Jornal Maranduba News #28

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Jornal MARANDUBA News

Edson Lima Melchior (Bengala) EZEQUIEL DOS SANTOS Natural da cidade de Guarulhos, Bengala nasceu em 12 de outubro de 1956, pra Ubatuba veio em 14 de maio de 1974. Aqui chegando logo tratou de fazer amigos. Bengala conseguiu uma casa de caseiro onde viveu até os últimos dias. Apaixonado por esporte sempre acompanhou os eventos, principalmente os que trataram de futebol. Quando jovem, recebeu o apelido do Senhor Benedito Euzébio de “Bengala” por conta de ser cumprido, magro e muito branco. Foi na realidade uma forma carinhosa de apelido e que ficou conhecido até seus últimos dias. Bengala vivia ajudando as pessoas, muitas vezes tirou de seu próprio bolso para não deixar ninguém passar necessidades, atendia a família de conhecidos e desconhecidos. Atuante, preocupado com o futuro da garotada fazia de tudo para que os campeonatos dessem certo. Enquanto estivessem dentro das quatro linhas do campo não estariam “fazendo besteiras”, dizia. Edson foi casado com a Sra. Sonia Maria Oliveira Melchior, pai de dois filhos: Elisângela Aparecida Melchior e Cristiano Robson de Oliveira, Bengala tinha duas paixões: a família e o futebol, que o projetou positivamente. Trabalhou muito para sustentar a família, suas principais atividades econômicas eram as pinturas e as jardinagens. Quem o conhecia achava que ele tinha tempo só para o futebol, mas não é bem verdade, o futebol o projetava para unir as pessoas e a família entendia seu papel social. Para dar bom exemplo dizia que o futebol havia o transformado em homem de verdade, daqueles que não precisava roubar e nem fazer algo que Deus não gosta. Edson era apaixonado assumido por Ubatuba. Achava seu município lindo e maravilhoso. Num passado recente tentou a candidatura a uma cadeira no legislativo, não venceu, também não desanimou, para ele a vida continua. Homem humilde era comum vê-lo de bicicleta ou a pé, não tinha vergonha de

ser simples, aliás isto não era defeito e sim qualidade. Era o homem que vivia para o “ser” e não para o “ter”, por isso era muito respeitado. Não se sabe de ninguém que havia conseguido extorqui-lo ou comprá-lo com promessas. Em 1996 fundou o Esporte Clube Marissol, dedicando-se a sua vida ao esporte e ao resgate da cidadania tendo o futebol como pano de fundo. Assumiu também a presidência do Esporte Clube Maranduba, aonde lutou por melhorias à seu campo na Avenida do Engenho, próximo a Regional Sul.

Continuou sua vida dedicando-se ao esporte e a juventude, muitas vezes largava seus afazeres para ir depressa ao campo saber quem lá estava. Chegando abria um sorriso, era os alunos do professor Pérsio com suas crianças. “Pode ficar aí o tempo que quiser Pérsio”, dizia Bengala. Contente subia na bicicleta e ía continuar seus trabalhos, sabendo ele que outros assumiram a molecada. Bengala ao que se sabe foi bom pai, bom filho, bom amigo. Na arte da simplicidade, humildade, sinceridade e honestidade foi bom professor. Dedicado dentro das suas limitações fazia o possível para que as coisas tivessem resultados positivos. Tinha defeitos e muitas qualidades como qualquer homem. Quantas vezes havia quebrado a cabeça que, sem dinheiro, tinha de resolver alguma coisa da noite para o dia. Foram varias as suas empreitadas para o sucesso alcançado, mesmo que tímido. Bengala era um verdadeiro

O homem do esporte

homem do povo, pois fazia tudo sem esperar nada em troca, gostava de ver as coisas resolvidas e a felicidade do atendido estampada no rosto. De repente os amigos souberam que ele havia ido para o hospital enfermo, depois não se via mais o Bengala ao lado dos campos de futebol do município. O que será que havia acontecido com Bengala? Infelizmente um câncer o havia consumido e o deixado muito debilitado. Varias foram as visitas realizadas pelos amigos, principalmente daqueles que havia ajudado. Nos seus últimos dias, no hospital, comentou com uma amiga da felicidade que sentia em saber da quantidade de amigos que fizera e que reconhecidamente o estavam ajudando. Parecia que sua vida era um teste para o dia final, pra ver se valeu a pena ser e não ter. Ao que tudo indica valeu a pena. Edson representa hoje uma imensa perda para a comunidade de Ubatuba, para a vida pública, esportiva e social do Município, bem como para seus amigos e principalmente aos seus familiares. Pode-se dizer que este homem humilde de grande coração, não buscou fortuna e nem fama, mas conseguiu deixar um legado de honestidade e paixão pelo que fazia. BENGALA foi homenageado pela Câmara Municipal com uma Moção de Pesar. Ele é um dos ilustres homens que proporcionou grande bem a nossa terra e a nossa gente. Pela vida cristã deste cidadão exemplar, pela dedicação à família, aos filhos, pela comunidade ubatubense que o adotou e por todos os que o conheceram é que queremos prestar nossa homenagem a esse estimado cidadão. Assim sendo, descanse em paz e muito obrigado por me dar a chance de te-lo conhecido e descobrir que mesmo não sendo intimo da família existe sim a saudade. Homem que fará muita diferença na hora de empreender algo honesto, puro e verdadeiro. Que Deus o abençoe e te guarde sempre, pois quem o conheceu quando ver um campo de futebol lembrará de você, amigo de todos.

20 Agosto 2011


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