Jornal Maranduba News #44

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Maranduba, 20 de Dezembro de 2012

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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br

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Ano 3 - Edição 44

Começa a Temporada Verão 2013 Região Sul de Ubatuba oferece atrações para todos os gostos


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Jornal MARANDUBA News

Ubatuba adia o Fim do Mundo Fechamos esta edição na véspera do tão anunciado Fim do Mundo previsto no calendário Maia. Segundo informações recebidas e após intensas investigações por parte de nossa equipe, concluímos que Ubatuba não está preparada para um evento desse porte visto que já temos uma temporada de verão programada, uma troca de governo municipal, uma renovação de 60% na Câmara e vários acontecimentos menores já agendados, o que impediria receber mais este megaevento tão comentado nos últimos dias. Diante disso podemos garantir que Ubatuba salvou a humanidade de ser consumida pelas catastróficas previsões anunciadas ao longo dos anos, visto que um evento desses teria que acontecer na sua totalidade em todos os cantos do planeta. Se não pode acontecer em Ubatuba, não pode em lugar nenhum. Garantimos com isso a preservação de nossas belezas naturais, nossos atrativos, nossa mata, nossa história, cultura e tradição. Ainda teremos peixe com banana, caipirinha de limão, muita cerveja gelada, porção de camarão e passeio de escuna por muito tempo. Tanta coisa boa anda acontecendo em Ubatuba que seria injusto acabar o mundo logo

agora. Temos um teatro que trouxe uma vida social e cultural para os moradores, um centro de convenções que promete aquecer a economia local, os possíveis royalties do pré-sal, uma mudança na administração municipal e tantas outras coisas que sempre desejamos... e vem esse papo de Fim do Mundo querer estragar a nossa felicidade? Aqui não! Ubatuba não quer o Fim do Mundo. Além de não estarmos preparados para esse evento, não queremos que ele venha para cá. Vamos nos dedicar a essa temporada de verão que promete ser uma das melhores dos últimos tempos. Vamos tratar bem nossos visitantes e manter a cidade limpa. Tem tanta coisa que cada um pode fazer para melhorar nossa cidade e com isso fazer jus a essa prerrogativa de termos revogado o Fim do Mundo. Pena que a grande mídia não saiba que foi Ubatuba que impediu o fim dos tempos. Esse fato passará despercebido na história da humanidade, mas nós, que sabemos da verdade, nos sentiremos orgulhosos por ter proporcionado a continuidade da vida no planeta. Como dizia meu amigo Jurabelo: Que venha o sol! Emilio Campi Editor

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Emilio Campi Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Vendaval assusta moradores na Região Sul

Foto: Ezequiel dos Santos

No ultimo dia 17, a região sul de Ubatuba foi castigada por fortes ventos que causaram prejuízos a moradores, produtores rurais, empresas e usuários dos acessos e serviços. Varias arvores caíram sobre a rede elétrica, pelo menos cinco residências foram destelhadas, roças inteiras foram destruídas, placas e postes foram arrancados, estradas interditadas e proteção de obras foram arrancadas por conta dos ventos que assolaram a região neste dia. Casas de veraneios se encheram de mato e areia, outras tiveram parte do telhado destruído por galhos de arvores, pessoas

foram impedidas de trabalharem em serviços externos. O vento que começou pela manhã dificultou o trafego de veículos em alguns trechos da rodovia e na parte da se fortaleceu causando os maiores estragos. Segundo moradores foi possível ouvir os assovios dos fios elétricos sendo cortados pelos fortes ventos. Pouca gente se arriscava a sair de casa, alguns foram derrubados das bicicletas quando vinham do serviço. Funcionários da Regional Sul utilizados os poucos materiais para realizar a limpeza e a retirada de material das ruas jogado pelos ventos.

No Corcovado parte do posto de saúde foi atingida por uma arvora causando prejuízos. A Dersa registrou velocidade de 28 nós do vendaval que atingiu o Litoral Norte, o que levou a paralisação de vários serviços. A Marinha do Brasil costuma emitir comunicados oficiais de suspensão do serviço de travessia de balsa e alertas a comunidade pesqueira e de serviços quando os ventos apresentam velocidade acima de 20 nós. No resto da semana moradores contabilizavam seus prejuízos e repararam os danos causados pelos ventos.


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Maurício Moromizato anuncia secretariado e diz que priorizou “técnica e conhecimento sobre Ubatuba” O prefeito eleito de Ubatuba, Maurício Moromizato, anunciou nesta sexta-feira, 14, em entrevista coletiva, 14 nomes que irão compor o próximo secretariado de governo da prefeitura municipal. O evento ocorreu na Agência da Caixa Econômica Federal de Ubatuba e contou com a presença de jornalistas da cidade e região. Neste primeiro anúncio, Maurício anunciou 14 integrantes do primeiro escalão da próxima gestão ubatubense, entre eles, 10 secretários (Administração, Fazenda, Jurídico, Meio Ambiente, Turismo, Obras, Saúde, Educação, Pesca e Esportes), 3 administradores regionais (Oeste, Sul e Norte) e 1 presidente de autarquia (EMDURB). Durante a coletiva, o prefeito eleito destacou os desafios da equipe para os próximos anos e ressaltou um compromisso coletivo com a cidade de Ubatuba. “A formação deste time foi feita juntamente com os partidos que participaram da chapa vitoriosa nas eleições de outubro. Agora com a equipe quase totalmente definida me sinto ainda mais confiante de que será um governo que fará a diferença em Ubatuba, pois todos aqui são capazes e estão comprometidos com um projeto conjunto de governo”, destacou Maurício, ressaltando a composição do próximo secretariado. “É um time heterogêneo, mas que apresenta uma característica em comum: querem fazer a diferença por Ubatuba. Além disso, nosso processo de escolha levou em conta o conhecimento setorial, téc-

nico e, principalmente, sobre nossa cidade. Portanto, cada um desses nomes merece estar aqui e, o mais importante, cada um sabe da responsabilidade deste grupo com a população de Ubatuba”, disse Maurício, acrescentando que o restante do secretariado será anunciado nos próximos dias. “Alguns espaços ainda precisam de uma melhor definição, mas pretendo anunciar os nomes nos próximos dias, juntamente com os indicados para atuar no gabinete do prefeito. Mesmo assim é importante esse primeiro anúncio, pois todos estes indicados já estão trabalhando em um plano dos 100 primeiros dias de cada secretaria”, completou o prefeito eleito em entrevista coletiva. Acompanhe os nomes e um breve currículo dos indicados por Maurício nesta sexta-feira:

Foto: Luis Pavão

com Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde

Secretaria de Administração Jaime Coelho Lula - Graduado em Matemática, atuou na gestão pública entre os anos de 1991 e 2004.

Secretaria de Esporte e Lazer José Carlos Saviolli Papp - Formado em Educação Física pela Universidade Mogi das Cruzes e Pós Graduado na área pela FMU de São Paulo.

Secretaria de Fazenda Tarcisio Carlos de Abreu Formado em Administração, com ênfase em Processos Gerenciais, trabalhou no Banco Santander do Brasil (antigo Banespa) desde 1977.

Secretaria de Assuntos Jurídicos Wagner Andriotti - Formado em Direito, com Pós Graduação em Direito Civil e Especialização em MBA em Perícia e Auditoria Ambiental.

Secretaria de Educação Jony Teixeira P. Bottini - Formada em Letras pela UNIVAP, com especialização em Literatura Contemporânea, em Didática do Ensino Superior e Gestão Escolar.

Secretaria de Abastecimento, Pesca e Agricultura Maurici Romeu da Silva - Morador de Ubatuba há 12 anos, foi diretor da Associação dos Pescadores e presidente da Colônia Z-10 de pescadores.

Secretaria de Saúde Ana Emília Gaspar - Formada em Odontologia pela UNITAU,

Secretaria de Turismo Gerson Peres Campos - Empresário reconhecido na cida-

de é um dos sócio fundadores da Associação dos Restaurantes de Ubatuba (AREUBA) e um dos primeiros integrantes do Conselho Municipal de Turismo. Secretaria de Meio Ambiente Juan Blanco Prada - Formado em Agroecologia e Manejo Ambiental pelo Merritt College (Oakland) e em Cinematografia pelo Taller de Artes Imaginárias (Madrid). Secretaria de Obras e Serviços Públicos Mauro Ségio Bezerra - Formado em Engenharia Civil pela UNITAU, com Pós Graduação em Gerenciamento da Construção, atua na área da Construção Civil desde 1997, tendo realizado mais de 30.000,00 m². Administração Regional Sul Damião José da Silva - Formado no Curso de Administração

pelo Instituto Universal Brasileiro. Morador do bairro do Corcovado. Administração Regional Norte Leonildo Rolim - Morador do Sertão do Ubatumirim, cursa atualmente a faculdade de Direito na UNIMODULO. Administração Regional Oeste Ivanderlei Barbosa - Morador de Ubatuba desde 1989 é formado em Técnico em Contabilidade e em Gestão Pública. EMDURB Cláudio de Campos - Formado em engenharia pela FEI/ PUC na modalidade Química, com especialização em Papel e Celulose na Swedish School Forest Industries, na Suécia. Atua no setor de engenharia e consultoria desde 1972. Morador de Ubatuba há 22 anos foi coordenador do Procon municipal e atualmente é presidente do PSDC local.


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Promata registra mais uma espécie em extinção Numa visita de rotina, no último dia 11 de novembro, integrantes do grupo Promata registraram a presença de um grupo de primatas popularmente conhecidos como Bugio, Barbado ou Guariba na região sul de Ubatuba. Segundo o grupo o local não será revelado para proteger a espécie e a interação entre homem/natureza. A única informação divulgada é que se se trata de um local histórico/ cultural de interação homem/ natureza aonde os moradores tradicionais podem colocar em pratica o etnoconhecimento adquirido sobre os segredos, as belezas e as particularidades dos homens fundadores da cultura caiçara. A visita que teve um caráter pedagógico foi no intuito de divulgar os sentidos e os valores do povo formador do processo civilizatório nacional. A metodologia é parte do aprendizado dos conhecimentos tradicionais, da valorização da cultura litorânea e da experiência de vivenciar o inédito, o raro, o especifico que só alguns poucos homens puderam experimentar. O primata registrado pertence à família Atelidae e gênero Alouatta. São animais de porte relativamente grande e sua dieta é basicamente de folhas, incluindo também

flores, brotos, frutos e caules de trepadeiras. Vivem em grupos de em média 10 indivíduos. Possuem vocalizações características, que podem ser ouvidas a quilômetros de distância, são animais maciços, de maior porte com relação aos outros primatas sul-americanos (pesam em média 7 kg), possui uma longa e bela pelagem, maior na mandíbula e lados da face, a esta espé-

cie é atribuída varias lendas e contos por conta do som que produz através de sua caixa de ressonância. Estes sons são emitidos, na maioria das vezes, em contextos de relações intergrupos. De fato, segundo os moradores mais antigos, a maior parte das vocalizações se dá quando ocorre contato visual entre os grupos de bugio, e “simulações” da presença de

intrusos, que significativamente aumentam essas vocalizações, principalmente por parte do macho dominante, que realiza buscas em torno do local que estão sendo emitidas as vocalizações simuladas. Tais situações impedem que outros grupos se aproximem, evitando encontros agressivos diretos. A visita se deve a pratica turística de observação de avifauna.


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Moradores seguem tradição e fazem caminhada até Aparecida EZEQUIEL DOS SANTOS Seguindo a tradição de fé, cerca de 400 romeiros realizaram mais uma caminhada a pé a Aparecida do Norte (SP), a romaria partiu do último dia 18 de novembro depois da celebração da missa no centro da cidade. Costumeiramente alguns moradores da região sul de

Ubatuba participam desta manifestação de fé, alguns deles fazem o trajeto original indo a pé até o centro da cidade. Desta vez foram os moradores José Braz, João do Kito e Luciano “Nhão” do Sertão da Quina. O trajeto até o grupo principal levou cinco horas e para manter os laços religiosos acesos cada um levou uma vela

acesa até o centro da cidade. Foi um trajeto de três dias dividas em etapas: Ubatuba – Catuçaba – Lagoinha – Aparecida. A romaria que partiu na quarta-feira chegou ao sábado e foram recebidos com festa pelos religiosos para a recepção e as bênçãos pela conquista da caminhada. Muitas pessoas foram pela primeira e manifestaram sua alegria e gratidão pelo feito. O verdadeiro intuito da caminhada, segundo os romeiros é o agradecimento de uma graça alcançada através da intercessão de Nossa Senhora Aparecida. Milhares de fotos e vídeos foram realizados pelos participantes, que querem guardar para a posteridade este momento histórico. Os organizadores contam com algumas paradas durante

o percurso para descansarem e recuperarem as energias. O grupo possui um suporte técnico que segue levando alimentos, remédios e colchões para que possam pernoitar na vila de Capuçaba, em São Luiz do Paraitinga (SP) e na cidade de Lagoinha (SP). Durante estas paradas, o grupo se reúne

também para um momento de oração. O evento está sendo considerado como um dos maiores ligados ao turismo religioso regional e também na manifestação de fé. Embora pareça cansativo muitos revelam a vontade de participar no próximo ano.

Salesópolis busca informação sobre roteiro religioso da região Conhecida como a cidade de onde nasce o Rio Tietê, integrantes de movimentos religiosos e da Secretaria de Turismo de Salesópolis participaram de eventos no litoral norte ligados ao turismo, à história, a religiosidade e aos traços tradicionais da fé, da gastronomia, dos saberes e dos dizeres da região, principalmente de Caraguatatuba e do sul de Ubatuba. O interesse surgiu por conta de uma palestra de Carlos Rizzo no CEDS em Caraguatatuba, lá ele divulgou a rota Sertão da Quina de base comunitária, de onde falou também da história da aparição de Nossa Senhora das Graças em 1915. Salesópolis está formatando o roteiro intitulado Rota do Padre Dória, onde busca os locais por onde o religioso

passou, neste trabalho existe a intenção de incluir a Rota da Santa por conta dos períodos

e de particularidades da história que são muito parecidos. Formalizado a intenção será

o único roteiro fora do calendário oficial da Rota do Padre Dória a ser visitada.

As conversações estão sendo realizadas pela Promata, que colabora com informações e formatação dos roteiros. A equipe de Salesópolis recebeu material sobre a história local e o DVD da Santa que conta a história ocorrida por aqui entre 1915 e 1917. segundo os integrantes da equipe o material entusiasmou a todos e que novas conversações serão realizadas para colocar em pratica todo o trabalho levantado. Salesópolis possui uma visão mais empreendedora e profissional em ralação as atividades de ecoturismo, turismo rural e turismo pedagógico, tem na sua formação histórica e religiosa como destaque as festas tradicionais que são marcas e patrimônios de seu povo, como a Festa do Divino e a Festa de São José.


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Alunos se destacam em feira Promata realiza capacitação no Instituto Butantan Foto: Ezequiel dos Santos pedagógica e campeonato de xadrez

No último dia 12, na escola municipal Nativa Fernandes de Faria, alunos, funcionários e professores apresentaram a Feira Pedagógica com a final do Campeonato de Xadrez. O evento superou as expectativas e animou os organizadores. Foram realizadas apresentações, cantos, dança, teatro e colagens, a escola se vestiu a caráter e havia cartazes e dizeres para todos os lados, tudo preparado pelas mãozinhas habilidosas das crianças com supervisão de seus professores. As apresentações foram aplaudidas e muitos riram de

felicidade com a performance da criançada. O xadrez causou grande expectativa e ao final todos receberam o carinho dos professores, dos pais que presenciaram de moradores que participaram da feira. As crianças participaram em peso das atividades e muitas delas não queriam ira para casa. Tamanho sucesso atribuído aos professores e organizadores do evento que agradeceram a diretora pelo total apoio. Pais se entusiasmaram com a iniciativa e esperam que possam participar de outros eventos como o que ocorreu.

Integrantes do Promata realizaram no último dia 13 curso de capacitação e divulgação cientifica no Instituto Butantan sobre de animais peçonhentos: cobras, aranhas, escorpiões e também sobre atendimento, socorro, encaminhamento e tratamento dos acidentados. O grupo que trabalha diretamente com o meio ambiente buscou qualificar-se para suas atividades, além de aprimorar seu conhecimento, buscou atualizar informações sobre o socorro e os procedimentos médicos que são utilizados para salvar este tipo de vitima. Na ocasião foram proferidas três palestras principais sobre cada espécie e por último uma sobre o trabalho do laboratório do instituto e do hospital Vital Brasil, que recebe pessoas de todo o país e de fora dele. Com a mudança constante do clima, com o adensamento populacional, a invasão das áreas urbanas no habitat e dos novos hábitos destas espécies, a sujeira sendo jogada por cima dos murros, as informa-

ções atualizadas foram bem vindas e ofereceram um novo panorama aos integrantes que puderam elucidar varias questões, uma delas foi a que envolve os mitos populares. Foram informados dados novos sobre as espécies, as regiões em que vivem, as particularidades como as espécies que habitam ilhas, sua importância na cadeia alimentar, as espécies exóticas encontradas fora de seu habitat (o caso da jibóia encontrada no Corcovado), hábitos, dieta, reprodução, sua importância na cadeia alimentar como predador/presa, como patrimônio material e imaterial nacional, questões de saúde e até de interesse econômico como a produção de anestésico, cola cirúrgica, controle da pressão alta e menstruação. Também foi dito da importância cultural, no caso as lendas, histórias regionais, simbologias, mitos, artes e folclore. Ainda sobre a relação homem/serpente no que se refere aos cuidados, prevenção e as confusões com os grupos de lagartos que não possuem pa-

tas e se assemelham a cobras. Sobre as referencias de atendimento em cada região e a prestação dos primeiros socorros, como funciona o soro, a quantificação a ser aplicado, o tempo de atendimento, tudo conforme a espécie, a idade e a massa corporal de cada pessoa. Os mesmos temas serviram para as aranhas e escorpiões, com destaque para a aranha marrom, uma das mais perigosas já encontradas. As fotos no telão deram uma real ideia dos acidentes, que se não socorridos em tempo, revelam suas complicações, seus extremos e os impactos que gera na vida dos acidentados. O grupo pretende após a temporada realizar um curso de quatro dias, que é ministrado a grupos de trabalhos e de conhecimentos específicos que realizam atividades com o meio ambiente ou tem contato direto com as espécies estudadas pelo Butantan. Ao final todos receberam certificação pela participação que para todos foi muito proveitosa.


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Região recebe a 4ª Edição do Ubatuba Cup Entre os últimos dias 14 a 18 de dezembro a região recebeu inúmeros atletas das mais variadas cidades do estado e de fora do país. Todos compõem equipes ligadas a escolinhas de futebol, clubes profissionais, prefeituras e organizações. O evento foi organizado pelo Jornal do Futsal e aconteceu nos campos de futebol e quadras da região: Rio Escuro, Maranduba, Lagoinha e Sertão da Quina. Neste período aconteceram jogos de futebol de manhã e a tarde, já o futsal recebeu jogos também na noite. As categorias foram sub -11, sub13, sub-15 e sub-17 e participaram os seguintes clubes: Corinthians, Cotia, Santos, Nosso Canto, Bola de Ouro, Maranduba/Sertão da Quina. Grande parte dos clubes era composta de varias equipes com o mesmo nome. No futsal os clubes eram Bate Bola, Santos, Bola 10, Tejusa, Monte Sião, Colégio Tancredo, Escola Sumidouro, Califórnia, Montanhes, Club Cervantes e Unión Ezeiza da Argentina. Na categoria feminina o futsal participou com os clubes Olimpia, Caraguatatuba e Ubatuba

nas categorias livre e sub -18. Participaram do evento cerca de 300 atletas sem contar os organizadores, comissão técnica, árbitros e familiares que acompanhavam suas comitivas. Os visitantes se hospedaram em pousadas e hotéis da região. Ao final todos receberam medalhas pela participação. No feminino, após uma semifinal eletrizante contra Caraguatatuba, Ubatuba vai para a final contra o Olímpia e sagra-se campeão na categoria livre, já o sub-18 fica em 4ªº lugar. O sub-15 termina a competição em segundo colocado contra o Bola de Ouro de Hortolândia. O campeonato foi corrido, porém gratificante, segundo os organizadores foi uma interação muito proveitosa e a troca de experiências foi o ponto alto da competição. Para o professor Pérsio Jordano a troca de experiências valeu a pena e dentre os competidores temos atletas de nível comparativo aos deles, é uma experiência que esta molecada vai levar pra posteridade. O evento contou com a colaboração e apoio da Secretaria

da Educação e da Secretaria de Esporte e Lazer de Ubatuba, Liga Ubatubense de Futebol, EC Rio Escuro, EC Lagoinha, ACE

Sertão da Quina, Maranduba Futebol Clube e Escola Nativa Fernandes de Faria. Os pais dos atletas agrade-

Foto: Ezequiel dos Santos

cem ao professor Pérsio pelo empenho e que nos últimos anos virou referencia a esta molecada.

Mortandade de Peixes no Bonete

Observador realiza mais um difícil registro de ave

Na primeira semana de dezembro, moradores da Comunidade da Praia Grande do Bonete se depararam com uma cena lamentável, na praia havia centenas de Corvinas e Pescadas na areia. Moradores ligaram para os vários órgãos ambientais e a resposta foi à mesma – não podiam fazer nada com o acontecido. Só depois é que descobriram que um grande barco de pesca foi o responsável pela mortandade. Aliviados moradores ao me-

O observador de aves Fábio de Souza realizou mais um importante registro de nossa avifauna atlântica, desta vez ele conseguiu o registro da saracura-lisa (Amaurolimnas concolor) uma espécie de ave da família Rallidae. Considerada a única espécie do género Amaurolimnas e pode ser encontradas nas florestas subtropicais ou tropicais úmidas de baixa altitude, pântanos subtropicais ou tropicais e florestas secundá-

nos se tranquilizaram em saber que os peixes não morreram por conta de algum agente poluidor e sim pela pesca predatória de um grande barco. Os peixes dariam para alimentar varias famílias por uma semana, porém não foram tocados por conta do desconhecimento da procedência. Naquele lugar este tipo de cena não é admitida por moradores, que esperam que as autoridades tomem providencia para que não mais ocorra.

rias altamente degradadas. Em nossa região foi encontrada em um local bem preservado, local este cuidado por moradores tradicionais que se veem distante da especulação imobiliária destrutiva. No passado este espécie foi muito apreciada pelos moradores e seu nome e forma foi motivo de contos, causos, músicas, artesanato, localização, lembranças e até anedotas.


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Maranduba: tradição, modernidade e potencial num só lugar EZEQUIEL DOS SANTOS Cheiros, sabores, sons, temperaturas e texturas é o que de melhor a região pode oferecer. Numa esfera de região praiana que por um lado tem vestígios da formação do povo brasileiro, consegue se modernizar sem perder a leveza das flores e aves que a rodeiam. Por outro lado a roça mantém as tradições caboclas das rodas de viola, do feijão no fogão a lenha, das falas caiçaras e da vontade de liberdade com a natureza que deixa tudo aparente. A Maranduba está localizada a 25 quilômetros do centro e possui vida própria, com centro comercial, quiosques, hotéis, pousadas, trenzinho turístico, saltos de parapente, restaurantes, lojas, postos de gasolina, bancas de jornais e sub-prefeitura. Sua orla disputa com a Praia Grande como point mais badalado da região. Tem vida noturna agitada, barzinhos e quiosques com música ao vivo. Ponto de partida para as praias do Perez, Bonete, Grande do Bonete (ao norte), ao quilombo Caçandoca, Caçandoquinha e do condomínio do Pulso. Ponto de partida para várias cachoeiras no Sertão da Quina como a do Corrêa e Água Branca. Para quem vem de Caraguatatuba, esta é a primeira praia de Ubatuba com acesso direto pela rodovia. Praia com 2 km de extensão, boa para banho, ela forma com a praia do Sapê e a praia da Lagoinha uma das maiores orlas contínuas de Ubatuba, com cerca de 7 Km de extensão e uma bela vista para ilhas da Maranduba e do Pontal.


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Região abriga local de espetáculos da natureza e seu povo Fotos: Emilio Campi

A Maranduba até a Lagoinha foi palco de espetáculos sobre o mar e seu povo. Ponto de encontro das comunidades locais foi elo da formação cultural que marcou todas as gerações. Todos têm o que falar desta praia. Nem só de vinho ela viveu, muitos pães amassou para mostrar-se como peça fundamental de desenvolvimento aliado a preservação histórica, cultural e ambiental da região sul de Ubatuba. Seus parentes mais próximos são as outras 29 praias, passando por quilombos, condomínios, comunidades de pescadores, desertas e escondidas. Sua estrutura é pequena, porém caminhando ao profissionalismo de que tanto é necessário para o desenvolvimento ideal. O mais importante é que as instituições privadas é que dão o ar da graça. Suas areias e marés têm diversidade em toda a sua orla. Não só de praia vive a região, em seu interior temos lindas cachoeiras, ruínas espetaculares, flores e frutos ao alcance da mão. As aves dão um espetáculo diferenciado de tudo que você já viu. A região foi o maior exportador de gengibre do Brasil. Tem em suas matas vestígios da única estrada de ferro de um século e meio atrás, tem matas com as maiores formações de bromélias e orquídeas já vistas. Tem canhões e muros de pedras que combatiam as tropas do governo no período do trafico negreiro. Tem artesanato de primeira. Tem opções de estadia, mercado, postos de combustíveis e serviços para todos os públicos. Tem ainda lugares que pararam no tempo. Corridas

de canoas, festas religiosas, atividades esportivas, trilhas, mergulho, passeios de barcos, gastronomia. Muitos pequenos empresários se qualificam por isso se destacam como fazem os produtores rurais e artesãos desta parte do paraíso. A região tem fazenda debaixo dágua, as de mexilhões. Tem praias onde as areias emitem os “ics, ics” tamanha pureza de suas águas e areias. Tem praias que formam verdadeiras lagoas que de tão próximas ao mar dá para ir com um pulo. Águas calmas e por vezes silenciosas. É possível se aventurar na chuva, na fazenda. ou numa casinha de sapé (como diz a melodia) lá pelas bandas dos Sertões da Quina, Arariba ou Ingá. O lugar tem tantas qualidades que poderia ser um município. Ele é tão bom que muitos turistas vêm todo o ano do município vizinho para apreciar nossas belezas. A serra possui uma rede de caminhos e trilhas que outrora foi utilizado pelos índios Tupinambás e reaproveitado pelos negros e depois pelas comunidades tradicionais, dá para ir ao planalto, ao Rio de Janeiro e a Santos. Até óvnis foram recolhidos em nossas águas. A comunidade vai se adaptando as novas tendências, mesmo pagando pelos pecados das grandes metrópoles. Maranduba é assim, uma mulher bonita que vem sendo cuidada aos poucos e que quando estiver pronta surpreenderá muita gente. Gente que ajudou a cuidar deste lugar tão belo e tão importante para as pessoas, as plantas e os animais que aqui habitam e vem nos visitar.


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Agência de turismo oferece as melhores opções na região Uma das melhores maneiras de conhecer a região sul de Ubatuba é através da Lupamar Turismo. Com várias opções de pacotes, a Lupamar oferece passeios diários de escuna saindo da praia da Maranduba com paradas na praia do Bonete, uma das mais belas do litoral norte de São Paulo, e na Ilha da Maranduba. A escuna tem capacidade para 120 pessoas com total segurança a bordo pois disponibiliza 150 colets salva-vidas, equipamentos de primeiros socorros, acomodações internas, bar a bordo e equipamentos de mergulho básico. A Lupamar também oferece emocionantes passeios de Ski Banana que leva o visitante a conhecer a Ilha da Maranduba, além de passeio de lancha como opção diferenciada para quem gosta de praias desertas, cercadas de belezas naturais. São vários roteiros disponíveis que podem ser consultados na própria agência. Para quem curte cachoeira, piscinas naturais, bosques, trilhas, mirantes, circuito de arvorismo, a Lupamar oferece pacotes para você desfrutar o melhor ecoturismo da região. Uma parceria com o Sítio Santa Cruz leva o visitante para um encontro inesquecível com as belezas da Mata Atlântica. Maiores informações: Lupamar Turismo Av. Marginal 1186 Maranduba, Ubatuba, SP. Telefones: (12) 9767-2377 (12) 3849-5827 Nextel ID 105*10630. www.lupamarturismo.com.br


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Dicionário de vocábulos e expressões caiçaras - Parte 14

FRAXILAITE/ FRAXILéITE - ( s.f. ) - farolete; lanterna a pilha. FRéGE - ( s.m. ) - confusão; conflito ; bate-boca, rolo. FRIAGê - (s.f.) – friagem, tempo frio; resfriamento; frio pelo corpo; “ a individa da minininha saiu ao pivo nessa friage “ FRIêRA - ( s.f.) - afecção cutânea, nos pés,.sobretudo nos entrededos. FRUITA - ( s.f. ) - fruta , fruto. FUá ( s.m. ) desordem;confusão, rolo; mesmo que forfé. FUÇA - ( s.f.) - face; cara; rosto. FUGIDO - ( adj. ) - mesmo que errante , andante. FUMêRO- ( s.m. ) - local em cima do fogo, onde se coloca a carne ou peixe para defumar, mesmo que tupê.. FUNÇãO - (s.f.) - denominação do baile de roça, assim como das festividades da Folia de Reis e do Divino Espirito Santo. FUNDURA - ( s.f.) - distância entre a superfície e o fundo de alguma coisa. FUNICá - (v.t.d.) - fornicar; praticar o coito; importunar ; prejudicar FURADO - ( adj. ) - que come muito; insaciável. FURTA-COR - ( s. m.) - tecido que muda de cor conforme bate a luz.

FURTUM - ( s.m. ) - forte odor de natureza variada. Via de regra diz-se para as emanações desprendidas do caldo da massa de mandioca, amanhecido (cheio de ácido cianídrico).“Uma catinga, um furtum ardido”. “Tem que virá. Sai aquele cardo, o furtum, e torrá no forno pá, intão, cumê”. FUSO - ( s.m. ) - prensa rústica de madeira, de sistema espiral (rosca), tendo duas virgens fixas, paralelas, no chão, sendo encimadas pela concha, viga de 1,20 m., tendo no meio um furo com rosca, por onde se parafusa o fuso, cilindro espiralado, que comprime o tipiti entre a rosca e a mesa, através do movimento do cabo do fuso. FUTRICA - ( s.f.) - fuxico. FUZILO - ( s.m. ) - relâmpagos longínquos. “ Tá fuzilando lá longe, não demora munto vem a tribusana “ FUZUê - ( s.m. ) - barulho; confusão; conflito ;rolo. GADANHO - ( s.m. ) - ancinho, com grandes dentes de ferro, para limpar o terreno GAIOLA- (s.f. ) - estojo de tábuas rústicas, que envolve a roda de sevá, dirigindo a mandioca ralada para o cocho de massa verde, e evitando que as suas partículas úmidas espalhem-se ou grudem nos rodetes. “A gaiola segura a massa”. “ Caxote, gaiola e caxão da roda é tudo o mesmo. GAITADA - ( s.f.) - gargalhada; risada alta. GALADO - ( adj.) - fecundado; ovo fecundado. GALHA - ( s.f.) - barbatana; nadadeira; membrana exterior do peixe, que lhe serve para nadar. “ Pá escalá o pexe num percisa cortá as galha “ GALHINHA - ( s.f.) - mesmo

que galinha. GAMBá - ( s.m.) - espécie de dança que ser faz em cima do arroz em casca, para separálo do caule. GAMBARRA - ( s.f.) - móvel para guarda de alimentos. GAMBITO - ( s.m. ) - pernas finas; mesmo que cambito. GAMELA - ( s.f. ) - bandeja de madeira para qual se escorre o caldo da massa que vem da mesa, através de seu rego circular; denominação geral dessas vasilhas. ”Isto daqui é uma gamela que tá cheia de mucungo”. GAMELA - (s.f.) - vasilha de madeira em forma de bandeja, para lavar os pés, limpar peixe, guardar ou servir comida, etc... GANHá CRIANÇA - ( loc.v ) ter filho; dar à luz uma criança GANHO POS CóRNO - ( loc. v.) - deu-se mal; entrou bem. GANHO PRO RABO - ( loc. v.) deu-se mal; entrou bem. GANIÇá - ( v.i.) - esganiçar; uivar ; grito lamentoso dos cães; “ pelo ganiço do cachorro a gente sabe que caça quele tá acuando “ GANJA - ( s.f.) - dar atenção; dispensar consideração a pessoa abusada, confiada. GANJUDO - (adj.) - satisfeito; contente. “ tá ganjudo que só “ GARACUVA - ( s.f.) - piolho de galinha. GARAPA , GUARAPA - ( s.f.) caldo de cana. GARATéIA - (s.f.) - conjunto formado por três ou quatro ganchos de ferro, unidos entre sí pelas hastes, usado para procurar e recolher, para bordo, cordames e redes, perdidas no fundo do mar; aparelho de pesca, formado por vários anzóis. GARGANTA – ( adj. ) – gabola, fanfarrão, metido.

GARRá A - ( v.t.) - começar; principiar; iniciar alguma coisa. “de manhá garrô a puá no terrêro “ GARRO LE MORREU- (loc.v.) – consta do anedotário caiçara essa lenda sobre uma pessoa que tendo acabado de almoçar, começou a ler e morreu em seguida, de causas desconhecidas. Isso contado no dialeto caiçara fica assim: armoçô, garro lê e morreu. GARRAFADA - ( s.f.) - remédio caseiro; remédio de ervas. GATEIRA - ( s.f.) - buraco nas porta, para a passagem de gatos. GATO - ( s.m. ) - designação de todas as espécies de pequenos felídeos selvagens, como o gato do mato, gato grande, jaguatirica , o cambuci e outros. GATURAMO -( s.m.) - uma espécie da pássaro, da família do bonito-lindo. GEMADA - ( s.f.) - gema de ovo, batida com açúcar e café quente. GENTE MEU - ( loc.v. ) - gente minha ; meu/minha parente. GOMA - (s.f.) - massa branca e pastosa que vai se assentando no fundo da gamela, na medida em que o caldo da massa verde vai se decantando, no fabrico da farinha de mandioca, da tapioca e do purivilho. GOMA-ARABICA - ( s.f.) - antiga cola líquida de resina, para papéis. GOMA-LACA - ( s.f.) - espécie de verniz em pó. GOMO DE PãO - ( s.m. ) - pedaço do pão sovado, feito em cinco gomos duplos. GóMITO – (s.m.) – gómito e o mesmo que vómito... GORADO - ( adj.) - malogrado; frustrado; inutilizado;é também o ovo que não incuba. GORGULHO- ( s.m. ) - inseto

que corroí os cereais. GORPADA - ( s.f.) - golpada ; gole ou golpe muito grande; golfada. GORPINHO - ( s.m. ) - golpinho ; gole pequeno. “ Dorivar saiu só com um gorpinho de café; intão logo vórta “ GOVERNá - ( v.t. ) - pilotar. GRAÚDO - ( adj.) - crescido; desenvolvido. “é um zinho anssim, mas graúdo que esti um“ GRILAÇãO - ( s.f.) - grilagem. “ a grilação é o siguinte, o sinhor compra um terreninho aqui de 50 metro né, agora, já qué pegá más de cincoenta, intendeu ? “ GRIMPAS - ( s.f.) - parte mais alta de alguma coisa; galho mais alto da árvore. GRITALHADA - ( s.f. ) - gritaria; berreiro. “ escuite só a gritalhada dessa criançada “ GROSSO - ( adj ) - agitado ; encapelado. “ o mar tá grosso hoje “ GRUDE - ( s.m. ) - refeição; comida. GUACá- ( s.m. ) - um tipo de madeira muito flexível , utilizada para fazer remos. GUAIá - ( s.m. ) - espécie de caranguejo. GUAIACA - ( s.f.) - cinto de couro , para guardar dinheiro. GUAIACóL - ( s.m. ) - antigo remédio para dor de dentes. GUAIAMU - ( s.m. ) - espécie de caranguejo do mato. GUAIAVA - ( s.f. ) - goiaba. “ essa guaiava tá verde quira “ GUAJEGUá- ( s.m. ) – espécie de sapo , perereca que a noite faz barulho nos banhados. Fonte: PEQUENO DICIONÁRIO DE VOCÁBULOS E EXPRESSÕES CAIÇARAS DE CANANÉIA. Obra registrada sob nº 377.947-Liv.701. Fls. 107 na Fundação Biblioteca Nacional do Ministério da Cultura para Edgar Jaci Teixeira – CANANÉIA –SP .


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A vitrola, a vassoura de mato e a “Jovem Guarda” EZEQUIEL DOS SANTOS

Ainda era um “carrero” o acesso ao morro do São Cruzeiro (Emaús) quando, aos sábados, algumas meninas se organizavam para “barrer” (varrer) o lugar. Na noite anterior percorriam os morros, as várzeas, os quintais atrás de Vassoura Rainha, Guanxuma, Alecrim e Erva Grossa para fazer as vassouras de mato. O serviço comunitário era uma disputa saudável, começava pelo tipo de mato a ser colhida, a maior delas era pela vassoura Rainha, que deixava um doce aroma por onde “passava”. Quando clareava o dia, dava-se inicio a varrição, era mais ou menos da entrada da Pedra Preta até a casa do Anastácio Félix, cada uma varria em frente a sua casa e de vez enquando avançavam um pouco para não deixar nada pra trás. Enquanto isso, disputava os ouvidos com as musicas da jovem guarda nacional. De um lado a vitrola Sonata cinza esverdeada de duas partes da tia Verônica dos Santos com o LP de Paulo Sérgio, lá embaixo, a vitrola de Zé Félix com as musicas de

Jerry Adriani, e assim iam: de um lado Roberto Carlos, Antonio Marcos, Roberto Leal, de outro lado Wanderley Cardoso, Lindomar Castilho, Wanderléia e companhia limitada. Depois a Nazaré tinha uma alaranjada, que assim como uma azul calcinha que era também utilizada para os ensaios da quadrilha na escola com a supervisão da tia Cida Balio. Na realidade a varrição do caminho era a desculpa para ouvir as melodias apaixonadas destes cantores. Era a época

do rádio e da vitrola, que ajudava a amaciar ainda mais os corações apaixonados daquela juventude. Quando não havia a disputa durante o dia havia o bailinho na casa da tia avó Catarina “Iria”, que era das sete até às dez da noite. Naquele tempo as meninas só usavam vestidos feitos pelas mãos habilidosas de suas mães e tias, quando chegava o povo de outro lugar era um tal de todos se encostarem nas paredes já que a timidez tomava conta do lugar, nem tanta timidez assim já muitos

casais de hoje surgiram nos bailinhos desta vida. Quando não havia bailinho, ìam à casa da Tia Tereza para brincar de “passa-anel”, “quimês”, “esconde-esconde”, “espiribol”, “queimada”, “chocô-chocô”, “perna de pau”, “currupiu”, dentre tantas outras. Quando não isso, subiam em noites de lua cheia “tirar sapinhoá” na “préia”, iam no caminhão do Mané Gaspá, aquele de cambio seco, que quando chegava na subida berrava “vamô”, “vamô”, “vamô”, depois que já estava na subida berrava “num vô”, “num vô”, num vô”. Guardiãs de um período rico de nossa história estes personagens podiam ter timidez do que faziam, porém hoje isto tudo gera dinheiro só pelo fato de manterem a história viva e se contada com toda a desenvoltura do que viveram atrairia um grande numero de turistas, tratando o caso como uma real sustentabilidade dos usos, costumes e tradições sadias de uma região. Bom saber que todos são avós hoje e recordam com muita alegria deste feito ímpar.

do a areia com os pés e ir recolhendo as brilhantes conchas. Depois, quebra-se a concha e enfia a carne no anzol. Em seguida, “é só pinchar na água e prestar atenção na fisgada”. Que briga boa faz um peixe na arrebentação! Mais bonito mesmo é ver os pescadores com suas fianduras de peixes rompendo o jundu; levando o

“de comê” tão apreciado por todos! Indo pelos caminhos era comum escutar: “Pesca boa. Agora só falta a banana verde!” Ah! Ia me esquecendo de dizer que pregoava, tal como preguaí, sapinhaoá, saquaritá e outros tantos, também faz parte da alimentação caiçara. Que gostoso!

Peraus & pregoava JOSÉ RONALDO Na praia do Sapê, desde o porto do Eixo até chegar no Pontal, sempre predominou a formação de peraus. Nem sei se é assim que se escreve. Perau é a denominação dos antigos para aqueles “buracos” formados junto ao lagamar em praias de tombo. É uma combinação das forças das ondas com correntezas, constituindo um corredor natural para os peixes. São óti-

mos pesqueiros, onde predomina pampo, cação, embetara etc. Papai, vovô Estevan, tio Chico e muitos outros sempre pescavam no perau. Bastava levar a linhada preparada; a isca estava na areia grossa: era pregoava. Pregoava é um molusco que vive na divisa da água com a areia, ou melhor, mais para o seco do que para o molhado. Para pegá-lo basta ir afastan-


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Parabéns Promata

Foto: Fábio de Souza

Tangará dançador, ave símbolo do município de Ubatuba, registrada pelo Promata Dois mil e doze foi um ano excepcional para as aves de Ubatuba! Neste ano até agora foram fotografadas 38 novas espécies para a nossa cidade no site wikiaves. Grande parte desta conquista devemos ao grupo Promata que entre os seus membros adicionou 13 novos registros (Fabio Souza com 08, Roberto Pituí com 02, Titio com 02 e Wesley com 01). Isto demonstra o sucesso do trabalho iniciado em 2011 com a capacitação da comunidade

para o turismo de observação. Desde o início sempre reforcei a idéia de que para o Sertão da Quina se destacar na observação de aves teria que haver um trabalho voltado para espécies novas, pois ninguém sairia do centro da cidade para ir até lá observar saíra-sete-cores. O pessoal realmente levou a sério e o resultado está aí. No wikiaves Ubatuba iniciou o ano na sexta colocação e estamos fechando em terceiro lugar, perdendo apenas para

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cidades do Amazonas: 1- Manaus/AM: 472 2- Pres. Figueiredo/AM: 418 3- Ubatuba/SP: 417 4- Macaé/RJ: 400 5- Alta Floresta/MT: 398 O próprio site reconheceu o trabalho do Promata destacando como o mais importante nas contribuições em 2012. Ainda faltam alguns dias para encerrar o ano e temos chance de pelo menos empatar com o segundo lugar, vamos trabalhar minha gente! Carlos Rizzo

TODO MUNDO LÊ. ANUNCIE: (12) 9714.5678

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Jibóia é encontrada no bairro do Corcovado

Colaboração de Manoel Ribeiro da Silva e Zilo No último domingo, dia 9 de dezembro, uma jibóia de 3 metros de comprimento e aproximadamente 35 quilos foi encontrada por moradores do bairro do Corcovado atravessando o acesso municipal nas proximidades do posto de saúde. Moradores que viram a cobra se assustaram com o seu tamanho, já que não estão acostumados a deparar com um animal deste porte. A policia ambiental foi acionada e com a ajuda de populares a captura levou cerca de uma hora. A cobra se assustou com o numero de curiosos e estava agitada, afirma populares que estiveram no local. É uma cobra comum em áreas de cerrado, restingas, caatingas, nos mangues, alagados e raramente na Mata Atlântica. E speculações apontam ela ser foragida de algum cativeiro, já é possível criar esta espécie em terrários, desde que esteja tudo devidamente regularizado pelo IBAMA. A TV regional deu destaque a esta inusitada descoberta. A

jibóia (Boa constrictor) é uma serpente de médio ou grande porte, não - peçonhenta, da Família Boidae. Em geral ela não ultrapassa os 4 metros de comprimento e seu peso pode atingir os 40 kg. As jibóias são carnívoras, em seu cardápio encontram-se aves e roedores de pequeno ou médio porte, lagartos grandes, outras serpentes e mamíferos de pequeno porte. Têm hábitos noturnos, mas eventualmente agem durante o dia. Como não possui peçonha (presa que inocula o veneno), a jibóia mata suas presas por sufocamento, agarrando e estrangulando suas vitimas. Uma jibóia pode viver até 25 anos e perguntem aos moradores do Corcovado se querem ficar mais um minuto com ela, quanto mais décadas. Embora a postura da jiboia seja ameaçadora os moradores agiram corretamente ligando para a policia ambiental e também por não molestarem ou ferir o animal até que fosse resolvida a situação. Após sua captura ela foi encaminha ao Instituto Butantan na caiptal.

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Coluna da

Cantinho da Poesia

UM POEMA DE NATAL Adelina Campi

Encerrando um ciclo “Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas,

portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.” Paulo Coelho (O Globo 22/08/04)

As pessoas passam apressadas mas sorriem para o irmão desconhecido. Ninguém discute futebol ou política as vozes soam amigas desejando felicidades. A velha mágoa deixa de ser e um abraço apertado marca o novo entendimento. O egoísmo fica esquecido e há um brinquedo a mais para a criança sem lar. As experiências atômicas ficam suspensas por hoje: é tempo de se viver. As metralhadoras se calam há silêncio na terra de ningúem: este é um dia de paz. O Papa com seu sorriso abençoa o mundo e cada um de nós. Até o cão vadio recebe um osso e um assovio. Hoje é Natal. Na nossa Aldeia todo dia devia ser Natal. Angela Monnerat

A natureza e você Vejo em você o meu sol Com aquele calor ardente. Às vezes sinto em você a lua Com romantismo abrangente, Num perfume de grama molhada Que mexe com meu ego carente. Talvez você seja do meu céu O anjo que me veio de presente, Ou então aquele meu mar Me afogando simplesmente. Talvez aquele forte vento sul Que sopra insistentemente, Levando para bem longe Tristezas de minha mente, Deixando apenas comigo Seu amor como semente. Manoel Del Valle Neto



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