SAÚDE-ALCOOLOGIA-DOCUMENTOPÚBLICO-2009

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Nos vários documentos produzidos por diferentes instâncias e organizações internacionais e nacionais constam uma série de evidências científicas, conceitos, orientações e recomendações, que constituíram os pressupostos essenciais para a elaboração do presente Plano, concretamente no que se refere às medidas e acções preconizadas. As pessoas que iniciam o consumo de álcool durante a adolescência têm maior probabilidade de sofrer as consequências do consumo excessivo de álcool ao chegarem à idade adulta, entre as quais o risco de desenvolver dependência (Dawson et al., 2008); verificam-se ainda consequências directas a nível do sistema nervoso central, com défices cognitivos e de memória, limitações a nível da aprendizagem, como também aumento da criminalidade ao atingirem a idade adulta. (Jefferis et al., 2005). A toxicidade do álcool pode afectar o desenvolvimento do embrião e do feto se a mãe ingerir bebidas alcoólicas durante a gravidez. Considera-se que qualquer consumo durante a gravidez é um consumo com risco. O consumo de risco corresponde a um tipo ou padrão de consumo que provoca dano se o consumo persistir; e que aumenta a probabilidade de sofrer doenças, acidentes, lesões, transtornos mentais ou de comportamento. O consumo regular de bebidas alcoólicas em quantidades superiores a 2 a 3 bebidas/dia2 para o homem e 1 a 2 bebidas/dia para a mulher aumenta a probabilidade de sofrer de doenças diversas, entre as quais se contam as dos aparelhos digestivo e cardiovascular, doenças neurológicas, neoplasias digestivas e da mama e ainda transtornos psiquiátricos. No Plano de Acção Contra o Alcoolismo de 20003, os valores considerados como de “baixo risco” apresentados apontavam para que no adulto saudável não se excedessem, por dia e repartidos pelas duas principais refeições: No homem, 24g de álcool, o que equivale a 25 cl de vinho a 12º ou três copos de cerveja; e na mulher, 16g de álcool, o que equivale a 15 cl de vinho ou dois copos de cerveja. Beber até à embriaguez (intoxicação aguda) produz um efeito de deterioração da capacidade de raciocínio, da tomada de decisões e da capacidade de autocontrolo do comportamento. Neste estado o indivíduo pode apresentar desinibição dos impulsos sexuais e de agressividade favoráveis a discussões, agressões, relações sexuais não protegidas e/ou não desejadas ou 2

Embora as bebidas alcoólicas tenham diferentes graduações, os copos habitualmente mais usados para as diferentes bebidas

têm quantidade idêntica de álcool o que corresponde a uma unidade bebida padrão com cerca de 10 a 12 g de álcool puro. A quantidade de álcool é, pois, idêntica por copo padronizado de vinho (a 12º), cerveja (a 5º) e destiladas (a 40º). Tal facto permite fazer a quantificação por unidades de bebidas ingeridas, o que facilita os cálculos do total de bebidas consumidas diariamente ou semanalmente.

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