Um Cavalheiro a Bordo- Julia Quinn

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Ao que ele riu. – Se existir – disse ele –, eu preciso conhecer. Mas as perguntas dela ainda não tinham terminado. – Sabe dizer qual veio primeiro? – Dentre os cabos todos? Acho que foi o próprio da Boa Esperança. Se me lembro bem, o nome foi cunhado por um rei português. – Português, é? Então está decidido. Na volta de Lisboa, pararemos no Cabo da Má Esperança. – Pelo brilho em seus olhos, ela estava se divertindo. – Será que o Sr. Carroway conhece o caminho? – Se ele leu aquele tenebroso guia de navegação inteiro, com certeza sabe. Ela riu com vontade. Era um som encantador, cheio de humor e alegria. O tipo de som que Andrew não estava acostumado a ouvir no mar. Os marinheiros tinham suas piadas, mas eram sempre masculinas, grosseiras; nada tão inteligente quanto as tiradas espirituosas de Poppy Bridgerton. Poppy. O nome combinava mesmo com ela. Que pena seria se esse nome tivesse sido desperdiçado em uma mulher enfadonha e carrancuda. – Cabo da Má Esperança – disse ela ainda entre risadas, adotando um sotaque que certamente não existia em nenhum lugar além daquela cabine. – Da Péssima Esperança. – Pare com isso – disse ele. – Não aguento mais. – Vamos ao Cabo da Tenebrosa Esperança – disse ela, praticamente cantando. – O lugar mais desolador de Portugal. – Sinceramente, talvez esse sotaque seja a coisa mais pavorosa que já ouvi na vida. Ela o encarou, fazendo-se de ofendida. – Mas não estou parecendo uma portuguesa? – Nem um pouquinho. Ela bufou, fingindo exasperação. – Poxa, que decepção. Estava me esforçando tanto. – Deu para perceber. Ela deu uma cotovelada de leve em Andrew, depois voltou a se debruçar sobre as peças. – Por acaso está vendo o Cabo da Boa Esperança no meio de toda essa bagunça?


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