Economia na cadeia Produtiva

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isso [France, Ministère de la Culture et de la Communication (2003, p. 4)]: Assistiríamos (como aconteceu na Bélgica depois da abolição do preço único do livro em 1984) a uma redução no número de pontos de venda do livro, em proveito das grandes lojas (gerais ou especializadas), as quais são menos capazes de fornecer um serviço personalizado do que as livrarias de porte mais modesto. Por fim, o preço único dispensa o comprador de comparar os preços entre os pontos de venda, preservando assim as compras por impulso e permitindo um acesso mais fácil à leitura.

No entanto, existe uma outra via não excludente para a defesa do preço único: a consideração de que o livro não é um produto como os demais, mas um veículo privilegiado da cultura. O patrimônio cultural materializado nos 370 mil títulos publicados na França deve ser colocado à disposição do público, o que exige a constituição e a manutenção de uma rede densa e diversificada de livrarias. A justificativa encaminhada ao Congresso francês dizia [France, Ministère de la Culture et de la Communication (2003, p. 3-4)]: Este regime derrogatório está fundamentado na recusa em considerar o livro como um produto mercantil banal e sobre o desejo de influenciar os mecanismos de mercado para assegurar que este leve em conta sua característica de bem cultural que não pode ficar submetido somente às exigências da rentabilidade imediata. O preço único do livro deve permitir:

a igualdade dos cidadãos diante do livro, que será vendido pelo mesmo preço em todo o território nacional; a manutenção de uma rede descentralizada muito densa de distribuição, sobretudo nas zonas menos favorecidas; a sustentação do pluralismo na criação e na edição, principalmente para as obras difíceis.

Os adversários do sistema consideram esses argumentos retrógrados e irrealistas. Segundo a Euromonitor (2003, p. 46): Evidências dos Estados Unidos e do Reino Unido sugerem fortemente que na ausência do sistema RPM os editores e consumidores

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