Folha de Campo Largo

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Campo Largo, 1º de novembro de 2019

Atleta campo-larguense participa de Circuito Paranaense de Skate

Aulas de Arte e Tecnologia no contraturno de escolas públicas

Terceira etapa do campeonato será realizada em Campo Largo e conta com a participação de Eliezer Coelho, atleta local

As oficinas atendem em média 25 alunos por turma nas instituições de cada cidade I Assessoria Tetear I

Eliezer Coelho começou a andar de skate aos 12 anos de idade I Larissa Cavallin I

A

terceira e última etapa do Circuito Paranaense de Skate será realizada nos dias 7 e 8 de dezembro. A grande novidade é que as disputas, que aconteceriam na cidade de Foz do Iguaçu, agora se darão em Campo Largo. As duas etapas anteriores foram nas cidades de Ponta Grossa e Jacarezinho, respectivamente. O Circuito, que teve início há mais de 10 anos, já passou por muitas cidades do estado, como Maringá, Ivaiporã, Guarapuava e Cianorte. O tradicional Circuito é dividido em quatro categorias: mirim, iniciante, feminino e amador aberto. Eliezer Coelho (20), campo-larguense, acredita que o campeonato traz visibilidade ao município. “É interessante que as pessoas conheçam a nossa cidade”. O atleta também já disputou etapas em outras cidades - inclusive no último final de semana conquistou a primeira colocação no Battle et eny em Curitiba - e salienta que, muitas vezes, é difícil conseguir viajar sem um patrocínio adequado. “A gente não tem condições de bancar tudo e o poder público também não ajuda”, diz Eliezer. Inspiração e preocupação Eliezer começou a andar de skate aos 12 anos, inspirado por Altevir “Hiena”, skatista campo-larguense que já disputou vários campeonatos. Foi daí que veio a ideia de pedir ao pai, na época, um skate de segunda linha, mais barato do que os outros. “Ele conseguiu um desconto e eu levei o skate para a pista central e já comecei a andar”, conta Eliezer com um sorriso no rosto. Hoje, Hiena já não anda mais skate, mas, segundo Eliezer, ele é um dos poucos que o ajuda e que acredita no esporte. “Agora, ele [Hiena] tem uma loja de skateboard e sempre me apoia com o que for preciso”, destaca. Porém, além da inspiração vinda de pés tão experientes e da preocupação com o futuro, Eliezer ainda ressalta outros pontos importantes. O menino, que cresceu ao lado do crime, escolheu o esporte como saída para a falta de oportunidade. De qualquer forma, o skatista sabe que é necessário muito mais

para que outros jovens vejam a realidade por outro ângulo. “Falta incentivo ao esporte. Não só ao skate, mas deveria ter mais quadras, mais espaço e mais qualidade também”, protesta o atleta. Problema antigo Em Campo Largo há, pelo menos, seis pistas de skate, dentre públicas e particulares. Uma das mais conhecidas da cidade é a pista central, localizada na Rua Generoso Marques. Em 2017, a pista passou por uma reforma que custou quase R$200 mil para os cofres da Prefeitura. Desde aquela época, no entanto, as reclamações – e os buracos – continuam os mesmos. “O concreto solta sozinho, a pista é cheia de desnível, de buraco. É muito perigoso andar nessa pista”, afirma Eliezer. Mas, para o skatista, ainda com as adversidades é possível continuar. “Nós somos reféns da falta de bons serviços e, mesmo assim, conseguimos evoluir. O skate é uma das portas de entrada para isso”, finaliza

Ele, que cresceu ao lado do crime, escolheu o esporte como saída para a falta de oportunidade

Mais de 800 estudantes da rede pública de Campo Largo, no Paraná, e de Piracicaba, em São Paulo, têm acesso a cursos oferecidos gratuitamente no contraturno escolar. São oferecidas aulas de Artes Visuais, Break, Circo, Dança Moderna, Percussão, Teatro e CIT - Criatividade, Inovação e Tecnologia. O projeto está em sua 8º edição e por sete anos atendeu exclusivamente estudantes de Campo Largo com oficinas de formação artística. A partir de 2019 se estendeu para Piracicaba e integrou também a formação tecnológica. Por isso foi rebatizado como Tetear Tech. A realização é da Parabolé Educação e Cultura, que iniciou em 2011 as atividades através da Lei de Incentivo à Cultura e conta desde 2014 com o patrocínio da Caterpillar. As aulas propõem vivências de processos criativos e experiências estéticas que promovem o contato dos estudantes com as linguagens artísticas e com alguns avanços do mundo digital, instigando reflexões sobre as transformações no campo da comunicação e do acesso à informação. As ações do projeto se dividem em três áreas: Linguagens Artísticas, Tecnologias de Produção Cênica e Produção de Espetáculos. As oficinas atendem em média 25 alunos por turma nas instituições de cada cidade e os participantes já caminham para a montagem da apresentação de construção coletiva que apresentará os resultados num espetáculo no final do ano letivo. De acordo com o coordenador pedagógico do projeto, Thiago Domingues, “o projeto dialoga com as mais recentes pesquisas no campo da educação, em que a escola e as práticas educativas nos contextos não formais de ensino passam por um momento de metamorfose, em busca de consolidar outro sentido ao processo de aprendizagem. Somos todos produtos e produtores de cultura, inclusive a criança e o jovem, em seus diferentes contextos”. Nessa direção, o projeto ajuda o estudante a desenvolver o pensamento crítico, a comunicação, a colaboração e a criatividade. Tendo como princípio norteador a pedagogia de projetos, as oficinas do Tetear TECH se apropriam de algumas abordagens que vem ganhado espaço no campo educacional brasileiro, como o Movimento Maker e a noção de STEAM.


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