Dedico este trabalho a minha mãe, a todos que me acompanham e aos que ainda vão me acompanhar. Trabalho de Conclusão de Curso Escola de Belas Artes Universidade Federal de Minas Gerais Habilitação de Artes Gráficas Belo Horizonte 2021 Orientação: Brigida Campbell Marina Medef
Observou-se que os gansos reagiram à morte de um parceiro voando, chamando e procurando até eles mesmos ficarem desorientados e perdidos. Joan Didion
Acho que no fundo tudo, ou quase tudo, é uma história de amor. Recusar ou aceitar aquilo que está dentro de nós, ou fora, mas que nos pertence. Capturar.
Tudo aquilo que nos perturba a consciência é uma forma de se desacostumar com o mundo. Nos gera movimento, idas e vindas. Se lembrar, mesmo quando não se parece mais oportuno se lembrar de ninguém.
A distância que algumas coisas ganham são diretamente proporcionais a como
Sempre tive uma determinação quase existencial de caber no mundo. A questão é que para saber se algo realmente cabe, deve-se medir precisamente . Cada detalhe de cada lugar, de
dar, mas principalmente me faz sentir viva. De uma forma que
só estando ensopado, rindo e chorando na chuva, explicaria.
cada sensação, de cada momento. É prestar atenção. Ver de
Aqui, faço chover letras, que se tornam palavras, frases. Lem-
talvez no início, perceber que não é uma questão de se encai-
guardei. Da síntese da ficção ao se juntar com a fotossensi-
perto. As semelhanças, as miudezas. Para no final, no meio, xar ou caber. É só de se confortar e confrontar.
bro do que já me aconteceu, assisti acontecer, ou ouvi e só
bilidade. Percebi que tudo talvez já estivesse guardado em
uma caixa a muito tempo e só cabia a mim mesma reproduzir. E é daí que tudo nasce, da capacidade de reproduzir.
as guardamos. Dessa forma, a memória não se conecta diretamente com o tem-
Cresci ouvindo sobre a necessidade de sair do lugar. Pertur-
digna de uma lembrança recorrente. Volta e meia penso que tudo aquilo que
com o outro e com o mundo. Quando criança assisti todas, das
A capacidade de reproduzir está diretamente ligada à ideia
perda de alguém que já era tão próximo e parecido que se
Ou é só o que vi? O que escolhi ver?
po, mas sim sobre como lidamos com ela. Ela pode ser extremamente viva e
me lembro, são eternas confirmações e repetições de tudo aquilo que um dia fui capaz de esquecer, mas que em algum momento do caminho disse que não.
Que a guardaria. Colocaria aquilo que não quero esquecer como um registro. Não pedi para que ninguém olhasse na lente da câmera, ou fizesse uma postura diferente daquela que já está. Sempre quis tudo da exata maneira que registrei, da maneira que vi e que guardei.
Assim, me tornei aos poucos uma enorme reprodução de acervos. Acervos mul-
tiplicados não só meus, mas dos que decidi não esquecer. A memória daqueles
que por incoerência e tristeza do destino se preocuparam em cicatrizar. Se recuperar, mover, andar. Esquecer. “Por alguma razão misteriosa, tornei-me tudo o que eles esqueceram”.
bar as funções da ficção. Da minha relação comigo mesma, formas mais questionáveis possíveis. Seja sofrendo por uma confundia comigo mesma, ou por simplesmente sumir, chorar
dos acervos multiplicáveis. Será que realmente isso é meu?
em um lago, correr para ver os aviões, admirar o pôr do sol. É
De reproduzir aquilo que sempre vi, mas nunca me dei conta.
em um tom testemunhal da história. É uma forma de contar até
hora que se reproduz o que está dentro é quando se exterio-
essa a vantagem de viver com alguém que sempre escreveu
as catástrofes privadas, não ignorá-las. Pegar tudo e correr gritando na chuva, pois em alguns momentos parece que não vai
piorar. Aos poucos vamos vendo que a chuva não é tão ruim.
Aquilo que me assombrava, que me fez voltar para casa em alguns momentos, mudou. Me fez seguir, que depois me fez rir, que ainda me faz chorar, que me lembra de lembrar, de guar-
Como um desenho, uma fotografia, ou mesmo uma história. A riza, se expõe ao exterior, ou quando o busca.
Meu destino, minha história começa muito antes de mim. Em determina-
ram distantes, quase de outra vida. De uma história que fazia
Aquele que guarda nas águas as mais profundas e antigas
mim. Não só uma, várias. Cresci prestando atenção nelas. Não o sufi-
mim, ou sobre mim.
cou quieto. Não tinham mais aqueles gritos, eles tinham fica-
do momento da linha da história, eu surgi. Existe uma história antes de ciente para guardá-las, mas lembro-me delas.
Me interessa pensar em como elas me foram contadas. De certa forma sempre me interessei não nas histórias, mas na maneira que as contam.
parte da minha, em algum anexo, mas que nunca falaram de
Eu tentei me distrair dessa pequena voz. Fui narrar a minha história. Fui achar um caminho.
Meu personagem favorito, sempre foi o narrador. Acho que esse é o
Tempo atrás juntei poucos quilos do que considerava mais
sobre o tempo. Fala do tempo que para, faz parar o tempo. Assim como
a oportunidade de conhecer o fim do mundo. Um fim digno
personagem mais artístico que existe. Quem narra conta o tempo, conta
quem fotografa. A fotografia é uma enorme vontade de guardar o tempo para depois, para poder contar, para mostrar uma história.
Cresci em uma casa que nunca teve fotografias espalhadas ou porta
retratos. Ver as fotos sempre foi um momento de tirar um pouco de si, de lembrar do outro. Era a hora de encarar todos os fantasmas de lembranças e memórias. Era a hora de vê-los. Ver aqueles que nos assombram e nos confortam. Assim como ler, todas as fotos me incomodavam. Vi
como as coisas mudaram, mas talvez não tanto. Elas sempre me parece-
importante no meu armário e na minha vida. Fui embora. Tive
de aplauso. Um lugar onde pude enterrar, desenterrar, revirar na terra. Dancei com o meu passado. Confiei naque-
histórias. E assim, como o depois da tempestade, o mundo fido longe. Eu não era mais ninguém, eu não carregava nada.
Era eu mesma para minha própria companhia. Minha cabeça ficou vazia pela primeira vez na vida. Me lembro de chorar no
pé do mar. De pedir pra que ele nunca mais tirasse aquela sensação de mim. A sensação de ser eu mesma. Acontece
que tudo é mais cruel do que se pensa e como um como um
tirano tudo foi embora. Em um voo de poucas horas, voltei para tudo o que sempre clamei em fugir.
les que foram para um lugar mais longe do que qualquer
Durante todo o meu caminho, sempre quis parar o tempo.
mais diversas formas possíveis. Chorei nos braços de quem
vi, na esperança de não deixar que caísse no esquecimento.
um que já estive. Andei de trem, cortei países, vi o mar das
nunca imaginei conhecer. Vi o céu, vi tanto o céu. Aprendi novas línguas, vi que se expressar é muito mais do que falar.
Fui estranha, vi o estranho. Dormi em aeroportos. Dormi em trens. Não dormi. Nadei no mar gelado. No mar azul escuro.
Fotografar foi uma forma de fazer isso.Tirei fotos de tudo que Na verdade, não queria esquecer de mim mesma. Não deixar que eu mesma me apague.
A verdade é que se consegue prever o final das coisas pelo
Tem muitas coisas que me ligam com a minha mãe, é longe
da história. Isso é o que o narrador não-confiável dentro da
de é que ela sempre foi tudo que eu sempre quis ser. Quem
seu início. E eu sempre soube que voltaria. Esse era o final
minha história sempre soube, que eu deveria voltar a essas mesmas paredes, dormir na mesma cama, comer com os mesmos talheres. E assim foi.
Pouco tempo depois, ou talvez muito, eu voltei aos fantas-
mas. Abri a caixa que nunca foi de pandora, sempre soube o que ele guardava. Só que o que eu não percebi é que talvez
de ser só o sangue. Compartilhamos histórias, vidas. A verda-
viaja, quem não tem medo, quem perde e aceita, quem chora e abraça. Isso é tão bonito, poder acordar todos os dias com quem sempre quis estar ao seu lado. Assim como eu, minha
mãe viajou sozinha. Acho que no fundo ela também fugiu. Ela sempre soube da importância de guardar e cuidar de si mesma.
o “leitor” dessas fotos mudou. Eu já sabia que o mundo era
Desse jeito, as nossas histórias se encontraram. Como duas
me assusta mais. Foi só assim que eu realmente consegui
trar no meio da linha do Equador e ali se sentaram e conta-
maior do que ela. De alguma forma, tudo que ela guarda, não ver aquelas memórias.
Abri alguns álbuns que não me lembrava e me deparei com o
que achei que nunca tivesse, eu mesma. As fotos eram pare-
cidas com as que eu havia tirado, os ângulos, as cores, tudo. Era como se eu tivesse me tornado o que estava aparente-
mente esquecido. Acontece que quem esqueceu fui eu. Eu
esqueci que já tinha visto tudo aquilo, que já tinha escutado as histórias. Eu quis tanto criar uma, que me distrai da que já existia.
pessoas em completos opostos que marcaram de se encon-
ram o que realmente são, o que viveram e como se tornaram pessoas que nunca conseguem voltar para casa.
Em tempos diferentes, ambas paramos o tempo em fotografias.
Eu comecei a escrever enquanto assistia as cores do mundo desaparecerem. Escrevi sobre o que não emocionou o mundo, por que ele nem viu. Foi tão discreto, silencioso. Só aconteceu. Assim, com a recusa, com a vontade de lembrar e o desejo de narrar, eu escrevo. Talvez um dia alguém ache e se torne parte dela também.
O desejo de mudar as narrativas é grandioso. De uma forma, ou de outra, é isso que faz essa mudança constante, mas que faz parte de uma mesma esfera. Assim, vejo uma eterna ciclicidade das coisas banais e não-banais, mundanas e terrenas. Já percebeu como os momentos mais difíceis nos aterram no que já estamos cansados de ver?
Contar histórias é uma arte. Acredito que uma das mais fascinantes.
de escrita. Um recurso para não deixar que as coisas caiam
ma a capacidade de escrever com a capacidade de fotogra-
para contá-las.
era escritor, e sempre andava com cartões para tomar notas.
dade de guardar instantes. É o relato de quem está do outro
Sempre vivi escutando histórias, vivendo para criá-las e talvez viverei
Existem ferramentas para isso. Para compartilhar experiências próprias
e torná-las em experiências humanas. Seja em uma conversa, uma nove-
la, um filme ou mesmo uma simples biografia de currículo. A verdade é que são as representações que criamos através dessas ferramentas que fazem com que se criem vínculos, estruturas e encantamentos.
São com simples elementos que criamos a capacidade de pisar em cacos de vidro. De vermos o abismo. De guardarmos sensações. Já parou
para pensar que talvez toda biblioteca só tenha uma grande vontade de guardar? Como se a cada repetição, pudesse ter um fim diferente? Que um autor talvez só escreva para não esquecer? Me lembro de uma passagem sobre a importância de “tomar notas” em um livro de Joan Didion. Ou seja, fazer pequenas anotações sobre ideias
no esquecimento. Ela se lembra de seu marido, que também Cartões bem específicos, de milimétricos centímetros que
ele guardava em seu paletó. Nesse dia em específico ele
far. A escrita, assim como a fotografia, tem a incrível capacilado, de quem vê, de quem inventa/cria.
havia esquecido e pediu para que Joan anotasse para ele.
Ambos guardam aquilo que talvez fosse muito curto (em
aceitou. Disse que poderia usar se quiser. Seu marido nunca
tão de distância temporal). Expande tudo que é pequeno.
Chegando em casa, ela entrega para ele a anotação. Ele não escreveu aquele livro, pois dias depois faleceu subitamente.
Joan acha que isso foi uma premonição, ou que ele sentiu a sombra.
“A capacidade de tomar notas quando pensamos em algo
era a diferença entre sermos capazes e não sermos capazes
de escrever?” escreveu Didion poucas frases depois de contar a história do esquecimento de seu marido.
Acredito na capacidade de captar e guardar instantes, seja por tomar uma nota, um ensaio, uma notícia. É o que aproxi-
questões de tempo), mas de grande relevância (em quesUma fotografia, assim como uma palavra, descreve tudo o
que poderia ser esquecido. Passado para trás, mas que alguém prestou atenção. Engraçado que a fotografia “deve” ser eficiente sem legendas, ou algo que “descreva” a imagem. Assim como a escrita não necessariamente precisa se
acompanhar de uma imagem para que o leitor compreenda sua capacidade imagética.
Uma não precisa da outra. É justamente isso que me inte-
ressa. Quando elas se encontram e de forma independente se completam (como um bom romance de capítulos curtos).
É na capacidade de compreensão de suas diferenças. Acho bonito o que a escrita não alcança, assim como a fotografia. O caminho entre a palavra e a
imagem. É onde ambos se perdem, mas de alguma forma, sabem exatamente o que estão fazendo ali.
Eu comecei a escrever quando já não conseguia mais falar. Quando tudo
que eu dizia já não fazia o menor sentido. Eu comecei a querer que as coisas tivessem um final diferente. Nada mais parecia realmente funcionar.
Aos poucos fui vendo que a escrita era uma forma de cultivo da distância. O
autor Delmore Schwartz esclarece esse cultivo em seu poema Calmly we walk through this april day:
Calmly we walk through this April’s day,
Ravished entirely in their passing play!
Metropolitan poetry here and there,
(... that time is the fire in which they burn.)
In the park sit pauper and rentier,
Avid its rush, that reeling blaze!
The screaming children, the motor-car
Where is my father and Eleanor?
Fugitive about us, running away,
Not where are they now, dead seven years,
Between the worker and the millionaire
But what they were then?
Number provides all distances,
No more? No more?
It is Nineteen Thirty-Seven now,
From Nineteen-Fourteen to the present day,
Many great dears are taken away,
Bert Spira and Rhoda consume, consume
What will become of you and me
Not where they are now (where are they now?)
(This is the school in which we learn ...)
But what they were then, both beautiful;
Besides the photo and the memory? (... that time is the fire in which we burn.)
Each minute bursts in the burning room, The great globe reels in the solar fire,
(This is the school in which we learn ...)
Spinning the trivial and unique away.
What is the self amid this blaze?
(How all things flash! How all things flare!)
What am I now that I was then
What am I now that I was then?
Which I shall suffer and act again,
May memory restore again and again
The theodicy I wrote in my high school days
The smallest color of the smallest day:
Restored all life from infancy,
Time is the school in which we learn,
The children shouting are bright as they run
Time is the fire in which we burn.
(This is the school in which they learn ...)
O ato de escrever e de cultivar a distância é a nossa ligação
com tudo aquilo que não queremos que acabe. Eterniza. Não é mais?, como diz no poema. Simplesmente deixou de ser.
Outras histórias existem por pulsão, por vontade de escrever. Escutar o barulho da caneta no papel. É a história do ruído. Da vontade de mexer o pulso.
É um jeito de falar com todos que não nos escutam mais.
E tem ainda as histórias fotografadas. Foram essas que decidi
Por isso escrevo. Quando se escreve, aquilo deixa de ser só
na memória. As que se dirigem sem rumo, porque na verdade
Com os que não estão perto. Os que não estão mais aqui. seu e passa a ser do mundo, pelo menos sai do tumulto da cabeça. Para de ser só uma perturbação da consciência.
ver. São essas que cultivam a distância. Que se lembra e guarda
largados, aqueles que se acordam com os olhos empapuça-
mas histórias param no tempo ou deixam que ele passe por elas.
por algum motivos, não se esquecem.
ri-los e controlá-los. Algumas coisas iam simplesmente acontecer. Aquela era uma dessas coisas. Você se senta para jantar e a vida que conhecia termina. Joan Didion
ausência.
Essas histórias que guardam a capacidade do registro nos lem-
dos. Os que nem sabe se realmente acordou. Aqueles que
guns acontecimentos na vida iam permanecer além da minha capacidade de ge-
não querem voltar. Se deseja ficar na ficção, na memória, na
Existem muitas histórias que não damos o trabalho de escrever. Elas só nos perturbam. São os amores deixados, os dias
No entanto, como nasci temerosa, tinha compreendido de alguma forma que al-
bram que algumas coisas simplesmente acontecem. Que algu-
É assim que começa a se distrair da história de Emilia, desta história. María desaparece no caminho da livraria Fuentetaja. Afasta-se do cadáver de Emilia e começa a desaparecer para sempre desta história. Já foi embora. Agora resta Emilia, sozinha, interrompendo o funcionamento do metro. Alejandro Zambra
O interessante de se pensar nessas passagens é o papel do
Eu queria poder ver tudo de novo e sei que foi por isso que fo-
mas de quem realmente já viu essa história, ou sabe o final,
não ter que terminar esse relato. Queria tudo de novo, o bom
narrador. Eles parecem não só ser parte do que é contado, o que aconteceu. É ele que segura não só o que vai contar
em suas mãos, mas também o que decide falar, como falar.
O narrador é a literatura, é a fotografia, é o personagem mais
real, pois é aquele que assim como um viajante vê. É ele
tografei. Queria viver de novo e foi por isso que escrevi. Queria e o ruim. Queria ter a pulsão de novo. Ver seus olhos de novo.
Chorar sem sentir o peso. Eu queria não me sentir tão distante de mim mesma.
que guarda o segredo que todo estrangeiro possui, que Julia
O problema de toda história é o tempo. Ele é bom e ruim. Diz
que faz com que tudo se torne real. Revira arquivos e que faz
aumenta e então as ondas se tornam cada vez mais revoltas.
Kristeva fala em seu livro. Esse personagem é que se lembra, as malas.
Em determinadas passagens, o narrador faz com que nem
se parecem serem reais, pois são tão verdadeiras. É esse o desafio final que Joseph Campbell diz. É voltar para casa. Se
tornar um narrador do que já passou. Narrar as próprias memórias. É deixar a memória na cabeça e o máximo de aproximação que se tem é cultivando a distância de tudo aquilo que já aconteceu.
que com ele se acalma, mas nele a minha distância do mar só
Schwartz, Delmore. “Calmly We Walk Through This April’s Day” from Selected Poems (1938-1958): Summer
Knowledge. Nova York: New Directions Publishing Corporation, 1967.
Didion, Joan. O Ano do Pensamento Mágico. Trad: Marina Vargas. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2018. Pessanha, Juliano Garcia. Testemunho Transiente. São Paulo: SESI-SP, 2018 Kristeva, Julia. Estrangeiros para nós mesmos. Trad: Maria Carlota Carvalho Gomes Rio de Janeiro: Rocco, 1994. Huxley, Aldous. Along the Road: Notes and Essays of a Tourist. Londres: Chatto & Windus, 1948. Zambra, Alejandro. Bonsai. Trad: Josely Vianna Baptista. São Paulo: Cosac Naify, 2014. Campbell, Joseph. O Herói de Mil Faces. Trad: Adail Ubirajara Sobral. São Paulo: Pensamento, 1989.