Mão na Lata e Berro D'agua

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um ensaio

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de Jorge

Amado

Mão na Lata Amanda Paiva Angélica Paulo da Silva Deyvid Ferreira Fagner Santiago França Felipe Oliveira de Lima Renato Nascimento Tatiana Altberg [coordenação e edição]



O início Em 2003, convidada pelo Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré - CEASM, iniciei um projeto de oficina de fotografia artesanal na Maré integrado ao Programa de Criança Petrobras. Inicialmente a oficina era dirigida a adolescentes e pré-adolescentes matriculados no segundo segmento do 1º grau da Esco­la Muni­cipal Bahia, e um dos pré-requisitos estabelecidos pelo CEASM definia que par te dos cursos fosse realizada nas instalações da escola. Nas salas de aula o trabalho era voltado para leitura de imagens e inserção dos alunos no universo da fotografia através da apresentação e debate de fotos de outros fotógrafos. Em seguida iniciávamos a parte prática, com a construção de câmeras e confecção de imagens pelos alunos. O pinhole ou “furo de agulha” é um processo fotográfico sem lentes, que estabelece que qualquer objeto pode ser transformado em uma câmera fotográfica. Construímos nossas câmeras a partir de latas recicladas. Optei por utilizar a técnica pinhole porque ela resume os princípios básicos da fotografia, traba­lhando-os de forma extremamente lúdica, desde a confecção das câmeras até o momento de revelação dos negativos. Tanto o processo técnico quanto a metodologia de trabalho são muito apropriados para crianças e adoles­ centes. A fotografia artesanal permite que as questões técnicas sejam rapi­damente ultrapassadas, direcionando o foco do trabalho para o desenvolvimento de um dos principais objetivos da oficina: provocar e desenvolver um olhar fotográfico a partir da construção e reflexão sobre a imagem. Todo o trabalho da oficina, os debates sobre as imagens, os exercícios de texto, as atividades de construção das câmeras, o domínio das técnicas e tempos da fotografia e de sua revelação, tem proporcionado aos


seus integrantes um novo olhar sobre as suas vidas, as suas casas, o seu bairro e a sua cidade. Em mais de uma oportunidade os alunos já puderam expor os seus trabalhos, atingindo mais um dos nossos objetivos: a oficina acaba devolvendo à comunidade um acervo que a retrata e que é único, pois foi desenvolvido e criado pela comunidade sobre ela mesma.

Mão na Lata Ao final do segundo semestre de 2004 os alunos Amanda, Angélica, Deyvid, Fagner, Felipe e Renato, que haviam optado por cursar o ano inteiro, demonstraram interesse em dar continuidade ao trabalho. Propus então ao CEASM que continuássemos os trabalhos em 2005 somente com esse grupo de seis alunos. A continuidade da oficina com um número menor de integrantes possibilitou-nos o aprofundamento em algu­mas questões relativas ao olhar e à construção do discurso visual. A partir de muitos exercícios de legenda­gem, unimos a palavra à imagem, suscitando leituras que foram além das descrições objetivas da “realidade”, dando vazão ao imaginário extremamente rico desses meninos. O engajamento e a compreensão dos trabalhos por esses adolescentes mudou consideravelmente. A maturidade, que aos poucos foi construída nesse período, rendeu frutos. Participamos de algumas expo­ sições coletivas: Visualidades (2005), exposição integrante do FotoRio, no Espaço Cultural CREA; Bienal Inter­nacional de Fotogafia no Rio de Janeiro, Rio de Olhos Abertos (2005), também do FotoRio; e a exposição Além da Imagem: um panorama da fotografia contemporânea brasileira (2006), com curadoria de Nessia Leonzini, no Centro Cultural Telemar. Além das exposições, participamos de dois seminários sobre


inclusão visual e publicamos algumas imagens na revista Global. Em 2004, os alunos criaram o nome Mão na Lata, para sua exposição de fim de ano na Maré, e esse ficou sendo o nome do grupo.

Mão na Lata e Berro Dágua, o encontro com Jorge Amado A leitura ainda é uma ferramenta a ser adquirida em sua plenitude por esses alunos, e já há algum tempo pretendíamos trabalhar com uma incursão maior na literatura brasileira. Às vésperas da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), em sua edição 2006, Leila Name, da Editora Nova Fronteira, entrou em contato com o trabalho do grupo. Convencida da força estética e narrativa desse trabalho, apresentou-nos o desafio de construirmos um novo olhar narrativo, um livro, recontando uma história em seu universo e possibilidades. Essa era uma tarefa nova para todos nós. Em muito pouco tempo conversamos sobre as muitas possibilidades de histórias a se contar. Construímos juntos a descoberta das histórias em A morte e a morte de Quincas Berro Dágua, de Jorge Amado, autor homenageado na FLIP 2006. Traçamos o projeto de estudo: a Bahia, o autor, o mundo lúdico de Quincas, as aproximações e afastamentos com os nossos mundos. Foram várias as sessões de leitura e escrita para fixação da história. O processo não foi nada fácil, visto que o estímulo ao hábito da leitura nessa idade e no país é muito pequeno. A partir dessa primeira dificuldade decidimos fazer todo o processo de forma coletiva.


Primeiro, a leitura do texto, parando a cada parágrafo para elucidar dúvidas. Em seguida realizamos uma série de discussões e análises sobre o universo do personagem, sobre os significados das situações em que Jorge Amado o coloca, e as possibilidades criadas a partir do momento em que rompe com tudo, e transforma sua vida completamente. Um dos focos principais dessas discussões foi a diferença entre Joaquim, personagem inicial, que leva uma vida dentro de parâmetros socialmente aceitos, com família e emprego público, e Quincas, apelido que recebe ao abandonar tudo para viver uma vida pelas ruas da Bahia de forma livre, onde a cachaça é sua maior companheira. Ao final da leitura a turma se dividiu entre os que achavam que Quincas havia ressuscitado e os que achavam que tudo não passava de um delírio de seus amigos bêbados. Um dos alunos chegou até a cogitar se tudo não teria sido apenas uma armação de Quincas para enganar a família. As discussões foram acaloradas, me deixando muito feliz por estar contribuindo para a construção do entusiasmo pela e a par tir da leitura. O livro trata das rupturas possíveis ao longo da vida, da busca pela liberdade, da superação ou subversão de um destino esperado, previsto. O mar, destino ansiado pelo personagem, e o estado permanente de em­bri­aguez como metáforas dessas múltiplas possibilidades na vida foram o nosso norte para a produção das imagens. O universo onírico e embriagado que perpassa a narração dos eventos finais da vida de Quincas encontra sua tradução perfeita na plástica produzida pelas imagens feitas a partir da lata. O roteiro de viagem foi baseado nos lugares citados por Jorge Amado. Percorremos os pontos por onde Quincas e Joaquim passaram. Tentamos imaginar em cada lugar como seria o ponto de vista do personagem.


Cada bêbado que cruzava o nosso caminho era apontado pelos meninos que diziam: Tati, olha lá o Quincas! Seus quatro amigos, volta e meia, apareciam à nossa frente. Entramos, todos, no universo delirante do nosso personagem andando pelas ruas da Bahia. Todas as noites revelávamos o material produzido durante o dia em um laboratório improvisado num dos quartos da pousada. O trabalho foi intenso, tínhamos somente cinco dias na Bahia. Começávamos a jornada às seis horas da manhã e terminávamos por volta das dez horas da noite, com a última foto pendurada para secar. Essa foi uma viagem de muitas primeiras vezes: primeira vez fora do Rio de Janeiro, primeira vez longe dos pais, primeira vez tendo que retratar uma história inteira, do início ao fim, em um lugar desconhecido, primeira vez que se fazia um livro, primeira vez fotografando na luz da Bahia, que é totalmente diferente da que conhecemos. Enfim, pode-se imaginar o grau de excitação presente durante toda a viagem. Esses seis adolescentes foram todos muito valentes e esforçados, divididos entre curtir a viagem e todas as suas novidades e concentrarem-se na produção das imagens do livro que tínhamos que trazer na mala de volta ao Rio. Logo que voltamos ao Rio a história foi reescrita coletivamente e, também juntos, cortamos as imagens que não iriam entrar, escolhendo aquelas que melhor retratassem cada lugar a partir da ótica do personagem. Uma vez escolhidas as imagens começamos a legendá-las. As legendas foram construídas em três níveis dife­ rentes: primeiro, uma associação da imagem com o momento relativo na história de Jorge Amado, segundo, um comentário individual sobre o partido adotado ao fazer a imagem, e terceiro, e o mais difícil, uma leitura


que fugisse das duas apropriações anteriores e fosse um olhar livre sobre a imagem. A maioria das legendas, assim como quase todo o livro, foi construída de forma coletiva. A propensão do personagem criado por Jorge Amado para o sonho, para o delírio. Sua decisão de abandonar família e emprego para viver a vida que escolheu. A recriação de sua própria morte, subvertendo todas as expectativas, trocando os sete palmos de terra pelo infinito, pela imensidão do mar, num encontro derradeiro com a própria vida. Tudo isso tem muitos pontos em comum com a experiência vivida e com os limites rompidos por Amanda, Angélica, Deyvid, Fagner, Felipe e Renato e este livro é a afirmação máxima disso. É visível a transformação operada em cada um a partir da possibilidade de se expressar através da imagem. O Mão na Lata é um grupo formado por indivíduos com características muito singulares e por isso era impor­ tante que nenhum integrante ficasse de fora. Para tanto tive que, como numa gincana, passar por inúmeras situações, como por exemplo: ir ao colégio de um dos alunos para mudá-lo de turno escolar, integrando os seus horários aos dos outros; conseguir vaga para outro aluno, que não estava estudando; convencer uma mãe de que seu filho se comprometia a não repetir o ano letivo. Enfim, numa visita à casa de uma aluna para conversar com seu pai sobre a viagem, vi, em cima da pia da cozinha, um adesivo que dizia: “A maior qualidade de um vencedor é nunca desistir.” Não desistimos. Fomos todos à Bahia e a frase ficou para mim como uma espécie de lema para o grupo: nós vencemos! Este livro significa para nós a ultrapassagem de muitos nãos impostos pela estrutura desigual do nosso país. O não que está na maior parte das escolas públicas, onde professores mal formados e mal remunerados podem fazer muito pouco para estimular o gosto pelo aprendizado e pela reflexão. O não ao acesso à


informação e à cultura por comunidades como a Maré, estigmatizadas pela violência utilizada, apenas, por uma minoria de sua população que está envolvida nas redes do comércio ilegal das drogas. O não em forma do preconceito por simplesmente fazer parte de uma comunidade de baixa renda, que é fruto de um sistema falido, onde os direitos humanos são colocados em último lugar na escala das prioridades. E tantos outros nãos que poderia listar, mas acho que este não é o lugar. O sim está nas páginas deste livro e convido a todos a viajarem por ele.

Tatiana Altberg




O personagem foi o campeão das mortes. A história a seguir é sobre a vida de Joaquim Soares da Cunha, um homem simples que trabalhava normalmente, como uma pessoa qualquer. Um certo dia ele se cansou da sua rotina, de casa para o trabalho e do trabalho para casa, e decidiu largar tudo e se juntar aos vagabundos da Bahia. Saiu de casa chamando a mulher e a filha de “jararacas”. Joaquim, depois que saiu de casa, começou a andar todo largado. Não tomava banho, não comia. Só vivia da cachaça mesmo. Joaquim não bebia água há anos. Um dia, ele viu um copo em cima de um balcão e, pensando que era cachaça, foi beber, e deu um berro: ÁGUA!!! A partir desse dia começou a ser chamado de Quincas Berro Dágua. Quincas contava muitas histórias de marinheiro, mas não era marinheiro, era um bêbado que andava como um mendigo. Ele tinha muitos amigos. Todos gostavam dele. Uma vez, uma amiga dele teve um filho e depois ficou muito doente, e o Berro ficou com o filho dela, cuidando do menino. Quincas era só alegria. Bebia, namorava, entregava erva e mais nada! Todos consideravam Quincas como o paizi­ nho. Quincas prometeu à baiana que ia arranjar umas ervas para ela. Ela foi ao quarto dele buscá-las e encontrou a porta aberta, como sempre, porque Quincas tinha vendido a chave para uns turistas, dizendo que era de uma importante igreja da Bahia. Quincas estava deitado em sua cama, e ela viu que ele estava pálido. Chamou por ele e ele não respondia. A baiana ficou balançando Quincas até ter certeza de que ele esta­va morto. Ele tinha um sorriso no rosto e os olhos abertos. Parecia que estava debochando de alguém. Ela foi chamar o Santeiro, o único que sabia dos parentes de Quincas. Rapidamente ele avisou à filha e ao genro, Vanda e Leonardo. Vanda decidiu chamar o médico, que analisou Quincas para ver se ele realmente estava morto. O médico, nervoso, afirmou: sim.


No mesmo dia, a família se reuniu para decidir onde seria o velório. Vanda queria avisar a toda a família e Leonardo queria que enterrassem primeiro, e depois contassem que Joaquim havia morrido no interior. A família estava preocupada com a imagem de Joaquim, porque tinha vergonha da vida que ele levava como Quincas. Decidiram, então, que não iriam gastar muito dinheiro e que fariam o velório no quarto de Quincas, na Ladeira do Taboão, apesar dele ser muito pequeno e nem ter lugar para sentar. Vanda arrumou seu pai para que dessa maneira ele voltasse a ser Joaquim, porque tinha prometido a sua mãe que o traria de volta para casa. Ela sorrindo olha o pai e fala: eu te venci, você vai ser enterrado como Joaquim, e não como Quincas. Logo em seguida, Vanda teve a impressão de que ele a chamava de “jararaca”. A irmã Marocas também teve a impressão de ouvi-lo chamá-la de “saco de peidos”. Vanda quis fechar as portas e as janelas para que a brisa do mar e os ventos não entrassem trazendo vida. A notícia da morte se espalhou e a cidade ficou de luto. Os donos dos bares colocaram as bebidas mais caras e as meretrizes se recusaram a trabalhar. Os quatro melhores amigos de Quincas ficaram sabendo, um por um, da notícia, e foram se encontrando na praça: Curió, que fazia propaganda em lojas na Baixa dos Sapateiros; Negro Pastinha, que arranjava uns cobres para a cachaça da noite; Cabo Martim, que dera baixa no Exército; e Pé-de-Vento, que caçava bichos para vender como cobaias aos laboratórios. Na praça havia um coral com mais de dez cachaceiros. Um falava das saudades de Quincas e o resto repetia: ele era bom... Ao chegarem ao velório os quatro amigos viram todos da família de Joaquim, seus irmãos, tia Marocas e Eduardo, sua filha Vanda e o marido Leonardo. Pensaram que aquele não era Quincas, pois ele estava de terno, gravata, sapatos pretos e cabelo cortado. Só reconheceram o paizinho pelo sorriso. A família, ao ver


aqueles quatro, se afastou do caixão, pois eles estavam sujos e um pouco embriagados. A família não queria se lembrar das loucuras e das bebedeiras daquele homem chamado Quincas e sim do homem sério e pai de família, Joaquim Soares da Cunha. Estavam todos exaustos no velório e queriam ir para casa. Vanda, Leonardo e tia Marocas foram embora e deixaram Eduardo cuidando de Quincas. Os amigos de Quincas se ofereceram para olhar por ele, enquanto Eduardo, que também estava exausto, ia para casa. Eduardo deixou alguns trocados para os amigos de Quincas comprarem uns sanduíches, mas eles compraram cachaça. Cabo Martim, que já trazia uma garrafa escondida na blusa, deu goles a Quincas e Negro Pastinha falou: melhor sentá-lo, nunca vi beber deitado. Os amigos pensaram que Quincas deveria estar morrendo de calor com aquelas roupas, então tiraram as roupas novas e colocaram as velhas, dizendo: agora é o Quincas que a gente conhece! Uma luz verde brilhou no caixão, era a jia que Pé-de-Vento tinha tirado do bolso e posto na mão de Quincas. Depois de beberem muito, resolveram sair, mas alguns deles lembraram que não podiam deixar Quincas só. Levaram ele pelos bares, cabarés e vielas da Bahia. Quitéria do Olho Arregalado, namorada de Quincas, ao vê-lo andando pelo Largo do Pelourinho se assustou e caiu de bunda no chão. Quitéria reclamou porque ele deu um susto nela fazendo acreditar que estava morto. Cada lugar que eles chegavam era motivo de alegria, pois todos pensavam que Quincas estava morto, e ele era muito querido por todos. Pararam no bar do Cazuza, velho amigo; lá havia marinheiros alegres, choferes


de caminhão e mulheres de bordéis. Sentaram Quincas na calçada, mas suas pernas ficaram esticadas no meio do caminho. Um rapaz pediu para passar, mas Quincas não escutou. O rapaz o empurrou e tomou uma cabeçada de Quincas, e assim começou uma grande briga. Depois, já com o bar todo quebrado, lembraram da peixada do Mestre Manoel, que deveria estar quase no fim. A peixada era na rampa dos Saveiros, perto do Mercado. Quando Mestre Manoel viu Quincas e seus amigos, falou que sabia que um velho marinheiro não podia morrer em terra. Quando acabou a peixada resolveram, muito felizes, navegar. Naquela noite o mar estava calmo, a lua e as estrelas iluminavam a noite como nunca. No barco, Quitéria senta ao lado de Quincas e reclama novamente por ter ficado tão preocupada, e sussurra, em seu ouvido, frases de amor. Quando estavam voltando, a lua é escondida por um mar de nuvens e as estrelas se apagam.Tudo fica escuro e só se via a luz do cachimbo de Mestre Manoel, e os raios refletindo em Quincas, em pé, agarrado ao mastro. De repente, cinco raios caem do céu provocando uma grande onda que encobre o saveiro, e Quincas se atira ao mar. Nesse momento, Quitéria ouve Quincas dizer a sua última frase: “cada qual cuide do seu enterro, pois impossível não há.” Até hoje não sabemos de seu paradeiro. E sua família teve que pagar o caixão do mesmo jeito. O campeão das mortes tinha o sonho de ser marinheiro e morrer no mar e nesta noite conseguiu realizar o seu sonho, morreu como um verdadeiro sonhador.

Grupo Mão na Lata [a partir do romance A morte e a morte de Quincas Berro Dágua de Jorge Amado]


























Em comunidade com casa casada nĂŁo se pode guardar segredos.

[A notĂ­cia da morte de Quincas se espalhou por toda a cidade.]






















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