Poppy riu da impaciência dele e deixou que a puxasse para a frente, passando por mais um mastro sem nem diminuir o passo. Eles subiram um lance curto de escadas e avançaram ainda mais. – A melhor vista fica para cá – disse ele. O rosto dela já estava voltado para cima, mesmo enquanto o seguia aos tropeços. – Não é igual em todo o navio? – É melhor no castelo de proa. – Onde? – Apenas venha comigo – disse ele, puxando-a pela mão. Ela riu outra vez, e foi maravilhoso. – Por que um navio teria uma parte com o mesmo nome de uma residência em terra firme? – Por que você tem nome de flor? – devolveu ele. Ela ficou em silêncio por um momento, pensativa. De fato, poppy significava papoula em inglês. – Touché. – O castelo de proa é a parte mais anterior do convés – explicou ele, enquanto a puxava. – É um pouco mais baixo do que o restante. É onde os homens ficam quando trabalham nas bujarronas, que são as velas do gurupés. “Bujarrona”? “Gurupés”? – Agora você está inventando palavras – brincou ela. – A vida no mar tem sua linguagem própria. – Vejamos, vou chamar aquilo ali – ela não apontou propriamente para nada – de rotonilha. E aquilo ali adiante será uma azimbre de viés. Ele se deteve só o suficiente para olhá-la com admiração. – Até que não é um nome ruim para isso. Como Poppy não se refirira a nada em particular, não fazia ideia do que seria o “isso”, mas perguntou mesmo assim: – Qual? A rotonilha ou o azimbre de viés? – A rotonilha, obviamente – disse ele, perfeitamente impassível. Ela riu e deixou-se conduzir. – O senhor deve saber mais do que eu.