Sujeito e Liberdade na Filosofia Moderna Alemã

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SUJEITO E LIBERDADE NA FILOSOFIA MODERNA ALEMÃ......................................

NOS RASTROS MATERIAIS DO COLETIVO ONÍRICO: CONSCIÊNCIA HISTÓRICA E IMAGEM NA URGESCHICHTE DE WALTER BENJAMIN Abrahão Antonio Braga Sampaio1 Resumo: A presente exposição apresenta a problemática da consciência histórica no projeto das Passagens (1927-1940) de Walter Benjamin (18921940) mediante alguns dos desdobramentos da noção de imagem. Trata-se do espaço simbólico das imagens oníricas enquanto produções sociais e históricas determinadas: a imagerie esfuziante da Paris, Capital do século XIX. Para tanto, indica-se a necessidade de abordar as determinações conceituais do sonho coletivo nos próprios fenômenos culturais, em seus aspectos imediatamente sensíveis: que Benjamin articula com a tese da interpenetração do antigo e do novo. Pretende-se conferir à categoria de expressão (Ausdruck) seu conteúdo imagético e, portanto, histórico do espaço simbólico gerado na interação do uso social das forças produtivas do século XIX. Tomando por índices históricos concretos os principais fenômenos trabalhados por Benjamin nas Passagens, vislumbra-se o aclaramento da conexão expressiva entre economia e cultura como condição necessária para o desdobramento do fetiche nas fantasmagorias do século XIX, bem como a visibilidade dos fatos econômicos enquanto fenômenos originários da aparência mítica. A envergadura de tal projeto configura o propósito de elaborar uma crítica sócio-cultural da Modernidade com base em fundamentos histórico-conceituais cuja função primordial está vinculada à interpretação dos fenômenos da aparência social reificada do capitalismo avançado que, para Benjamin, constituem o cerne da mitologia moderna. Palavras-chave: mito moderno, coletivo onírico, imagem, Urgeschichte. Nos rastros materiais do coletivo onírico: consciência histórica e imagem na Urgeschichte de Walter Benjamin A concepção do mito moderno criticada por Walter Benjamin não se encontra formulada em um plano linear e esquemático, mas em um espaço imagético. Antes de tudo, o mito é uma aparência de continuidade que 1

Bolsista CAPES 2009.02. E-mail: abrahao.sampaio@ifce.edu.br Professor do ensino básico, técnico e tecnológico no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE, campus Canindé), mestre em filosofia e pesquisador do recém-criado Núcleo de Estudos das Crises e Crítica Social (NECC).

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