Jornal Maranduba News #09

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Maranduba, 15 de Junho de 2010

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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br

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Ano I - Edição 09

Destaque:

Construção embargada oferece risco à saúde e a segurança Notícias:

Aluna da região recebe prêmio na semana do meio ambiente Vocação da região é tema de visita de deputado Campanha do Agasalho 2010 Jantar da APASU no Palace Turismo:

Aldeia Ywyty guaçú: O renascer de uma história Gente da Nossa História:

Geraldo Salles de Oliveira: Querido professor Cultura:

Caminhada a Aparecida: Roteiro de Turismo Rural e manifestação de fé Folia do Divino emociona moradores tradicionais História:

Confederaçao dos Tamoios: O evento mais espetacular da nossa história Capa: Awa Aridjú: vice-cacique da Aldeia Ywyty guaçú (Corcovado)


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Jornal MARANDUBA News

15 Junho 2010

Cartas à Redação

Editorial Muito tem se falado sobre a emancipação da Maranduba. Existe os que são a favor, os que não sabem e os que não querem saber. Os a favor são da opinião que a região sul sempre fica relegada a segundo plano. Todas as ações são canalizadas para o centro: receptivo de navios, festas e eventos, etc. Dos 84 eventos divulgados no calendário “Curta Ubatuba o Ano Inteiro” produzido pela prefeitura, apenas 2 são na região sul. A própria Associação Comercial tem uma atuação pouco significativa aqui no sul. Os que não sabem, ignoram que a região sul é uma das principais geradoras de recursos através de impostos e contribuição, porém não recebe de volta grande parte desses recursos. A própria Regional Sul tem que fazer milagres para continuar funcionando devido a falta de peças de reposição e manutenção de seus maquinários e veículos. Os que não querem saber se contentam em buscar em Caraguatatuba tudo o que precisam: compras, serviços e saúde são necessidades fáceis e de qualidade na cidade vizinha. Resta aos moradores refletirem se desejam continuar a fazer parte de um município que os desprezam, ou assumir uma identidade própria para conquistar seus direitos como cidadãos marandubenses. Emilio Campi

Multiplicai os feijões O esgotamento dos estoques de todos os recursos naturais deve-se ao crescimento populacional, que foge a razão da consciência coletiva, e, desenha um futuro próximo, nada sombrio. As necessidades das populações têm evoluído e, seus hábitos de consumo se sofisticado. A modernidade e a evolução humana tem imposto um “estilo” de vida consumista, inebriante, desenfreado e venenoso, pois tem altas doses de dependência de insumos “naturais”. As políticas e as legislações preservacionistas conhecidas e aplicadas, mesmos aquelas dotadas de reais “boas intenções” apenas aliviam a culpa da responsabilidade com as futuras gerações. Nada mais! Engrossa o “coro” para eximir-se do “mea culpa” uma parcela das inúmeras propostas de “Arcas de Noé” que não produzem alento. Elegem alguma espécie (sortuda) dita em extinção e agem como se apenas, sua eleita, merecesse herdar o que sobrar do mundo! A existência destas “naus” justifica-se pelos bons (e bem remunerados) empregos gerados, sim, mas não passam além de econômicas maquiadoras de imagens públicas, de grandes empresas, que produzem altíssimos passivos ambientais e sociais. Diante deste quadro equivocado de

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Emilio Campi Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues, Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

consumo e, de investimentos em “passagens para o céu” é preciso mudar o tom. É preciso que a afinação e os acordes sejam direcionados para a infinita capacidade intelectual do homem. Investimentos, não em “desculpas” e justificativas mas, na ciência e na pesquisa, em busca de soluções práticas e concretas, de forma que o uso de todos os recursos (naturais ou não) seja cada vez mais racionais. É preciso que intelectuais, formadores de opinião, cientistas, pesquisadores, universidades, Ongs, Institutos, ligados a atitudes e ações cujo objetivo seja a preservação, vejam pelo prisma do homem e, sejam uníssonos em uma nova proposta. Uma proposta radical, consciente, inovadora, totalmente desprendida de preconceitos e do conceito de apenas “economizar” para preservar. É preciso, para manter o homem no planeta e, o planeta do homem, muito mais do que discursos xiitas e de leis preservacionistas. É certo que quando aumentam as bocas, melhor do que economizar nos “feijões” é saber como multiplicar seus grãos! Ronaldo Dias Ubatuba, SP Cultura e Artes O editorial da última edição traduziu o que tento falar na Maranduba, um potencial largado, abandonado tanto pelo poder público como pela população local. Mas quando temos iniciativa de fazer algo, parece que não existe interesse - Não faço mas também não deixo fazer! - É bem por ai. Temos que levantar esta bandeira Ubatuba o Ano Todo, Revitalizar a Maranduba. Aqui parece terra de ninguém. Es-

tou no Sertão da Quina há 3 anos. Sou produtor musical e trabalho com eventos. Possuo uma empresa de locação de equipamentos de som/luz e palco. Já coloquei 3 projetos sem custo para o município - Maranduba Summer Jamm (03 dias eventos música/arte/ artesanato) - Festival de Inverno (blues na praça) - Praça de skate em Ubatuba (centro) - e nada. Nem interesse... E olha que corri heimm! Ai vem a prefeitura com discurso de sustentabilidade, fomentando turismo cultura... Já promovi varias feiras de artes em SP e sei como fazer. Possuo um cast de bandas de qualidade. É difícil quando você coloca para a comunidade eles não aceitam (alguns) ou não ajudam. Estou envolvido em cultura, não tenho interesse político, não sou partidário. Sou a favor da cultura e arte independente do partido. Temos vários artistas e músicos na Maranduba. Emilio, o que você esta fazendo com o Jornal Maranduba é maravilhoso. A principio não acreditei, mas hoje é realidade: um jornal local, tablóide e com qualidade. Parabéns! Temos que trabalhar com qualidade e fazer a comunidade entender isso (ou os que acham que são comunidade). Eu já me vi sozinho mas não desisti, pois quero fazer de Ubatuba a minha região de trabalho. Estou tentando novamente e não vou desistir. Concordo com o Fernando Pedreira. Como foi a convocação para reunião? Tem que ser mais esclarecido. E os convites? Eu não sabia! Acompanho o site da prefeitura diariamente e a câmara municipal, atas e reuniões e não sabia. Vamos discutir cultura com quem sabe fazer cultura ou pelo me-

nos ouvir que sabe. Vamos trabalhar melhor (sem ego). Respeito discutir opinião antes de agir e envolver pessoas que tem interesse pela melhoria da região. É bom para todos, senão vamos viver em função das temporadas. Muito obrigado por este espaço. BHPSOM Barthou Hornack Sertão da Quina Nossa História Parabenizo este veículo de informação de Ubatuba (minha terra natal), pelo belo trabalho realizado pelos senhores. Recebo quinzenalmente via internet, aqui em São José dos Campos, as edições deste jornal e me sinto feliz por marandubense e de saber que existe um veículo que resgata a história e cultura do nosso povo. Povo que não tem história é povo que não viveu, só vegetou. Há quem diga que história não serve para nada, mas quem não conhece história não sabe de nada. Vicente Januário Amorim São José dos Campos, SP JORNAL

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Construção embargada oferece riscos à saúde e a segurança Uma construção embargada há vários anos vem trazendo transtornos para a população da Maranduba. Localizado as margens da Rodovia Caraguá-Ubatuba, o terreno ocupa toda área entre a rodovia e a praia. Por ser uma estrutura de concreto, o acumulo de água em suas lajes pode se transformar em criadouro do mosquito da dengue. O empresário Sidnei Gasparetto, vizinho da construção, reclamou que além do perigo da dengue, o local está cheio de mato e também é utilizado como depósito de lixo, causando transtornos tanto aos banhistas como aos hóspedes de seu hotel. Entramos em contato com o setor de fiscalização e obras, que informou que a obra está embargada há vários anos e o proprietário entrou com recursos. Diante da morosidade da justiça, foge do âmbito da fiscalização da prefeitura qualquer procedimento com relação à construção. Informada sobre o fato, a Vigilância Sanitária se prontificou a enviar técnicos do setor de Controle de Endemias para vistoriar o local e confirmar se há vestígios de possíveis focos

Estrutura acumula água possibilitando criadouro do mosquito da dengue. Ferragem exposta mostra fragilidade da construção com perigo de desabamento

de criadores do mosquito da dengue. Gasparetto também afirmou que a construção oferece risco de desabamento, visto que sua estrutura se encontra danificada, com ferragens expostas, além de estar sobre um terreno sobre a areia da praia. “Estamos preocupados também com a segurança,

visto que já escutamos vários estalos e rangidos nessa estrutura”, afirma o empresário. Segundo um funcionário da prefeitura, o procedimento deve partir da avaliação da Defesa Civil que, constatando o risco, poderá solicitar a justiça a demolição da estrutura, evitando assim o perigo de desmoronamento no local.


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Campanha do Agasalho 2010

Aqui, quem tira a camisa e joga para a torcida não faz falta. É goolll!

Vocação da região é tema de visita de deputado visita se deve a busca de informações sobre a vocação da região da Maranduba EZEQUIEL DOS SANTOS

Solidariedade com qualidade, faça sua doação, doe peças com qualidade limpas, agregue um valor sentimental transmita uma mensagem de amor e afeto para esta pessoa que irá recebe-lá, muitas vezes esta peça não é usada apenas para amenizar o frio, mas para ser usada em outras situações da vida, como uma entrevista de emprego, ou em qualquer outra situação, devemos levar em conta a fase que as pessoas atravessam no decorrer da vida, e com ações como está podemos ajudar o

próximo, com um simples ato de carinho e amor. Participe! Doe! Ponto de doação: E.E. Áurea Moreira Rachou Programa Escola da Família Para outras informações ligue 3849.8259 ou 3849.8617 Padre Jão Bayle, 1763 - Sertão da Quina - Ubatuba S.P Email: pef.auremoreirarachou@hotmail.com Orkut: pef.auremoreirarachou@hotmail.com.br Ou no sit oficial da campanha: http://www.campanhadoagasalho.sp.gov.br

1ª Encontro do PSL em Ubatuba

Aconteceu no dia 29 de maio de 2010 o primeiro encontro do PSL no município de Ubatuba. O evento foi realizado no salão de convenções do hotel São Charbel, às 20:00 horas, com a presença de Roberto Ciqueira, presidente estadual e secretário nacional do PSL (pré-candidato à deputado federal); o empresário e presidente do PSL de Praia Grande-SP, Nelson Leandro; o empresário e vice-presidente

do PTC de Ubatuba, Wagner Aparecido Nogueira e o presidente municipal do PSL de Ubatuba, Gilson Rocha. Foram discutidos vários assuntos dentre eles o fortalecimento do PSL em Ubatuba, Litoral norte de São Paulo e Baixada Santista focando o governo estadual e municipal 2010/2012. O evento teve representantes de empresários, professores, religiosos, polícia civil e demais segmentos da sociedade local.

Em visita oficial ao Vale do Paraíba e Litoral Norte, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), fez uma parada no último dia 06, no bairro do Sertão da Quina. Sua visita se deve a busca de informações sobre a vocação da região da Maranduba, bem como questões que envolvem área de marinha, pescadores, Petrobras, Bacia de Gás, Pré-sal, preparação para a geração de emprego e renda e outras oportunidades. Devanir esteve na região a convite da moradora Marcília Alves. Participaram do bate papo o cirurgião dentista Mauricio Moromizato, Maurici da Silva - Presidente da Colônia Z-10, Gerson Florindo – Presidente do Partido dos Trabalhadores - PT, além vários membros do partido, representantes do comércio local, convidados e seus familiares. O deputado é Coordenador da Bancada Paulista de Deputados e três Senadores, responsável por projetos e emendas orçamentárias. O deputado ouviu muitas reclamações sobre a falta de projetos coletivos mais eficientes, ouviu ainda possibilidades de ações que podem atender a região. No seu segundo mandato, o deputado explicou como as coisas funcionam no congresso e como as ações podem ser organizadas no litoral para busca de recursos e sua aplicação. Ouviu atentamente sobre as questões dos pescadores, segundo Devanir foi fácil entender a situação já que em outros lugares do país houve situação semelhante e que desta experiência pode-se perceber a importância da particularidade de cada região, cada um com seu pólo e vocação. “É melhor manter o ribeirinho (pescador, agricultor) na terra

de que colocar outro que não conhece a realidade do local pode desfigurar a sustentabilidade da região, para isto temos de descobrir a vocação do lugar e oferecer a estes trabalhadores melhores ferramentas de trabalho”, comenta Devanir. Maurici informou sobre as áreas de marinha que vem sendo concedidas no Brasil, a grande maioria delas vem atendendo comunidades em seus projetos de desenvolvimento. “Temos investimentos para óleo e embarcações, não temos lugar para fazer rancho e reparos nas embarcações, a visita do deputado se faz muito importante nas nossas discussões, principalmente nas questões ambientais, a regularização de áreas, a falta de projetos para

estes setores do município, eles estão ai para nos representar, nada mais justo ouvir de quem sofre de fato as reivindicações”, esclarece Maurici. O deputado informa que existe muito dinheiro para atender os municípios e o que falta são projetos. “Tenho viajado o estado inteiro por conta destes levantamentos, e que, os muitos prefeitos, dos vários partidos, tratados de foram igualitária reconhecem os investimentos federais nos municípios, principalmente aqueles que apresentaram bons projetos, para o Ministério da Pesca garantiu 40 milhões de Reais aos vários projetos, desde capacitação até ferramentas de trabalho”, finaliza o deputado.


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Doença Periodontal Periodonto vem do grego (ao redor do dente), portanto nesta edição falaremos sobre a gengivite e a periodontite, o que é?, qual a causa?, sintomas, como evitar? e como tratar?. Convém destacar que a manifestação é, muitas vezes, indolor. Gengivite A gengivite é o estágio inicial da doença periodontal. O que é? É a inflamação da gengiva. Qual a causa? Higiene bucal inadequado, favorecendo o surgimento da placa bacteriana ao redor do dente, outros fatores podem contribuir para o aparecimento da gengivite, como o diabete, tabagismo, predisposição genética, estresse, dietas inadequadas, puberdade, desequilíbrios hormonais, gravidez e infecção pelo HIV”. Sintomas Gengiva avermelhada e inchada ocorre sangramento durante as refeições, na escovação e até espontaneamente, (Obs: gengiva sadia é rosa claro, tem textura superficial, semelhante a “casca de laranja”, com contornos regulares, consistente e aderida ao osso. Como evitar? Higienizar sempre após as principais refeições (café da manhã, almoço e jantar) para que as placas bacterianas não tornem tártaros dentários tornando-se uma periodontite. Como tratar? Remoção da placa bacteriana por meio da escovação, por isso nós do Consultório Odontológico Massami orientamos os pacientes a cada 6 meses irem regularmente ao dentista. Periodontite Esta se caracteriza pela perda óssea e de outros ele-

mentos de suporte dos dentes nas arcadas. Pode ocorrer retração gengival, mobilidade dentária, dor e supuração, chegando-se, inclusive, à perda do dente. O que é? É um estágio avançado da gengivite não tratada, no qual afeta o suporte dentário que é o osso alveolar e os ligamentos periodontais. Qual a causa? O causador é a placa bacteriana, no qual calcificadas juntos aos alimentos não removidos pela escovação denominado tártaro ou cálculo dentário. Sintomas Inflamação gengival (sangramento), reabsorção óssea, retração da gengiva e o grande problema que muitas vezes é indolor fazendo com que os pacientes não venham procurar um atendimento rápido e adequado. Como evitar? Quando estiver neste estágio procurar imediatamente um dentista. Como tratar? São tratadas por meio do controle da infecção e da remoção da placa que contém os germes nocivos. Fazendo a raspagem e o alisamento da raiz, retirando a placa endurecida (tártaro), eliminando pontos de acúmulo de germes. E o uso de um antisséptico bucal contendo clorexidina.(Obs: Prescrito por dentista). Se você estiver passando por estes problemas, procure um tratamento adequado, antes que seja tarde, pois esta doença acomete muitas pessoas, causando assim a perda dos dentes. Um Forte Abraço. Dr. Thiago Massami Sokabe

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Aluna da região é destaque e recebe prêmio na semana do meio ambiente EZEQUIEL DOS SANTOS

No último dia 27/05, a estudante Ana Carolina de Oliveira, 15, recebeu das mãos da Dirigente Regional de Ensino D.E. de Caraguatatuba, Edina Paula Roma Teixeira, um premio no 1º Fórum Cultural de Meio Ambiente, que ocorreu no teatro Mario Covas em Caraguatatuba. O premio se refere ao primeiro lugar na categoria ensino médio cujo tema foi “Biodiversidade: Caminho da Vida”. Ana Carolina, aluna da escola Áurea Moreira Rachou, custou a acreditar na colocação. Para ela foi um premio muito importante. O reconhecimento veio em boa hora, já que Ana é defensora incondicional do meio ambiente e sonha em seguir carreira na área. Participaram da premiação as professoras Adriana Leal e Egléia Adaugizio, além da mãe e dos avós da premiada. “Foi um trabalho voltado para o evento e que surtiu um resultado mais que positivo, os alunos começaram com os professores de arte Bento e Daniel, depois os trabalhos em sala de aula, aí saímos no entorno da escola para as fotos”, comenta a professora Adriana. Ela ainda salienta ainda o uso positivo do celular, que desta vez foram usados para tirar as fotos que participaram do evento. A direção da escola comenta da importância do evento, já que trata-se de um evento regional e que causa muito boa repercussão, principalmente a escola, família dos vencedores e a comunidade onde vivem. Amigos de Ana comentaram que ela é muito responsável, estudiosa e trabalhadora e que não gosta de ver maltratos a bichos e plantas, além de ser uma boa jogadora de futebol de campo e de salão.

Ana Carolina recebeu como premio uma câmera fotográfica digital, mas para os pais o mais importante foi o reconhecimento pela dedicação a causa em defesa dos animais.


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Caminhada a Aparecida: Roteiro de Turismo Rural e manifestação de fé EZEQUIEL DOS SANTOS

“Bom para o corpo, a mente e principalmente para a alma” - é desta forma que é vista a caminhada a Aparecida do Norte, marcada por expectativas sobre o tempo, os mantimentos, os prazos, os horários e as belezas naturais e experiências de fé. Nos preparativos os contatos se afunilam e as responsabilidades se traduzem em ações e compromissos cumpridos. Os moradores Wagner José e José Luciano (da vidraçaria) saíram do Sertão da Quina no dia 27/05 as 03h30min da madruga com o encontro na capela do Itaguá. Após os últimos ajustes e as bênçãos religiosas, começa a caminhada. Na saída a chuva acompanhou o grupo até a serra, mais nada que fizesse alguém desistir, a primeira parada foi na cruz de ferro, a segunda foi para abastecer o corpo. Já em Catuçaba o frio foi companheiro inseparável. O por do sol e o amanhecer sempre se fazem espetáculos a parte. O fogão de lenha lembra as origens dos participantes. Embora cansados, as conversas sem televisão são mais produtivas, começa aí a fase de reflexões sobre a importância real da vida e da fé. As horas passam mais rápido para os que ainda não aprenderam a contemplar a natureza e a importância do sacrifício para esta tarefa. Religiosidade a parte, foram várias imagens e experiências vividas. No caminho existem alojamentos próprios a esta prática. No trajeto, a imagem de Nossa Senhora é revezada entre os participantes. É fácil perceber o tipo de fauna e flora, os caminhos alterados

Caminhada a Aparecida passa por lugares paradisíacos (detalhe: cachoeira em Lagoinha)

por conta da força da natureza, as obras humanas para manter o trajeto, a mescla de mata nativa e campo aberto, as subidas e descidas sempre guardam algum mistério. O melhor da caminhada era a visita às várias capelas no caminho, muitas delas são recheadas por uma recepção calorosa de seus proprietários, características típicas do homem rural. Foram várias paisagens inspiradoras, várias fazendas, travessias diferentes e emocionantes, já que cada ano algo muda e torna-se uma surpresa agradável transpô-la. O objetivo é exatamente vencer obstáculos, sejam os naturais ou os da vida, a caminhada serve como preparação de uma resistência intima com a divindade e a desculpa é o esforço físico e mental para a tarefa proposta.

Uma imagem espetacular é a de uma cachoeira, no distrito de Lagoinha, que no meio do trajeto se destaca das outras paisagens, o banho completo ainda não foi possível por conta do frio. Os participantes dormem em média e 9 a 10 horas por noite, a alimentação algumas vezes é uma refeição adequada à necessidade e por vezes lanches agradáveis e saciáveis ao roteiro. Todos contribuem com uma quantidade em dinheiro e havendo patrocinadores o valor cai pela metade. “No topo que avista a Basílica a emoção toma conta de todos, uns chegam até a chorar, é uma experiência fora do comum!”, comenta Wagner José dos Santos, veterano destas caminhadas. A chegada foi por volta das 17:30 hs. no morro que antecede a chegada a basílica e foi

realizada uma oração de agradecimento. Neste momento as bolhas dos pés e o cansado são trocados por emoções fortes, sejam pela fé ou pela finalização de um objetivo humano. O retorno, sem incidentes, foi no dia 30/05.

Existem duas saídas do centro de Ubatuba, uma no inverno, com a turma do Itaguá, outra em novembro, da Matriz, que tem um maior número de participantes. As duas saídas são planejadas com antecedência e rodeadas de cuidados. O grupo volta sempre de van ou de ônibus, um caminhão leva o material excedente e os de emergência. Uma ambulância também acompanha no trajeto. Em novembro de 2009, os moradores José Braz, Elizeu Félix, Aguinaldo José e João do kito saíram do Morro do Emaús (São Cruzeiro) a pé até a Rodovia Oswaldo Cruz, onde se encontraram com restante do grupo. Na ocasião, da região foram cerca de vinte pessoas. Assim como os antigos moradores utilizavam essa manifestação de fé para pagar promessa, em 1992, o senhor Mario, morador do bairro da Estufa resolveu seguir esta tradição antiga: caminhar até Aparecida do Norte. Os dois roteiros valem à pena sua participação. Confira você mesmo e vá vivenciar fortes emoções. Bom passeio!

Emoção final: chegada na Basílica de Aparecida


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Folia do Divino emociona moradores tradicionais Jantar da APASU no Palace EZEQUIEL DOS SANTOS

Após décadas de ausência da Folia do Divino, moradores tradicionais se encantaram com a visita do Grupo de Folia de Reis do Poruba e Itaguá que vieram abrilhantar o dia dos trabalhadores no Sertão da Quina. Como reza a tradição, a bandeira do Divino visitou as casas de José João, José Félix, Benedita Cabral, Manoel João, Antonio Correia e Maria Aparecida Correia. Muitos não acreditavam no que viam, já que há pelo menos duas décadas a bandeira do Divino não visitava as casas na região. Maria Aparecida Correia, 63, conta que a emoção foi tanta que deu vontade de chorar. Maria Luiza e Ana Eliza, netas de Maria também participaram do grupo. “A bandeira do Divino trouxe muita paz aos moradores, isto queremos passar as nossas crianças”, comenta Maria. A visita repercutiu positivamente na comunidade, já que o evento lembra o período de maior unidade na comunidade de toda a região. O divino, como também é chamado, foi trazido ao Brasil ainda no período de seu descobrimento e passou por várias mudanças e alterações, mas manteve a intenções originais – a unidade e a fé das comunidades através da cultura. Quem não se lembra dos bons tempos, dos almoços oferecidos à folia, as pessoas se amontoavam nos quintais e nas casas para verem seus integrantes homenagear o Divino Espírito Santo, não havia vergonha a este costume não urbano. A Folia, que é considerada um patrimônio imaterial de nosso povo tem um valor inestimável e que muitos documentários, alguns interna-

cionais, retratam estas manifestações que são parte do processo de preservação da identidade e formação cultural do Brasil, com raízes profundas na formação dos elos de parentesco entre as comunidades, forte relação histórica, social, antropológica e espacial de colonização civilizatória de nosso território. Por quase meio século, e, alguns pontos do país, este patrimônio ficou adormecida. Foi com o isolamento relativo, ainda do período da decadência dos portos em Ubatuba que nossas populações aprimoraram seu modo de vida de forma particular, destacavam-se o uso sustentável e natural do meio ambiente e o reforço às identidades culturais. Isto envolvia a grande dependência dos ciclos naturais, conhecimento profundo dos ciclos biológicos e dos recursos na-

turais, também se misturava as estes conhecimentos o calendário religioso indígena, negro e europeu. Envolvia ainda conhecimentos de tecnologias patrimoniais, simbologias, lendas e até uma linguagem específica, com sotaques e inúmeras palavras novas ou diferentes, algumas que fizeram parte dos cantos da Folia e do Divino, assim como a confecção dos instrumentos musicais e sonoros que estiveram nas casas visitadas. Como os canoeiros de voga, a folia era considerada o jornal da época, como eles viajavam muito levavam e traziam as notícias aos lugarejos. Importante descobrir que existe uma grande expectativa de moradores para o retorno do Divino e que muitas outras famílias anseiam a visita em suas casas. Bom para a cultura e bom para as famílias.

A Associação Protetora dos Animais da Região Sul de Ubatuba - APASU - realizou no último dia 11 uma jantar com música ao vivo no restaurante do Ubatuba Palace Hotel. O evento foi promovido para arrecadar fundos para a castração de animais na região sul do município. Os convidados (cerca de 70) foram recepcionados por Salete Piza, Marlene Graf, Cleia Hugenneyer e Cida do Pereque Mirim, todas liga-

das a associações protetoras dos animais da região. A presidente da entidade, Salete Piza, informou que a APASU realiza 2 vezes por mês a castração de cerca de 30 animais entre cães e gatos. A prioridade é para animais abandonados, que após a castração são entregues para doação. Maiores infromações podem ser obtidas através do telefone (12) 3849.8060 com Salete.

Regional Sul realiza limpeza de ruas

A Administração da Regional Sul comunicou a realização de limpeza de ruas em dois bairros da região. A primeira foi na estrada do Rio Comprido no bairro da Folha Seca. A segunda na travessa da estrada do Corcovado.

Segundo Moralino Valim Coelho, a regional tem dado prioridade para as solicitações dos moradores que se sentem prejudicados pela falta de manutenção em suas ruas. O telefone da regional 3849.8480,


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Confederaçao dos Tamoios: o evento mais espetacular da nossa história EZEQUIEL DOS SANTOS

Entre os anos de 1554 e 1575 o litoral foi lugar de entrada dos europeus. Os Tupinambá, uma raça guerreira e destemida que vivia sobre os princípios de suas crenças, estabelecendo a partir dela uma organização social, travou contra os portugueses (Perós) uma guerra sem precedentes no litoral. Essa parcela da família tupi, que queria ser chamada de tupinambá, hostilizava sem descanso as demais tribos, devorando seus inimigos em rituais antropofágicos, tão repelidos pelos jesuítas amigos dos portugueses. As ações dos portugueses, apenas para atender a coroa, a captura e maltratos aos indígenas, a tomada e devastação de suas terras, o uso de suas mulheres como amantes, a queima de suas plantações, a perda da liberdade causaram um grande descontentamento entre as tribos existentes. Vale lembrar que a chegada dos portugueses ao Brasil, coincide , quase, com a chegada dos franceses. Os dois começaram logo a explorar as riquezas existentes. Na vastidão de nosso litoral, eles quase não se encontravam, quando isto acontecia, o encontro era fatal. Portugal considerava a terra descoberta sua propriedade e exclusividade da Coroa, tanto pelas concessões papais, pelo tratado de limites com a Espanha e pela propriedade do descobrimento. Os Mair viram nas terras novas muitas vantagens: matérias primas de boa qualidade e não pagavam impostos. Com isto trataram de conquistar os nativos, ao menos, de inicio, respeitavam muito sua forma de viver. O litoral, ocupado por povos que falavam a mesma língua vinda de uma mesma origem, tendo quase os mesmos cos-

Instigados pelos franceses e gravemente ofendidos pela cobiça do reino de Portugal, os Tamoios (Tupinambá) se aliaram às ordens de Cunhambebe e de Aimberé, para varrer da costa os indesejáveis portugueses.

tumes. Porém dentre estes povos os tamoios constituíam várias tribos indígenas, uns se auto denominavam Tupiniquim e outros Tupinambá, profundamente divididos por ódios inconciliáveis. Segundo Capistrano de Abreu, por conta deste ódio, os Tupinambá haviam repelidos os rivais para os sertões do Rio de Janeiro, para Porto Seguro e Ilhéus, para o norte de Pernambuco e para o litoral sul de São Paulo. Desde Bertioga até Cabo Frio continuavam os implacáveis Tupinambá combatendo os portugueses e em favor dos franceses, os combates se davam por terra e por mar. Os Tupinambá então se uniram para formar a chamada confederação, bastavam quatro índios para combater um exército, diziam os colonizadores. As lideranças da Confede-

ração eram: Cunhambebe, o chefe da confederação, temível guerreiro, Aimberé, filho de Kairuçú, que fora aprisionado pelos péros, Pindabuçu, chefe de aldeia no Rio de Janeiro, Araraí, chefe dos Guaianá, e Coaquira, chefe da aldeia Iperoig (Ubatuba). Cunhambebe, num de seus combates matou Rui Pinto, responsável pelo Governo das Armas, no período em que o Governador Geral foi um civil, o padre Gonçalo Monteiro, também vigário. Cunhambebe, truculento como era, guardou entre os troféus o hábito e a cruz de Cristo deste cavaleiro. Os cinco guerreiros estão estampados no brasão e na bandeira de Ubatuba, remando sobre uma canoa. Brasão este que ainda mantém as características originais do período do descobrimento, da colonização e formação de nosso País.

Tudo começou com a chegada dos portugueses que passaram a aplicar suas políticas de dominação, buscando impor diferentes formas de organização do trabalho. As diferentes maneiras de exploração ensaiadas, aplicadas pelo colonizador não surtiu e resultado esperado, contribuindo para a desorganização social e o declínio demográfico do povo nativo. Na tentativa de construir a base da colônia, acharam por bem cativar os nativos. Ao sul de Ubatuba (Iperoig), São Vicente era a colônia portuguesa e transpondo a Serra do Mar, os jesuítas estabeleceram na ribeira do Tietê uma primeira missão que teve o nome do apóstolo das gentes, era 25 de janeiro de 1954, que tinham como aliados os tupiniquim. A facilidade de alimentos no planalto, a presença de tribos mais mansas e os portugueses ainda distantes, colaboraram na mudança de vida dos índios. O planalto de Piratininga começaria a ser chamado de São Paulo.

O casamento da índia Bartira, filha de Tibiriçá com o português João Ramalho aumentou a confiança dos índios do litoral sul com os portugueses. Tibiriçá era um grande chefe indígena convertido as causas da Coroa, o que atiçou ainda mais a inimizade entre as nações tupiniquim e tupinambá. Ao norte da aldeia de Ubatuba, no Rio de Janeiro, os franceses tinham como comandante Nicolau Durrand de Villegagnon, que era conhecido por sua valentia e pelo saber. Durrand partiu de Brest e chegou ao Rio de Janeiro em novembro de 1555. Os franceses que tinham como única intenção colonizar a região, para isto atraíram os tupinambá em uma aliança, prometendo aos nativos que não seriam mais escravizados, teriam seus direitos e liberdades garantidos, e teriam de volta a posse de suas terras. Os franceses eram traficantes do pau-brasil por todo o litoral brasileiro e ameaçavam o reino de Dom João III.


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Índios brasileiros realizaram a primeira confederação das américas Na realidade, os franceses e portugueses não estavam nem aí com os índios, seja lá qual nação pertenceria. Eles atraíram os índios a fim de um único propósito: atender ao processo de colonização, com isto também atiçavam a rivalidade entre as nações. Por muitos anos houve guerra entre eles: portugueses e franceses, Tupiniquim e Tupinambá. Guerras sangrentas, que além de centenas de mortos e feridos, muitos índios eram capturados pelos perós a trabalharem nas culturas de cana e nos engenhos. Interessantes que os Tupi não tinha medo da morte, mas temiam a perda da terra e da liberdade. Os missionários portugueses diziam que o início das guerras entre as nações de língua Tupi tinham origem em sua ancestralidade: que consistiam em: 1- a trama de vingança, 2)-as praticas de sacrifícios e antropofagia, 3- a complexa configuração das alianças entre as aldeias. Visão contestada por John Manoel Monteiro, que diz que no decorrer do século XVI, Tupiniquim e Tupinambá envolveram-se num ciclo de enfrentamentos armados, cujo ápice foi a Confederação dos Tamoios, tudo por conta dos métodos de colonização. Centenas e até milhares de combatentes, por terra ou por mar transformaram esta guerra num evento espetacular. A guerra era um fator decisivo para os índios, porque situava a nação tupi em uma dimensão entre o passado e o futuro dos grupos locais, sendo a vingança realizadas de duas formas: pela morte do inimigo na batalha ou pela captura do oponente para o banquete antropofágico. Assim a guerra, o cativeiro, e o sacrifício, consti-

O último tamoio, alegoria simbolizando o fim da Confederação dos Tamoios Tela de Roberto Amoedo, acervo do Museu Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro

tuíam a base das relações entre as aldeias. O plano de formar uma confederação se deu pela necessidade e pela audácia e coragem de Aimberé, feito prisioneiro por Brás Cubas, fundador da Capitania de Santos. Cubas havia comandado o ataque a uma aldeia chamada Uruçumirim, no Rio de Janeiro. Prendeu todos os sobreviventes, inclusive o cacique Kairuçu, pai de Aimberé. Revoltado Aimberé planejou em silencio uma rebelião a fim de libertar seus irmãos de nação, esperando o funeral de seu pai, que morreu velho e cansado pelos trabalhos forçados, impostos pelos colonizadores em são Vicente. Aimberé se fez convertido a Cubas. Sua estratégia tinha resultados práticos como à permissão de realizar um funeral digno a seu pai. A rebelião e a fuga acontecem no funeral. Muitos prisioneiros fizeram questão de matar os portugue-

ses, uns pela vontade de fugir, outros pela forma que vinham sendo tratados. Cunhambebe contava a partir daí com um ótimo aliado, mais um herói das causas indígenas. Aimberé, ousado e muito astuto colocou em prática seu plano de reunir as tribos em uma única nação. De aldeia em aldeia, foi ganhando seguidores. Era fácil o convencimento, bastava contar a situação lastimável que se encontrava as tribos. Algumas ficaram em estado de miséria: os guaianases, goitecas, aimorés e carijós. O primeiro a se juntar a Aimberé foi seu amigo de infância, conhecido como a “Grande Palmeira”- Pindabuçu, que esteve no sepultamento de Camorim, morto pelas costas por um português, filho de Aimberé. A filha do Grande Palmeira, Iguaçu, estava interessada em Camorim. Pindabuçu era conhecido por sua destreza e impetuosidade.

Começaram por Angra dos Reis, onde tinham de convencer Cunhambebe, o mais destemido de todos os chefes tribais da época, conseguiram. Esse é considerado o primeiro passo para a criação da Confederação dos Tamoios (Primeira Confederação das Américas). A partir daí foram ganhando aliados como Coaquira, de Iperoig, que teve seu território invadido e devastado várias vezes. Cunhambebe foi escolhido como chefe dos confederados na primeira reunião ordinária da confederação, nome este indicado por Aimberé. Após aceitar a indicação Cunhambebe declarou guerra aos Péros. Efetivamente de São Vicente a Bertioga, de Iperoig ao Planalto de Piratininga, utilizando toda a margem do Paraíba, os confederados lutavam. Do que sabe a Confederação durou 12 anos. As lutas se davam em maior

parte nas fazendas dos litoral e na chegada dos navios e eram marcadas por requintes de crueldade e raiva, ainda por táticas interessantes, próprias para cada situação. De forma estratégica e silenciosa, agora com a participação das tribos indecisas e a dos sertões, os confederados avançaram contra a Vila de Piratininga. Combate este realizado nos dias 8 e nove de julho de 1562, evento assim descrito por José de Anchieta: “Os montes ruíram no estrondo e na poeira da batalha. Cão Bravo morreu, o que fez com que os Tamoio fugissem. Martin Afonso também sucumbiu”. Piratininga só sobreviveu por que Tibiriçá, batizado com o nome português de Martin Afonso, conseguiu mobilizar guerreiros de 9 a 10 aldeias de Tupiniquim fiéis a coroa. Tibiriçá foi considerado o salvador de Piratininga. Ele havia rejeitado a proposta de Araraig e do seu feroz sobrinho Jogoanhara (Cão Bravo) para abandonar as causas dos malfeitores. Não houve acordo, milhares de flechas e lanças cortaram o céu de Piratininga naqueles dias, crescendo a violência da batalha e os gritos dos combatentes, um mar de sangue e corpos se instalou naquele chão. Após este episódio, em 1563, Anchieta visita Santos e Itanhaém, lá encontra Nóbrega que havia planejado um plano longamente amadurecido de firmar as pazes com os Tamoio, que navegando pela Bertioga trazia sua preocupação com o futuro da capitania. Em companhia de José de Anchieta, embarcaram para Iperoig e.... Bem, isso veremos na próxima edição.


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15 Junho 2010

Aldeia Ywyty guaçú: o renascer de uma história EZEQUIEL DOS SANTOS

Localizada aos pés do Pico do Corcovado, a aldeia Renascer é mais que um ponto de atração turística, é considerada um dos elos do processo de formação de nosso povo, já que os índios foram os primeiros moradores de nosso país e que em nosso litoral realizaram eventos de repercussão internacional, como a Confederação dos Tamoios e a Paz de Iperoig. De raiz Tupi e Guarani, a aldeia possui 11 famílias num total de 70 pessoas distribuídas em 2.500 hectares de belas paisagens e rios de águas cristalinas. De relevante importância à formação da identidade do povo brasileiro, os índios que lá habitam aprenderam a trabalhar as ferramentas tecnológicas e de informação de nosso século. Povo ordeiro e tranqüilo, o local está aberto à visitação pública, desde que avisada com antecedência. Além das áreas de interesse cultural, antropo-

lógico, cênicos e ambiental, o local possui uma escola que funciona em três turnos de aulas. Pela Manhã são três séries (1ª,2ª e 3°), a tarde a 4ª série e educação infantil e a noite o EJA (Educação de Jovens e Adultos). O local possui acesso a internet via satélite, o que mantém os professores “antenados” não só as outras tribos, mas também aos avanços globais e temas mundiais, regionais e local aos interesses indígenas. A constituição de 1988 assegurou a nação indígena o direito a educação, inclusive diretrizes especificas da Educação Escolar Indígena. Em todo o Brasil são pouco mais de 2.500 escolas indígenas distribuídas em 24 estados. Só em São Paulo são 1.500 alunos distribuídas por 30 escolas, onde as aldeias somam aproximadamente 5000 índios. Nestas escolas os professores passam por capacitação profissional especifica já que as aulas são bilíngües. Atual-

mente grande parte dos professores indígenas possui nível superior, como é no caso do professor Awa Kiririndju (Cristiano de Lima), 25, formado em pedagogia pela Universidade de São Paulo-USP. É interessante acompanhar uma aula bilíngüe, já que quem mais aprende é o observador,

É interessante acompanhar uma aula bilíngüe, já que quem mais aprende é o observador, os temas são os cotidianos e as palavras retiradas da localidade.

os temas são os cotidianos e as palavras retiradas da localidade. Kiririndju informa que existe procura para estágios na escola E.E.I. Profª. Aldeia Renascer – Penha Mitãngwe Nimboea. Com visão a respeitabilidade, ao conhecimento da história da formação do município e do país, ao atrativo turístico e cultural, especialistas apontam várias vantagens a inserção na grade curricular escolar a temática sobre a história indígena, principalmente em Ubatuba que é celeiro de importantes acontecimentos com esta primeira população. A escola tem potencial para vários projetos educacionais e de pesquisa, o que traz a região investimentos e colaboração científica. Estudantes e especialistas cada vez mais procuram temas relacionados à formação do povo brasileiro, como é também com os quilombolas e comunidades tradicionais. Na década de 1970, havia um pensamento de que o desaparecimento da população indígena seria inevitável, fe-

lizmente nos anos seguintes o quadro mudou, com um crescimento de 3,5% ao ano, a população indígena aumentou e continua a lutar para manter suas terras e costumes. Segundo estudos do antropólogo Darcy Ribeiro, existiam 6 milhões de indígenas e mais de mil etnias em 1.500, hoje são cerca de 550 mil índios distribuídos em 230 grupos, que falam 180 línguas diferentes. O local foi palco do épico filme sobre o primeiro turista e aventureiro a registrar a vida dos índios do Brasil, o filme trata de Hans Staden cujo título é “Lá vem nossa comida pulando”. O título do filme se refere ao aventureiro alemão como comida dos índios Tupinambá, já que eles praticavam a antropofagia (ato de consumir uma parte, várias partes ou a totalidade de um ser humano). O sentido etimológico original da palavra “antropófago” (do grego anthropos, “homem” e phagein, “comer”) foi sendo substituído pelo uso comum, que designa o caso particular de canibalismo na espécie humana.


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Aldeia foi locação de filme sobre Hans Staden A aldeia Renascer serviu como locação para o filme que trata da estada de Hans Staden em Ubatuba no ano de 1557. No local foi criada uma réplica da aldeia onde Staden permaneceu prisioneiro, toda esta experiência fez com que, de volta à Europa, redigiu um relato sobre as peripécias em suas viagens e aventuras no Novo Mundo, uma das primeiras descrições para o grande público acerca dos costumes dos indígenas sul-americanos. Ele registrou de forma majestosa e detalhada sua estada nas terras novas e publicou o que seria o primeiro livro sobre nosso país, seu povo e o modo de vida. O livro foi publicado em Marburgo, Alemanha, por Andres Colben em 1557. Chama-se comumente “Duas viagens ao Brasil”. Tal livro conheceu sucessivas edições, constituindo-se num sucesso editorial devido às suas ilustrações de animais e plantas, além de descrições de rituais indígenas e costumes exóticos. A aldeia Renascer nos anos de 2002 e 2003 promoveu a Semana do Índio - evento de quatro dias - recebeu cerca de 700 indígenas e mil turistas

por dia de festividades. Participavam tribos de todo estado de São Paulo e realmente era uma grande festa. Tinham futebol indígena, artesanato, músicas, danças, comidas típicas. Na época , o evento foi forte candidato a entrar no calendário de eventos do município. Em Bertioga, litoral sul de São Paulo, evento similar já possui repercussão nacional e vem atraindo milhares de visitantes a cidade, que tem um ganho financeiro muito bom. Os índios têm por vocação natural a defesa e o amor a terra que os sustentam e a humanidade por conta do respeito a sua cultura, vocação esta estampada principalmente nas pinturas corporais e no artesanato. O Vice-cacique, Awa Aridjú (Donizete Machado), 31, cujo significado do nome é o “homem do tempo”, nos conta sobre a importância da pintura corporal, seja em caso de guerra, festividades e nos rituais de purificação e transformação. Segundo Aridjú, as pinturas para os homens são mais brutas e das mulheres mais singelas e detalhadas, cada desenho tem um significado e cada significado um sentimento.

Cena do filme de Hans Staden filmado na aldeia Renascer em 1999

O artesanato que é rico em detalhes e nos remete a origem e a necessidade da tribo, cada peça produzida tem um rito a começar pelo tempo de retirada do material. Como eles seguem ainda o calendário natural, a matéria prima é estudado e escolhida no tempo, tamanho e necessidade certa para a sua transformação. Aridjú acrescenta que existe a troca de material entre as tribos, como no caso deles, que trocam madeira e cipó com penas e outros adornos com os índios do Xingu. Toda esta relação mantém não só a amizade e a confiança entre os povos, mas mantém laços fraternais muito importantes a manutenção da cultura indígena. No local é possível avistar plantações realizadas pelos membros da aldeia, são pés de palmito pupunha, mandioca e banana em grande roça e pequenas outras culturas no entorno das residências, como alguma planta medicinal. A aldeia já teve sua história publicada no Diário Oficial da União e aguarda o levantamento antropológico, enquanto isto não acontece, cabe a todos respeitar e torcer pelo sucesso destes cidadãos que nos dão a oportunidade de conhecer parte de nossa rica cultura e nossa real identidade. “A força indígena vem da cultura, espiritualidade e da terra. Um povo que não tem cultura, não tem identidade. Um povo sem espiritualidade, não conhece a natureza. Um povo que não tem terra, morre!” Marcos Terena, membro da Cátedra Indígena itinerante, diretor do Memorial dos Povos Indígenas na Organização das Nações Unidas-ONU. Contato: (12) 3848.0228

Visitas a aldeia podem ser agendadas através do fone: (12) 3848.0228

Artesanato indígena disponível para compra aos visitantes


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15 Junho 2010

Geraldo Salles de Oliveira: querido professor EZEQUIEL DOS SANTOS

Nascido em 18 de dezembro de 1963, professor de formação, Geraldo é de família simples, numerosa, costumeira com a lida diária tradicional, tinha um jeitinho caiçara de ser e via na sua cultura de formação uma riqueza de detalhes, de cantos e encantos, de valores fortes ligados a formação e nosso povo. Muitas vezes mostrava suas origens na forma de falar, tratar com os amigos e na forma de comer. Pescador nas horas vagas, gostava de um bom papo e tutu de feijão. Geraldo foi um daqueles meninos “arteiros”, que andavam pela roça com estilingue no pescoço e que observavam tudo o que os irmãos mais velhos e os pais ensinavam. Alegre e divertido, aprontava muito, mais nada que ofendesse ninguém, tinha como prioridade a educação e respeito com os outros, aprendeu cedo a ajudar as pessoas. Tudo que se relacionasse com a vida e cultura deste povo lá estava Geraldo, poderia ser a coisa mais simples do mundo, mas que fosse realmente feito de coração, lá estava ele. Desde pequeno se destacou como boa pessoa, principalmente para os estudos. Não havia tempo ruim para este menino. No ônibus aprontava muito, falava bastante e sempre aprontava alguma brincadeira. De longe, era a pessoa que magoaria alguém. Se pudesse ajudar alguém, atrapalhar é que não faria. Ajudou muita gente e nunca cobrou por isso. Não havia um local sequer da região que ele não conhecia. Um agricultor ou pescador que não o chamasse pelo nome, uma casa de farinha que não quisesse entrar, uma roda de conversa, truco ou dominó que quisesse participar. Todos, de seu jeito, o respeitavam. Era defensor da maior instituição que existe - a família. Como professor se preocupava com seus alunos, com os pais, com as redondezas. Tentava oferecer uma aula mais dinâmica, prazerosa, seu diploma era o passaporte para ensinar de fato. Era bonito ver uma

criança dizer: “Alá o professor Geraldo! Professor!...Professor! O senhor vai levar a gente para ver a enfermeira?” A criança se referia ao dia 12 de maio, onde as crianças eram levadas em fila indiana por ele até o posto de saúde do bairro, onde trabalhava sua irmã Cidinha, lá eles abraçavam as enfermeiras que se punham de joelhos para receber as lembrancinhas. Para a irmã ele dizia com muito carinho: Mana, feliz dias das enfermeiras, Beijo do seu mano Geraldo, te amo!. Geraldo, devoto de Nossa Senhora das Graças, sempre expressou sua fé em forma de ajuda ao próximo, independente de quem era ou o que vestia, qual sua religião ou credo, era ajudar por ajudar. Geraldo nunca faltou a nas atividades que se referiam a aparição da padroeira da localidade onde ele mora. Ficava muito triste com o desrespeito que ouvia sobre o tema. Sempre valorizou as datas comemorativas e festivas, principalmente as que se identificavam a cultura local, recordava com carinho os dias das mães, dos pais, os aniversários e outros. Talvez seja por isso que ele é sempre lembrado com muito carinho. Geraldo é filho de Sebastião Pedro de Oliveira e Maria Gaspar de Oliveira. Tem os irmãos: Martinha, Tereza, Nelson, Cecília, Zezé, Cidinha, Cristina, Adilson e Ângela, casado com Dionéia Lopes de Oliveira, pai de Rúbia Lopes de Oliveira e André Lopes de Oliveira, sempre foi um jovem ativo, carinhoso, comunicativo, educado, ótimo filho, ótimo irmão, bom tio, pai amoroso e esposo extremamente dedicado e preocupado com sua família. Na época de duas séries em

uma única sala, quando iniciou os estudos, já fazia os deveres da segunda série, que eram no mesmo ambiente. Por ser bom aluno, o passaram para a terceira série, só que ele também fazia as atividades da quarta série na terceira e por ser um aluno muito inteligente e aplicado, passou de ano e foi para a quinta série, mas havia um problema, daquele tamanho, ele

era muito pequeno para pegar a condução todos os dias. E agora? Diante da dificuldade imposta, veio morar na Rua São Paulo, no centro da cidade, com a irmã Tereza e assim pôde continuar os estudos no Capitão Deolindo. Já maior, voltou a casa dos pais e continuou os estudos morando na região onde nasceu. Com a falta de condução, caminhava três quilômetros, ida e volta, até a rodovia para pegar o Expresso Rodoviário Atlântico para estudar. Em 1986, se formou no Magistério, no Capitão Deolindo. Iniciou sua carreira de professor na EMEI do Perequê-Mirim, onde lecionou por vários anos, até cursar a Faculdade. Formado em Pedagogia, tinha como satisfação lecionar para Jovens e Adultos. Sua maior satisfação,

tanto pessoal como profissional, foi ser o primeiro Diretor da Escola Municipal Sebastiana Luiza de Oliveira Prado- Tiana Luiza, no bairro do Araribá. Para homenagear a Patrona daquela escola Geraldo defendeu a indicação com unhas e dentes, já que a conhecia muito bem e sabia que Tiana Luiza era merecedora da homenagem . Por onde passou deixou marcas, principalmente no que se refere a sua alegria e vontade de fazer, profissional competente e dedicado, homem alegre e responsável. Todos os seus alunos e amigos o estimam. Quando escolheu sua profissão, a família nem acreditava que ele pudesse ser o professor sério e dedicado que sua profissão exigia, mas como sempre, surpreendeu a todos com suas conquistas profissionais, com isto enchia de orgulho seus pais, irmãos, filhos e todos os seus familiares. Geraldo gostava de contar piadas, histórias, era uma homem muito alegre, era mantenedor de valores tradicionais caiçaras, na forma de falar e de conversar. Admirava a Praia do Perez, principalmente quando ia pescar. Lá foi visto várias vezes com a família indo à praia, gostava das coisas simples e era simples com as coisas, quando podia. Atento aos esportes principalmente o futebol, gostava de ler revistas e jornais especializados. Corintiano roxo, fã de Airton Senna e Raul Seixas. Gostava de músicas antigas, principalmente aquelas que falavam da vida simples e da simplicidade das coisas. Gostava de cantar e tocar violão em volta da fogueira com amigos e familiares, gostava de ouvir e contar histórias, principalmente no que se dizia

respeito à cultura local. Certa vez, por volta de 1983, Geraldo e os amigos, Mané Rofino, Simão, Luiz Celso (mosquito) se fantasiaram de índios e se esconderam embaixo da ponte do rio que corta o bairro, quando viam que era turista que vinha, saiam correndo com lanças na mão fazendo sons com a boca e andando como se fossem caçar atrás dos turistas, em principio assustando-os e depois que se davam conta de que era apenas uma brincadeira, entravam na brincadeira e riam muito. Era assim que Geraldo brincava com os amigos. Todos têm uma marca registrada, a de ainda é muito lembrada, era a seguinte: “Por Deus do céu...!”, era assim que ele expressava espanto ou admiração por algo ou alguma coisa. No dia 3 de março de 2007, ele resolveu participar de uma romaria de motos a Aparecida do Norte, os amigos preocupados com a longa caminhada resolveram desencorajar Geraldo, mas desistiram quando ele disse o seguinte: - Eu vou fazer esta viagem nem que seja a última coisa que eu faça antes de morrer!. Pois como ele quis a viagem foi realizada e no dia 14 de maio do mesmo ano ele se foi. No ano seguinte a sua partida os amigos fizeram uma romaria em sua homenagem, na mesma data em que teria ido um ano antes. Geraldo, um menino simples que surpreendeu a todos com a sua dedicação e seu sorriso, aprendia com o tempo e tinha todo o tempo para ensinar, quantos são os formados de hoje, que um dia foi na casa de Geraldo folhear os livros que tinha, ele fazia questão de colaborar nos trabalhos escolares, brigava para que as crianças pudessem ter sempre o melhor, merenda, livros, espaços, educação e saúde. Por tudo que fez, foi homenageado com seu nome na quadra poli esportiva da escola Nativa Fernandes no Sertão da Quina. Familiares e amigos tem boas lembranças deste moço e estampado nas camisetas está um sentimento comum: Geraldo! Eterna saudade! Valeu Geraldo!


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Felicidade é ter o que fazer

um conceito de felicidade, há ADELINA CAMPI Inspirada pelo poema de quem diga que é um conjunto Arnaldo Antunes, parei para de bons momentos, há quem pensar em algo que muitos diga que é um conjunto de cide nós acabamos nos esque- frões, e há quem diga, como cendo devido a correria do eu já ouvi de uma amiga, que dia-a-dia, parei para pensar é saber dar valor às pequenas coisas que me fazem fe- nas coisas da vida. Eu fico feliz quando me esliz. crevem cartas, Felicidade é ou quando me o maior objeti“Faça o que for ligam no meu vo da maioria necessário para aniversário, das pessoas, ser feliz. quando eu mas é incrível Mas não se esqueça chego em casa como nunque a felicidade é um e meu cachorca estamos sentimento simples, ro faz uma 100% satisvocê pode encontrá-la festa absurda feitos com o e deixá-la ir embora (às vezes até que temos, há por não perceber sua me machuca, sempre uma simplicidade” mas já me sensação de acostumei), que nos falta quando vou algo. Mario Quintana bem em uma Se a falta é prova, quando de dinheiro, a gente escuta: “Quando eu ti- faço alguém rir, quando repriver dinheiro vou ser feliz”, se sa um filme que eu amo de a falta é de amor: “Eu ainda paixão, um feriado prolonganão encontrei o homem da do, minha família toda reunida minha vida, por isso não sou ou até mesmo ver alguém que feliz”. Sempre falta alguma eu gosto feliz. Para mim felicidade é isso, coisa, emprego, sossego ou valorizar esses pequenos moaté mesmo cabelo. Mas será que felicidade mentos e as pessoas ao seu é isso tudo que pensamos redor. Pense nisso, o que faz que ela seja? Cada um tem você feliz?

O que causa a ressaca do mar?

A chegada de ondas violentas à costa começa quando rajadas de vento fazem subir o nível do oceano e aumentam, já em mar aberto, o tamanho dos vagalhões. Impulsionada por correntes marítimas, a massa de água caminha com velocidade crescente até encontrar o litoral. Ao chegar à praia, o mar agitado inunda a faixa de areia e as ondas quebram bem próximas da orla. A força da ressaca costuma alagar avenidas e danificar construções à beira-mar - há também relatos de banhistas tragados pelo mar e levados para longe da praia pelas fortes correntes marítimas. “No Brasil, as ressacas são quase sempre causadas por frentes frias que atingem o Sul e o

Sudeste. Podem ocorrer dezenas de vezes por ano, mas, felizmente, é possível prevê-las até cinco dias antes”, diz o oceanógrafo Joseph Harari, da USP. Inspirados na destruição marítima, os bebedores exagerados apelidaram de ressaca aquele mal-estar típico após uma bebedeira. “A palavra deriva do espanhol resaca, cujo sentido original designa o refluxo das ondas do oceano. No Brasil e em Portugal, o termo ganhou um significado metafórico, pois quem bebe demais também passa por muita turbulência na manhã seguinte”, afirma o lingüista e tradutor John Robert Schmitz, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Luz, câmera, ação! A Igreja Assembléia de Deus Bom Retiro do Sertão da Quina convida a todos para o primeiro louvorzão “Somos Jovens”que acontecerá no próximo dia 26 de junho ( sábado) na cachoeira do Correia, a partir das 19 horas.

O evento é para quem tem de zero a 150 anos e será totalmente em estilo familiar, porém alegre e descontraído. O ingresso é de R$ 3,00 e será revertida ao lanche do dia. A organização será do Pastor Marcos e Ovelhas.


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Classificados TABATINGA - Casa térrea/ edícula (4 anos) ( c/escritura e registro) c/ 3 dorms. suítes, sala, cozinha, varanda com toldo de 15m, churrasqueira, estacionamento amplo para muitos carros, fechada com mureta de 60cm + tela galvanizada, portão de 4m, terreno plano de 600m, há 900m da praia Tabatinga. Principal rua de acesso ao bairro com água, esgoto, fiação subterrânea, voltagem 110 e 220, com grades (portas e janelas) em ferro grosso para segurança + projeto completo já aprovado para construção de Pousada (pavimentos térreo e superior c/ 8 suítes + cozinha + sala p/ café manhã + recepção + escritório. Localização: passando o Posto Policial e ao lado do Condomínio Costa Verde Tabatinga, antes do Portal de Ubatuba / divisa. Contatos e maiores informações através do e-mail : taniabaptistabap@ terra.com.br ou 19- 93456210. ------------------------------------MARANDUBA - Vendo 2 terrenos com 4130m2 e 5500m2 c/ 2 chalés alpinos, todo murado, ótima localização. Chalé alpino R$ 10.000,00. Tratar c/ Manolo (19) 3842.4535 ou (19) 9612.1351 ------------------------------------CENTRO - Vendo casa 1 dorm, sala, coz, na Thomas Galhardo, terr. de 187m2 esquina, duas quadras da praia (ideal p/ predio comercial) R$ 220mil. Tel 97661980 ------------------------------------CARAGUA/INDAIÁ - Vendo casa com 3 dorm (1 suíte), sala 2 ambientes, cozinha planejada, garagem coberta para 3 carros, edícula. Terreno de esquina. Ótima localização. (12) 3843.1262 ----------------------------------SERTÃO DA QUINA - Casa térrea c/ 3 dormitórios, sendo uma suíte, sala, cozinha e lavanderia. Escritura definitiva. 150 metros da praia. Valor R$ 115.000,00 Tratar (12) 3849.8393 -------------------------------------TABATINGA - Casa térrea, 3 dorms (uma suíte), terreno grande c/ gramado, piscina, churrasqueira coberta. R$.170.000,00 Tratar (12) 3849.8393

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15 Junho 2010

A formiga e a folha ADELINA CAMPI

Observando algumas formigas no jardim aqui de casa, percebi que todas seguiam uma mesma rota carregando folhas maiores que elas mesmas. Mas seguiam firme em direção ao formigueiro que descobri poucos passos adiante, o que para elas deveria representar uma grande viagem. De repente percebo que uma delas está com uma folha exageradamente grande nas costas. Deveria ser pelo menos vinte vezes maior que ela, e seu esforço era notado a distância. Fiquei ali imaginando o orgulho dessa formiga presunçosa, carregando aquela folha gigantesca e como ela deveria estar ansiosa em mostrar a formiga rainha como ela era forte, como ela era capaz, quem sabe até ganharia uma promoção. Enquanto a fila de formigas seguia em direção ao formigueiro, essa formiga girava em volta de si mesma, sem conseguir sair do lugar, seu esforço era tão grande que mal avançava um passo, voltava dois para trás. Estava tão cega, tão entretida na sua luta de carregar aquele mundão

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Jornal MARANDUBA News nas costas que nem percebeu que todas as formigas largaram as folhas para escapar do pé de um menino que vinha correndo atrás de uma bola. As formigas escaparam por pouco, mas nossa amiguinha não teve a mesma sorte e morreu esmagada, agarrada à sua folha gigante. Assim como a formiga, nós seres humanos inteligentes e sensíveis, de vez em quando queremos carregar mais coisas em nossas costas do que podemos suportar. Os problemas dos outros, as dores do mundo e a ganância de querer sempre mais, de ser mais e melhor. Quando acordamos para a realidade estamos esmagados pelo peso de nossa insensatez. Cuide mais de você. O dia passa, as pessoas passam, o tempo passa, mas você fica. Você será a sua eterna companhia. Todos podem até fugir de você, mas você não pode fugir desse encontro com você mesma, com a sua paz interior, com a sua felicidade. Por amor a você, carregue apenas a sua mala e de preferência, o mais vazia possível!

Túnel do Tempo

1995

1978

Seo Filinho e Antonio Amorim em bate papo animado

1966

No sertão também tinha a “Casa das Sete Mulheres”, todas caiçaras.

Após o mutirão, o Boteco do Povo aguardava os “camaradas”

1979

Saco da Ribeira. Quem imaginava que viria o pier...

1987

Registro de fatos do século passado em nossa região

Galo atravessa a rua Manoel Gaspar no morro da Quina

1965 Na Fortaleza... “Agora só falta banana, farinha, pimenta de cheiro e...”

2006 Fidêncio, com 101 anos, ainda cuidava da roça com sua Henrique Laport

CEFOM

2010

O presidente da Central de Fofocas da Maranduba (CEFOM), Waldir de Soiza, registrou no último dia 5 de junho os nomes de todos que foram participar do Dia do Orgulho Gay na capital paulista. Contando todos os participantes que pegaram ônibus, carros e vans em frente sua banca, Waldir contou 641 pessoas. Algumas até com bandeirinhas e paêtes. A lista, segundo Waldir, será divulgada em breve. Tem gente que disse que vai dar uma surra no Soiza se seu nome aparecer na lista...



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