OFÍCIO DE POETA

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O Medo

O medo é uma canção que não se canta; Sente-se pelo menos, e ao senti-lo, Ninguém consegue se sentir tranqüilo Por que o corpo entre febres se quebranta. A fuga torna-se impossível – manta Cobrindo o corpo e, em vão vale o sigilo... Pensa-se nisto, foge-se daquilo, E o medo, com temores – se agiganta! O medo todo o mundo um dia o sente. Muitos de uma maneira diferente Guardam, só para si este segredo. Muitos querem cobrir o ser covarde Antes, porém, que tudo fique tarde, O inconsciente dá mostras deste medo. 19.01.92

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