Um Cavalheiro a Bordo- Julia Quinn

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CAPÍTULO 14

Poppy acordou no dia seguinte com uma sensação muito estranha. Era quase uma vertigem. Passou vários instantes agarrada à guarda da cama antes de perceber... O navio estava parado. O navio estava parado! Saltou da cama e correu para a janela, inexplicavelmente trôpega com a imobilidade. Com a respiração acelerada, abriu as cortinas e viu... O porto. É claro. Deveria ter imaginado que não veria o centro de Lisboa da janela do navio. O porto de Londres não ficava nem um pouco perto dos principais pontos da capital. Ainda assim, era muito bom ter algo para olhar que não fossem as águas infinitas do Atlântico, e Poppy assimilava tudo com avidez. Via apenas uma nesga de algo que com certeza era um quadro muito maior, mas mesmo assim o cenário diante de si fervilhava de vida. Os homens – eram mesmo todos homens, não se via uma única mulher entre eles – circulavam por ali com força e eficiência, carregando caixas, puxando cordas, fazendo todo tipo de tarefas cujo propósito Poppy não conseguia deduzir. E como eram estranhos e diferentes aqueles homens... ao mesmo tempo que não eram nada diferentes. Estavam fazendo as mesmas tarefas que, presumia ela, os portuários ingleses faziam, brincando e rindo e batendo boca daquela forma masculina, mas mesmo que ela não soubesse que estava em Portugal, teria notado na mesma hora que não eram ingleses.


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