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FÁBIO MICHEL FIGUEIRA DOS SANTOS
, 28 ANOS, NASCIDO NA CIDADE DE MAPUTO, TERMINA O ENSINO MÉDIO EM 2012 NO COLÉGIO KITABU E EM 2013 ÉI ADMITIDO NA FACULDADE DE ENGENHARIA DA UEM NO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL.
EM 2014 CONSEGUE UMA BOLSA música Electrónica. Nessa altura, eu já tinha um professor particular, já baixava as músicas e gravava os CD. Baixei o programa que ele usava para treinar em casa, na época era o Atomix pro e assim começou brincadeira. Em 2010 começámos a fazer algumas festas, tipo “Tarde Dançante” na nossa antiga escola do Ensino Médio; e foi aí que pude brincar um pouco nos “Decks”.
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DE ESTUDOS PARCIAL PARA ESTUDAR NO BRASIL E DECIDE SE MUDAR PARA FAZER A FACULDADE NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA.
A “pira” por Produção Musical começou no final de 2012, início de 2013, quando eu tinha acabado de concluir o Ensino Médio. Num belo sábado ensolarado, tocando para a galera, num churrasco em casa de uma amiga, todo o mundo curtindo e se divertindo, veio uma reflexão tipo:
E a partir daí comecei a estudar produção musical e a fazer os primeiros beats.
Qual é o processo criativo que segue quando produz novas músicas ou mixagens?
Quando vou produzir uma música nova, ou eu começo com um vocal que curto, e faço a música por cima desse vocal, ou já começo com uma melodia ou “harmonia chiclete” (que fica na cabeça) e faço a música por cima disso. Sinto que, desse jeito, para mim as coisas fluem mais. Já quando vou gravar um “set” ou vou tocar numa festa, eu imagino como se estivesse na pista de dança e o que eu gostaria de ouvir naquele momento. E sempre funcionou bem! Mas o melhor processo criativo que existe na produção é o propósito.
Quando existe uma mensagem a ser passada, ou a intenção de exteriorizar alguma ideia/sentimento, parece que tudo flui mais rápido. Quando a música vem de dentro é uma parada muito “foda” (famosa inspiração).
Já ouvi vários relatos de produtores que de alguma forma aconteceu uma coisa parecida, mas comigo foi quando eu briguei com a minha namorada e, para fazer as pazes com ela naquele momento de tristeza/ódio, peguei um MPB que os dois gostamos e fiz uma versão minha para ela. Resultado: terminei a música em 6h!!!
Depois foi só detalhe de Mix/Master, mas a música ficou pronta literalmente em 6h!
Quais são as principais diferenças que encontra entre o mercado musical moçambicano e o mercado musical no Brasil?
A cultura/mercado da música electrónica difere bastante entre Moçambique e Brasil. Uma das maiores diferenças no meu ponto de vista é a questão da valorização, tanto dos artistas quanto da cultura electrónica em si. E, segundo, é que no Brasil a cultura de música electrónica é bem mais difundida que em Moçambique, consequentemente existem mais festas e maior geração de empregos nessa área.
Como define seu estilo musical e como ele evoluiu ao longo dos anos?
Minha linha de som flutua entre o House e o Techno, mantendo sempre o underground presente. Grave, groove e melodias marcantes são minha marca registada. Quando comecei a tocar, comecei tocando Deep House, depois tive a fase do Jackin House, Tech House e Gangsta House. E, por fim, vim me encontrar nas subdivisões melódicas e progressivas do House e do Techno.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou em sua carreira e como superou esses obstáculos?
O maior desafio foi ter que conciliar a Faculdade de Engenharia Civil com a vontade de largar tudo e viver única e exclusivamente para e pela música. Mas não teve jeito, tive que deixar a música de lado, por alguns anos, e, felizmente terminei, o curso.
Como mantém sua criatividade e energia em alta, enquanto viaja e se apresenta em todo o mundo?
Quando a gente realmente gosta daquilo que faz, a palavra “cansaço” quase que não existe; e quanto à criatividade, sou adepto da expressão “Não existe criatividade, apenas combinatividade.” Tenha boas referências, e nunca lhe faltará criatividade.
Quais são suas principais “dicas” para os aspirantes à DJ e Produtores Musicais?
Sejam originais e tenham uma identidade própria. Não sigam tendências, criem tendências. Estudem e pratiquem muito. NÃO FAÇAM PARA DAR CERTO, FAÇAM ATÉ DAR CERTO. A BATALHA É LONGA E AS CRÍTICAS SERÃO MUITAS, MAS NUNCA DESISTAM DOS SEUS SONHOS!!!
Como utiliza as Redes Sociais e outras ferramentas digitais para promover o seu trabalho e alcançar novos fãs?
Nos últimos meses, tem saído um set novo a cada 2/3 meses no soundcloud por alguma label parceira; e a meta neste ano é, pelo menos, uma música lançada, há cada 3 meses.
Quais são seus planos futuros para sua carreira como DJ e Produtor Musical?
Tocar em Festas/Festivais relevantes, aqui no Brasil e no mundo, e, em algum momento da minha vida, pretendo abrir um Beach Club focado em Música Electrónica.