Um Cavalheiro a Bordo- Julia Quinn

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Teria aceitado tudo de bom grado, e que se danassem as consequências. Ela não conseguia mais negar a verdade que explodia em seu coração. Amava aquele homem. E mesmo agora, sabendo que poderia voltar à segurança sem ele, um cantinho muito irresponsável de seu coração queria muito levar consigo um pedaço dele. Ela levou a mão ao ventre, ao lugar onde com certeza não haveria bebê algum. – No fim das contas, você estava certa ao meu respeito – disse Andrew. Seus lábios se curvaram em um sorriso breve, mas havia tristeza em sua voz. Tristeza e sarcasmo. Pesar. – Eu sou um cavalheiro – prosseguiu ele. – E não vou comprometer sua honra se não puder estender a você a proteção do meu nome. Poppy James. Ela poderia ser Poppy James. Era estranho aos ouvidos, mas, ao mesmo tempo, adorável. Talvez não fosse impossível. Embora fosse improvável. – Poppy, escute bem – disse Andrew, com uma nota repentina de urgência na voz. – Vou dizer um endereço que você precisa decorar. Poppy assentiu. Isso ela podia fazer. – É da casa do representante diplomático britânico. – O representante diplom... – Por favor – interrompeu ele. – Me deixe terminar. O nome dele é Sr. Walpole. Você deve ir até ele sozinha e dizer que fui eu que a enviei. Ela o encarou, perplexa. – Você conhece o representante britânico em Portugal? Ele assentiu, apenas uma vez. Poppy estava pasma, e o silêncio foi pesando entre eles. – Você não é um mero capitão de navio mercante, é? Os olhos deles se encontraram. – Não. Ela tinha cem perguntas. E mil teorias. Mas não sabia muito bem se estava com raiva; e, se estava, não sabia se tinha esse direito. Afinal de contas, por que ele lhe contaria qualquer coisa sobre a vida secreta que levava? Ela viera a bordo


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