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Fundação Selma - Miguel Angelo 4 e

toconfiança. O cavalo torna-se um “amigo” que contribui com suas pernas e seu corpo forte para a melhora do paciente. Para os portadores de TEA, um dos benefícios que a equoterapia proporciona é a melhora nas habilidades sociais, cognitivas e comportamentais. Vários estudos demonstram e comprovam que a prática da equoterapia é um excelente recurso na busca da autopercepção, da melhora do comportamento e da interação social. Não apenas o cavalo, mas o próprio ambiente em que se desenvolve a equoterapia, normalmente um ambiente aberto, com a participação de outras pessoas (terapeuta, acompanhante...) transformam a terapia em algo lúdico, agradável, o que contribui para melhorar a receptividade e a predisposição do paciente em participar nos eventos terapêuticos.

A Fundação Selma é pioneira em equoterapia dentro da cidade de São Paulo e desde 2005 é filiada à Ande-Brasil (Associação Nacional de Equoterapia) e dispõe de profissionais especializados, cavalos especialmente treinados e material adaptado às diversas necessidades, como rampa de acesso para cadeiras de rodas, plataformas de apoio lateral, alças, mantas e materiais lúdicos, tudo em um ambiente agradável que favorece o aprendizado e estimula o processo de reabilitação.

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Dra. Adnamare Tikasawa, Coordenadora Técnica da Fundação Selma, Terapeuta Ocupacional, mestranda em Gestão da Saúde.

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Fundação Selma

Reabilitação Física e Social

FISIOTERAPIA – EQUOTERAPIA – HIDROTERAPIA TERAPIA OCUPACIONAL SOLO E AQUÁTICA – PILATES CLÍNICO ACUPUNTURA – FONOAUDIOLOGIA – PSICOLOGIA PSICOPEDAGOGIA - MÉDICO FISIATRA E ANTROPOSÓFICO

28 ANOS REABILITANDO PCDs TRATAMENTO DE COLUNA - ERGONOMIA CUIDANDO DA SAÚDE DO TRABALHADOR

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Entrevista Cid Torquato

CEO do ICOM Libras, ex secretário municipal da Pessoa com Deficiência em São Paulo

No final de Janeiro fizemos uma entrevista com Cid Torquato.Ele foi Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo. Advogado, formado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, foi executivo da Lowe & Partners América Latina e da StarMedia Networks, assessor em Governo Eletrônico do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, no Governo FHC, fundador da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Secretário Adjunto da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo e conselheiro do CONADE – Conselho Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Escreveu o livro “Empreendedorismo sem Fronteiras – Um Excelente Caminho para Pessoas com Deficiência”, após ficar tetraplégico em 2007. Hoje, preside o ICOM Libras um serviço online de comunicação entre pessoas ouvintes e surdos que usam a Língua Brasileira de Sinais. 1 - Gostaríamos que você nos contasse como foi seu trabalho na gestão passada (2017 – 2020) como secretário municipal da Pessoa com Deficiência em São Paulo. Como as pessoas podem ter acesso aos serviços e informações oferecidos pela Secretaria? Foram quatro anos de trabalho intenso, atuando com os temas acessibilidade e inclusão da pessoa com deficiência na cidade de São Paulo, de forma transversal e em articulação com todas as Secretarias, empresas e Subprefeituras da gestão pública municipal. O propósito foi promover o protagonismo da pessoa com deficiência e sua efetiva participação na sociedade. Sem dúvidas obtemos êxito! Para acompanhar os trabalhos da nova gestão basta acessar o site da prefeitura www.prefeitura.sp.gov.br/pessoacomdeficiencia Essa entrevista foi viabilizada pela Dra. Sandra Shewinsky, nossa colunista, à qual agradece mos a colaboração

2 – Durante sua gestão quais os projetos mais significativos destinados àqueles que necessitam de mais acessibilidade numa cidade como SP? Foram vários projetos inspiradores em todas as áreas de direito. Saúde, educação, cultura, esporte, transporte, vou

Essa entrevista foi viabilizada pela Dra. Sandra Shewinsky, nossa colunista, à qual agradece-

Foto: arquivo pessoal citar alguns. A criação da Paraoficina Móvel, em parceria com a AACD. Uma van adaptada com equipamentos, insumos e técnicos especializados que rodam a cidade de São Paulo para oferecer manutenção gratuita em cadeiras de rodas, órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção.

Programa de Tecnologias Assistivas para Estudantes e

Servidores com Deficiência. Também pioneiro, o programa forneceu itens de tecnologia assistiva para os dois segmentos, no sentido de minimizar suas limitações e potencializar suas habilidades, proporcionando mais produtividade e qualidade de vida na escola e no trabalho. Investimos em tecnologias também na área de saúde comprando robôs, aparelhos utilizados para maximizar a função residual de pacientes submetidos a cirurgia ou lesão em membro superior, como pacientes que sofreram AVC, mesas ginecológicas elétricas, cavalos simuladores de galopes, todos para ajudar no atendimento e reabilitação. Na cultura, criamos o “Sem Barreiras, Festival de Acessibilidade e Artistas com Deficiência”, promovido junto à Secretaria Municipal da Cultura (SMC), com apoios de instituições culturais da cidade. Seu objetivo foi promover o trabalho de artistas com deficiência, trazendo reconhecimento e visibilidade em todas as linguagens culturais. Somadas com outras ações realizadas no período 2017 – 2020, em minha gestão como secretário, a SMPED mostrou, de forma pioneira, como os cidadãos com deficiência devem ser tratados. Este modelo inovador, embora fosse uma antiga demanda das pessoas com deficiência, valorizou o indivíduo, ao respeitar a diversidade humana e propor novos paradigmas para a inclusão deste, que ainda é o segmento mais vulnerável da sociedade.

3 – Há políticas públicas concretas para a acessibilidade? Elas são novas ou já veem ocorrendo há tempos?

O propósito de todo trabalho durante a gestão foi justamente promover o respeito às normas de acessibilidade física, comunicacional, digital e atitudinal como fator fundamental para garantir o acesso de todos à sociedade, por isso o trabalho era interseccional, levando o tema para todas as áreas de direito.

Esses princípios são centrais na Convenção da ONU sobre os

Direitos das Pessoas com Deficiência, incorporada, em 2009, no ordenamento jurídico brasileiro com status constitucional.

Na sequência, em 2015, a aprovação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), também conhecida como

Estatuto da Pessoa com Deficiência, representou grande vitória para o segmento, consolidando a legislação existente e transformando em lei antigas demandas sociais. Mais importante, a LBI reafirmou a obrigação estratégica de priorizar os

pleitos de acessibilidade e inclusão nas políticas públicas de nosso país.

4 - Complementando a pergunta 3, você ainda acha que há

Revista Livre Acesso #3 - Janeiro - Fevereiro/2022 - pág.10

muito a fazer? Existem novos projetos em relação a acessibilidade? Com certeza ainda há muita coisa a ser feita. Acessibilidade precisa ser entendida de forma estrutural, seja ela física, comunicacional ou atitudinal, entre outras, é fundamental para a estruturação de sociedades realmente sustentáveis. Como disse Ban Ki-moon, ex-Secretário Geral da ONU, em 2012, “Acessibilidade é crítica para que seja conseguido o futuro que queremos”. Nesse sentido, acessibilidade, inclusão, diversidade e sustentabilidade são conceitos essencialmente interligados, interconectados e interdependentes, sem os quais não venceremos os desafios humanos e ambientais que, hoje, colocam em xeque o futuro do planeta. Por isso, me uni a uma grande amiga nessa jornada, a jornalista Ciça Cordeiro, que também trabalhou em minha gestão e hoje atua como coordenadora de comunicação na Talento Incluir, e criamos recentemente uma Campanha, um abaixo-assinado para inserir

“Acessibilidade para todos, como o 18º Objeti-

vo de Desenvolvimento Sustentável”, da ONU. Defendemos, então, que acessibilidade conste explicitamente como um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e não esteja apenas subliminarmente inserida em outras metas. É preciso promover acesso e acessibilidade à informação, à comunicação, ao lazer, ao trabalho, à saúde, à educação, à cultura, com segurança e autonomia, possibilitando o uso de todos os produtos e serviços disponíveis, o que beneficiaria estruturalmente as pessoas com deficiência e toda a sociedade, sem exceção, garantindo liberdade, igualdade e dignidade, direitos estabelecidos no primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Contamos com a Livre Acesso para divulgação e apoio – O link para assinar a petição é esse aqui: chng.it/5STPm8ZGXV

Cid Torquato, quando secretário mu nicipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo, discursa junto ao ex-pre feito Bruno Covas e à coordenadora de comunicação da SMPED, Ciça Cor deiro. Crédito: Divulgação / SMPED.

5 – Fale um pouco sobre o livro que escreveu - “EMPREENDORISMO SEM FRONTEIRAS, um Excelente caminho para pessoas com deficiência”, escrito junto com Fernando Dolabela. Escrevi o livro após me tornar tetraplégico. Eu que vinha do mundo corporativo, vivi momentos de incertezas e minhas experiências nesse sentido me levaram a escrever sobre o tema. O Brasil tem um enorme contingente de pessoas com deficiência fora do mercado formal de trabalho

Revista Livre Acesso #3 - Janeiro - Fevereiro/2022 - pág.11

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