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Quadro 9 Distribuição e comercialização
As atividades relacionadas à produção são aquelas responsáveis pela composição, arranjos, busca de novos artistas, caracterização dos gêneros e estilos musicais, além de etapas burocráticas anteriores, tais como registro nos órgãos competentes, e as devidas ações de proteção aos direitos autorais. É nesta etapa que se finaliza o ―guia de rótulo‖64, de modo a iniciar o processo de solicitação das autorizações de direitos autorais - diretamente aos autores, ou às editoras, em se tratando de obras administradas por empresas. As demais atividades compreendem ensaios e elaboração as informações complementares do produto, como criação do conceito gráfico e elaboração do encarte, seleção de fotografias, contatos e orçamentos com empresas de prensagem (CD/DVD)65 .
4.2.3 Distribuição e comercialização
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A distribuição é a etapa atualmente composta por duas possibilidades: a física e virtual. A distribuição física é aquela direcionada para as lojas e revendedores, e a virtual é a que contempla lojas eletrônicas e distribuidores que ofertam música digital em sítios na rede.
Quadro 9: Distribuição e comercialização
Fonte: Prestes Filho (2005, p. 76)
64 Relação minuciosa do repertório musical que comporá o produto musical (CD ou DVD), ordem e tempo de cada faixa, seus compositores, editora(s), número de registro (ISRC) de cada fonograma, previsão de lançamento, classificação e preço do produto, produtor fonográfico responsável, entre outros. 65 Indústrias geralmente sediadas na Zona Franca de Manaus, mas com escritórios de atendimento em boa parte do Brasil. A exceção é a empresa cearense CD+, localizada em Caucaia/CE.
A distribuição é a etapa e motivo que, não raro, une as majors e os selos independentes, numa relação comercial em que as maiores gravadoras já contam com uma rede cadastrada de lojas, pequenos distribuidores, além de poder e articulação considerável com os grandes meios de comunicação – mass media -, imprescindíveis à divulgação dos produtos e artistas. Atualmente, com os altos índices da pirataria e informalidade no Brasil, as gravadoras – majors ou independentes – ampliam suas parcerias comerciais inserindo nas negociações percentuais em vendas de shows. Ainda que as novas tecnologias tenham reestruturado etapas como distribuição e divulgação, fomentando o surgimento e desenvolvimento do segmento das independentes, o domínio do mercado ainda se encontra com as majors. A divulgação é a sub-etapa da distribuição que envolve atividades de publicização, veiculação das músicas e artistas nos meios de comunicação (LEÃO; NAKANO, 2009). Nesta etapa, apesar do crescimento das independentes, ―as majors ainda detêm controle significativo sobre os canais de divulgação na cadeia da música pelo seu elevado poder econômico, e visto que integram grandes conglomerados multimídia‖ (Op. Cit., p.20), onde estão articuladas com distintos e numerosos mecanismos midiáticos de divulgação direta e indireta, tais como cinema, meios de comunicação, peças publicitárias, etc. Numa outra esfera, o surgimento de comunidades de relacionamento e plataformas sociais eletrônicas de música, como o MySpace, o Last.fm e o YouTube, tem servido como alternativa de divulgação das obras musicais e seus artistas, acentuando a interação destes com o público. Desta rede colaborativa impulsionada pela internet e seus ―ciber-ativistas‖ (SANTINI, 2006), em terras brasileiras, um dos maiores exemplos é o músico e cantor Bnegão que, tendo suas obras disponibilizadas na rede mundial, conseguiu dinamizar sua jovem carreira por países da Europa sem ter um único CD legalmente distribuido por estas plagas. Neste ambiente complexo e diverso da divulgação, a disponibilidade excessiva de informação na internet, desenvolve formas competitivas pela atenção do público (BERMAN; McCLELLAN, 2002; HANSEN; HAAS, 2001). Ou seja, a questão central no ambiente virtual é conseguir a atenção daqueles navegadores/consumidores do ciberespaço. Em poucas palavras, se a distribuição é imensamente facilitada a partir da tecnologia contemporânea, a divulgação ainda representa barreiras na cadeia produtiva musical. Este mesmo ambiente configura-se, ainda, não raro, como uma espécie de filtro