Libenberg Magazine

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foto Instituto John Graz

foto Passado Composto

Linha do tempo Desde a Antiguidade, a tapeçaria faz parte de nossa história. Determinar a sua origem ainda é um mistério a ser desvendado pelos arqueólogos, mas os historiadores sabem que esse ofício surgiu em épocas próximas e de forma semelhante em vários lugares do mundo, por povos que habitavam a Mesopotâmia, Egito, Grécia, Roma, Pérsia, Índia e China, entre outros. O Oriente Médio mantém importante tradição na tapeçaria, com destaque para o Irã e a Turquia, na criação de peças com elaborados desenhos geométricos. Durante a Idade Média, na Europa, a confecção de painéis tecidos assume importância como elemento decorativo e funcional, utilizada para adornar grandes áreas de castelos e igrejas. Seu uso propicia o desenvolvimento da produção e a sofisticação da técnica, tanto que, a partir do século 14, o bordado cede espaço para a tapeçaria tecida. Nesse período destacam-se as manufaturas em Flandres (Arras e Tournai) e Paris. Mais tarde, com as reformulações estéticas promovidas pelo Renascimento, a pintura exerce uma grande influência sobre as peças tecidas. Bruxelas torna-se o principal centro de tecelagem, embora a atividade já esteja bastante difundida em toda a Europa. Nela, o ateliê de Pierre van Aelst torna-se uma referência. A partir do século 16, a França assume uma posição importante nesse tipo de arte por conta da ajuda oficial às manufaturas, que dirigem grande parte de sua produção aos palácios reais. No século seguinte, a Manufatura Real de Móveis e Tapetes da Coroa fica conhecida como a Manufatura dos Gobelins – um centro criativo que reúne tecelões, gravadores, marceneiros e joalheiros. Somente no século 18 surgem as famosas tapeçarias Aubusson e Beauvais, com motivos campestres ou exóticos. As transformações sociais e estéticas que ocorrem nos séculos seguintes são acompanhadas pela tapeçaria. Na primeira metade do século 20, Gobelins e Beauvais passam a executar peças criadas por artistas como Raoul Dufy, Georges Braque, Picasso, Joán Miró e Henri Matisse. Mais adiante, artistas como Lucien Coutaud e Jean Lurçat são responsáveis por introduzir modificações técnicas na tapeçaria, considerando suas possibilidades específicas de criação.


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