Com a Palavra, o Prefeito

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joaquim bevilacqua

Eu fui eleito no dia 15 de novembro de 1978 e tomei posse no dia 29, duas semanas depois. A minha vontade de trabalhar era tão grande, que passei a noite de réveillon, de 31 de dezembro de 1978 para 1º de janeiro de 1979, despachando no gabinete, lendo processos, procurando entender o que precisava ser feito. Uma das pessoas que despachou comigo naquela noite foi o Pedro Bala, que era funcionário da prefeitura. Eu tinha 34 anos de idade, tinha trabalhado como advogado, tinha atuado como deputado em Brasília, mas como executivo era neófito, tudo era novidade para mim, e eu não queria errar. Por isso, mantive parte do secretariado deixado pelo Ednardo [de Paula Santos], como o Jair Ferreira Santos na Secretaria da Fazenda, o Ahed Said Amim na Administração, aquele pessoal que “carregava o piano” na prefeitura. Outra dificuldade foi o fato de que, entre a minha eleição e a minha posse, em 14 dias, foram feitos vários acordos para pagar desapropriações, o que reduziu bastante o saldo de caixa da prefeitura no meu primeiro ano de gestão, eu tive que ficar pagando as parcelas desses acordos. RW: Você acha que isso foi feito de propósito, para prejudicar o seu desempenho? JB: Não sei. Sei que eu não teria feito isso. O fluxo de caixa da prefeitura ficou muito comprometido. Mas não me queixo porque, mesmo assim, deu para fazer muita coisa em 1979. RW: Em resumo, quais foram as suas principais realizações nessa sua primeira passagem pela prefeitura? JB: Primeiro, eu quero explicar um conceito que adotei como prefeito. Eu entendia que a prefeitura tinha que ser uma espécie de holding e deveria participar de todos os aspectos da vida da cidade, deveria

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