relação e faz tudo pelo afeto do outro. Interesses e projetos pessoais são deixados de lado para viver inteiramente pelo outro. Excesso de vigilância, manipulação, agressividade são alguns comportamentos presentes. Um relacionamento que enfrenta o excesso vira sinônimo de sofrimento para ambas as partes. Cada um perde a liberdade e fica com o convívio social restrito e isolado. Embora em alguns casos pareça haver controle, internamente estão sentimentos negativos como o medo de rejeição, abandono e solidão. Como toda doença, pessoas de fora do contexto podem visualizar melhor, já que quem está neste movimento, na maioria das vezes, não tem consciência da real situação. Geralmente os envolvidos não percebem o quanto está disfuncional o relacionamento, o quanto anulam-se para estar um com o outro, o quanto investem emocionalmente. Talvez algum familiar perceba esse comportamento e sinalize a necessidade 16


de ajuda. O tratamento para casos de amor em excesso inclui psicoterapia e acompanhamento psiquiátrico. As mudanças só começam quando o casal vê que a forma como ama e se relaciona é um problema, reconhece as consequências negativas e o extremo sofrimento causado pela dependência emotiva do outro. Portanto, se houver a observação adequada da situação do sofrimento do outro é possível manter o relacionamento, desde que ambos busquem ajuda. Todavia, esse relacionamento passará por mudanças e o casal deverá construir uma nova forma de se relacionar. Desejo a todos um amor saudável!

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Aprendendo a lidar com a culpa A sociedade moderna vive o dilema de administrar a carreira e a família ao mesmo tempo. Uma tarefa que pode provocar em muitos pais o sentimento de culpa por deixar os filhos a maior parte do dia sozinhos, sem a presença física do genitor. Culpa por talvez interromper a amamentação antes do tempo mínimo recomendado; por não acompanhar alguns passos do desenvolvimento da criança como os primeiros tombos, as primeiras palavras; por não realizar o desejo de dar colo quando o choro acontece. Existem organizações robustas que por conta da legislação vigente possuem saletas de amamentação, berçários e creches, ou que investem na escolarização dos filhos dos funcionários. Medidas louváveis, importantíssimas para os primeiros anos de vida dos pequenos e para que os pais acompanhem mais de perto o desenvolvimento deles. Porém essa não é a realidade de muitos trabalhadores brasileiros. E como lidar com isso? Há quem conte com o apoio de algum ente querido ou de alguém de confiança nessa jornada. Outros optam por manter a mãe ou o pai em casa por determinado período mesmo que isso comprometa o rendimento da família a fim de que possa acompanhar/cuidar da criança. É percebido, também, que muitos pais movidos pela culpa tentam suprir a ausência física e afetiva presenteando os filhos com tudo o que desejam materialmente. Seria esse o caminho? Outros, por estarem ausentes, passam a agir com certa “tolerância” diante de comportamentos inadequados, assumindo assim, mesmo que de forma inconsciente, a culpa por tais acontecimentos ou condutas. Mas reflitamos sobre isso. O fato de os pais trabalharem poderia servir como um bom exemplo a ser passado para os filhos. Eles perceberiam que todos temos 18


responsabilidades e que nem sempre podemos fazer o que queremos, pois há diretrizes que devemos seguir na vida. Com isso, os limites podem ser traçados na relação de pais e filhos e na educação deles. Apenas para ilustrar, quando eu era criança a minha mãe também trabalhava fora. E como me serviu de exemplo observar a vida dela! Batalhadora, desdobrava-se nos plantões de um hospital sem deixar de preocupar-se com as filhas (eu e mais uma irmã). Durante um determinado tempo nós contamos com cuidadoras. Depois, um pouco mais crescidas aprendemos a cuidar da casa, da higiene pessoal, alimentação e ainda mantínhamos a rotina escolar. Recentemente li sobre uma pesquisa feita pela Universidade de Harvard que apontou o lado positivo de ter mães que trabalham. Na amostragem da pesquisa (50 mil pessoas) os filhos tornaram-se pessoas bem sucedidas na vida profissional e independentes para cuidar de si mesmos. Acredito que a vida moderna tão corrida e ao mesmo tempo com tanta tecnologia disponível pode servir como recurso para aprender a lidar com a culpa. Limites devem ser colocados aos filhos desde cedo, bem como metas atingíveis para o período em que os pais não estão presentes em casa. Para os mais crescidos, por exemplo, que tal determinar as horas para o uso do smartphone, computador ou tablet e definir os momentos dedicados às tarefas escolares, ou ao esporte? Sempre, claro, com uma supervisão. Trabalhar fora não significa necessariamente ser menos presente na vida dos filhos. Basta gerenciar melhor o tempo que se tem com eles. Semanalmente você reserva um tempinho para conversar com seu filho ou filha? E o diálogo aconteceu naturalmente, num momento descontraído e com um tema de interesse deles? Manter as linhas de comunicação abertas ajuda no aprendizado da culpa, pois os filhos podem e quase sempre surpreendem os pais com a capacidade de entendimento da dinâmica familiar. Que sua família esteja unida e feliz! 19


A certeza da dúvida A busca pela certeza é uma das maiores do ser humano. Certeza de saber o que se é, certeza sobre o outro, sobre a fé, sobre onde se quer chegar, certeza nas decisões a tomar, entre outras. Porém, no intuito de acabar com as dúvidas acerca da vida e das realizações, muitos deixam de viver, de se entregar integralmente a momentos, abrem mão de sonhos mais breves e/ou simplesmente deixam de se permitir! Algumas pessoas vivem como se tudo fosse uma tragédia sem fim, com sentimentos de ansiedade em relação ao futuro, e/ ou depressão em relação ao passado. Isso toma conta da rotina, o que pode por si só tornar as dúvidas ainda maiores! Sabemos que a vida não é perfeita para ninguém, mas a solução para os desafios surgem no tempo certo, a menos que os fatos não sejam encarados e que não haja luta por aquilo que se deseja. E cá entre nós, fazemos isso constantemente, não é mesmo? Quantas vezes você se deu conta de que havia desistido de lutar? Como sempre estamos em constante dúvida sobre o que fazer, como fazer, e quando fazer passamos a vivenciar mudanças de humor, de pensamentos, atitudes e comportamentos diante da vida e das pessoas. Que tal tentar fazer diferente? Trata-se, portanto, de um aprendizado constante e cabe a cada um ser coerente com os confrontos diários. Um caminho bom para quando a dúvida surgir é o do amor. Devemos amar as pessoas não como queremos que elas sejam, desejo alimentado por nossas próprias expectativas, mas sim como elas são. E quando confrontados com outros que se relacionam conosco e são duvidosos, cabe compreendê-los diante das situações e do momento que estão vivendo. Afinal, todos são como nós. 20


Dar dicas, olhar carinhosamente para a situação do outro, demonstrar atenção são gestos aparentemente sem importância, mas que podem fazer grande diferença na vida do amigo, do irmão, do colega e até ajudar no processo da busca por “certezas”. Portanto, é da união gerada por atitudes assim que propaga-se a paz, o amor, e a compreensão entre aqueles que querem ser felizes com toda certeza!

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A confiança como ingrediente indispensável às equipes de trabalho O trabalho em equipe é reconhecido como a poderosa receita para o sucesso nas organizações. A cada ano as empresas investem tempo e recursos financeiros em treinamentos a fim melhorar as relações interpessoais e, consequentemente, obter melhores resultados nos negócios. Ainda assim equipes coesas, eficientes e de confiança são consideradas grandes desafios a serem alcançados. E quais as razões? É preciso considerar um ingrediente indispensável às equipes de trabalho: a confiança. Pertencer a uma organização é, em si, desafiador para os profissionais visto que os grupos de trabalho são formados por indivíduos, cada qual com suas características. Geralmente nas integrações de pessoal, os objetivos da organização são passados para que o grupo atue em prol do que é almejado. Cabe às pessoas utilizar seus talentos e personalidades a favor das metas. Nem sempre todos desejam ou se adaptam a isso. E não raro os ruídos de comunicação passam a acontecer e a comprometer os resultados. Os gestores atuam diante de desafios como esse, o de formar equipes. Disposição mental, talento, comprometimento e, principalmente, confiança entre as pessoas são alguns ingredientes importantes para o desenvolvimento de equipes de trabalho. Quando os membros do grupo confiam uns nos outros há maior disposição em cooperar, compartilhar conhecimentos e comprometer-se com os resultados almejados. Teorias de gestão consideram a confiança um elemento-chave capaz de proporcionar a integração, a fluidez e a flexibilidade que as 22


empresas necessitam para serem bem sucedidas. Mas dizer que a equipe precisa depositar confiança nos seus membros é mais fácil do que fazer, até porque envolve acreditar que o outro tem a boa intenção de realizar a tarefa no tempo e com a qualidade esperada pela equipe. A confiança predispõe as pessoas a abrirem-se para ouvir e compreender o outro. Isso permite a elas criar canais de comunicação, avaliar suas capacidades e assumir uma postura que favoreça o ganho para todos. É por meio dessas atitudes que se consolida a cooperação sustentada na crença de que ninguém atinge um objetivo sozinho. Todos os membros da equipe são importantes para o alcance do sucesso. Mas como conseguir que as pessoas confiem umas nas outras? A disposição em confiar sempre vai variar de pessoa para pessoa, mas de modo geral quando os grupos já estão juntos algumas dicas da Psicologia ajudam. Nos treinamentos para o desenvolvimento de equipes, os planos de aula devem conter atividades que valorizem e estimulem as pessoas a adotar comportamentos que favoreçam a confiança mútua. Os comportamentos mais adequados a desenvolver são competência para a função, transparência nos diálogos, comprometimento com metas, coerência entre palavras e ações e cumplicidade entre as partes. É importante deixar claro que as características intrapessoais e da cultura organizacional sempre influenciarão as relações de confiança e repercutirão nas relações interpessoais. É aí que o gestor precisa ajustar o foco para tornar o que cada um traz de si em atrativos para a conquista da confiança na equipe! Mobilizemo-nos por mais relações de confiança!

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A ansiedade em tempos de crise Você considera-se uma pessoa ansiosa? Apresenta manifestações de ansiedade com certa frequência? Se sim, qual o desencadeador? Circunstâncias novas e inesperadas, incertezas, expectativas, prazos, planos? Considero pertinente abordar sobre o tema e citar algumas dicas do ponto de vista da Psicologia sobre como controlar os processos ansiosos. Não há dúvida que de uns tempos para cá um tema recorrente nos diálogos entre as pessoas é a crise econômica que atinge o país. Alguns reagem com bom humor enquanto outros demonstram preocupação diante dos acontecimentos que vêm afetando a vida pessoal e profissional dos brasileiros. Como a própria palavra diz, “pré-ocupar” significa ocupar-se previamente de algo ainda não concreto, mas que pode vir ou não a acontecer. A ocupação antecipatória dos recursos da mente é um exemplo clássico da manifestação de ansiedade. As preocupações começam a incomodá-lo e passam a manifestarse de forma sintomática, prejudicando o sono, a concentração, a alimentação, o humor e aumentando os pensamentos negativos e pessimistas. E com cenários hipotéticos ou catastróficos, a preocupação torna-se um problema sério que pode ser paralisante e desmotivador a ponto de torná-lo improdutivo. Isso ocorre porque o ansioso tem a sua energia emocional sugada interferindo, portanto, no dia a dia. Também é verdade que a preocupação é uma tendência natural devido ao nosso senso de compromisso e responsabilidade com a família, com 24


a carreira e com a vida de uma forma geral. O que podemos considerar, no entanto, é que como a ansiedade é um processo cognitivo somos capazes de treinar a mente para controlá-la. É importante deixar claro que há pessoas que necessitam de tratamento psicológico por meio de sessões semanais, mas é possível treinar a mente para ficar mais calmo e controlado a fim de que olhe a vida sob uma perspectiva realista e positiva, mesmo que as circunstâncias atuais não sejam favoráveis. Afinal, temos de ter o controle de tudo à nossa volta. Que tal aprender a lidar com as emoções quando “parece” não ter como mudar a realidade atual? O contrário dos processos ansiosos é o relaxamento mental. Quando você está relaxado a frequência cardíaca diminui, a respiração fica mais lenta e profunda, os músculos relaxam e a sua pressão arterial estabiliza porque é impossível estar ansioso e relaxado ao mesmo tempo. Isso é tremendamente capacitador, pois trata-se de uma estratégia muito poderosa que pode ser utilizada em situações de extrema ansiedade. Algumas dicas psicológicas conhecidas como técnicas terapêuticas efetivas são os processos de relaxamento, que independem das crenças das pessoas e todos podem usar. Tente reservar pelo menos 20 minutos por dia para desacelerar corpo e mente; procure algum lugar tranquilo livre de estímulos sonoros como conversas paralelas e transeuntes; sente-se confortavelmente, feche os olhos e tente esvaziar a mente de pensamentos negativos e preocupantes; relaxe a musculatura; ouça a sua respiração e busque respirar calmamente. Pode parecer difícil no início, mas tudo dependerá de uma prática regular adequada do exercício. Com o tempo você descobrirá o seu próprio ritmo e conseguirá, portanto, melhorar seus pensamentos e controlar as manifestações de ansiedade. Assim terá subsídios suficientes para agir estrategicamente e melhorar as coisas à sua volta. O processo de superação de crises deve ser sistemático e, neste caso, de dentro para fora. Não fique ansioso! 25


A rede social como fonte de consulta A partir dos anos noventa a vida dos brasileiros passou a contar com a “rede mundial de computadores”. Os avanços na chamada tecnologia da informação são tantos e tão frequentes que fica até difícil acompanhar as notícias e mudanças a respeito. Sem dúvida alguma o homem contemporâneo tem a vida “globalizada” e depende da internet para uso direto ou indireto. Essa importância do mundo digital vem à tona principalmente quando “panes” ou “invasões” a sistemas mexem com o mundo real. Afinal, estamos hiperconectados! Vivemos na era dos nativos virtuais e por causa dos avanços do setor mudamos a maneira como trabalhamos, como nos comunicamos e até mesmo como nos relacionamos com as pessoas. As redes sociais têm sido protagonistas nesse processo. Mas como lidar com a exposição? As redes sociais permitem a conexão com diversas pessoas de diversos lugares e de forma quase que instantânea. Bastam poucos cliques. As finalidades também são variadas, como reunir familiares que geograficamente estão distantes, regar as amizades, aproximar pessoas com um mesmo objetivo, alargar os contatos, disseminar determinados assuntos, divulgar campanhas sociais, vender produtos e serviços e por aí vai. No processo de recrutamento e seleção de pessoas, as redes sociais também podem ser fonte de consulta. Quando o empregador vai contratar alguém não pode haver discriminação por idade, gênero, raça, orientação sexual, religião, etc. Desta forma uma parcela significativa dos que questionam o uso das redes sociais afirma que o uso delas seria uma invasão de privacidade, e que trazer isso para o âmbito profissional incentivaria o preconceito por busca de aparência, cor, gênero e 26


outras características de personalidade. Por outro lado há quem defenda a inclusão das redes sociais como fonte de avaliação de um candidato. Assim como o trabalhador pode escolher o seu emprego pelos atributos da empresa (salário, local, marca, benefícios, conduta, etc), o empregador tem o direito de saber previamente se seu futuro funcionário age de forma desabonadora ou comprometedora à produtividade, imagem da empresa, clima organizacional, entre outros aspectos. Algumas empresas voltadas ao processo de e-recrutament (recrutamento on line) deixam nos formulários de currículos links optativos para os candidatos escolherem se querem ou não deixar a empresa acessar suas redes sociais. Desta forma, somente aqueles que autorizam tal pesquisa são submetidos a análise na avaliação profissional. Já no âmbito pessoal devemos considerar que ao criar um perfil, o indivíduo de certa forma aceita ser visto. Consequentemente a sua vida pode ser exposta ao mundo. Afinal, a internet está disponível a todos. Outro questionamento seria: quem nunca realizou alguma pesquisa sobre alguém ou sobre alguma instituição, mesmo que não afirme publicamente tal busca? Ao fazer uso da rede pode-se determinar pessoalmente alguns critérios com base na ferramenta que se tem à mão. Torna-se imprescindível conhecer a política de privacidade. O Facebook, por exemplo, possibilita configurações e filtros que tornam a conta mais reservada. Esse recurso limita a visualização a álbuns de fotos, informações de familiares e assim por diante. Outras redes mais abrangentes, como o Twitter, talvez exijam mais cautela e critérios nas postagens pois são muito“abertas”. Pessoas que não querem ter a vida exposta certamente tomam cuidado redobrado. Outras simplesmente preferem não fazer uso das redes sociais. Mas essa seria a solução? A Internet é um espaço livre e quando aspectos da sua vida são colocados na rede (como em um serviço de buscas, por exemplo), eles ficam disponíveis para diversas finalidades e por tempo indeterminado, a menos que haja alguma intervenção do administrador ou do próprio usuário por meio da justiça. Parte do cuidado com a vida 27


pessoal está diretamente ligada à cautela que cada um toma em publicar seus pensamentos, frases, textos, vídeos, imagens e assim por diante. Mas infelizmente, assim como ocorre na vida real, não é possível afirmar que não haverá problemas com algum conteúdo “jogado” na rede. A “vida virtual” tem seus riscos também. A era digital chegou e não parece haver caminho de volta. Portanto, nós devemos ter um olhar crítico sobre a nossa própria atuação na internet a fim de que possamos contribuir para o uso responsável dessa importante ferramenta. O que não podemos perder de vista é o respeito ao próximo e a ética nas relações. Sempre devemos denunciar casos que envolvam constrangimentos com conteúdos divulgados e/ou ainda buscar ajuda psicoterapêutica para assuntos que venham a mexer com as emoções, com a qualidade dos pensamentos e autoestima. Virtualmente ou não cuide-se sempre!

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Atitude Vivemos tempos desafiadores que exigem qualificação para garantir a permanência no mercado de trabalho. E quem já tem emprego preocupa-se em mantê-lo buscando sempre apresentar bons resultados para alcançar o sucesso na carreira. Mas ainda não é o suficiente. Em minha atuação em consultorias e treinamentos observei que não são apenas as deficiência técnicas que podem atrapalhar a atuação profissional. Geralmente as más atitudes têm um peso muito maior. Uma atitude positiva no trabalho significa estar sempre alerta, disposto e disponível para as mais diferentes tarefas, sem necessariamente ser mandado por alguém. Já observou um colega agindo assim? A pontualidade também é cada vez mais valorizada porque trata-se de um sinal de respeito e comprometimento com os demais. Ser pontual não significa apenas chegar no horário, até porque muitas organizações adotam configurações diversas nesse sentido, mas cumprir prazos ou negociá-los previamente. Pontualidade implica ainda dar retorno aos e-mails, telefonemas, entre outras solicitações. É muito desagradável não retornar ou procrastinar na comunicação dentro do ambiente profissional. Ser pontual, contudo, pode favorecer outra atitude: a proatividade. Ser proativo é antecipar-se frente aos acontecimentos no trabalho, o que é bem visto pelos empregadores. Ser resiliente, apresentar habilidade para superar obstáculos, resistir à pressão de situações adversas sem entrar em desespero e transformar dificuldades em aprendizado talvez estejam entre os mais valiosos comportamentos que devemos buscar na vida profissional e pessoal também! 29


Outra atitude admirada é a coragem e o destemor frente às situações de crise. É de suma importância ter a capacidade psicológica de compreender pensamentos e emoções e de se colocar no lugar das pessoas a fim de entender suas decisões, não necessariamente para ajudá-las, mas para negociar melhor. Ou seja, agir com empatia no trabalho. Portanto, quanto mais desenvolvidas essas atitudes melhores serão seus resultados profissionais e pessoais.

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Características emocionais em mulheres com câncer Pesquisa científica que realizei em parceria com uma colega de faculdade mostrou como o câncer mexe com as emoções das mulheres acometidas pela doença. O estudo apresentado em um congresso vai de encontro às inúmeras campanhas, como a do “outubro rosa”, em que ações de conscientização tentam mostrar a importância da prevenção dos tumores de mama, principalmente. Segundo o Instituto Nacional do câncer (INCA), apenas no ano de 2018 foram diagnosticados no Brasil cerca 59 mil casos de câncer de mama. E os números aumentam anualmente com uma particularidade: a doença aparece cada vez mais cedo. Os tratamentos convencionais utilizados que são a quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e mastectomia para remoção do tumor e/ou mama (s) causam efeitos físicos que podem comprometer a imagem corporal, a sexualidade e a identidade feminina. Na pesquisa buscamos caracterizar os aspectos emocionais atrelados ao câncer de mama identificando a visão que a mulher tem do próprio corpo a partir da realidade da doença. O trabalho abordou as pacientes que retiraram os seios e também as que perderam o cabelo por causa da agressividade do tratamento. Essa mudança estética forçada gera sintomas depressivos, como o choro e o isolamento devido aos constrangimentos associados à aparência. Os resultados do estudo revelaram sentimentos de ansiedade e depressão moderada a grave em comparação a um grupo controle, que apresentou melhor qualidade de vida e grau mínimo de depressão e ansiedade. A pesquisa foi realizada com entrevistas e aplicação de inventários de personalidade. 31


Deste trabalho fica a reflexão sobre a necessidade de uma abordagem que envolva não somente o combate ao tumor, mas também o tratamento da depressão. Não se pode olhar o câncer de modo isolado sem levar em conta os aspectos emocionais que influenciam e muito na imunidade e no combate à doença. Que possamos aproveitar as campanhas realizadas o ano inteiro para refletir um pouco mais sobre isso. Aos que enfrentam um câncer, força e fé. E se você tem amigos e parentes lutando contra a doença, não deixe de apoia-los sempre!

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Dias melhores A cada dia que passa entram no nosso cotidiano surpresas, notícias, obstáculos, obrigações, acontecimentos que podem gerar desânimo e monotonia. Com isso, a alegria e a felicidade tanto almejadas parecem ficar cada vez mais distantes. Mas pequenas atitudes podem deixar a rotina diária melhor. A cada amanhecer uma nova oportunidade. Acordar e pensar negativamente causa mau humor, reclamações e, consequentemente, a energia fica nebulosa. Todo o planejamento da nossa vida começa com o pensamento. Então vale a pena treinar a mente a pensar de maneira realista e positiva. Por outro lado, os pensamentos negativos provocam uma certa inquietação. Afinal, por qual razão insisto em pensar algo ruim? Racionalize sobre o assunto a fim de dissipar tal pensamento e procure encontrar motivos para melhorar a qualidade daquilo que enxerga na vida. Sorrir, por exemplo, é energizante a todos, inclusive a você próprio! Geralmente um sorriso tem poder multiplicador. Dificilmente quem exercita os músculos da boca de uma orelha à outra não receberá o mesmo exercício de volta! Por mais simples que pareça, o sorriso é grande aliado no alívio das tensões, na quebra de resistências e no fortalecimento das relações de confiança entre as pessoas. Busque equilibrar as atividades profissionais com outras relaxantes, algo que cause divertimento, prazer. Não leve tudo a sério e tente separar um momento para rir de si mesmo. Evite passar o dia inteiro sisudo. Relaxe, brinque, desencane e não mergulhe em notícias ruins. Isso não significa fechar os olhos para o que ocorre à sua volta, mas tem a ver com equilíbrio, com dosagem. O contato físico pode tornar os dias melhores. Já reparou como um abraço é maravilhoso? Permite a troca de 33


afeto, carinho, segurança, calor humano. Mas cuidado, pois se não houver a predisposição mental em abraçar afetuosamente, o gesto pode se tornar automático e frio, sem efeito. Por fim, seja grato. Gratidão é uma memória (lembrança) que nos ajuda com a motivação, com a construção e com o desejo de retornar algo bom ao meio que pertencemos através de um gesto, uma palavra ou por pensamentos e sensações. Pense positivamente, busque sorrir, torne a vida menos séria, abrace quem você gosta e seja grato a fim de que seus dias tornem-se cada vez melhores!

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Ela sonhava Ela era meiga, de olhos brilhantes e coração palpitante. Seu mundo era intenso. Sonhava acordada com paixões, amores, aventuras geográficas e a possibilidade de viver muitas experiências. Passava muito tempo mergulhada em pensamentos. Esperava que a vida trouxesse surpresas e, às vezes, sentia um frio na barriga. Assim ela levou seus dias, meses e anos sonhando em um universo secreto guardado de histórias perfeitas, de final feliz. Um dia ela se olhou no espelho e reparou que a maturidade havia chegado, mas se recusava a acreditar. Agora o medo virou nostalgia e ela culpava o mundo todo, menos a si própria por sua solidão detestada. Odiava ser sozinha, mas soube se adaptar com novos sonhos, comidas, novelas. E o tempo para ela passou. Virou passado, festas sem sua presença, longos tempos na frente da televisão, amizades não resgatadas, perguntas sem respostas, carinho não recebido. Ela passou pela vida sem passar por nada do que sonhara. Sentiu que morreria miserável. Faltou muita coisa. Faltou viver para saber, se bom ou se ruim, teria vivido. Faltou se expor, se arriscar para conhecer, experimentar. Faltou descobrir se ele era mesmo um príncipe ou bandido. Faltou avaliar todos os outros candidatos a príncipe. Faltou eleger um, mesmo que fosse para uma noite no cinema ou mesmo que fosse o plebeu eleito. Deixouse levar pelo perigo de uma vida rasa. Sonhou e não realizou. Viu o tempo passar. Poderia ter sido diferente? Só dependia dela. Como é bom sonhar. Melhor ainda realizar! Que você possa sonhar e se “jogar” na vida para concretizar seus sonhos!

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Empatia nas relações Seres humanos são empáticos e por vezes questionados sobre o uso desta qualidade importante nas relações. A empatia também é utilizada para justificar, por exemplo, uma discussão entre as partes. “Você poderia se colocar no meu lugar?” Não é difícil ouvirmos questionamentos como esse que nos convida a assumir o lugar do outro para entendermos o que se passa. Entretanto, apesar de parecer algo inerente não trata-se de um atributo automático, mas que precisa ser aprendido e cultivado. A palavra grega Empátheia significa entrar no sentimento de outrem. Sendo assim, a empatia envolve conhecer bem as pessoas e, acima de tudo, colocar-se no lugar delas muitas vezes em detrimento das próprias convicções. Isso envolve a quebra de padrões rígidos de comportamento porque onde há rigidez não existe possibilidade de empatia. Aliás é importante esclarecer que para ser empático não é preciso tornar-se igual ao outro. A empatia apenas auxilia a aceitar as diferenças e com isso descobrir como a diversidade pode enriquecer as relações. Agir empaticamente é desafiador. Algumas situações parecem favorecer o uso do atributo. Por exemplo: quando vemos alguém sofrendo com alguma doença ou temos um caso próximo, ou ainda quando enfrentamos pessoalmente uma enfermidade. Diante de questões tocantes à nossa própria alma, a empatia vem com mais fluidez. Sensibilizados oferecemos ajuda e sentimos compaixão. Mas e se o assunto não está tão próximo de nós? Importantíssimo estar aberto ao outro, ouvir, não julgar, buscar entender, aprender com as diferenças e com os conflitos que ocorrem no cotidiano. As parcerias que formamos em nossa trajetória de vida ajudam-nos a desenvolver empatia, pois com o estreitamento nas relações deixamos de ser centralizadores. 36


O exercício da convivência é um processo que facilita as redescobertas e desperta características da personalidade que muitas vezes ficam escondidas em nosso inconsciente. Portanto, a empatia está diretamente relacionada ao autoconhecimento e a capacidade de exercitá-la junto à convivência com outros.

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Lidando com as emoções A mente controla tudo e os pensamentos desencadeiam emoções que podem causar um turbilhão no ser humano. Existem tratamentos para problemas emocionais, mas mudanças de comportamento também podem ajudar a recuperar a saúde mental. O primeiro passo é não fugir das emoções e aprender a lidar com elas. Uma vez diagnosticada a anomalia, aderir ao tratamento médico e à psicoterapia torna-se essencial. Praticar atividades físicas regularmente é outra recomendação indispensável, bem como dormir um sono reparador. Momentos de relaxamento não podem ser esquecidos e nem uma alimentação balanceada deixada de lado. Não beba exageradamente, mas com moderação e jamais tome bebidas alcoólicas fazendo uso de medicamentos. O ser humano é sociável. Por isso evite a solidão e o isolamento. Tenha uma crença e cultive a fé. Essas recomendações não são aleatórias, mas foram baseadas a partir dos resultados de estudos e pesquisas sobre saúde mental. Dicas simples que certamente contribuem para que o indivíduo retome as rédeas da própria existência e recupere a qualidade de vida. Saúde é o maior bem que se pode ter! Cuide bem dessa riqueza.

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Morando só Morar sozinho tem sido uma realidade cada vez mais presente. É comum encontrar quem vive sem a companhia da família, de parceiros ou de animais de estimação. Somos seres sociais e conviver é fundamental para o desenvolvimento de indivíduos saudáveis física e emocionalmente. No entanto, a vida moderna às vezes dificulta essa socialização tradicional. É crescente o número de pessoas morando isoladas em apartamentos ou mesmo em casas dentro de condomínios, com pouca ou nenhuma interação com a vizinhança. São muitas as razões que influenciam essas modalidades de moradia como o trabalho, o estudo, a necessidade de recolhimento por característica da personalidade ou até mesmo o medo da violência, que leva a pessoa a se fechar como forma de proteção. Segundo indicadores sociais, em 2014 cerca de 27 milhões de brasileiros moravam sozinhos. Muitos com um estilo de vida preocupante. Veja: 1. Alimentação de má qualidade, seja por preguiça de cozinhar ou pelo tempo e custo envolvidos no preparo de alimentação saudável. 2. Dependência psicológica das mídias sociais, vídeos games e internet em geral, na tentativa de manter contatos virtuais e/ou levar uma vida “midiática” em detrimento da vida real. 3. Descuido com a higiene, a saúde e a aparência física, atentando-se para essas questões apenas no momento da visita de alguém. 4. Aumento do uso de álcool e outras drogas. 5. Melancolias e até depressão. 39


Assusta não é verdade? Mas é importante salientar que existem também benefícios. Não importa a modalidade de moradia. Se o indivíduo fizer bom uso da liberdade para o autoconhecimento, ler um livro, descansar, praticar atividades físicas, aprender a cozinhar, cuidar do lar e de si mesmo, entre outras atividades, mesmo que more sozinho vai ser bem sucedido. Aliás, nem sempre a solidão é privilégio de quem vive só. Há quem sinta-se sozinho mesmo rodeado de pessoas e essa, talvez, seja a pior das solidões. A boa morada deve vir de dentro para fora, uma determinação pessoal para viver bem, seja na companhia de alguém ou não. O mais importante é cuidar para não ser envolvido em uma atmosfera viciante, consumista e desregrada e adquirir bom hábitos para morar BEM!

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O exercício da sexualidade na vida cotidiana Para uma vida mais saudável torna-se importante cuidar do corpo como um todo e isso inclui a sexualidade, que está diretamente relacionada ao comportamento e a questões psicológicas. De maneira geral, sexualidade é a forma como nós nos atraímos sexualmente, como buscamos o prazer e nos envolvemos no ato sexual. Ela tem relação com as emoções, com a educação recebida ao longo das fases de desenvolvimento, com as crenças, o ambiente em que se habita e com a cultura a que se pertence. Parece complicado, mas na verdade é algo intrínseco, que ocorre naturalmente com todos os fatores acima relacionados interferindo de maneira consciente e inconsciente no modo como as pessoas exercem a sexualidade. No cotidiano do trabalhador é preciso dar conta da vida profissional e ainda das necessidades orgânicas e afetivas. Viver a sexualidade plenamente nessa condição tende a ser desafiador. Quando problemas de saúde são descartados pela parte médica, é preciso olhar para outras questões. Ouço relatos de que para alguns a sexualidade passa a ser exercida de forma quase mecanizada por causa da falta de tempo, cansaço, estresse, ausência de amor e até por mera obrigação. Outros dizem que falta desejo, o que gera disfunções como ausência de excitação, de orgasmo e prazer. Embora o sexo seja algo fisiológico, a sexualidade é um combo que envolve as emoções, os sentimentos! Não seria saudável reduzir tudo a meramente uma necessidade física. Com o passar do tempo, geralmente verifica-se que faltam carinho e carícias entre os pares e ambos têm consciência de que esses ingredientes são essenciais para a sexualidade humana. A rotina pode ser altamente destrutiva nos relacionamentos. Os primeiros sintomas de afastamento 41


são a diminuição do toque e do beijo um no outro. Mas existem estímulos que podem ser adotados pelo casal para melhorar o desempenho a dois. Os corpos do homem e da mulher em relação à sensibilidade são diferentes apenas nas áreas erógenas chamadas primárias, os órgãos sexuais. O potencial erógeno é praticamente idêntico, ou seja, as sensações de prazer também podem ocorrer em outras partes do corpo. A visão é um dos grandes estímulos eróticos do homem. Então o par deve atentar-se a isso. Em um segundo momento os outros sentidos também servem de estímulos importantes, como o olfato (que traz o perfume) o tato (que traz os carinhos) e o beijo. A audição é para a mulher um grande estímulo inicial. Portanto, as famosas preliminares são essenciais para que a resposta sexual do indivíduo seja plena e eficaz. Tanto para o homem como para a mulher esses momentos servem de preparação física e psicológica para a erotização e para o prazer total. Conhecer seu próprio corpo e o do parceiro é muito importante para explorar as sensações que o sexo pode proporcionar. Conversas, carícias e beijos são armas muito eficientes na investigação deste território fascinante que é o corpo humano. O exercício da sexualidade na vida cotidiana tende a ser mais bem aproveitado quando usa-se a empatia. Basta colocarse no lugar do parceiro que consequentemente o prazer será mútuo. É importante salientar que o sexo ideal se conquista com o amadurecimento do corpo e, principalmente, da mente. Envolve, portanto, conhecimento sobre si mesmo, os desejos e sensações. Nesse relacionamento maduro e prazeroso desenvolvem-se alguns dos valores mais significativos para o ser humano: afetividade (muito amor) compreensão, segurança e cabeça aberta para possíveis mudanças. Este é o caminho. Exercite a sexualidade com responsabilidade e seja feliz!

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O ofício na vida do homem A semana parece sempre interminável na vida do trabalhador. São múltiplas atividades que o cansaço torna-se inevitável. Sim, trabalhar exige predisposição e energia. Diante de tantas responsabilidades, a aproximação do fim de semana apresenta-se até mesmo como uma recompensa! O labor tem sido para a maioria das pessoas uma condição essencial, não somente pela manutenção financeira, mas pela dignificação da vida. Afinal, o trabalho tem um importante significado. Trabalhar vai além do ganha-pão pois tem a ver com realização pessoal, com o desejo de ser útil e encontrar sentido para os dias. A atividade laboral proporciona uma transformação que a torna algo central. Por outro lado há quem diga que o trabalho é mera obrigação, mas ainda assim é bom refletir se vale a pena estar “obrigado” em determinada função. E quando a busca é por uma recolocação no mercado? Na sociedade em que vivemos o fato de não trabalhar pode ter consequências negativas (não apenas financeira) que afetam diretamente a personalidade. Um sujeito sem trabalho parece impedido de realizar-se como homem e cidadão, o que afeta diretamente sua dignidade. Não raro ouvimos por parte da mídia ou da comunidade que as demissões em consequência da crise econômica atual levam mais e mais pessoas às agencias de emprego e postos de atendimento ao trabalhador em busca de uma vaga. Notícias assim confirmam a importância da atividade do trabalho na nossa vida. Durante a própria evolução cada indivíduo desempenhava um papel, o que não é diferente nos dias atuais. O trabalho é um meio inexorável da existência humana e parte constituinte da identidade das pessoas. Isso significa que cada um torna-se o que é por meio do ofício que executa, mesmo que não seja 43


remunerado. Através do trabalho as pessoas podem imprimir sua marca, o seu registro no mundo. A prova de que isso é verdadeiro está quando perguntamos ‘quem é fulano?. A resposta quase sempre está relacionada ao ofício dela. Tão importante quanto desempenhar uma profissão é gostar do que se faz. Quem trabalha infeliz certamente não terá empenho e sua produção será menor. Além disso, a infelicidade também pode contribuir para o desenvolvimento de insatisfação, melancolia e depressão. Executar funções sem sentir prazer é sinônimo de sofrimento e de adoecimento. Um trabalho que não gera bem-estar trará mais prejuízos do que benefícios. Não é possível que um trabalho que cause dor cumpra a sua função de dignificar o Homem. A gênese do sofrimento pelo trabalho está, por exemplo, relacionada a fatores como conflitos constantes entre líderes e liderados, ausência de espaço para discussão, expressão e resolução de problemas e/ou fragmentação e inserção muito limitada das tarefas no processo produtivo. A sensação de bem-estar no trabalho está ligada diretamente a características como: trabalho estimulante e desafiador, possibilidade de crescimento na carreira, aprendizado e desenvolvimento, boa liderança, clima organizacional positivo, remuneração e benefícios justos, entre outros. Por isso, tão importante quanto gostar do que se faz é desempenhar a função num local que ofereça as condições necessárias. O estudioso Abrahm Maslow identificou as necessidades básicas de sobrevivência e descobriu que quando elas eram satisfeitas, as pessoas concentravam-se nas necessidades sociais e na autorrealização do trabalho. Busque um ofício que tenha sentido para você!

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O tempo e seu movimento constante Um dia desses uma amiga comentou comigo a cena que vivenciou em casa: “Minha filha desceu as escadas, olhei e pensei: quem é esta moça?” A surpresa veio porque até “ontem” era só uma criança. É a constatação de que os dias parecem voar e essa impressão pode nos levar a pensar que o tempo passa rápido demais. Como sociedade já passamos por tantas coisas neste ano, e ao mesmo tempo o ano acabou de chegar! A agitação dos tempos modernos e os inúmeros compromissos e responsabilidades tornam a vida acelerada. Mas como lidar com o tempo e seu movimento constante? Como tornar a vida significativa diante de tanta correria? Rever o seu próprio caminho com um olhar mais apurado sob uma nova perspectiva é um bom início. A palavra movimento possui vários significados, mas dois deles chamam atenção: deslocamento e ação. O tempo muda as coisas no entorno e até mesmo dentro de nós. Isso é constante. Lidar com essa realidade e entender que os acontecimentos são independentes do que desejamos, ou esperamos, pode levar a mudanças estruturais importantes para o nosso crescimento pessoal. No movimento constante do tempo, pessoas e situações vão e vem em nossas vidas, mágoas passam, desentendimentos são desfeitos, trabalhos são iniciados e terminados, passamos por dificuldades e por períodos de alívio. No rio da vida, as águas do tempo curam tudo, se permitirmos é claro. Portanto permita esse deslocamento, esteja aberto às mudanças. Se o tempo está em movimento, nós estamos também. O tempo não para e a vida segue. Sendo assim, que possamos evoluir, nos permitir e que nada nos detenha até atingirmos a meta! Aliás, qual a sua meta? Determine um alvo, ajuste a rota, calibre a mira e conquiste seus objetivos! 45


Polarização Vivemos atualmente momentos críticos politicamente. Questões religiosas, sociais e econômicas também compõem essa realidade. E vivenciando a tensão do momento é comum observar pessoas digladiando-se. Ouço relatos de que muitos têm rompido relacionamentos por conta das divergências. Ao que parece a tolerância está cada vez menor, o que me causa preocupação pois a contemporaneidade deveria envolver a convivência pacífica com a diversidade. Estudiosos na área da Psicologia argumentam que a dificuldade do ser humano em aceitar um ponto de vista diferente existe porque não somos ensinados a argumentar com embasamento. Nos sentimos ofendidos e reagimos com agressividade. Há a tendência de polarizar. Antes de julgar alguém como bom ou mau é preciso compreender os motivos que o levaram a pensar ou agir assim. O caminho mais civilizado para entender o outro é o do diálogo respeitoso. Além disso, conviver com pensamentos diferentes ou com posturas neutras pode ser muito produtivo. Ficar cercado só de quem pensa igual é comodismo. Outro aspecto a considerar é a polarização exacerbada nas redes sociais. O problema não é estar lá, mas não saber usar o perfil, não construir um repertório ético na plataforma digital. E na maioria das vezes, a rede é inundada de conteúdos rasos, preconceituosos e desrespeitosos. Com isso, muitos desistem até mesmo de opinar devido a volatilidade envolvida na internet. Portanto, procure dar ouvidos para o que é diferente e dialogar também a fim de construir embasamento e, quem sabe, até mudar de opinião quando achar necessário. Afinal, as situações mudam a cada momento e um olhar atencioso e despretensioso sobre o mundo pode ser muito enriquecedor para a construção social e busca individual! 46


É segredo “É segredo e me aliviaria ter a quem contar”. “Não, não posso passar isso adiante. Não há em quem confiar.” Já ouviu frases assim ou conhece alguém que guarda consigo segredos que atormentam? Diz o ditado que um segredo contado deixou de ser segredo. Muitas pessoas que guardam confidências sentemse como se carregassem uma mala pesadíssima. Isso ocorre porque há segredos que são acompanhados por sentimentos de culpa e julgamento. O desafio, aqui, é tentar deixar essa “mala” mais leve. O cérebro humano possui comandos que impulsionam e vetam as ações. No córtex pré-frontal, por exemplo, segundo constatou uma pesquisa americana, os vetos ocorrem em situações como segurar um palavrão, falar uma besteira ou até cometer um crime. Inclui-se aí manter um segredo, que geralmente são fatos, desejos, memórias e pensamentos que fazem parte de nossa essência e nos acompanham ao longo dos dias, mas que o córtex pré-frontal julga incomunicáveis. Alguns são até bons de guardar, pois remetem a momentos e vivências muito particulares. Suprimir uma frase, uma fala, um assunto que está sempre na ponta da língua exige atenção constante. É aí que a “mala” começa a ficar pesada. Não poder revelar algo que consome é mentalmente exaustivo. Por outro lado a Psicologia, por meio da psicoterapia, incentiva o falar, que alivia os sintomas e promove o que chamamos de ressignificação (dar novo significado) aos conteúdos da vida. Contar um segredo a um ouvinte adequado 47


é deixar o córtex motor seguir adiante e soltar toda aquela série de comandos preparados e ensaiados tantas vezes, mas sempre contidos. Não exercer mais o controle pré-frontal atento sobre sua língua traz grandes alívios. Você guarda muitos segredos? Sabemos que muitos conteúdos continuarão na “mala”. Todavia, o conhecimento dos meios que ajudam a deixá-la menos “pesada” também é algo tranquilizador.

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Status: em um relacionamento sério com o livro O universo dos livros está presente desde a infância. Nossa relação com eles começa antes mesmo da alfabetização. Não importa de qual área profissional você é, certamente a leitura foi essencial para a sua formação, mesmo que por gosto ou por obrigação. Isso vale para livros técnicos, normas e também aquela coleção de aventura e entretenimento que você devorou dentro do ônibus a caminho da escola ou do trabalho. Na sua existência certamente houve um momento de pausa na correria diária em que o livro tornou-se companhia, por exemplo, como relaxamento antes de dormir. Relacionar-se com os livros envolve diversão, ensinamentos, lembranças, esquecimentos. Há um misto de sensações envolvidas. Um livro pode relaxar ou gerar tensão dependendo do enredo e do grau de envolvimento do leitor com o conteúdo. Há quem queira a companhia constante reservando a ele um lugar cativo ao lado da cama. Outros preferem encontros mais esporádicos, deixando-o na prateleira, mas sempre cuidando para que as páginas não fiquem empoeiradas. O universo dos livros apresenta conteúdos para todos os gostos e interesses e pode ser um desencadeador de sonhos, fantasias, realidades e descobertas. O livro traz experiências que em apenas uma vida não seria possível experimentar. Quem mantém um relacionamento sério com a literatura enxerga mais distante e mais profundo, tem a chance de exercitar a criatividade e de encontrar as melhores soluções para os desafios da vida. Já quem considera não muito agradável essa relação com a leitura pode estar desperdiçando 49


a oportunidade de adentrar em outras dimensões. Assim como em um relacionamento amoroso, a estética e o conteúdo do par são itens geralmente apreciados. Com um livro não é diferente. Quem ama o livro aprecia o que dentro dele se encontra, mas aprecia também o formato, a textura, a cor do papel e o cheiro. Aliás, cheiro de livro novo é maravilhoso e viciante! Quem lê torna-se uma pessoa especial, diferenciada, com opiniões bem posicionadas, mais intelectualizada, qualidades que de outra forma jamais poderia alcançar. E eu faço votos de que esse relacionamento com os livros perdure!

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Um tiquinho só Ser normal. Um normal Ser. Ninguém? Ser louco. Um louco Ser. Alguém? A loucura é parceira da liberdade. Relaxa quando se está cansado do martírio da vida atual. Os que decidem viver com uma dose de loucura permitem-se desalinhar as roupas, não combinar o look, descabelar-se. Primam por dizer verdades e viver a sua verdade. Cantam músicas com a letra errada, trocam os caminhos, os destinos e adoram atalhos imprevisíveis. É de se encantar com os que não sentem medo, se jogam no amor e gargalham alto até chorar, imperfeitos, felizes do jeito que são. Seria errado estar feliz com algo que só a pessoa enxerga? Talvez sim, talvez não. Viver na caixinha, se entregar para as exigências e enquadramentos sociais talvez desconecte cada vez mais do que se realmente é. Você já olhou de modo “diferente” para si próprio? Bom sinal! Sinal de que você ousou sair da zona de conforto a fim de conhecer o mundo lá fora. Pena daqueles que nunca tiveram essa experiência! Quem nunca praticou uma loucura movida pelo coração não sabe o que é viver intensa e perigosamente. Uma hora ou outra ocorre uma força estranha que provoca mudanças internas e insanas, impossíveis de dominar. Deseja-se experimentar, não necessariamente se lambuzar! Já te disseram que você é um pouco louquinha, louquinho? Saiba que as melhores pessoas são assim! Desculpem-me os sãos. Se é que os são. Mas, ser louco de vez em quando é bem mais legal!

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Quando há calamidades... Não raro somos envolvidos direta ou indiretamente em situações de calamidades. As provocadas por catástrofes naturais têm sido mais frequentes e dominam os noticiários no Brasil e também no exterior. A região sudeste do país foi afetada grandemente por fenômenos chamados de “micro explosão”, com ventos de 100 quilômetros por hora. Em nosso país e a Europa, tempestades, chuvas com índices pluviométricos alarmantes ocasionando enchentes em grande escala têm ocorrido como não se via há mais a décadas. Talvez você esteja entre os que se perguntam: por que há tantos desastres hoje em dia? Um relatório das Nações Unidas sobre calamidades globais ponderou que “as populações muitas vezes se concentram em áreas de risco, como planícies propensas a enchentes. Além disso, a destruição de florestas e de áreas pantanosas prejudica a capacidade do meio ambiente de suportar calamidades. Somando a tudo isso há a ameaça global de mudanças climáticas e de elevação do nível do mar por causa do aumento de concentrações de gases de efeito estufa resultantes da atividade humana.” Embora grande parte desta “atividade humana” supostamente vise o progresso econômico, na verdade é obra do espírito egoísta e ganancioso que permeia o mundo. Muitos especialistas passaram a reconhecer que a ação indiscriminada do homem tem intensificado os efeitos dos desastres naturais, e que muitos acontecem por negligência. Alguns não teriam sido tão devastadores se tivessem ocorrido em outras regiões. Em muitos lugares do mundo, as consequências 52


se agravaram por causa da corrupção ou porque um grande número de pessoas são obrigadas a viver em áreas de risco por causa das desigualdades econômicas e sociais. Naturalmente todos estamos sujeitos aos imprevistos da natureza. Estudiosos explicam que uma parte muito pequena da Terra apresenta o maior fator de risco, e a maioria dos desastres mais graves ocorrerá nessas áreas como, por exemplo, regiões baixas do litoral ou terrenos próximos a falhas geológicas. Se as pessoas pudessem evitar morar em zonas de grande risco como essas, ou pudessem mudar para um lugar mais seguro reduziriam bastante a probabilidade de serem atingidas por um desastre natural. No mundo corporativo estamos acostumados a realizar planos de ação. Isso vale para as questões que envolvem imprevistos ou calamidades urbanas. Todavia, por mais precauções que tomemos pode ser que ainda assim sejamos vítimas de uma calamidade inesperada. Você tem um kit de emergência com itens de primeiros socorros, garrafas de água, comida não perecível e documentos importantes? Que tal se empenhar em montar um? Também seria bom considerar que tipo de desastre natural pode ocorrer em sua região e o que pode ser feito em cada caso, como ajustes no telhado, garagem, carro e onde for preciso para buscar proteção. Enfim, cada dia mais torna-se necessário ter uma visão prevencionista não somente dentro das empresas como se regulamenta normalmente, mas também nas residências e comunidade como um todo.

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Ser criativo & criativo ser Quando imprevistos acontecem parece existir um bloqueio no campo criativo. Isso ocorre porque a criatividade está diretamente associada à inspiração. E convenhamos que manter-se inspirado depende do quanto estamos envolvidos ou do quanto queremos nos envolver em determinado assunto, trabalho ou atividade. Você considera-se um ser criativo? Na sua rotina é preciso criativo ser? E a modernidade influencia positiva ou negativamente a criatividade? A vida contemporânea nem sempre privilegia a conectividade com as atividades que nos envolvem. Muitas pessoas acabam por aceitar tal trabalho, tarefa ou desafio por necessidade ou medo de perder oportunidades. Já viveu algo assim, e por conta disso sentiu que sua criatividade foi bloqueada ou dificultada? Algumas dicas da Psicologia podem ajudar a alimentar o campo criativo. Busque sempre informações. Seres criativos são sempre curiosos, atentos e ávidos observadores; Caminhe em um cenário que lhe seja agradável. Isso ajuda a arejar a mente e favorece o campo criativo; Conheça pessoas de áreas diversas. Diversifique seu círculo social e aprenda com essa convivência; Tire tempo para relaxar. Por mais que pareça incompatível, relaxar a mente e esquecer o assunto abre espaços mentais para a criatividade surgir.

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Qi e Qe Está difícil lidar com a concorrência? Em um processo seletivo suas qualificações pareciam iguais às dos outros candidatos, mas um concorrente ficou com a vaga e você ainda tenta entender a razão de não ter sido selecionado? Muitos são os fatores e interesses envolvidos na escolha de alguém e não haveria tempo para abordá-los na totalidade, mas o quociente emocional pode ser um fator determinante. É mais comum buscar somente um desenvolvimento técnico, só que a formação racional e técnica não mais determina o sucesso. Nos dias atuais as qualidades emocionais estão sendo cada vez mais exigidas. O QE (Quociente Emocional) vem sendo o pré-requisito cada vez mais solicitado em diversas empresas, mais até que o QI (Quociente de Inteligência). Profissionais da neurociência e do comportamento pontuam que o mais importante não é o quanto se sabe, mas como se relacionar melhor consigo mesmo e, consequentemente, com as pessoas ao redor. Para melhorar o QE é necessário expandir a inteligência emocional. O desenvolvimento técnico tem sido cada vez mais similar, o que aumenta a competitividade. As crianças já nascem conectadas. A maior parte das pessoas tem a consciência de que o estudo é imprescindível, e essa maioria com muito esforço entra e consegue terminar uma faculdade. O mercado de trabalho encontra-se cada vez mais concorrido e como o nível do conhecimento é muito semelhante, a comunidade científica mantém os olhos cada vez mais fixos no estudo das emoções. Não somente os cientistas, mas os recrutadores também. O maior diferencial que um candidato pode apresentar às empresas atentas às tendências não é mais um curso no exterior, ou um aperfeiçoamento em sua área profissional, mas sim as 55


qualidades emocionais. A Psicologia dentro das empresas utiliza esse critério no momento da seleção. Mais importante que um currículo exemplar é a maneira como a pessoa lida com os colegas, até porque candidatos com milhares de cursos é fácil encontrar, e se alguém é contratado ainda em processo de maturação técnica treinamentos resolvem a questão em pouco tempo. Já problemas de fundo emocional, como autoritarismo, descontrole, são muito mais difíceis de trabalhar em um funcionário. Isso em todas as áreas. Veja o exemplo colocado por um neurocientista. “Não adianta formar um jogador de futebol tecnicamente perfeito para depois ele chutar a câmera que o mostra para o mundo.” Antigamente para uma vaga de emprego eram avaliados somente currículos. Hoje são realizadas dinâmicas em grupo em que os candidatos são analisados em amplos aspectos. Não basta mais somente olhar o lado técnico. Algumas pessoas acreditam que o indivíduo que domina as emoções evita sentir aquelas que podem ser prejudiciais como raiva, medo, ou qualquer outro sentimento desagradável que gere descontrole. Ter o domínio das emoções é bem diferente disso. O melhor caminho para obter o controle é compreendê-las de maneira mais completa, ampliando o coeficiente emocional. Todavia, a vida moderna desvia nossa atenção para as obrigações, responsabilidades e consumismo do mundo externo. Com isso, não damos atenção ao que somos por dentro e as emoções ficam embutidas. Mas em determinado momento elas vão aflorar e isso pode ocorrer de maneira intensa, além do necessário, gerando algumas formas modernas de ansiedade. Cada uma de nossas emoções merece atenção e a energia gerada por elas pode ser utilizada para conquistar objetivos ou buscar uma vida mais saudável. Basta aprender a direcioná-la. O caminho mais adequado para lidar com as emoções perpassa pelo processo de psicoterapia.

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Home office Demanda crescente no mundo do trabalho, o home office destaca-se como forma de redução de custos para a organização ou, no caso de demissão, como espaço para iniciar um novo empreendimento. Seja como for, as pessoas estão cada vez mais trabalhando de casa. E como tornar o lar um ambiente também profissional sem perder a qualidade do espaço pessoal e familiar? Alguns trabalhos são perfeitamente possíveis fora do ambiente corporativo e muitas empresas firmam parcerias com seus funcionários a fim de manter a produtividade, diminuir custos e proporcionar uma maior qualidade de vida. Com isso há redução de gastos com transporte, alimentação e até mesmo com as instalações. Podemos citar também o ganho de tempo por parte do funcionário, que outrora passava horas preso em engarrafamentos tanto na ida ao trabalho quanto na volta para casa. Cada caso tem sua particularidade, a relação de confiança é primordial e todos precisam passar pela adaptação a fim de tornar realmente o home office agregador à função. Seja como funcionário remoto ou até como empreendedor, pode haver dificuldade para separar o momento de trabalhar com o de estar em casa, local que costumava ser exclusivamente de descanso. Uma dica importante aos que não conseguem concentrar-se nas funções profissionais é vestir-se de maneira mais formal, como se estivesse na empresa. Isso pode ajudar a internalizar as responsabilidades, a ter uma postura de quem está trabalhando realmente, e afinal está! 57


Trabalhar em casa também pode levar o funcionário a querer intercalar afazeres domésticos com o serviço determinado pelo gestor. Misturar as tarefas nunca é uma boa opção. Dividir as atenções não é aconselhável. O ideal é ter um espaço somente para trabalhar onde não haja circulação da família. Não precisa ser nada muito elaborado, basta um local organizado e padronizado para as tarefas, um cantinho somente para atividades profissionais. Também deve-se orientar os familiares a não ouvir música alta, evitar fazer barulho ou chamar várias vezes durante o dia. Se você é daquelas pessoas bagunceiras que mantém a mesa do escritório arrumada pelo único e simples fato de estar num ambiente corporativo, saiba que essa organização não pode ser abandonada. Mesmo no home office é preciso uma mesa com espaço hábil para as funções e os documentos devem estar sempre ao alcance, fáceis de serem encontrados. A mudança de ambiente também pode gerar uma certa solidão, afinal, não há como conversar com diferentes pessoas todos os dias. Para manter a relação com os colegas de trabalho, tente organizar um happy hour de vez em quando. Essa socialização também pode ser feita na empresa uma vez por semana ou a cada quinze dias. Basta combinar a data com o empregador. É uma oportunidade para trocar experiências. E aos que trabalham por conta própria, ir a eventos do segmento ajuda a evitar o isolamento e contribui para a criatividade no negócio. Portanto, seja qual for a sua modalidade de trabalho, eu desejo-lhe sucesso!

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O que eu pratico, seria uma compulsão? Você está ansioso, busca algo para relaxar e entra em um shopping para comprar na tentativa de aliviar a ansiedade. Já viveu algo assim ou conhece alguém que age dessa forma? Isso é tão comum, porém em uma proporção exagerada pode sinalizar que algo não vai bem. A compulsão é uma ação caracterizada por atos compulsivos repetidos de forma sistemática e sem controle. Primeiro o indivíduo experimenta a tensão e, depois, o alívio. É um padrão de comportamento cada vez mais presente na vida moderna e pode estar relacionado ao sexo, à alimentação, à rituais de higiene pessoal, entre outros. Comprar tornou-se o comportamento alvo da sociedade atual. Basta andar por aí para observar que somos estimulados a consumir por outdoors, panfletos, anúncios eletrônicos e sonoros. E os métodos de compra estão cada vez mais fáceis. O cartões de crédito, por exemplo, são um perigo para quem tem tendência compulsiva. A Psicologia separa em partes o processo que leva ao hábito consumista/compulsivo. Instigação – Tensão-Impulso – Compra- Alívio – Arrependimento-Culpa- Prejuízos. Todos que vivenciam a prática passarão por todas as etapas e nesta ordem! Por ser exaltado, planejado e mantido pela nossa cultura, o ato de comprar pode tornar-se um vício comparado ao jogo e ao consumo de drogas. Isso ocorre porque o indivíduo não avalia a real necessidade, o valor e o objetivo da compra. Muitas vezes os compradores compulsivos veem o consumo como uma busca por um sentimento de alívio, de prazer, mas que logo depois transforma-se em culpa. O comprar compulsivo pode estar presente em diferentes quadros psiquiátricos, como nos 59


transtornos de humor, de ansiedade, de uso de substâncias e outros transtornos do controle dos impulsos. Como este comportamento hoje é usual, torna-se importante uma autoavaliação. Pergunte-se: “Estou comprando por simples prazer ou necessidade real?” Caso descubra que pratica compulsão e o comprar torna-se um quadro patológico, causando prejuízos como endividamento e sofrimento em relação à questão, é hora de buscar ajuda profissional. O psicólogo ou psiquiatra está apto a realizar uma avaliação do quadro e indicar o tratamento mais adequado, que pode incluir medicação e/ou psicoterapia. No processo de terapia o indivíduo tem a possibilidade de entrar em contato com questões geradoras e mantenedoras da ansiedade, e desenvolver estratégias mais saudáveis para resolução e enfrentamento do problema. Com a ajuda do terapeuta são avaliadas as funções do comportamento de comprar e quais os ganhos que mantém essa compulsão. Ao mesmo tempo são desenvolvidas habilidades pró-sociais e de resolução de conflitos. Alternativas como a busca de prazer em atividades simples do cotidiano na tentativa de fortalecer relacionamentos, valorizando o ser em detrimento do ter, podem ser úteis nesse processo de mudança.

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Quando a droga parece ditar a regra A sociedade brasileira considera o uso de substâncias viciantes um problema moral, legal e também social por apresentar dados de epidemia. Afinal, o consumo de drogas gera consequências. Mas, o que é dependência química e como lidar com situações que podem ocorrer não somente no ambiente particular, mas também muitas vezes no local de trabalho? O cenário que vamos debater é o da busca das drogas e os sinais e sintomas relacionados ao uso doentio e repetitivo dessas substâncias. Utilizam-se termos como uso nocivo, dependência, intoxicação, abstinência para determinar as diversas situações clínicas resultantes do abuso de drogas. Cabe ressaltar que para diagnosticar o uso como doença é preciso que ocorra comprometimento e/ou sofrimento significativo do indivíduo nos aspectos físico, emocional e mental relacionados ao uso de drogas, incluindo álcool, maconha, cocaína, crack, entre outras. Quando já caracterizada como patologia ocorre, então, a necessidade de consumir quantidades cada vez maiores da droga na tentativa de obter o efeito desejado. É importante dizer que o efeito diminui com o uso continuado, fenômeno denominado de tolerância. Além disso, há a necessidade de usar a mesma substância (ou uma estreitamente relacionada) para evitar sintomas desagradáveis de abstinência, como ansiedade, insônia, medo, alterações do humor, alucinações, paranoia, entre outros. Os dependentes perdem cada vez mais tempo de suas vidas em atividades que facilitem a obtenção do entorpecente comprometendo os estudos, o trabalho, compromissos e relacionamentos. Na maioria das vezes, nem percebem. As consequências podem ser divididas em imediatas e tardias. Na primeira, os indivíduos apresentam situações 61


relacionadas à intoxicação aguda ou abstinência com sintomas que vão desde um aumento da energia, disposição e alegria até alucinações como ouvir vozes, sentir-se vigiado ou perseguido por alguma coisa ou alguém. Ocorrem ainda a aceleração do coração, sudorese, tonturas, visão embaçada, aumento da pressão arterial, dores de cabeça, vômitos, fezes líquidas, entre outros. Já as consequências tardias podem levar o dependente químico a apresentar alterações persistentes de humor, ansiedade, prejuízos da memória, das relações familiares e sociais, dificuldade para manter a capacidade no trabalho, alterações de sono e apetite, distúrbios neurológicos, cardiovasculares, sexuais, até casos mais graves como a demência (ex.: Demência Alcoólica). Como lidar com tudo isso? Hoje os pacientes que iniciam e mantém o processo de abstinência podem recorrer a inúmeros tratamentos como psicofarmacologia, psicoterapia individual e terapia em grupo. O primeiro objetivo a ser alcançado é parar de consumir a droga. Em segundo lugar, e finalmente, manter-se sem usar a droga É importante salientar que não há cura para o vício, pois em qualquer oportunidade de recaída o indivíduo correrá alto risco de voltar a consumir a substância com a mesma frequência e intensidade. O caminho é de controle diário. Algo muito importante no processo terapêutico é a vontade do doente de buscar tratamento e abandonar a dependência, sendo esse interesse um grande aliado para o sucesso terapêutico a curto e longo prazos. Coragem!

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O corpo fala e pode comprometer você! Imagine a cena: você está em uma entrevista de emprego. A sala parece fria, a cadeira não é confortável. Você respira fundo e sabe o que vai dizer, diz o que precisa ser dito, mas percebe que o corpo caminha na direção contrária. Está com o rosto robotizado, mãos inquietas, trêmulas e o suor escorre da testa até as bochechas. Será que colocou tudo a perder? O relato é comum. Já ouvi de várias pessoas, clientes e amigos que o momento da entrevista parece uma eternidade, principalmente quando o corpo fala da maneira como acabei de citar. A pessoa até tenta controlar-se, mas as palavras não acompanham os gestos ou a respiração. Que sufoco! E agora? Ensaiar ou simular o momento pode ser útil! O contato visual tem poder e muitas pessoas evitam o olho no olho. Mas o curioso é que agir assim aumenta a insegurança, sabia? Esforce-se para olhar nos olhos do entrevistador, acompanhe seus gestos, seu modo de olhar e perceba que terá maior atenção e passará segurança enquanto fala, o que aumentará a autoconfiança. Gestos também são importantes, desde que não sejam exagerados. Há pessoas que gesticulam com frequência e até são meio espalhafatosas. Como funciona isso para você? No momento da entrevista evite estalar os dedos para ter a falsa sensação de alívio. Essa ação demonstra nervosismo. Busque gestos certeiros, firmes e em consonância com a sua verbalização. O tronco ereto é essencial, apesar de ser naturalmente difícil manter a boa postura no dia a dia, até pelos vícios que vamos acumulando com o tempo. Mas um corpo ereto passa segurança enquanto que curvado diminui a sua pessoa. Torço para que seu corpo fale a favor de você quando for passar por um momento de teste. 63


A amizade ao longo dos tempos Como é bom ter amigos! Como é bom ser amigo! A amizade é um dos laços mais importantes da vida. Uma via de mão dupla que envolve confidências, saber ouvir, oferecer apoio, dividir as alegrias e também as tristezas e contentar-se mutuamente. Acredito que por essas e outras razões a amizade merece ser considerada, visto que os vínculos podem ser feitos e desfeitos desencadeando mudanças nas relações interpessoais e em nós mesmos. Certamente em algum momento você já vivenciou algo como a construção de uma bela e sincera amizade e/ou o contrário, uma amizade que por alguma razão se desfez deixando vazio, marcas e lembranças na sua existência. Parece que ao longo dos tempos essa dedicação recíproca entre pessoas vem passando por mudanças conceituais e vivenciais. Já se deu conta disso? No dicionário Houaiss da língua portuguesa, a amizade é definida como “sentimento de grande afeição, simpatia, apreço, solidariedade e do perfeito entendimento entre pessoas e grupos”. Ela por princípio supera idade, gênero e interesses pessoais, o que prova que indivíduos muito diferentes podem ser amigos. Não há perfil específico. O que há é amor fraterno. A vida contemporânea vem mudando a maneira como vivenciamos os laços de amizade, pois surgem novas formas de relacionamento diante até mesmo da chamada “crise” na família tradicional, onde o relacionamento amoroso não seria mais encarado como único apoio do ser humano, mas como algo transitório ou passageiro. Por exemplo: parece que hoje espera-se do melhor amigo e confidente o que há décadas 64


esperava-se de um familiar. Ouço muitas histórias que narram exatamente isso. Em um delicado momento, a segurança e o apoio vieram de quem era amigo sem laço consanguíneo. É como se houvesse a necessidade da supervalorização da amizade para que nos momentos de altos e baixos, o indivíduo pudesse ter com quem contar. O nosso povo é conhecido como sociável, simpático, amigável e na maioria das vezes informal. Na cultura brasileira não é raro chamar de amigo alguém que acabamos de conhecer. É como se houvesse a necessidade de intimidade. Se pensarmos nas fases do desenvolvimento humano, como na infância, por exemplo, os laços acontecem quase que de maneira instantânea. As crianças abrem logo o sorriso e começam a interagir intensamente com o outro, sem reservas, sem receios ou medos. Na adolescência os jovens participam conjuntamente de diversas atividades e trocam segredos entre si, muitos dos quais não são divididos nem mesmo com os pais ou irmãos. Já os jovens adultos limitam as relações de amizade ao campo do trabalho e as associam, muitas vezes, a interesses pessoais, materiais e de status. Talvez seja a fase onde mais se faz uso da amizade como um recurso para a vida e não necessariamente como uma troca fraterna e desinteressada. Aliás, você acha possível no comportamento humano haver desinteresse total? Assunto para reflexão pessoal. À medida que a maturidade vai chegando observase que nos círculos de amizade são divididas, geralmente, as experiências vividas. Talvez caiba aqui aquele ditado: “amigo de verdade se conta nos dedos da mão esquerda”. Para cada fase de desenvolvimento ocorre uma nova perspectiva experiencial dos laços de amizade. Amigos se conhecem profundamente, sem máscaras. Funcionam muitas vezes como espelho e mostram o que nem sempre se quer ver. Amigo de verdade diz o que precisa ser dito e talvez seja o único a ter liberdade para desnudar a 65


alma um do outro. Alguns passam juntos por todas as fases da vida. Dizem que verdadeiros amigos conseguem manter os laços mesmo diante da distância, já que a vida caótica, com muitos compromissos, pode também desencadear separações. Ainda há aqueles que passam a pensar diferente sobre determinadas questões, ou então, que mudam seus valores podendo desencadear mudanças nos círculos de amizade. É preciso investir naquilo que é importante a cada um. Para alguns, o esforço sempre será em prol da manutenção dos verdadeiros amigos. Para outros torna-se natural iniciar e terminar amizades. Mas uma coisa é certa: a amizade proporciona um exercício na construção da nossa existência com o outro, o que favorece o desenvolvimento saudável.

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A honestidade parece que caiu em desuso Infelizmente vivemos em tempos de desonestidade. À medida que as práticas desonestas estão cada vez mais escrachadas, a sensação de revolta aumenta na mesma proporção. Mas parece que ainda existem pessoas que sucumbem ao erro pela pressão do sistema, como se a opção pelo errado fosse o caminho certo. Mas o que é ser honesto? Sabemos que a honestidade nem sempre é valorizada. Para alguns, na realidade, ser honesto é uma desvantagem, principalmente no mundo dos negócios. Uma forma de desonestidade muito comum nos dias atuais é a mentira. Pesquisa realizada por Robert Feldman, psicólogo da Universidade de Massachusetts, revelou que 60% dos adultos mentem pelo menos uma vez durante uma conversa de 10 minutos. “O resultado foi surpreendente. Não imaginávamos que a mentira fosse tão comum no dia a dia.”, comentou Feldman. O modo como reagimos a situações que nos levam à desonestidade pode revelar o que é mais importante na nossa vida. Por exemplo: manter as aparências parece essencial. Diante dessa condição é provável que não nos importemos se tivermos que dar um jeitinho para conseguirmos algo. Mas quando a verdade vem à tona, as consequências geralmente são negativas. Um exemplo do quanto a confiança é importante está nos relacionamentos que construímos. Quando duas pessoas confiam uma na outra, elas sentem-se seguras. Mas não é possível confiar em alguém da noite para o dia. O processo é mútuo e só ocorre com a convivência. 67


Confiar em alguém exige sinceridade e doação. É colocar os interesses dos outros à frente dos seus. E cá entre nós, determinar o próximo como prioridade não tem sido algo praticável no mundo. No entanto, a confiança construída por anos, décadas pode ser perdida por apenas um ato de desonestidade. E quando isso acontece é muito difícil recuperá-la. Você Já foi enganado por alguém que considerava um bom amigo? É provável que tenha ficado magoado, sentindo-se traído. Isso é compreensível. Não há dúvida de que a desonestidade pode destruir amizades, relacionamentos amorosos e profissionais, e até mesmo acabar com o respeito de um povo por seus governantes. Que possamos cada dia resgatar virtudes como a honestidade em nossas vidas e no trato com os outros!

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Apertem os cintos A Vida a qualquer momento corre o risco de enfrentar uma turbulência. A realidade econômica atual mostra que o Brasil não navega por águas tranquilas, que não há céu de brigadeiro. São tempos de incertezas em que seu responsável hierárquico no trabalho pode chamá-lo para uma conversa e dizer a temida frase: “você está demitido”. Só imaginar a cena já causa medo e insegurança. É preciso estar preparado para viver as mudanças, mas o processo não é fácil! Para muitos, a simples ideia de que algo possa ameaçar a “estabilidade” gera pânico e melancolia. Por isso não desista de se preparar e amadurecer com os acontecimentos. Mantenha uma rede de networking ativa, mesmo enquanto está empregado. Não espere contatar amigos e conhecidos apenas em momentos de “perrengues”. Ter o currículo atualizado também é importante. Pense qual impressão vai causar e se realmente o documento informa com exatidão sua formação, habilidades e experiências. Antes de enviá-lo, compartilhe-o com pessoas que conhecem o seu trabalho e veja se te reconhecem pela descrição. Aproveitando, um currículo não deve ter mais que duas páginas e, por favor, revise mil vezes para que não seja entregue com erros de ortografia. Busque as áreas que reúnam atividades que você gosta e saiba fazer. Com os amigos mais próximos e de confiança, fale diretamente que está à procura de novos desafios. Eles entenderão e poderão ajudar mais rapidamente do que pessoas distantes, que lhe conhecem pouco. Lembre principalmente de quem já trabalhou com você. Evite posts públicos de autoajuda e “mendigando” vagas em redes sociais. É pouco efetivo e pode jogar contra. Preserve a reputação acima de tudo. 69


Ao chegar na etapa da entrevista, preocupe-se em passar a impressão adequada, descrever bem suas habilidades e não perder a oportunidade. A primeira dica é agir da forma mais natural possível, ou seja, não lute contra quem você é! Mentiras sobre sua personalidade só dificultam a efetivação. Em uma propaganda na televisão, o entrevistador perguntou ao jovem: “E o que te torna diferenciado para essa vaga?” Ele respondeu: “a minha força!” Demonstre energia, disposição e interesse pela empresa. Conte sobre sua vida profissional destacando as transições, os resultados e as conquistas de forma transparente. Por causa da crise voltar ao mercado está duas vezes mais demorado. Antes a espera média para recolocação era de quatro meses. Agora está complicado para todos, inclusive os profissionais mais qualificados também enfrentam essa dificuldade. Portanto, caso venha a passar pela turbulência do desemprego, jamais desista de buscar renovação e de iniciar um novo ciclo em sua vida. Logo o voo se estabiliza e você sobreviverá. Sucesso!

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Autoestima em tempos de crise Ter autoestima quando a vida vai bem, com estabilidade e ótimos prognósticos parece fácil. Todavia, mantê-la em tempos críticos e de crise é desafiador. Quando passamos por altos e baixos a tendência é desanimar, buscar o isolamento. O desânimo passa a ser verbalizado a nós mesmos e a quem convive conosco. Frases como “tudo está horrível”, “não sei o que será de mim nessa crise”, “estou sem esperanças” tornamse comuns. É preciso reunir forças, acreditar em si e seguir adiante tomando medidas para melhorar a autoestima. Sempre digo que lidar com tristezas faz parte da vida e não há nada de errado em confidenciar que está difícil, penoso. O que não pode acontecer é desistir de tornar a vida melhor, uma questão de prioridade. Invista em você. Reserve tempo para cuidar da qualidade dos pensamentos e das emoções. Fazer terapia, por exemplo, é essencial para desenvolver uma autoestima adequada e impulsionar potencialidades para o sucesso na vida. E mesmo quem não tem dinheiro pode ter acesso a um psicólogo. Hoje existem ferramentas que tornam o processo possível até mesmo à distância. E o melhor! Sem gastar muito. Atendimentos focais pela internet, com profissionais sérios, têm ajudado muita gente a conseguir participar de sessões. Cerca de 4 a 10 atendimentos já são suficientes. Busque atualizar-se constantemente, cuide da sua rede de networking, não isole-se! Fique sempre na companhia de familiares e amigos que lhe faça bem. Evite o sedentarismo, o abuso de bebidas alcoólicas e a multiplicação de pensamentos 71


derrotistas. Lembre-se dos projetos que já desenvolveu na vida pessoal e profissional e use esses feitos para valorizar-se. E acima de tudo, se a situação é nova reinvente-se, descubra as habilidades e talentos que a situação outrora “tranquila” de certa maneira “escondeu”. As revelações serão surpreendentes. Portanto, crises permitem sair da “zona de conforto” e buscar novos horizontes. Olhe adiante, para frente!

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Cada um com a sua mania Eu e a minhas manias! E quem não as tem? Os hábitos repetitivos são mais comuns do que imaginamos. Basta um olhar mais atento para percebermos que convivemos com as nossas manias e a dos outros o tempo todo. Como lidar com elas? Como a Psicologia pode auxiliar no processo da boa convivência em meio às diferenças de cada um? Antes das orientações sobre o assunto é preciso entender o porquê das manias. Observe que geralmente funcionam como um ritual de organização ou proteção frente ao novo. Quando fazemos as coisas da mesma maneira, nos colocamos numa posição confortável, previsível e aparentemente segura. Isso vale para diversas questões como virar as toalhas dobradas todas para o mesmo lado ao colocar no armário, ou ainda alinhar milimetricamente documentos em uma mesa de trabalho para facilitar a gestão das tarefas. Ao que parece, seguir um “padrão” tem como objetivo manter a ordem e o conforto. Mas será mesmo que isso vale para todos igualmente? Há quem considere esse tal padrão como correto. Outros, porém, acham essa organização/mania desnecessária e talvez fiquem mais seguros sem seguir padrão nenhum, ou transformando a desorganização em padrão. E pode ser esse o começo de muitos conflitos entre as pessoas, pois sempre tem quem pense e aja de maneira diferente. Há pessoas, por exemplo, que sofrem de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), mas aqui o foco são as manias que todos temos e que não interferem danosamente na vida social. Um comportamento ainda não tão repetitivo que gere sofrimento no indivíduo. Por isso, não pode 73


ser classificado como TOC. São aquelas pequenas manias que no máximo conflitam com o modo de ser do outro, seja no ambiente profissional ou familiar. Você já deve ter ouvido e vivenciado, talvez, a mania de apertar o tubo do creme dental ao meio. Tem também aquele costume de deixar a cama desarrumada só porque na noite seguinte vai dormir nela novamente. Ou ainda a reação negativa de desligar o ar condicionado no ambiente de trabalho obrigando todos os colegas do escritório a sentir calor. Essas “coisinhas” podem gerar conflitos e prejudicar o clima levando equipes a perder desempenho e até mesmo ao rompimento total. Compreensão, paciência e respeito são algumas características necessárias para que a convivência não se torne um pesadelo. Opiniões opostas, manias e diferentes maneiras de lidar com as situações fazem parte da diversidade dos indivíduos e sempre existirão! Se não houver tolerância e compreensão frente ao diferente, as pessoas cada vez mais estarão distantes umas das outras, ao passo que a convivência é item importantíssimo para o desenvolvimento saudável de uma sociedade. Portanto, essas situações exigem boa comunicação entre os membros e bom senso para saber a hora adequada de negociar sobre as diferenças de cada um. Você, quando incomodado com a mania de alguém, já buscou entender a razão que faz a pessoa agir de tal forma para, a partir daí negociar educadamente sobre o assunto? Às vezes apresentar ao outro um novo olhar sobre a questão é suficiente para começar a mudar os tais “padrões” outrora estabelecidos. Cada um com sua mania e todos buscando o melhor em grupo!

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Há vagas para se criar um novo “eu” É fato que o cenário mundial muda constante e assustadoramente, inclusive em larga escala em nosso país, mais precisamente no campo da economia cuja crise ecoa por toda a sociedade. Cabe a nós enfrentarmos e aprendermos com as situações atuais. Você considera possível absorver algum conhecimento em plena crise? Acha possível agregar às experiências novos olhares acerca de si mesmo? Ou quem sabe, criar um novo “eu” baseado em suas próprias vivências? Não resta dúvida que provém do nosso labor o sustento e a realização pessoal e profissional. Porém, o momento que vivemos gera a incerteza sobre uma possível demissão e, consequentemente, a escassez de vagas para recolocação. Há os que diante do desemprego reagiram de maneira negativa e pararam de buscar, ou até mesmo entraram em depressão por conta disso. Mas existem também aqueles que diante da condição nova encontraram um novo olhar sobre o que ocorre e mudaram o cenário de suas próprias vidas e de suas perspectivas de futuro. Gente que fez de um limão uma limonada. Muitos descobriram, por exemplo, que diante do dinheiro curto mudanças na rotina diária deveriam ocorrer. Alguns passaram a diminuir ou cortar itens, a mudar o padrão de alimentação não simplesmente por não poder comprar, mas por enxergar que a “fartura” estava associada à ingestão de muita carne vermelha, álcool, açúcar e gordura. Outros redescobriram o gosto pelas pedaladas e trocaram o carro pela bicicleta. 75


Mudar a dieta e o estilo de vida pode trazer economia e bem estar instantâneos, e a longo prazo reduzir gastos com tratamentos médicos, por exemplo. Outros movimentos são bem recebidos em um momento de crise econômica. Os brechós estão em alta para que ninguém deixe de cuidar da aparência. É o conceito de gastar menos e reutilizar mais ganhando espaço. Muitas mulheres aderiram à onda do “mais natural melhor” e diminuíram as idas ao cabeleireiro. Descobriam a beleza dos cabelos naturais, livres de químicas, uma decisão econômica e autônoma. Outro fenômeno observado em muitas comunidades foi o aumento do cooperativismo e de grupos colaborativos, que se ajudam mutuamente contribuindo também para o lado social que tão bem faz a quem costuma isolar-se diante dos problemas. Não se isole. Não abandone o que considera importante, mas repense o modo de viver diante das adversidades da vida e, quem sabe, redescubra um novo “eu” aí dentro de você. Sabemos, entretanto, que apesar de todas as mudanças e redescobertas criativas, não tem sido fácil enfrentar a crise, dificuldade que deve continuar por um bom tempo, mesmo que os especialistas em economia estejam certos em suas projeções. Acredite em si e faça bom uso de suas faculdades cognitivas para criar novos cenários em sua vida. Não esmoreça e animese a cada nova descoberta para driblar a condição atual. Não dê ouvidos aos pessimistas e nem fique cego diante da realidade. Tenha bom senso sempre e senso crítico quando necessário. A bonança só existe se for precedida por uma tempestade.

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Lidando com dias ruins A tensão e o estresse acompanham o cotidiano dos trabalhadores. Cada vez mais a urgência nas atividades, a pressão por resultados, a alta competitividade, as exigências para aprimoramentos constantes e para aquisição de novos conhecimentos interferem diretamente na qualidade do ambiente profissional e pessoal. Quais são algumas das muitas situações que tornam o dia desafiador? Como lidar e, principalmente, saber manejar os chamados dias “ruins”? Todas as situações às quais os trabalhadores estão expostos são estressores que geram desgastes físicos, emocionais e desencadeiam doenças. As ansiedades ligadas aos desentendimentos com colegas, a insatisfação salarial, a ausência de reconhecimento pelos esforços também são enfrentadas por muitos. Existem ainda fatores intrapsíquicos, como os medos relacionados às incertezas, medo do desemprego, receios por conta da instabilidade econômica do país, sensação de ineficiência ou conflitos pessoais e conjugais. Sem dúvida é desafiador viver dias assim. Não é possível entregar uma receita pronta para o manejo dessas situações, até porque o que pode ser bom para uns pode não surtir efeito para outros. Afinal cada indivíduo carrega suas particularidades. No entanto, algumas ações são de benefícios universais e podem, de modo geral, servir de auxílio para a maioria das pessoas. Busque hidratar o corpo e alimentar-se bem. Sabemos que com sede e fome a tendência é ficar irritado, o que dificulta o dia. As atividades físicas, mesmo uma leve caminhada, fazem 77


bem para o corpo e para a mente. Brincar com um animalzinho de estimação também melhora a energia e proporciona doses de amor incondicional. Ouvir música ajuda a relaxar. Tenha um cantinho aconchegante que traga conforto para ficar nos intervalos do trabalho e em casa. A intenção é tornar a mente menos viciosa de pensamentos ruins para melhorar o que está no entorno. Procure cultivar amigos verdadeiros e desfrute de boas conversas. Concentre-se no que está ao seu alcance de realizar. O que não depende de você não deve ser um peso em sua vida e nem deve ser algo para criar resistências. Tome como exemplo o curso do rio. A água atinge os espaços seguindo pacientemente a sua perene rota, mesmo que leve tempo, sempre em direção ao mar. Não nade contra a correnteza! Lide melhor com os dias ruins transformando-os para melhor até que alcance o que deseja com calma e foco!

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Mantenha a postura! Sabemos que cada lugar exige uma postura física adequada. Em casa, talvez, fiquemos mais relaxados (o que não é necessariamente o mais correto). Mas em um ambiente estranho, a tensão pode se tornar inevitável. E quando estamos no trabalho? De frente para o computador ou laptop recomendase usar sempre uma cadeira com apoio para as costas. Os pés devem ficar no chão ou apoiados em um suporte, e mesmo que sua mesa tenha um tamanho razoável, que facilite o acesso aos objetos do dia a dia, evite girar o tronco e o pescoço. A tela deve ficar na altura dos olhos, os ombros relaxados e os cotovelos junto ao corpo. Busque diminuir os movimentos repetitivos no teclado ao acessar atalhos ou abrir programas. Durante o exercício do trabalho é essencial incluir pausas para um breve relaxamento corporal e mental. A cada hora, por exemplo, reserve pelo menos cinco minutos de descanso. Aproveite esse momento para alongar os dedos das mãos e fazer uma breve caminhada para revigorar e ativar a circulação sanguínea. O local de trabalho deve facilitar a atividade. Mantenha o telefone, a calculadora, documentos e demais objetos sempre próximos. Evite digitar e procurar objetos ao mesmo tempo. Agir assim, além de tornar a atividade estressante, também prejudica a qualidade e a produtividade das tarefas. Ajustar os equipamentos, como algumas ferramentas existentes no computador, também ajuda a otimizar o trabalho. A velocidade do mouse e a resolução e/ou iluminação da tela, por exemplo, podem dar mais conforto durante o expediente. Parece bobeira, mas essas configurações fazem uma enorme diferença. Seja uma pessoa ativa e pratique alguma atividade física, de preferência aeróbica, que melhora a resistência física e cardiovascular, alivia as tensões e relaxa quem trabalha com computador diariamente. 79


Maturidade emocional Amadurecer em relação às emoções torna-se uma tarefa essencial. A maturidade emocional capacita o indivíduo a lidar com as dificuldades, que apesar dos problemas consegue usufruir das boas fases da vida. Quem atinge esse estágio (algo bem próximo da chamada “inteligência emocional”) tornase tolerante às frustrações e procura absorver os golpes para seguir em frente. Para isso é preciso livrar-se da raiva, do ódio, dos ressentimentos e das tristezas sem descarregar em outras pessoas. Quem é maduro sabe que não adianta agir assim e que a melhor maneira de superar essas questões é evoluir moralmente, desenvolver habilidade para lidar com conflitos e viver harmoniosamente com quem está próximo. Geralmente a pessoa com maturidade emocional tem um comportamento mais linear, estável. Não muda conforme as fases da lua, sabe? Passa confiança, credibilidade e com isso consegue ser um bom amigo, um bom parceiro sentimental, um bom colega de ofício. Emocionalmente maduro, o indivíduo tornase mais responsável por sua vida e administra com mais cuidado seus próprios impulsos, como a raiva, a agressividade, o ciúme, vícios em geral. São algumas razões para confiar na pessoa que usa a inteligência emocional antes de agir. Amadurecer significa chegar a um ponto onde se tem certeza de que o amor mais poderoso e insubstituível é o amor próprio. Significa fluir com a vida e não brigar contra ela. É mostrar que é possível olhar para dentro de si mesmo, trabalhar e ser capaz de controlar as emoções (mas jamais deixar de sentilas). Importante salientar que não existe maturidade perfeita. O 80


processo é contínuo e sempre há o que melhorar e aprender com as vivências. Leia com atenção algumas dicas e coloque-as em prática: - Deixe ir o que tiver que ir. Permita que chegue o que deve chegar. - Não deixe que velhas feridas do seu passado emocional atrapalhem o seu presente. Cicatrize-as. -

Se algo incomoda, aceite! Só assim será capaz de mudanças.

- Cuide do que diz, respeite o que ouve e medite sobre o que cala. - Abra o coração sempre que for necessário tirando as amarras do passado.

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Na atual conjuntura Sempre que a vida toma rumos inesperados, imprevistos, o sentimento que nos acompanha é de ansiedade por falta de controle. Na atual conjuntura, como sempre digo, o melhor a fazer é repensar a forma de caminhar e também as estratégias usadas nessa caminhada, já que o momento mudou. Uma das maneiras de lidar com essa fase é concentrar-se naquilo que pode controlar. Algumas situações demandam maturação, envolvimento de terceiros e interesses que fogem do controle. Isso gera ansiedade, o que é desgastante. Busque realizar o que gostaria na vida. Talvez o momento seja ideal para planejar algo que há tempos estava “parado” por conta da rotina acelerada. Inclua ainda um cuidado maior com a saúde, com a dieta alimentar, um novo aprendizado, uma nova atividade. Quando um novo rumo se desenha na vida, o momento pode ser de organização pessoal. Olhe para o seu lar, faça reparos no patrimônio e também na sua imagem. Isso mesmo! Cuide da aparência, das roupas, da vaidade e perceba que o bem está associado a coisas simples citadas aqui, mas que contribuem para a autoestima. Se sentimentos negativos começarem a brotar, procure exercitar a mente. Eu, por exemplo, no consultório costumo pedir ao cliente que faça um diário onde coloque tudo o que sente. Depois peço para ler a lista e perguntar a si próprio. “Tenho provas que confirmem o conceito negativo que tenho de mim mesmo?” Na maioria das vezes a resposta é não. E esses 82


conceitos negativos geralmente estão associados às neuroses que vamos alimentando na mente. Drible isso! Quando a ansiedade bater redirecione a energia para a produtividade. Faça exercícios físicos, ocupe o tempo com artes, serviços voluntários, atividades que podem ensinar como lidar com os desafios pelos quais você passou e aprendeu com eles. Enfim, o caminho para retomar o controle está longe do egoísmo e bem perto do altruísmo. E isso pode-se desenvolver!

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“Não estou disposta” Uma frase passou a ser usada como “meme” nas redes sociais. Não importa qual a plataforma, mas “não estar disposto” tem sido a resposta mais comum. Uma reação, por exemplo, a situações estressantes, desgastantes e de estafa tão comuns na vida contemporânea. A estafa profissional é mais que um simples cansaço ou estresse normal provocado pela rotina do dia a dia. É caracterizada por exaustão crônica e sentimentos intensos de frustração e incapacidade. Está relacionada com vários problemas físicos e emocionais. As vítimas costumam perder a motivação e tornamse menos produtivas. Geralmente o excesso de trabalho é um fator desencadeador desse mal. Por causa da crise econômica alguns empregadores exigem que seus funcionários trabalhem mais, às vezes ganhando menos. Com o avanço da tecnologia também fica difícil separar a vida profissional da pessoal. A conexão é quase ininterrupta, o que facilita estar sempre em contato com o trabalho, mesmo nas horas de folga. E aqueles que conseguem desligar-se podem ficar estafados por acharem que não estão no controle, e que correm o risco de perder o emprego. As pessoas podem ainda pensar que estão sendo tratadas injustamente, o que também gera estafa. Lidar com situações estressantes no ambiente de trabalho, como problemas com os colegas ou prioridades mal definidas por seus superiores é igualmente estafante. Além disso, uma pessoa pode causar estafa a si mesma. Com o objetivo de progredirem na carreira e conseguirem melhores salários, alguns 84


tentam encaixar cada vez mais afazeres na agenda, assumem compromissos demais e acabam ficando estafados. Se você está com estafa profissional, como mudar essa situação? Algumas dicas podem ajudar a minimizar e/ou vencer a estafa: - Pense em simplificar a vida, organizar os horários e aproveitar as folgas para convivência familiar com momentos verdadeiros de relaxamento. Quanto mais atividades, maior a probabilidade de ficar estafado. - Reflita sobre suas prioridades e mude o que for necessário. Muitas vezes, você verá que talvez a “mochila” que carrega está repleta de “pesos” que não são seus. Alguns descobrem que carregam também os problemas dos outros. Isso não é saudável. Seja empático, mas mantenha-se alerta quanto a isso. Cada um é responsável por si. - Aprenda a dizer “NÃO”. Parece bobeira, mas alguns acumulam na vida atividades e sobrecargas por simplesmente não exercitarem o “não”. Seja ponderado, educado e assimile somente e apenas o que lhe cabe. - Faça terapia. Ter um momento semanal para falar de si mesmo a um bom profissional habilitado que o ajude a esvaziar os pensamentos e sentimentos tóxicos auxilia e muito a levar a vida de maneira equilibrada.

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Olhos nos olhos Ah o olhar! Quanto pode-se transmitir através dele! Geralmente as pessoas que priorizam o “olho no olho” são valorizadas, comumente consideradas como interessadas, sinceras e transparentes. Mas essa capacidade não é presente em todos os indivíduos. Os tímidos, por exemplo, embora queiram têm imensa dificuldade em manter comunicação visual. Em algumas situações são até mal interpretados por isso. Outros também podem desenvolver a capacidade de usar o olhar e não serem necessariamente sinceros. A expressão facial acompanha os olhos e precisa ser lida em conjunto. O movimento das sobrancelhas, dos lábios e até mesmo os gestos demandam uma interpretação. Fixar o olhar durante uma expressão de alegria é bem diferente que fixar o olhar quando a raiva é o sentimento dominante. O olhar geralmente intensifica a percepção da emoção expressa na face. Outra característica é a interrupção do contato dos olhos, uma espécie de recusa para encarar um assunto. Também pode ser uma estratégia para evitar o aumento da intimidade, uma defesa a um flerte, um sinal de submissão ou de mentira. Mas atenção: existem pessoas que mesmo olhando nos olhos conseguem dissimular a mente e manipular os outros com falsa demonstração de sinceridade e interesse. Para questões amorosas, quem está interessado fica cerca de três segundos a mais olhando para o rosto da outra pessoa, principalmente quando toma a iniciativa de conversar. E o outro fica com a sensação de estar sendo encarado! O olhar aprofunda e esquenta os relacionamentos, manifesta interesse em novas conquistas e demonstra afetividade ao responder iniciativas de contato. Que não nos falte o olho no olho! 86


Um turbilhão de emoções Como é bom emocionar-se. Todavia, quando as emoções causam um turbilhão desenfreado dentro de nós, as experiências emocionais exigem atenção especial. A desorganização dos pensamentos pode desencadear doenças. Inúmeras pessoas sofrem de transtornos mentais, que por consequência provocam mudanças na dinâmica familiar, no círculo profissional e social. Estudos afirmam que um em cada quatro indivíduos vai ser afetado por transtorno mental em algum momento da vida. Em todo o mundo, a depressão incapacita mais pessoas que qualquer outra doença. A esquizofrenia, por exemplo, bem como o transtorno bipolar estão entre os distúrbios altamente graves e incapacitantes. Segundo A Organização Mundial de Saúde (OMS), “os transtornos mentais continuam invisíveis, negligenciados e discriminados.” O estigma ainda existe em torno das questões emocionais e afeta diretamente a decisão das pessoas em buscar tratamento. O transtorno mental nada mais é que a disfunção significativa dos pensamentos, do controle das emoções e do comportamento. Está diretamente relacionado ao comprometimento das relações interpessoais e da habilidade do indivíduo de administrar as atividades diárias. O quanto e por quanto tempo afetará a vida de alguém depende do tipo de transtorno e das circunstâncias envolvidas. A doença pode atingir qualquer um, independentemente de idade, sexo, religião, cultura ou condição econômica. Aliás, vale ressaltar que não tem nada a ver com falha de personalidade ou fraqueza. É preciso desmistificar! 87


O primeiro passo para enfrentar a doença é passar por avaliação completa feita por um psicólogo e por um médico que prescrevem o tratamento adequado a cada caso. A psicoterapia é um dos métodos indicados e não deve ser interrompida. Cumprila à risca é essencial para aprender a lidar com os transtornos. Portanto, buscar ajuda de bons profissionais é o melhor caminho para resgatar a saúde mental e, consequentemente, a qualidade de vida. Cuide das suas emoções.

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Uma questão de perfil A concorrência existe e está cada vez mais acirrada por conta da escassez de vagas. Quem nunca se perguntou: Será que serei aprovado (a)? Como devo me comportar para conquistar a recolocação? Dúvidas comuns a quem enfrenta um processo seletivo em busca de novas oportunidades de trabalho. Primeiramente o candidato sempre deve ter o currículo atualizado. Isso é básico, porém, sempre aparecem pessoas com informações antigas em seu “cartão de visitas”. Mudam de endereço e/ou telefone e não modificam os dados. Ficam à mercê da sorte para futuras entrevistas. Outra questão que precisa ser considerada é que o currículo não pode ser o único meio de comunicação entre o candidato e o recrutador. Muitos selecionadores buscam outras fontes de informação, entre elas, as redes sociais. Por isso é importante ser ético e coerente nas postagens. Também é necessário adotar critérios ao criar um e-mail. Transformar expressões como “gatinha manhosa” ou “lindo e charmoso” em endereço eletrônico pode gerar uma interpretação negativa no processo. Os mais céticos podem afirmar que a vida social não tem nada a ver com a vida profissional. Será mesmo que não? Cada vez mais o ser humano é avaliado em seu contexto pelo mercado, que antigamente via somente as características técnicas como única prioridade. Somos seres compostos por aspectos biológicos, fisiológicos, psicológicos, espirituais, culturais e sociais e tudo isso interfere diretamente na formação psíquica que, portanto, comanda as ações em nossa vida. Seja você mesmo e acredite nessa afirmação! Não busque simular 89


comportamentos pois isso pode ser percebido pelo selecionador e o resultado será a perda da vaga. Ou ainda pior! Caso passe no processo, não conseguirá fingir por muito tempo ser algo que não é. Não vale a pena. Pense também que ser autêntico não significa ficar extremamente à vontade na sala de seleção, a ponto de mexer no celular ou agir como se estivesse na sua sala de estar. Algo a ser considerado também é o nível de comunicação. Evite falar demais e nem de menos. Responda as perguntas de maneira objetiva sem deixar de lado informações importantes, como algum projeto bem sucedido que realizou em seu último trabalho. Evite ser arrogante e nada de dizer que seu maior defeito é “ser perfeccionista”. Você possui defeitos sim e deve falar deles sem receios. Algo que pode ser dito é que não tem lido com a frequência que deveria ou que não domina um segundo idioma. Mostre que está disposto a melhorar! Após o processo seletivo, os candidatos vivem o dilema de entrar ou não em contato com a empresa para saber o resultado. Uma dúvida cruel que merece, sim, ser esclarecida. Vale a pena fazer isso, mas somente após duas ou mais semanas sem nenhum feedback. Aprovado ou não, envie um e-mail sucinto agradecendo pela oportunidade. Isso pode ajudar a ser lembrado pelo selecionador.

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Controle do estresse Não é fácil viver nos tempos atuais. Imagino que você faça um esforço enorme para lidar com as demandas da vida moderna. Até mesmo uma pequena pausa para leitura semanal parece desafiadora. O estresse ativa um impressionante mecanismo do corpo que age como uma equipe de emergência. Hormônios são liberados, a respiração e os batimentos cardíacos ficam acelerados e a pressão sanguínea aumenta. Além disso, reservas de glóbulos vermelhos e glicose entram na corrente sanguínea. Essa série de reações é uma preparação do organismo para lidar com a causa do estresse. Depois que a situação passa o corpo costuma voltar ao normal. Mas, se o “motor” continuar acelerado os sintomas se agravam podendo levar à ansiedade ou à tensão crônica. Por isso é essencial saber lidar com o estresse para obter a saúde física e mental. Mas, como? Segundo a Associação Americana de Psicologia, o estresse é para o ser humano o que a tensão é para a corda de um violino. Se você deixá-la frouxa, o som sairá abafado e áspero. Se a apertar demais, o som sairá estridente e a corda poderá se romper. Muito estresse pode matar, mas um pouco pode tornar a vida mais interessante. O segredo é saber controlá-lo. O estresse não é necessariamente ruim, mas tem características únicas que variam de acordo com a saúde e a personalidade de cada um. O que estressa alguém pode não causar efeito nenhum em outra pessoa. Porém, se no dia a dia você não consegue relaxar nem lidar com uma emergência, seu nível de estresse pode estar nada saudável. Na tentativa 91


de lidar com o estresse crônico, algumas pessoas recorrem ao álcool, drogas ou cigarro. Outras comem compulsivamente ou tornam-se sedentárias passando horas na frente da televisão ou do computador, hábitos que além de não eliminar os sintomas podem também aumentar o estresse. Saiba que ninguém consegue ser completamente seguro. Todos estamos sujeitos a sofrer imprevistos. E quando essas situações surgirem siga algumas recomendações: - Conte seus problemas ao terapeuta, um parente ou amigo de confiança. Inúmeras pesquisas mostram que quando temos o apoio de quem amamos, as chances de desenvolver distúrbios relacionados ao estresse são menores. - Não fique pensando no que pode dar errado na sua vida. Isso vai deixar você esgotado emocionalmente. E pode ser que a razão do seu medo nunca aconteça. - Aproveite o poder que a oração e/ou meditação tem. Conectar-se consigo mesmo e com a fé que processa ter, seja qual for, pode contribuir para paz interior. - Tire tempo para relaxar e descansar. Estabeleça o que é mais importante para você e simplifique a vida, tornando-a mais prática. - Resolva as diferenças com as pessoas, evite inflamar discussões e aprenda a perdoar. Sim, perdoar faz bem à saúde!

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Casais na rede Nas diversas relações o ciúme geralmente faz parte do enredo. E nas redes sociais, onde as pessoas se relacionam virtualmente, qual seria o limite sobre o acesso ou não às informações do parceiro? Monitorar os interesses na internet e querer saber com quem conversa pode ser uma necessidade do casal, mas até que ponto esse comportamento é saudável? Importante salientar que quando inicia-se uma relação o ciúme pode ocorrer. As pessoas estão se conhecendo e há momentos em que possam ficar com ciúmes até mesmo devido à insegurança gerada pelo “novo”. No entanto, a tendência é de que com o tempo as crises diminuam à medida que as relações se estabeleçam e amadureçam. Mas se o ciúme não diminui com a maturação da relação, e pior, um começa a avançar os limites da individualidade do outro olhando a agenda, e-mail, mensagens, celulares, a situação fica preocupante. Como lidar com essas questões, especialmente com a relação dos casais na rede? A comunicação precisa ser a peça-chave para a fundamentação de contratos. Isso mesmo! Casais devem estabelecer contratos, acordos sobre o limite da privacidade. Os acessos às redes serão liberados ou não? Os assuntos precisam ser acertados entre as partes e o que for decidido tem que ser respeitado. Porém, algumas pessoas afirmam que não conseguiriam manter uma relação com alguém que mexesse, por exemplo, em seu celular. Outros ainda sinalizam que preferem manter os aparelhos liberados porque o uso de senhas incomodaria na relação. Enfim, conversar e entrar num consenso é fundamental. Desejo que os casais, nas redes ou não, consigam chegar ao equilíbrio e que construam relações de confiança, parceria e respeito mútuo. 93


Colecionando vivências Mais do que buscar experiências na vida, há em nós o desejo de fazer algo que traga satisfação. E para isso, às vezes é preciso mudar a trajetória durante determinada caminhada, decisão que tem sido cada vez mais comum. O que explicaria a motivação de encarar uma transição na vida profissional? Além das crises econômicas, as chances de novos aprendizados e sucessos motivam aqueles mais sensíveis ao panorama atual. E isso é fato, até porque as empresas estão menos engessadas em relação às oportunidades para funcionários que se mostram flexíveis e polivalentes. Ainda assim mudar o caminho não é fácil. Requer planejamento e autoconhecimento, que favorece o processo de mudança. Ter em mente um projeto de vida faz o indivíduo alinhar as novas atividades ao que pretende realizar. Embora as vivências sejam ricas em si, agir impulsivamente pode gerar frustações. Então, antes de alterar a rota reflita sobre seus desejos, e caso mude o caminho faça deste um atalho para chegar ao seu objetivo. Atualize sua rede de contatos ou passe a conviver com novas redes (relacionadas ao novo segmento) a fim de manter-se ativo, trocando ideias, aprendendo e tornando-se visível para que seja acionado/lembrado quando surgirem novas oportunidades. Muitas vezes a nova área possui valores e cultura próprios, que levam um tempo longo para serem aprendidos. Cursos e eventos são boas fontes de informação. Portanto, colecionar vivências, trocar de carreira ou pegar um atalho podem ser opções ou imposições. É importante ter em mente quais são suas competências e onde você pode aportá-las. Estar disposto a aprender e absorver “o novo” será imprescindível e poderá ser um caminho para a felicidade. Colecione muitas vivências e busque sua satisfação nos caminhos que escolher trilhar! 94


Você delega tarefas? O processo de delegar faz parte da sua atividade laboral ou sua postura é mais centralizadora? Parece ser simples o ato de delegar, mas trata-se de um processo complexo que precisa ser cuidadosamente planejado e monitorado. Não basta dizer simplesmente “estou muito ocupada. Faça isto para mim.” Ou ainda “Não estou disposta a fazer esta tarefa, encarregue-se dela.” As pessoas costumam ser treinadas para o trabalho que fazem. A instrução formal intensiva pode ter sido recebida na universidade, em cursos profissionalizantes, ou por meio da experiência adquirida com muito trabalho. A atividade também pode ser internalizada pela cultura, como é o caso dos afazeres domésticos que por muito e muito tempo estiveram associadas somente às mulheres, as chamadas “donas de casa”. Naturalmente elas orgulham-se de suas qualificações, certas de que sabem executar seu trabalho de forma correta. Já delegar requer que não se faça diretamente o serviço, desde que haja supervisão ou orientação. E aí os conflitos e questionamentos começam a surgir. “Ele será capaz de executar a tarefa?” “Conseguirá realizar a atividade com qualidade?” “Faço isso de forma rápida. Levo a metade do tempo que o outro.” E por aí vai. Delegar é uma prática aceita, mas muitos não a seguem, ou a exercem mal. No entanto, não é algo que ajuda somente a você. É um procedimento que também dá abertura para outras pessoas se desenvolverem, além de contribuir para a confiança mútua entre os grupos. Quando se delega e tudo funciona bem, duas coisas 95


acontecem simultaneamente. Primeiro: outros assumem parte de seu trabalho e, por sua vez, desenvolvem as habilidades e o potencial deles. Segundo: ao delegar, você reserva tempo e espaço para se dedicar a aspectos mais importantes de seu trabalho a fim de realizá-lo com sucesso. Delegar não é abandonar seu trabalho. Então fazemos a pergunta: “Se estou delegando o máximo que posso, o que farei?” Fora do ambiente profissional o ato de delegar pode fazer parte da dinâmica familiar, por exemplo. No entanto, para muitos delegar as tarefas de casa pode ser desafiador. A tendência da pessoa que ocupa o papel de “dona de casa” (na maioria das vezes, e até de forma inconsciente) é ter uma postura centralizadora. Porém centralizar não favorece o todo e é preciso pensar além! E se alguém precisar se ausentar, como ficará a casa? E a alimentação? as roupas da família? Pode ser cômodo não delegar e ater-se às tarefas que você executa bem para não ter que enfrentar o desafio da mudança, não ter que aceitar um jeito diferente de se fazer as coisas, de haver outra liderança e posturas de inovação. Mas existe vantagem em delegar! Seja no âmbito familiar ou profissional. Você poupa tempo para executar bem tarefas importantes. As capacidades e competências das pessoas aumentam. Delegar dá grande satisfação e orgulho à medida que mais pessoas se envolvem com seu trabalho. Cria flexibilidade para organizar as atividades sabendo que você tem recursos alternativos. Permite que você concentre-se em tarefas mais difíceis e importantes e que pense, pesquise, discuta e desenvolva-se para o futuro. Todavia, as aparentes desvantagens em delegar também existem. Vale considerar esse outro lado. “Quero que isto seja feito da maneira que acho correta, que é a única forma aceitável.” “Preciso controlar tudo.” “Se treino e supervisiono meus funcionários delegando a eles meu trabalho, eles serão promovidos e progredirão.” “Eles podem 96


acabar assumindo meu cargo.” “O que ganho com isso?” É verdade que a maneira como executa as tarefas já é controlada por você. Também é sabido que se delegada a outrem haverá um período de adaptação para que a execução seja no nível de qualidade que era quando você fazia. Como dito no início delegar é um processo complexo e é até esperado no mundo do trabalho que as pessoas cresçam e se desenvolvam, sejam promovidas. Entretanto, analise a hierarquia administrativa em sua empresa. Na base da escala, os primeiros gerentes de linha, ou supervisores continuam a assumir grande parte do trabalho e podem delegar apenas algumas ações. Agora examine o papel dos principais executivos de grandes empresas. Eles simplesmente não podem se incumbir pessoalmente de todo o trabalho porque há muito a fazer e podem não ser especialistas em tudo. Para subir na hierarquia administrativa é preciso conhecer, ter qualificações para executar o serviço, delegá-lo e gerenciar aqueles que foram encarregados de sua execução. Resumindo, delegar não é um processo livre de risco, porém é o melhor caminho para o crescimento pessoal e profissional de todos a fim de que os envolvidos tenham uma trajetória de sucesso no labor! Desejo-lhes dias produtivos.

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A prática como meio de desenvolvimento Pessoal e profissional A sociedade ocidental da qual pertencemos busca realizar feitos significativos. Não raro observarmos que cada vez mais cedo as pessoas se debruçam na tentativa de realizar-se na vida. O sucesso pessoal e profissional geralmente passa a ser o carro-chefe rumo a esse objetivo. Mas como desenvolver-se pessoalmente? E mais: como costuma ser o caminho para o desenvolvimento profissional? Autores como Roe, Ginzberg, Super, entre outros, em suas teorias desenvolvimentistas descreveram a carreira do indivíduo como sendo as atividades de trabalho ou posições ocupadas em determinado tempo. Isso inclui adultos nesta busca ou mesmo os jovens, naturalmente envolvidos na fase de desenvolvimento biopsicossocial. Estar em uma determinada empresa/organização, por exemplo, pode simbolizar ou representar para muitos uma imagem positiva do indivíduo na busca do reconhecimento social, crucial para o desenvolvimento pessoal. Como um processo contínuo, o desenvolvimento de pessoas está, portanto, atrelado a ter conhecimento, prática no mercado, dedicação, reconhecimento social e uma rede de contatos cada vez maior. Levando-se em conta a idade biológica dos indivíduos, o ontem, o hoje e o amanhã são tempos cronológicos que impulsionam as pessoas a terem um projeto de vida que englobe uma carreira de trabalho. Todavia, para muitos essa pressão por resultados pode desencadear frustração, pois as decisões às vezes não acompanham o desenvolvimento biológico. Alguns afirmam que decidir-se cedo faz parte. Para outros pode ser algo simplesmente obrigatório que compromete a felicidade. 98


Algumas dicas podem ajudar os que estão nessa busca. Reflita as seguintes perguntas: o que gosto de fazer? Quais atividades me trazem prazer? O que pesa mais nas escolhas que faço: dinheiro ou satisfação pessoal? Ao fazer alguma atividade tenho me preocupado em agradar aos outros ou busco realmente a minha realização? Terei coragem para mudar de direção, caso me arrependa? Portanto, para que o processo de desenvolvimento pessoal e profissional ocorra, muitos que visam o “hoje” e o “amanhã” se submetem a testes vocacionais para então decidir com mais clareza sobre o que desejam fazer. Há ainda aqueles que preferem se arriscar em alguma atividade que intuitivamente se aproximam. Mas existem também os que desde muito cedo têm certeza da atividade que querem para a vida. E tudo começa, para a maioria, com funções de aprendizes, estágios a fim de engatinhar rumo ao desenvolvimento. Os currículos confeccionados com tal experiência e prática profissional são alvos de captura para o mercado. Estudantes, quando na posição de estagiários em grade curricular ou de extensão podem associar o conhecimento teórico com a experimentação prática da profissão, o que passa a ser decisivo para o crescimento na carreira escolhida. As atividades de extensão oferecidas por escolas técnicas, faculdades e/ou instituições sociais proporcionam que o estudante desenvolva a prática através das necessidades das comunidades locais, contribuindo para que o indivíduo possa ter recursos e vivências que o ajudem a decidir que rumo tomar. Existe, então, a possibilidade (se bem aproveitada) de um crescimento pessoal e profissional nas duas esferas, como uma formação de mão dupla. Aprende-se pessoalmente e oferece-se a outros algum benefício social. É uma ideia! Busque atividades que lhe dêem prazer e ofereça algum trabalho que possa agregar à comunidade a que pertence. Assumir uma postura autônoma frente às decisões da vida traz contentamento e, consequentemente, proporciona crescimento pessoal e profissional. 99


Ela é tão... Boazinha Vivemos em tempos difíceis e ser bondoso, parece, caiu em desuso. Muitos ficam até surpresos diante de ações bondosas. Eu, particularmente, já vivi experiências em que me disseram: “Ninguém faria o que você fez.” Ainda assim sou do time do bem e incentivo atitudes bondosas, mesmo que não vejamos a quem ou que não sejamos recompensados. Por que o ser humano age com bondade? O que pode estar por trás de tais atitudes? Qual o limite para agir bondosamente? Dizer não ou dar um basta é ser ruim ou pode ser visto como bom? Em geral as pessoas que praticam atos de bondade são solícitas, generosas e estão de prontidão para ajudar o outro. Mas também existem aqueles que por insegurança precisem agradar os outros. Tem relação com autoestima e muitos acreditam que agindo bondosamente serão bem quistos e amados, o que nem sempre acontece. Não é regra! Todavia, quanto maior a doação ao outro por necessidade própria de recompensa, maior ainda pode ser a decepção com amigos, colegas de trabalho, familiares. Estabelecer critérios reais para ações de bondade parece ser o caminho ideal. As experiências do meu consultório, bem como as informações de pesquisa apontam que pessoas que exageram em atos de bondade são geralmente as que negligenciam a si mesmos em prol do outro. Podem ainda ser os que mais sufocam por exagerar nos favores, e também é comum que sejam explorados por quem só pretende tirar proveito da sua bondade. Daí a necessidade de estabelecer limites e aprender a dizer NÃO. Portanto, conhecer melhor a si mesmo, reconhecer os padrões que foram estabelecidos desde a infância, avaliar as atitudes tomadas na vida e trabalhar a autoestima são ações importantíssimas para encontrar o equilíbrio e o limite para a bondade. 100


Energia que vem e que vai. Somos movidos por energia. A mesma que também move o mundo; e o “nosso” mundo tem via de mão dupla. Afeto envolve afetar e ser afetado, e isso vale para o bem e para o mal. Aprender a não absorver as energias das pessoas é uma grande habilidade espiritual a ser desenvolvida. Existem cinco maneiras que ajudam a evitar a contaminação com a energia negativa dos outros.

1) Lembre-se, você não pode agradar a todos;

Caso sofra assédio moral de alguém com reclamações ou desrespeito, não transforme em missão tentar convencer a pessoa a gostar de você. Isso só vai lhe sugar e fazê-lo energeticamente dependente da opinião do outro. Ninguém agrada a todos. Estamos aqui na terra vivendo com propósitos diferentes. Ao amar a si mesmo em primeiro lugar, você cria um campo de força em torno de outras pessoas que o protege do esgotamento por suas opiniões.

2) Tenha cuidado com quem você convida para a sua vida;

Seu corpo, sua mente e seu ambiente são o seu templo. Quem você convida para frequentá-lo? É um convite aberto? 101


No Brasil existe o folgado, cujo significado direto é “solto” ou “preguiçoso”. Em Inglês, é o chamado “freeloader”, mas não na tradução literal e sim no sentido de mentalidade do que um estilo de vida. Certa vez pensei que uma pessoa estava ficando fria e mesquinha. Depois percebi que ela estava apenas respeitando a si mesma e à sua casa. É ótimo ser generoso, mas há uma linha tênue entre a generosidade e o pisoteamento. Portanto, opte por ajudar aqueles que realmente precisam. Aprenda a dizer “não” e a estar bem com isso.

3) Pare de prestar atenção; Algumas pessoas vão despejar a energia em você e depois dirigir até o próximo “pit stop”. Um ouvido amigo pode ser maravilhoso, mas é necessariamente uma linha que precisa ser cuidada, caso queira manter a saúde de sua energia. Talvez você retransmita para alguém as suas frustrações no trabalho, no relacionamento ou mesmo realizações bem-sucedidas. São emoções que podem drenar você de várias maneiras e fazer que comece a limitar sua própria vida de formas não produtivas. Ame-se o suficiente para Dizer ao outro que é hora de parar, ou que você não pode lidar com isso agora.

4) Inspire natureza; Vá para a natureza meditar, relaxar e respirar. Purifique a água dentro de você, exercite e flutue fácil. Esteja como uma borboleta que voa suavemente, mas mova-se rapidamente. A respiração aumenta a circulação do fluxo sanguíneo ao redor do corpo e ajuda a evitar a absorção da energia de quem o rodeia. Caminhe com confiança, mantenha a cabeça erguida e não permita que ninguém faça você sentir-se inferior. 102


5) Tome 100% de responsabilidade por seus pensamentos e emoções; O que você sente é 100% responsabilidade sua. O universo envia pessoas na nossa vida para nos testar. A percepção que temos de nós mesmos é maior do que a percepção que os outros têm de nós. Você não é uma vítima e ninguém tem poder sobre você. Considere que seus pensamentos ou expectativas podem ter gerado a situação que lhe incomoda. E se a resposta estiver dentro do nível de paciência, irritabilidade ou compaixão? Inconscientemente afirmamos nossa própria vitimização para o mundo que nos rodeia. Uma vez que torna-se responsável pela maneira que escolhe responder a algo, o indivíduo conecta-se com ele mesmo a um nível mais profundo. Pergunte a você próprio se sente-se bem com tal pessoa e se a sua presença faz o mesmo a ela. Lembre-se que a energia vai e vem e que é importante estar feliz e em paz!

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O estresse no ambiente corporativo e a contribuição da psicologia para a saúde do trabalhador Ele já faz parte da rotina, mas por ser silencioso, às vezes, passa despercebido. Só quando o corpo dá o alerta é que notamos a sua existência. Sim, o estresse é companheiro da vida moderna. E quem nunca sentiu os seus efeitos? O desenvolvimento industrial trouxe ao indivíduo a possibilidade de crescer profissionalmente. Em contrapartida o afastou de si mesmo. Na busca do crescimento pessoal, profissional e financeiro é cada vez maior o número de trabalhadores acometidos por estresse laboral. Muitos não dispõem de tempo para exercícios físicos, relaxamento, lazer ou momentos de reflexão e meditação. Vários fatores podem contribuir para o aparecimento de crises, desde o ambiente de trabalho, as condições sociais, familiares e até a forma como lidamos com as circunstâncias da vida. Mas você já se deu conta de que nem sempre o estresse pode ser prejudicial? Parece um paradoxo que o “vilão” também se torne o “mocinho”. Essa mudança depende da maneira como a excitação emocional é recebida e filtrada pelo nosso corpo. Fisiologicamente o hormônio chamado adrenalina é liberado para tentar adaptar nosso organismo ao que causa estresse podendo gerar distúrbios físicos e psicológicos. Quando não há o diagnóstico patológico, essa reação do organismo, de certa forma, pode servir positivamente como agente de defesa até mesmo necessária, dependendo da situação vivenciada. Por exemplo: ao atravessar uma rua movimentada com trânsito 104


intenso, o medo de um suposto atropelamento deixa o pedestre em alerta para chegar do outro lado da calçada em segurança. Essa agilidade só é possível por conta da descarga de adrenalina gerada pelo estresse da ocasião. O estresse vivido no ambiente de trabalho, no entanto, é uma manifestação que mede a capacidade de adaptação do trabalhador às exigências cada vez mais frequentes, como alta produtividade, sobrecarga de tarefas e o desafio do convívio humano que, convenhamos, é gerador de conflitos na maioria das equipes. Então surge o questionamento: como lidar com o estresse na atualidade, visto que tornou-se parte do cotidiano? Técnicas de relaxamento como pintura, atividades físicas, leitura, contação de estórias, meditação e aconselhamento individual mostraram-se eficazes em estudos realizados recentemente. Basta que as empresas implantem programas de manejo para melhorar a condição de saúde física e emocional do trabalhador. Há alguns anos apresentei em um congresso o resultado de um trabalho voltado para esse fim. Os trabalhadores de uma multinacional que foram submetidos a um programa de manejo do estresse tiveram sensações diversas ao lidar com agentes estressantes. Alguns relataram ansiedade diante de dinâmicas de grupo que demandavam o enfrentamento de novas circunstâncias. Outros demonstraram resistência à atividade por estarem acostumados a usar o seu “jeitinho” de fazer as tarefas, em uma tentativa de evitar o estresse. Outros, ainda, sentiram que foi uma ótima ocasião para olhar mais para si mesmos. Os resultados deste trabalho demonstraram que cada trabalhador dispõe de recursos internos para lidar com o estresse no dia a dia, alguns mais elaborados e outros não. Os que porventura apresentam crises que prejudicam a qualidade de vida devem buscar ajuda psicológica. Portanto, conviver com o estresse é uma realidade para todos nós. A maneira como vamos lidar é que fará a diferença para que tenhamos uma vida saudável no labor!

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Harmonia Fala-se muito no mundo do trabalho sobre qualidade de vida e/ou sobre a implantação de programas de qualidade de vida nas empresas. Trata-se de um tema que não deve ser apenas considerado no meio profissional. Segundo a Organização Mundial da Saúde, qualidade de vida tem a ver com um conjunto de percepções individuais que envolvem sistemas de cultura e de valores, também metas, expectativas, padrões e preocupações. Vivemos numa sociedade em que a qualidade de vida e a saúde são ativos importantes nas dimensões física, intelectual, emocional, profissional, espiritual e social. Práticas inadequadas no gerenciamento do nosso dia a dia geram impacto negativo nessas dimensões. No âmbito do trabalho, por exemplo, baixa motivação, desatenção, diminuição de produtividade e alta rotatividade criam uma energia negativa que repercute na família e na sociedade. Essas questões precisam urgentemente ser consideradas quando estão presentes na atividade laboral. Algumas áreas de atuação obtiveram uma rotulagem ruim no quesito qualidade de vida. O ambiente hospitalar é uma delas, onde geralmente os trabalhadores possuem uma carga horária extensa com desgaste físico e emocional. Não raro, o profissional de saúde aparece em pesquisas no grupo dos que mais apresentam a chamada síndrome de Burnout, ou do esgotamento profissional. A tensão emocional está diretamente relacionada à ausência de qualidade de vida! Também apresentam a síndrome profissionais da educação, de recursos humanos, de segurança pública, entre outros setores. Torna-se necessário perguntar a si mesmo se as atividades são realmente importantes para você 106


ou se por alguma razão (ou várias razões) sua vida não tem sido significativa, e se está sem derivar prazer em atividades que realmente façam sentido para você. Outro ponto a considerar é que gerenciar a própria vida é essencial para a qualidade dela, pois dessa maneira adquirese ganho substancial nos quesitos satisfação e crescimento pessoal. Isso inclui os itens mais básicos como cuidar da autoimagem, ter um tempo para si mesmo, saber dizer não quando necessário e ainda recusar realizar alguma atividade que considera simplesmente pró-forma ou como dizem “só para fazer um social”. Ainda pode-se citar questões comportamentais e de saúde. Como está a relação com o seu corpo? Qual a válvula de escape para as tribulações da sua vida? Álcool, tabaco e outras drogas, sexo sem proteção? Extravagâncias, consumismo desenfreado, jogatina? E a qualidade do sono e repouso, bem como a qualidade dos pensamentos e dos estímulos a que fica exposto? São questionamentos pessoais. Não fuja deles e seja sincero consigo mesmo. Para efeitos didáticos dividimos a saúde em seis dimensões: FÍSICA, EMOCIONAL, INTELECTUAL, PROFISSIONAL, SOCIAL e ESPIRITUAL. Todas facilitam a consciência e o desenvolvimento da saúde integral e permitem ter uma visão sistêmica para seu posterior equilíbrio e expansão, pois sabemos que sempre buscamos uma inter-relação harmoniosa dos vários aspectos e dimensões do ser humano. Essa é a eterna busca. O psiquiatra Carl Gustav Jung dizia que se as coisas vão mal no mundo, algo deve estar mal comigo. Assim seria sensato, em primeiro lugar, ficar bem e procurar ajuda profissional caso necessário. Busque viver uma vida vibrante e feliz. Utilize o máximo de recursos que você possui internamente e que muitas vezes parecem estar inacessíveis, ou até mesmo inexistentes! Tente! 107


Humanidade Na correria da vida cotidiana, muitas vezes as relações podem passar a ser rotuladas, colocadas numa caixinha. Algo como dizer “Ah, sim! conheço gente desse tipo.” Todavia, há uma demanda que precisa ser considerada. O homem (da humanidade) deve ser entendido em sua amplitude como um ser complexo, dinâmico e este entendimento leva em conta todas as vivências. Cada indivíduo tem a sua própria. Mesmo que as pessoas passem por uma situação igual, o entendimento, a leitura e o resultado podem ser totalmente diferentes. Toda experiência externa ou interna deixa uma marca do que aconteceu, sendo a forma mais simples do pensamento humano através da qual ocorre a representação do ser. A sua essência é a percepção de si mesmo como pessoa capaz de sentir, pensar e agir dentro de sua individualidade. Quando o homem toma consciência da sua relação com o meio, ocorre o processo permanente de desenvolvimento que perpassa pelo progresso, evolução, superação, entre outras fases. Tendo em si essa possibilidade, e sendo ela potencializada pela ação-reflexão, a evolução é algo a que o homem está praticamente obrigado por sua própria natureza. Ao agir está também sendo afetado, modificando-se e afetando os outros. Cada experiência passa, portanto, a construí-lo e a transformá-lo em uma pessoa única e insubstituível na humanidade. Todavia, a capacidade de progresso seria pequena se o homem aprendesse apenas com a própria experiência. Assim aprende também com a experiência dos outros que transforma-se em conhecimento a ser compartilhado de forma consciente ou não. 108


A humanidade é líquida e o homem não é um ser pronto, está em constante construção e reconstrução. Busca de sua autonomia abrir-se ao mundo, convive em sociedade e percebe o papel fundamental que exerce na coletividade, na humanidade que também está sempre em movimento. Aliás qual movimento o diferencia do todo?

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Não consigo desconectar. E agora? Estar conectado é uma necessidade tanto profissional quanto pessoal. Mas o uso exagerado da internet pode causar dependência digital. Esse mal surge quando a necessidade de acessar a rede torna-se prioridade. É neste momento que há o perigo. A dependência de internet (DI) caracteriza-se principalmente pela incapacidade de controlar o próprio uso dos meios digitais, o que gera no indivíduo um sofrimento intenso e/ou prejuízo significativo em diversas áreas da vida. Mas não basta apenas usar a internet para ter o diagnóstico. Além da navegação excessiva, outros fatores comportamentais também caracterizam a patologia. Alguns sinais servem de alerta porque podem indicar que é hora de procurar tratamento. 1. Necessidade de aumentar o tempo conectado; 2. Mudança de rota a fim de conseguir acesso à internet; 3. Sentimentos de agitação quando na ausência da conectividade; 4. Sensação de “alívio” ao conseguir uma rede móvel; 5. Melancolia ou irritabilidade quando tenta usar menos a internet; 6. Perda de relações significativas; 7. Prejuízo ou perda do trabalho; 8. Hábito de mentir para os amigos, familiares e terapeuta sobre o uso; 110


9. Uso do recurso digital como escape para enfrentamentos da própria vida; 10. “Substituição” da vida real pela virtual. Detectados os sinais de dependência digital, se não houver ajuda o indivíduo pode passar a ter problemas de saúde (agravos) devido ao vício de internet. Segundo especialistas, os mais comuns são distúrbios do sono, depressão, isolamento e obesidade, entre outros. O primeiro passo é aceitar que precisa de ajuda profissional e do apoio das pessoas próximas para buscar tratamento. É preciso mudar a rotina substituindo a navegação online por atividades que resgatem o indivíduo para a sua própria existência. A dependência da Internet é uma realidade devido às transformações das relações humanas e também à forma como nos associamos ao novo viver. Portanto fique atento! Saia da frente do computador e contemple uma paisagem!

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O lado sombrio Existe uma Sombra por detrás da personalidade de cada um de nós. Como ela é e como se manifesta no comportamento humano? Como podemos nos conhecer melhor para usarmos o potencial oculto na Sombra? Trata-se de uma referência ao lado escuro, não explorado, rejeitado da personalidade dos indivíduos. No livro “Ao encontro da Sombra”, lemos: “Ela é aquela parte que representa as características que a personalidade consciente recusa-se a admitir e, portanto, negligencia, esquece e enterra... até redescobrí-la em confrontos desagradáveis com os outros”. O contato com a Sombra se dá de maneira indireta, por exemplo, quando aspectos comportamentais das outras pessoas nos afetam diretamente. Muitas vezes são projeções da nossa própria Sombra que se manifestam. É como se olhássemos no espelho e refletíssemos: “Eu odeio no outro algo que pode estar presente em mim”. É enxergar nele algumas das principais características que dominam o indivíduo em situações que exigem controle, como a raiva, o ódio exacerbado, a vergonha do comportamento apresentado, as práticas consideradas ilícitas pela sociedade e/ou cultura a que se pertence, atitudes impulsivas, entre outras. Por isso é importante saber separar a Sombra Pessoal da Sombra Coletiva, incluindo o ambiente corporativo, profissional. A preocupação com a autoimagem pode ajudar a explicar a Sombra pessoal. À medida que construímos um juízo de valor baseado nas experiências de nossas vidas e no ambiente ao qual pertencemos vamos rejeitando de forma inconsciente aspectos 112


sociais que poderiam “manchar” a imagem que temos ou achamos ter. Quando evitamos nos expressar em determinado grupo, por exemplo, com receio de não sermos aceitos ou de gerarmos conflitos, vemos aí como a Sombra pessoal está presente. De certa maneira ela impede que o indivíduo desenvolva sua autenticidade e até mesmo se torne formador de opinião. Mas, e a Sombra coletiva? A Sombra coletiva é oriunda de aspectos universais e que norteiam a vida, as decisões, muitas delas culturais, civilizatórias, ideológicas e governamentais de um povo. Os costumes indígenas, por exemplo. Quando se observa determinada tribo, os rituais fazem sentido para os adultos e para as crianças que nascem internalizando os costumes e tradições, muitas vezes considerados animalescos e cruéis por outras civilizações, como a eliminação das crianças que nascem com alguma deficiência. Todos ali são tomados pelo coletivo e agem em prol da manutenção daqueles costumes. Mas como, então, a Sombra manifesta-se no ambiente do trabalho? Como torná-la um potencial? Para seres sociais o relacionar-se é vital, só que nem sempre é fácil. Requer habilidade. Ocorre que muitas vezes não percebemos se estamos extrapolando o espaço e o direito do outro, ou ainda se está havendo ou não respeito à diversidade cultural. As manifestações sombrias no ambiente corporativo vão desde comportamentos de muita energia até comportamentos egoístas, de ciúme e inveja, de individualismo nas atividades em grupo e até mesmo posturas de desonestidade e agressividade verbal e/ou física. A manifestação da Sombra pode ser observada também no indivíduo compulsivo por trabalho, e que viciosamente deixa as relações familiares e sociais em segundo plano. Quando o ambiente corporativo passa a ser palco de conflitos, muitas vezes as justificativas são voltadas para a culpa 113


de outrem, a falta de polimento deste para relacionar-se, falha gerencial e assim por diante. No entanto, conforme vimos, pode ser uma projeção de nossas características que julgamos estar em outra pessoa. Cada cultura é que vai decidir se as atitudes são condenáveis ou consideradas imorais no trabalho. Portanto, a Sombra abarca conteúdos “negativos e positivos” e se trabalhada num processo de análise pode ajudar os indivíduos a desenvolver seus talentos, muitos deles rejeitados por serem considerados “negativos” e inaceitáveis ao meio social. A Sombra pode também favorecer o autoconhecimento para uma melhoria nas relações sociais.

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O ser humano e a superação Pense agora nos jogos olímpicos. Os jogos olímpicos proporcionam a oportunidade de conhecer diversas histórias de superação. Atletas que superaram lesões, perdas, injustiças, abandonos da família, de treinadores, patrocínios, entre outros dramas. São tantas as histórias que fica até difícil citá-las por completo, mas acredito que algumas já devem ter tocado você. É comum atletas que viveram as dificuldades da extrema pobreza, ou que ainda na infância foram abandonados e passaram dias com uma mochilinha nas costas esperando que as mães voltassem para buscá-los, o que não aconteceu. Nos dias de hoje, as demandas exigem superação constante! Se tivermos a oportunidade de contar nossa trajetória de vida, certamente teremos muitos momentos para citar. Resiliência é a capacidade de enfrentar a adversidade e conseguir buscar dentro de si um impulso vital para superar difíceis problemas e voltar à posição original. Quantas vezes na sua vida algo lhe afetou de tal maneira que parecia não superar? E superou! Pessoas resilientes encaram dificuldades e não desistem de lutar, mesmo que os problemas sejam muito difíceis como uma violência física ou psicológica, um luto, doenças, algum tipo de trauma, negligência, bullying ou qualquer forma de abandono ou rejeição. Fatores individuais podem determinar se o processo de superação será muito difícil ou de certa forma um pouco mais fácil. Pessoas que tenham autoestima, que são otimistas e que possuam maior facilidade em expressar sentimentos para familiares e psicoterapeutas geralmente superam as questões 115


com mais fluidez. Agora, pense no contrário e no quanto será mais delicado se não tiver desenvolvido tais qualidades. Portanto, se observar algo assim, trabalhe isso em você! Lembre-se que quando superou aquela enorme dificuldade, você sentiu-se fortalecido. Esse é o caminho ideal para a superação. Aprender com cada passo bem dado, e a cada degrau a enxergar que é possível estar acima dos problemas, dos traumas vivenciados, do abandono, da falta de apoio, dos medos e inseguranças. É possível construir uma vida de superação, aliás, isso você já faz, tenha certeza. Para o assunto superação não cabe comparação. Cada um sabe o tamanho e o peso das situações que carrega. Desejo que continue na luta, que aprimore-se e supere-se cada vez mais.

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Parece conselho de mãe... Mas não é que as mães sempre (ou quase sempre) tem razão? Quanto tempo passamos trabalhando? Boa parte de nossas vidas é ocupada com atividades profissionais. Sendo assim, como tem que ser esse “tempo”? Sem dúvida o melhor possível para que façamos um bom trabalho e tenhamos saúde e qualidade de vida, não é mesmo? Durante a dinâmica do dia a dia, em que a correria está instalada, muitas vezes não cuidamos do nosso organismo como deveríamos. Nosso corpo e mente são “templos” sagrados e merecem o melhor para que correspondam a nosso favor. Então, já que para as mamães os filhos nunca crescem, vale seguir à risca por toda vida as suas recomendações. 1. Leve seu almoço de casa. Se for possível é sempre melhor optar por uma comida caseira.Você come na quantidade certa (só aquilo que levar), não cai em tentações e pode preparar os alimentos de forma mais saudável, a seu gosto!. Comidas de restaurante, em geral, possuem doses excessivas de óleos e condimentos. Opte por uma alimentação variada, sempre colorida (incluindo leguminosas, frutas e verduras) e nutritiva. 2. Faça pequenos lanches durante o dia. É cada vez mais comum pessoas passarem muito tempo sem comer nada! Quando fazemos pequenos lanches ao longo do dia não ficamos tão famintos e na hora do almoço controlamos o impulso de colocar no prato tudo o que vemos pela frente. Assim contribuímos para estimular nosso metabolismo. 117


3. Beba muita água! A hidratação é muito saudável, mas as pessoas quase não ingerem água no trabalho. Tenha sempre uma garrafa ou copo próximo de sua mesa, no seu carro, à tira colo! Para onde for, leve contigo. É uma maneira de estimulá-lo a beber mais água durante suas atividades profissionais. 4. Preste atenção aos sinais do seu corpo. Sim, o corpo fala! Atente-se aos alertas que o organismo dá. Cultive pensamentos bons. Ame-se, cuide-se física e emocionalmente. Cultive a autoestima e a fé. 5. Não exagere no Happy Hour (saída pós-trabalho). Lembre-se que bebidas alcoólicas e petiscos possuem muitas calorias. Controle-se nessas situações e prefira ingerir produtos saudáveis do cardápio, ou ainda combine as saidinhas para um ou dois dias da semana. Não deixe o consumo de bebida alcoólica virar hábito! 6. Faça programas mais saudáveis. Happy Hour é muito bom, mas que tal variar? Por que não chamar os colegas de trabalho para jogar futebol, ou vôlei, ou ainda fazer uma caminhada no parque depois do expediente? Invista em atividades que movimentem o corpo, afinal, não precisamos nos reunir sempre só para comer! (embora seja delicioso). 7. Tenha disciplina e organização. Tente seguir rigidamente os horários de alimentação, de entrada e saída do trabalho. Uma jornada exaustiva poderá representar queda no rendimento nos dias subsequentes. 8. Cultive um hobby. Um passatempo prazeroso traz paz, relaxamento e pode se tornar uma ferramenta importante no combate à fadiga. Leitura, pintura, bordado, ouvir música, aprender a tocar algum instrumento... Não faltam opções. Escolha a que mais tem a ver com você e divirta-se! 118


9. Durma bem. Um sono revigorante é essencial para que nossos recursos cognitivos funcionem durante o dia. Uma noite mal dormida gera mau humor, irritabilidade, além de comprometer todo o sistema do nosso organismo. 10. Cultive amizades sinceras. Cada vez mais rara, a amizade desinteressada em que o único interesse é gostar do outro e compartilhar a vida, deve ser cultivada! Interesse-se pelas pessoas e demonstre com pequenas gentilezas como a amizade é importante para você. Abrace seus amigos, ouça seus assuntos, seja sincero e leal. Equilíbrio é a chave que abre a porta da felicidade. Agindo assim, não deixaremos de lado as atividades que consideramos prazerosas e buscaremos outras tantas para o nosso bem. Todavia, sem exageros. Nutra o corpo, a alma e conquiste saúde!

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Pensamentos acelerados A chamada vida moderna definitivamente acontece em ritmo acelerado, e os pensamentos voam também em grande velocidade! Os inúmeros estímulos diários “bombardeiam” nossas mentes de tal forma que levar uma vida em um bom ritmo parece impossível para alguns, ou torna-se um sonho para outros. A Psicologia pode auxiliar nessas questões. Pensamentos acelerados são sintomas associados à ansiedade, transtorno tão comum atualmente. As causas podem ser pessoais, profissionais e também relacionadas aos estímulos tecnológicos como conectividade em tempo integral, por exemplo. Mas, como identificar se os pensamentos estão ou não acelerados? Uma dica é observar se a rotina parece não caber nas 24 horas do dia. Pessoas com a chamada síndrome do pensamento acelerado geralmente apresentam esgotamento mental, falta de atenção, falha na memória, insônia, instabilidade de humor e cansaço físico traduzido por “falta de energia”. O volume de informações que chega à mente todos os dias é enorme. O mundo “globalizado” coloca-nos em contato com o que ocorre em vários países do mundo. Basta ligar a televisão. As redes sociais também permitem o acesso a muitas imagens e textos acessados com frequência. O hábito contribui para o excesso de estímulos mentais que podem acelerar os pensamentos. Na vida profissional, cada vez mais as pessoas assumem tarefas diversas e a demanda não para de aumentar. Já as equipes estão nitidamente menores, desproporcionais. Sem dúvida isso contribui para pensamentos acelerados. A dinâmica 120


familiar também pode demandar múltiplos pensamentos como o de sustento, apoio moral e afetivo, que sobrecarregam os patriarcas. Enfim, mesmo diante de tanta complexidade, como a Psicologia pode ajudar? O tratamento para a síndrome do pensamento acelerado inclui a psicoterapia com foco em resultados já nas primeiras sessões. Faz parte do processo adotar um estilo de vida diferente do atual para que aos poucos a mente possa desacelerar. Falar sobre os pensamentos a fim de organizá-los, desconectar um pouco da tecnologia, adotar momentos diários de meditação, parar tudo e apreciar uma paisagem, ficar em silêncio, praticar atividades físicas, ler um livro e vivenciar momentos de ócio criativo, ou seja, nada fazer, também contribuem com essa desaceleração! Sim precisamos disso também. Portanto, caso esteja vivendo um momento de pensamentos acelerados pise um pouco no freio, reflita e cuidese. Que o objetivo seja também a busca pela calmaria.

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Quanto vale? Quanto vale para uma criança o contato com seus pais? Como mensurar a importância do aleitamento materno, do contato da mãe com o bebê? Estudos apontam os benefícios para o desenvolvimento físico e emocional de crianças que são afetuosamente cuidadas e o quanto esse zelo é essencial, mas também expõem a triste realidade das que são desamparadas. O aleitamento materno merece destaque por estar descrito no calendário nacional de saúde como uma atividade que deve ser incentivada Segundo a Organização Mundial da Saúde, o leite materno é o alimento ideal para o crescimento e o desenvolvimento saudável do bebê, que deve ser amamentado exclusivamente nos primeiros seis meses de vida. Após esse período, para cobrir as necessidades nutricionais, alimentos complementares adequados já podem ser introduzidos, mantendo a amamentação até os dois anos de idade. Dar de mamar ajuda a reduzir a mortalidade infantil por infecções, protege contra alergias, previne doenças crônicas não transmissíveis, melhora o desenvolvimento neurológico e também o desenvolvimento cognitivo e o vínculo afetivo nas crianças que nasceram com baixo peso. É importante salientar que a prática da amamentação não ocorre de forma automática. Tem relação direta com o ambiente cultural e social, com a história de vida da mulher, com as condições físicas e emocionais dela e do bebê e com o valor social que é dado ao gesto e à maternidade na comunidade a que pertence. Acredita-se que a amamentação tenha efeitos psicológicos positivos para a criança, principalmente pela intensa 122


e rica interação mãe-bebê. Há entre ambos uma íntima satisfação em grau bem maior que a obtida com a amamentação artificial usando mamadeiras. Observa-se também um interesse maior da mulher pela criança, o que em si já contribui para o cuidado, afeto e carinho. Autores dizem que uma mãe altamente sensível reconhece, interpreta e responde aos sinais de seu filho prontamente e apropriadamente, aumentando a probabilidade da criança desenvolver um apego seguro à mãe e se tornar emocionalmente positiva, menos agressiva, mais autoconfiante, competente socialmente e cooperativa. Portanto, os que foram afetuosamente nutridos, cuidados e amados contribuem para uma sociedade mais saudável. E nós podemos incentivar as amigas, familiares e colegas de trabalho que tem o projeto da maternidade a considerar suas questões pessoais e refletir sobre a prática do aleitamento materno, um ato tão importante para a vida!

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Saindo da caixinha O preconceito é assunto recorrente. Com uma frequência cada vez maior, a imprensa noticia manifestações violentas ao redor do planeta e que traumatizam a vida de muitas pessoas. É sabido que o preconceito tem fundo histórico e que perpetua-se mesmo na sociedade dita “moderna” em mundo tecnológico. Infelizmente as mídias sociais propagam quase que instantaneamente as práticas preconceituosas. As postagens chocam e ao mesmo tempo as colocam em evidência. Preconceito nada mais é que a opinião antecipada e precipitada sobre algo. Na prática o indivíduo preconceituoso não tem embasamento para agir como age. Suas atitudes são sem ponderação e sem conhecimento de causa. Existem diversos tipos de preconceito sendo o social, o religioso, o racial e o sexual as formas mais comuns. As pessoas não costumam assumir que são preconceituosas, mas as atitudes demonstram o contrário. “Não sou preconceituoso, mas não gosto dos hábitos de gente nordestina”. Qual a razão para dizer algo assim? Na maioria das vezes não há motivo. A repulsa está diretamente relacionada a algum prejulgamento envolvendo quem nasce no nordeste. Não temos como separar um povo de sua cultura e, portanto, de suas práticas. Nós somos fruto de tudo o que nos constitui e agir assim é preconceito! O preconceito está presente na vida humana desde os primórdios. Uma vez incorporados ao inconsciente coletivo, os valores tornam-se a verdade do indivíduo e servem de base para a formação do padrão que considera adequado. As regras estabelecidas por determinada cultura, religião, família, escola 124


e sociedade podem dificultar o olhar para o diferente. Quais, então, seriam os caminhos para a diminuição do preconceito e dos comportamentos agressivos ligados a ele? A diversidade é algo rico que possibilita conhecer e interagir com o que parece distante, sem perder as individualidades. Essa abertura ao “novo” permite agregar uma visão mais ampla, tolerante e respeitosa. Se não temos conhecimento de causa e nem queremos buscar isso, o respeito deve imperar, mas é preciso ao menos olhar para o diferente. E é aí que o preconceito evidencia-se. Muitos recusam conhecer o jeito de ser e de agir do outro e partem para o prejulgamento. Fecham-se nesse conceito. É preciso sair da “caixinha” e entender que o mundo é enorme e que cada povo, cada credo, cada cultura e cada raça tem o seu valor e merece ser respeitado no contexto de sua existência. Mesmo que as diferenças dificultem a comunicação entre as partes, vale a pena agir com empatia e tentar entender a razão das atitudes das pessoas. Não somos obrigados a gostar de tudo, porém o respeito é essencial. É preciso também ter cuidado com o que se lê e o que se ouve, pois às vezes uma notícia de rádio, televisão ou jornal pode fazer juízo de valor sobre um povo ou costume. Aliás, uma dica valiosa para quem tem condições é viajar e conviver com as diferenças da comunidade local visitada. Isso vale, inclusive, para o Brasil que é imenso e possui diversidades fascinantes. Sem dúvida é enriquecedor. Afinal, mesmo com cada uma das particularidades somos da mesma raça, a humana. Que o amor e o respeito estejam presentes sempre no pacote de nossas vidas.

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Ser feliz ou ter uma vida interessante? Você considera-se feliz ou está em busca da felicidade? Acredita que ser feliz é viver momentos bons ou ter uma vida interessante? Para você é importante encarar os desafios que a vida apresenta, bem como as alegrias? Existem questões que geralmente são idealizadas pela sociedade atual sobre felicidade. Há também o que realmente importa, de acordo com a Psicologia. A tal felicidade pregada hoje tem relação com o consumismo e, portanto, ser feliz é ter. Pura ilusão! É até aceitável que o “possuir” traga uma satisfação imediata (e até traz) porque envolve a capacidade de obter algo, ou gera a sensação de inclusão no sistema. O desejo de viajar a lugares turísticos e famosos muitas vezes é despertado porque outros foram e disseminaram a fama do lugar, e não necessariamente por uma vontade genuína e única. Curioso não é? E isso vale para outros itens de consumo que para muitos traduzem “felicidade”. Pensando nessas reflexões parece mais palpável ter uma vida interessante do que feliz. Vida interessante significa viver plenamente e isso envolve todas as situações, como por exemplo desesperar-se ao ficar sem alguma coisa que é muito importante. Outra questão que parece contraditória é a necessidade de sentir plenamente as dores das perdas, do luto, do fracasso. A felicidade perfeita é muito ruim para a saúde emocional das pessoas. Gera insatisfação e desapontamento por ser algo utópico nos dias atuais. Sempre digo que a vida é um combo, ou seja, vem com tudo dentro! Aí sim vejo ganhos de dias felizes! 126


Outro ponto que também deve ser considerado são as condições do bem-estar. A sensação de competência no exercício do trabalho, o prazer da convivência em família, a alegria por contemplar a natureza, o abraço fraterno de um amigo, a vida simples no interior, experiências sem tecnologia ou sem carro, por exemplo, são situações que podem gerar felicidade. Existem muitos relatos de pessoas que descobriram que menos é mais. Há uma nova pauta por aí, como a do pós-consumismo, e observe que nada foi citado aqui sobre ser feliz por obter um objeto de desejo. Afinal, esse tal objeto traz uma satisfação inicial, mas não pode satisfazer plenamente. O fato de desejar muito um carro, uma roupa de grife, uma joia ou uma viagem não tem relevância. No dia em que você tiver aquele carro, aquela roupa, aquela joia ou conseguir fazer aquela viagem, imediatamente passará a desejar outras coisas! Esse mecanismo sustenta ao mesmo tempo o sistema econômico, o capitalismo moderno, e o desejo sobre o que é material, que não esgota-se nunca. Carl Gustav Jung, grande teórico da Psicologia, escreveu certa vez que devemos superar o sofrimento. Para conseguir isso é preciso suportá-lo. Ter uma vida interessante, portanto, é vivenciar todas as situações que a vida nos apresenta e aprender com elas. O pacote completo, sabe? Eu acredito cada dia mais nisso.

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Uma questão de postura A postura profissional nem sempre está presente em todos os profissionais. Ao procurar algum serviço, você já foi atendido de maneira desrespeitosa? Características pessoais e atitudes tomadas no ambiente de trabalho determinam a postura na função. Não raro observamos a ausência de comportamentos adequados, principalmente em funções relacionadas ao setor de serviços. As situações vão desde vendedores que contaminam o alimento colocado à venda até atendentes que nem olham pra você quando precisa de uma informação. Existem comportamentos que contribuem para o bom desenvolvimento da postura profissional. E sempre é possível melhorar em algum aspecto, mas quais seriam os comportamentos mais adequados? A conduta ética, as habilidades, competências e os conhecimentos são os principais itens observados em quem possui uma boa postura. Atitudes como estar sempre informado sobre a área em que atua e o mercado, não atender telefonemas pessoais ou manter conversas informais no ambiente de trabalho com colegas também são atitudes que destacam a boa postura de um profissional. Algumas dicas podem ajudar a exercer seu trabalho com profissionalismo. Procure segui-las como um manual de bom atendimento. - Jamais deixe alguém sem retorno. Mesmo que a resposta não seja a mais aguardada, retornar é sinal de educação. - Não fale mal da empresa para amigos ou em redes sociais. Lembre-se que os perfis são públicos e que todos 128


têm acesso a ele, independentemente das configurações de privacidade; - Evite conversar ou rir muito alto, pois pode atrapalhar os colegas que trabalham ao seu lado; - Sempre cumpra prazos e horários. Entregue os documentos nos dias certos e procure chegar alguns minutos antes do início das reuniões. Se for atrasar avise os envolvidos para não causar transtornos - Saiba esperar as pessoas concluírem as ideias para depois expor as suas. Escute com atenção e tranquilidade todas as opiniões sem levantar polêmicas ou conflitos desnecessários; - Fique atento às regras gramaticais da língua portuguesa ao enviar e-mails e ao redigir documentos. Erros de ortografia podem prejudicá-lo profissional e pessoalmente. Gafes demonstram falta de atenção ou de leitura; - Demonstre interesse em progredir, pois caso surjam oportunidades você poderá ser beneficiado; - Leia bastante e seja capaz de desenvolver satisfatoriamente uma conversa, com ideias e perguntas construtivas; - Saiba identificar quais brincadeiras são saudáveis, o momento propício de fazê-las e quem é receptível a elas para evitar constrangimentos. Ser ou não um bom profissional é na maioria das vezes uma questão de postura. Que possamos aprimorar a nossa dia após dia! 129


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Articles inside

Ser feliz ou ter uma vida interessante?

2min
pages 127-128

Uma questão de postura

2min
pages 129-133

Pensamentos acelerados

1min
pages 121-122

Saindo da caixinha

2min
pages 125-126

Quanto vale?

1min
pages 123-124

Parece conselho de mãe

3min
pages 118-120

O ser humano e a superação

1min
pages 116-117

O lado sombrio

1min
pages 114-115

da psicologia para a saúde do trabalhador

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pages 105-106

Harmonia

2min
pages 107-108

Humanidade

1min
pages 109-110

Ela é tão... Boazinha

1min
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Energia que vem e que vai

3min
pages 102-104

A prática como meio de desenvolvimento pessoal e profissional

2min
pages 99-100

Você delega tarefas?

3min
pages 96-98

Colecionando vivências

1min
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Casais na rede

1min
page 94

Controle do estresse

2min
pages 92-93

Não estou disposta

2min
pages 85-86

Olhos nos olhos

1min
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Uma questão de perfil

2min
pages 90-91

Um turbilhão de emoções

1min
pages 88-89

Maturidade emocional

1min
pages 81-82

Na atual conjuntura

1min
pages 83-84

Mantenha a postura

1min
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Lidando com dias ruins

1min
pages 78-79

Há vagas para se criar um novo “eu

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pages 76-77

Apertem os cintos

2min
pages 70-71

Autoestima em tempos de crise

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pages 72-73

Cada um com a sua mania

2min
pages 74-75

A honestidade parece que caiu em desuso

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pages 68-69

Quando a droga parece ditar a regra

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pages 62-63

A amizade ao longo dos tempos

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pages 65-67

É segredo

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pages 48-49

O corpo fala e pode comprometer você

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O que eu pratico, seria uma compulsão?

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pages 60-61

Qi e Qe

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pages 56-57

Home office

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pages 58-59

Ser criativo & criativo ser

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O tempo e seu movimento constante

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Um tiquinho só

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Quando há calamidades

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pages 53-54

Polarização

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Status: em um relacionamento sério com o livro

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pages 50-51

O ofício na vida do homem

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pages 44-45

Lidando com as emoções

1min
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O exercício da sexualidade na vida cotidiana

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pages 42-43

Ela sonhava

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Atitude

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Dias melhores

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pages 34-35

Empatia nas relações

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pages 37-38

Características emocionais em mulheres com câncer

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pages 32-33

Morando só

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pages 40-41

A ansiedade em tempos de crise

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pages 25-26

A rede social como fonte de consulta

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pages 27-29

A confiança como ingrediente indispensável às equipes de trabalho

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pages 23-24

Aprendendo a lidar com a culpa

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pages 19-20

Ela é fascinante

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Amor rima com dor?

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pages 17-18

A certeza da dúvida

1min
pages 21-22

A fadiga como um sinal de alerta

4min
pages 14-16

A atividade psíquica afetada pela repetição

4min
pages 11-13
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