Profundamente sua sylvia day

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“Pode falar. Se for muito ruim, posso usar isso contra você para sempre.” “Puxa. Valeu.” Segurei minha caneca com as duas mãos. “Não seria melhor tentar vender o tal café com sabor de blueberry como se fosse um chá? Sabe como é, numa xícara de porcelana chique, com pires e um potinho de creme ao fundo? Para dar uma ideia de coisa sofisticada, tipo chá das cinco? Com um cara lindo e meio britânico dando um golinho?” Mark contorceu um pouco os lábios enquanto pensava. “Acho que gostei da ideia. Vamos falar com o pessoal da criação.”

“Por que você não me contou que ia para Las Vegas?” Suspirei em silêncio ao ouvir a voz aguda e irritadiça da minha mãe e posicionei melhor o telefone no ouvido. Mal tinha posto a bunda na cadeira quando ele tocou. Desconfiei que, se pegasse meus recados, ia encontrar um ou dois dela. Minha mãe é o tipo de pessoa que, quando fica preocupada, não descansa enquanto não receber notícias. “Oi, mãe. Desculpe. Eu ia te ligar na hora do almoço e contar tudo.” “Adoro Las Vegas.” “É mesmo?” Pensei que ela detestasse qualquer coisa relacionada a jogatina. “Não sabia.” “Pois saberia, se me perguntasse.” Havia um tom de queixa e mágoa na voz sussurrada dela que me fez estremecer. “Desculpe, mãe”, eu disse mais uma vez, pois desde criança tinha aprendido que pedir desculpas sempre funcionava com ela. “Eu precisava passar um tempo sozinha com Cary. Mas a gente pode marcar uma viagem para Vegas qualquer dia, se você estiver a fim.” “Não seria divertido? Eu bem que gostaria que passássemos um tempo juntas, Eva.”


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