Como se casar com um marquês

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Ela assentiu e se voltou para James e Elizabeth, na expectativa. James a ignorou de propósito e se concentrou apenas em Elizabeth. Ela estava sentada em uma cadeira, as costas muito retas, o rosto parecendo tão tenso que ele achou que a mais suave carícia a faria perder o controle. James tentou se lembrar de como Elizabeth estava apenas uma hora antes, ruborizada de paixão e prazer. Para seu grande horror, não conseguiu. – Não revelei minha identidade a você naquele momento porque senti que antes de tudo eu devia explicações à minha tia. Ela tem sido... Ele buscou palavras que pudessem explicar a profundidade de sua devoção pela velha dama tão caprichosa, mas então lembrou que Elizabeth conhecia o seu passado. Na verdade, ela era a única pessoa a quem ele contara toda a história de sua infância. Até mesmo Blake só sabia de algumas partes. – Ela vem sendo muito importante para mim ao longo dos anos – declarou James finalmente. – Eu não poderia... – Você não precisa me explicar seu amor por lady Danbury – disse Elizabeth em uma voz suave, sem encontrar os olhos dele. – Obrigado. – Ele pigarreou. – Eu não sabia... ainda não sei... a identidade do chantagista. Além disso, não tenho como determinar se esse indivíduo pode vir a ser perigoso. Não vi motivo para arrastála ainda mais para dentro da questão. Elizabeth levantou a cabeça rapidamente e a expressão que James viu nos olhos dela foi de partir o coração. – Certamente você sabe que eu jamais faria qualquer mal a lady Danbury. – É claro que sei. Sua devoção a ela é óbvia. Mas permanece o fato de que você não tem experiência nesses assuntos e... – E você tem experiência? – perguntou ela, o sarcasmo evidente, mas não ofensivo. – Elizabeth, passei a maior parte da última década trabalhando para o Departamento de Guerra. – O revólver – sussurrou ela. – O modo como você atacou Fellport. Eu sabia que havia algo estranho ali. James praguejou baixinho. – Minha briga com Fellport não teve nada a ver com a minha experiência no Departamento de Guerra. Pelo amor de Deus, Elizabeth, o homem havia atacado você. – Sim – retrucou ela –, mas você pareceu ter muita familiaridade com a violência. Foi fácil demais para você. O modo como sacou o revólver... passou a impressão de ter muita experiência em fazer aquilo. James se inclinou para a frente, os olhos ardentes fixos nos dela. – O que eu senti naquele momento estava muito longe do familiar. Foi ódio, Elizabeth, puro e primitivo, e completamente diferente de qualquer coisa que já tenha corrido pelas minhas veias. – Você... você nunca tinha sentido ódio antes? Ele fez que não com a cabeça lentamente. – Não daquele jeito. Fellport ousou atacar o que era meu. Ele tem sorte de eu tê-lo deixado vivo. – Não sou sua – sussurrou ela. Mas faltou confiança na voz. – Não?


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