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Tony de Sousa 69 a

Foto: cedida por www.omossoroense.com.br Hoje, cedo, passei pela bodega de seu Rola Soares e comprei um bom pedaço. Pois foi mesmo que jogar o dinheiro no mato. Já risquei uma caixa de fosco inteirinha, e o diacho não pega fogo. Parece que tá muiado com mé de açuca preto. - Ah! então, você tem fumo ruim porque é do seu gosto, informa a Laura Loura, que vivia amancebada com um trabalhador da salina, pois no quarto de Deco Damião tem um fumo que só se vendo. - Tá bom, basta muié, responde a outra. Você não vê que eu não entro numa bodega de má fama, como aquela? Ainda ontem, quando passei pela calçada e olhei pra dentro, ele estava espremendo os peitos de Rosa Ribamar, aquela descarada, que durante a procissão via levando um estandarte com o ar mais piedoso do mundo. - Mas que que tem isso? O que é que há demais nesse negócio? Pergunta a Loura, tomando partido no assunto, como se fosse dela. - Bem, responde a interpelada, acredito que pra quem tem a sua vida não tem nada demais, pois todo mundo na Baixinha conhece a sua história e sabe que você mete um sujeito dentro da rede, assim que seu homem bota o pé no caminho da salina. - O que você está dizendo, bicha sem vergonha, replica a outra, furiosa, a esbravejar: Fique sabendo que na minha rede nunca se deitou outro homem que não tenha sido o Mané Pereira, tá ouvindo? - Já disse e tá dito, responde a mulher do fumo ruim. Agora, eu só não sabia é que todos os machos que se esfregam na sua rede se chamam de Mané... - Espere aí, perua preta, que eu vou lhe dar um ensino, grita a suposta ofendida. - Pois vem, galinha pedrês, que eu quero arrancar-lhe suas penas do rabo, retruca a outra. E enquanto desaforo ia e nome feio vinha, o cabo Manuel Francisco, que passava por ali, fez uma intervenção que não era fora de tempo: - Acabem com isso, bando de desbocadas, do contrário eu levo todas para a cadeia, onde vão ficar catando percevejo, pelo menos, umas vinte e quatro horas. Aquilo foi água na fervura. Todas se calaram e só se ouvia o chuá da água enxaguando os panos e as pancadas dos cacetes desencardindo as mamucabas das redes. “ Tanto o “Poço das Pedras” como “As lavadeiras de Mossoró” fazem parte das minhas lembranças de infância. Além das lavadeiras de roupa havia também uma grande diversidade de frequentadores do “Poço das Pedras”. A maioria ia lá para tomar banho. Era um lugar muito agradável. Uma espécie de piscina natural. Outros, que ficavam mais afastados dos banhistas e das lavadeiras, iam lá para pescar. E havia também os “botadores de água”. Chegavam lá com jumentos e carroças, em enchiam as “ancoretas” de água e levavam para suas casas ou para vender a quem precisasse. Ainda havia os que usavam “roladeiras ”, uma espécie de barril deitado com pneus nas extremidades, puxado por uma haste de ferro

Malu Navarro Gomes

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Especialista em Psicopedagogia e Neuropedagogia Atenção, concentração e memória. Práticas psicopedagógicas conforme necessiades e objetivos específicos Troca de informações, orientações sobre dinâmicas e atividades apropriadas ao idoso.

blog: https://blogdafelizidade.blogspot.com + 55 11 93481 1109 email: qualidadedevidaidosos@gmail.com

um livro é sempre um bom presente

Falando em leitura Gênero - Poema

Marly de Souza C. Almeida Pres. da Academia Contemporânea de Letras

Em primeiro lugar, é importante ressaltar as diferenças entre poema e poesia. Poema é o gênero literário, pois tem uma estrutura textual específica. A poesia está relacionada ao conteúdo do texto, àquilo que ele pode transmitir de emoções, sentimentos ao leitor. O termo poesia tem sua origem na palavra póiesis, que era usada por “gregos, hedonistas, com significado inicial de criação, ação, confecção, fabricação e, posteriormente, arte da poesia e faculdade poética” (catho.com.br). Em português, a palavra poesia traz em evidência o sentido helênico de atividade que revela a beleza do espírito, envolvendo, portanto, prazer e satisfação! Um texto literário escrito em versos, distribuídos em estrofes, são chamados de poemas, podendo ter rimas ou não. Suas principais características são: o verso, a métrica, a estrofe, a rima e o ritmo.

1. Verso e métrica

O verso é cada linha de um poema, e a métrica representa as medidas dos versos utilizados. Assim, os versos são classificados de acordo com as sílabas poéticas que apresentam. São eles: · Monossílabo - verso com uma sílaba poética · Dissílabo - verso com duas sílabas poéticas · Trissílabo - verso com três sílabas poéticas · Tetrassílabo - verso com quatro sílabas poéticas · Pentassílabo - verso com cinco sílabas poéticas · Hexassílabo - verso com seis sílabas poéticas · Heptassílabo - verso com sete sílabas poéticas · Octossílabo - verso com oito sílabas poéticas · Eneassílabo - verso com nove sílabas poéticas · Decassílabo - verso com dez sílabas poéticas · Hendecassílabo - verso com onze sílabas poéticas · Dodecassílabo - verso com doze sílabas poéticas

Tipos de versos

· Versos regulares: também chamados de versos isométricos, são aqueles que possuem a mesma medida. · Versos livres: também chamados de versos heterométricos, são os aqueles que possuem medidas diferentes, ou seja, são irregulares. · Versos brancos: também chamados de versos soltos, são aqueles que não apre-

2. Estrofe

Representa o conjunto de versos e de acordo com cada agrupamento, as estrofes são classificadas em:

· Monóstico - estrofe com um verso · Dístico - estrofe com dois versos · Terceto - estrofe com três versos · Quadra ou Quarteto - estrofe com quatro versos · Quintilha - estrofe com cinco versos · Sextilha - estrofe com seis versos · Septilha - estrofe com sete versos · Oitava - estrofe com oito versos · Nona - estrofe com nove versos · Décima - estrofe com dez versos

Tipos de estrofe

da. Segundo a métrica de cada verso, a estrofe pode ser: · Estrofes simples: poema composto de versos que possuem a mesma medi-

· Estrofes compostas: poema que agrupa versos de medidas diferentes. · Estrofes livres: poema com agrupamento de versos sem rigor métrico. 3. Rima

As rimas estão associadas à sonoridade dos poemas e que acontece com a aproximação sonora entre as palavras ou expressões. No entanto, há poemas que não possuem rimas e são chamados de versos brancos. Tipos de rima

em: Dependendo do esquema de rimas utilizado no poema, elas são classificadas

· Rimas alternadas: formadas entre versos pares e os versos ímpares. · Rimas opostas: estão localizadas entre o primeiro e o quarto verso e, entre o segundo e o terceiro verso. · Rimas emparelhadas: estão entre o primeiro e o segundo verso e, entre o terceiro e o quarto verso. · Rimas internas: aquelas que aparecem no interior dos versos.

4. Ritmo

O ritmo está relacionado com a sonoridade e a musicalidade presente nos poemas. Trata-se de um elemento muito importante produzido de maneira intencional de acordo com as palavras escolhidas pelo escritor. Exemplos de poemas: NATAL (Fernando Pessoa, em ‘Poesias’)

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