Legend – A Verdade Se Tornará Lenda - Marie Lu

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Por enquanto, só permiti que Thomas me conduzisse entre a multidão de generais e aristocratas. Acabei escolhendo um vestido cor de safira com corpete, revestido de minúsculos brilhantes. Um dos meus ombros está coberto de renda, e o outro, escondido sob um longo trecho de seda. Meu cabelo está liso e solto, o que é um desconforto para quem passa a maioria dos dias de treinamento com o cabelo puxado firmemente para trás. Thomas ocasionalmente me olha, e cora. Mas eu não entendo por que tanta onda. Já usei vestidos mais bonitos, este é muito moderno e assimétrico. Este vestido poderia comprar comida para vários meses para uma garota das favelas. – A comandante me informou que vão lavrar a sentença de Day amanhã de manhã – diz Thomas um instante depois, quando terminamos de cumprimentar um capitão do setor Esmeralda. À menção de Jameson, desvio o rosto, sem saber se quero que Thomas observe minha reação. Parece que ele já esqueceu o que aconteceu com a mãe de Day, como se vinte anos tivessem se passado, mas resolvo ser educada, e digo: – Já? – Quanto antes, melhor, certo? – A súbita irritação na voz dele me assusta. – E pensar que você foi obrigada a passar tanto tempo na companhia dele! Fico surpreso por ele não ter te matado enquanto você dormia. Eu estou… – Thomas faz uma pausa, e decide não terminar a frase. Eu recordo o calor do beijo de Day, a maneira como ele pôs uma atadura no meu ferimento. Desde sua captura, já pensei intrigada sobre isso uma centena de vezes. O Day que matou meu irmão é um criminoso cruel e impiedoso, mas quem é o Day que conheci nas ruas? Quem é esse menino que arriscaria a própria segurança por uma garota que nem conhecia? Quem é o Day que sofre tão profundamente por sua mãe? Seu irmão, John, com aparência quase idêntica à dele, não pareceu má pessoa quando o interroguei na sua cela, barganhando sua vida pela de Day, barganhando dinheiro escondido pela liberdade de Éden. Como é possível que um criminoso tão implacável seja parte dessa família? A lembrança de Day preso à cadeira, padecendo por causa da perna ferida, me deixa zangada e confusa ao mesmo tempo. Eu poderia tê-lo matado ontem. Eu poderia ter carregado a arma com algumas balas, poderia ter disparado o revólver e o matado, então o assunto estaria resolvido, mas deixei a arma sem balas. – Esses maus elementos de rua são todos iguais – continua Thomas, repetindo o que eu disse a Day na sua cela. – Você soube que o irmão doente de Day, o pequenino, tentou cuspir na Comandante Jameson ontem? Ele queria infectá-la com a praga que o contaminou. O assunto do irmão mais novo de Day ainda não foi investigado por mim. Eu digo, pausando para olhar para Thomas: – Me diga uma coisa: o que exatamente a República está querendo com esse menino? Por


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