Reconsiderando o odre frank viola

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Em conseqüência, apenas quando nosso coração é cativado por uma revelação de Jesus em seu esplendor, e centrado nela, é que podemos receber uma visão da obra que Ele nos chamou a fazer. Como foi o caso de Moisés, pode-se construir o tabernáculo apenas depois de ver o modelo vindo de cima —e esse modelo é o Ungido. Em suma, precisamos ter uma visão do Senhor antes de receber uma visão para o Senhor. Russell Lipton faz a seguinte observação nesse aspecto: O apóstolo Paulo orou para que os crentes de Éfeso recebessem uma revelação no conhecimento de Jesus Cristo e abrissem os olhos de seu entendimento. Esta é a nossa grande necessidade... Por que a igreja que o Ungido almeja foi tão mal compreendida, tão pervertida, tão combatida? Isso se deve inteiramente a nossa cegueira, a cegueira de seu povo. Sem revelação como podemos atuar? Com revelação, saberemos que fazer. ( Does the Church Matter? —Importa a igreja?) Oh, quão desesperadamente precisamos uma nova, duradoura, incomparável revelação do Ungido e de sua igreja, inspirada pelo Espírito Santo! Uma visão semelhante, outorgada desde o trono celestial, é o próprio trampolim necessário para que Deus levante um testemunho que reflita seu pleno propósito para seu povo amado. Esta é a necessária precondição para que haja uma verdadeira renovação no Corpo de Cristo.

(2) Uma mudança de paradigma Usando a linguagem do filósofo e cientista Thomas Kuhn, precisamos primeiro de uma "mudança de paradigma" no que toca à igreja, para que possamos edificá-la apropriadamente. Isto é, precisamos de uma nova cosmovisão com respeito ao significado do Ungido e de seu Corpo —um novo modelo para entender a ekklesia — uma nova estrutura mental a respeito da igreja. Ou seja, o ‘novo paradigma’ a que me refiro, não é novo em absoluto. É o paradigma que o Novo Testamento nos proporciona. Nesse aspecto, nossos dias não são muito diferentes dos de Neemias . Em seus dias, Israel tinha ‘redescoberto’ a lei de Deus depois de estar sem ela por muitos anos. Isso requereu que fosse ‘reexplicada’ e ‘reinterpretada’ para eles. Neemias 8:8 diz: "E liam o livro da lei de Deus claramente, e punham o sentido , de maneira que entendessem a leitura ." Da mesma forma, os cristãos do século vinte devem reler a linguagem das Escrituras com respeito à igreja. Perdeu-se grandemente o significado original de incontáveis termos como ‘igreja’, ‘ministro’, ‘pastor’, ‘casa de Deus’, ‘ministério’ e ‘comunhão’, corroendo assim o panorama da assembléia neotestamentária. Além disso, investiram estas palavras de atribuições institucionais —atribuições que eram estranhas aos que originalmente as escreveram na Bíblia. Portanto, em nossos dias é uma premente necessidade na igreja redescobrir a linguagem bíblica. Joseph Higginbotham e Paul Patton expressam isto ardentemente: Encaremos isto: nossa linguagem reflete nossa prática. É difícil fazer as pessoas ocuparem a posição de sacerdócio universal, quando reservamos a palavra ‘ministro’ para pessoas que têm títulos de seminário e certificados de ordenação em papel pergaminho... A ginástica lingüística trocou o Cristo que é Cabeça de um Corpo inteiro e unificado, por um deus tribal de uma denominação ou de uma igreja local. Isto tem a ver com o sentido que damos à palavra ‘igreja’. Raramente a usamos no sentido que o Ungido a usava. Falamos em ‘construir uma igreja’, quando deveríamos dizer que estamos erigindo um novo edifício para que o povo do Ungido possa reunir-se. Falamos de ‘começar uma igreja’, quando deveríamos dizer que, numa localidade dada, o Ungido edificará uma igreja ( The Battle for the Body [A batalha pelo Corpo], em Searching Together, Vol. 13:2). Devido a que a maior parte dos cristãos de Norteamérica aprendeu a ler seu Novo Testamento através do moderno lente do institucionalismo do século vinte, há uma urgente necessidade de que reconsideremos todo nosso conceito da igreja e aprendamos a vê-la de novo através do lente dos escritores neotestamentários. Devido à influência de suposições profundamente encobertas, que poucas vezes foram escavadas e raramente examinadas à luz das Escrituras, o cristianismo moderno nos ensinou eficazmente que a palavra ‘igreja’ significa um edifício, uma denominação ou uma estrutura organizacional, e que um ‘ministro’ é uma classe especial de cristão. Nossa contemporânea noção de eclesiologia está profundamente atrincherada no conceito humano, requer um esforço consciente de nossa parte ver à igreja como a viam todos os cristãos do primeiro século. Isto demanda uma rigorosa ruptura do espesso e enredado cipoal da tradição humana, até descobrirmos o solo virgem da realidade espiritual. Portanto, apenas o necessário esforço de reconsiderar a igreja em seu contexto espiritual nos capacitará distinguir entre a noção bíblica da igreja e as instituições de hoje que pretendem ser igrejas. Com respeito a isto assinalemos algumas das diferenças entre os paradigmas institucional e bíblico: O paradigma institucional a) é sustentado por um sistema clerical b) e procura perpetuar o sistema do laicado c) faz a maioria de seus congregantes meros espectadores passivos em seus bancos d) associa a igreja com um edifício ou com uma denominação a que alguém adere e) está fundamentada em unificar aqueles que compartilham um conjunto especial de costumes ou doutrinas 69


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