associaçao brasileira de musica

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importância da

música para as

crianças

2ª edição • 2008



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importância da

música para as

crianças

2ª edição • 2008


Copyright 2002, (Fonte: NAMM (Internacional Music Products Association) por ABEMÚSICA – Associação Brasileira da Música 2ª edição - 20.000 exemplares

ABEMÚSICA Associação Brasileira da Música Av. Santo Amaro, 1386, 3º andar CEP: 04506-001, Vila Nova Conceição São Paulo, SP - Tel. (11) 3045. 3320 Site: www.abemusica.com.br e-mail: abemusica@abemusica.com.br

Capa, Diagramação e Editoração FONTE DESIGN - www.fontedesign.com.br

Revisão G MARTIN Comunicação Integrada S/S

Impressão BC Gráfica


apresentação Synésio Batista da Costa Presidente da ABEMÚSICA

Esta obra constitui uma coletânea de informações, cujo objetivo é demonstrar a importância do aprendizado da linguagem musical para o ensino de áreas distintas do conhecimento humano. As pesquisas, depoimentos e relatos aqui registrados estão configurados em capítulos independentes do livro, não havendo necessidade do leitor obedecer a uma ordem para melhor apreciá-los. As pesquisas científicas referem-se ao mercado norte-americano, confirmando o papel da prática musical na formação plena dos estudantes daquele país. A despeito do vínculo dessas informações com a realidade dos EUA, a ABEMÚSICA nelas acredita, as valida e as transfere para a experiência educacional brasileira, servindo de parâmetro a todos aqueles que atuam na área da música, seja em atividades de ensino ou de mercado. A ABEMÚSICA afirma e confia na riqueza deste levantamento e na seriedade das pesquisas científicas que convencerão o leitor da necessidade de fazer da música o instrumento básico de aprendizagem e também de lazer para crianças e adolescentes. Saudações.

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Introdução 4

O cérebro dos seus filhos

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por Sharon Begley

“O cérebro de um bebê é um trabalho em execução; trilhões de neurônios esperando para serem conectados dentro da mente. Pesquisas pioneiras mostram que as experiências vivenciadas durante a infância ajudam a formar os circuitos do cérebro para a música e a matemática, a linguagem e a emoção.” Quando um bebê nasce, seu cérebro é uma confusão de neurônios, aguardando para serem tecidos na intrincada tapeçaria da mente. Alguns desses neurônicos, previamente, no óvulo fertilizado, já terão sido conectados pelos genes em circuitos que comandam a respiração, controlam os batimentos cardíacos, regulam a temperatura do corpo ou geram reflexos, mas outros trilhões e trilhões são como os chips em um computador, isto é, antes que sejam carregados os programas (softwares), são puros e de um potencial quase infinito. Estes circuitos não programados poderão permitir à pessoa compor músicas e realizar cálculos, explodir em fúria ou se derreter em êxtase. Se os neurônios forem utilizados, se tornarão partes integrantes da circulação do cérebro, pela conexão a outros neurônios; se, ao contrário, não forem utilizados, poderão morrer. São as experiências da infância, determinando quais neurônios serão usados, que ligam os circuitos tão seguramente quanto um programador configura os circuitos de um computador. Quais teclas serão acionadas (que experiências uma criança vivenciar) determinarão se ela desenvolverá mais ou menos a inteligência, se será medrosa ou autoconfiante, articulada ou terá a língua presa. “Experiências precoces são tão poderosas que podem mudar completamente a maneira de ser de uma pessoa”, diz o pediatra neurobiólogo Harry Chugani, da Wayne State University. Na idade adulta, o cérebro é cruzado por mais de 100 bilhões de neurônios, que se integram com milhares de outros, de forma que, ao final da história, o cérebro tem mais de 100 trilhões de conexões. São estas


conexões, em número superior ao de galáxias do universo, que darão ao cérebro poderes inigualáveis.

Contudo, uma vez estabelecidas as conexões, existem limites para a capacidade do cérebro em criá-las por si próprio. Limites de tempo, chamados de “períodos críticos”; são janelas de oportunidades que a natureza abre repentinamente, já antes do nascimento, para, então, fechá-las uma a uma, à medida que velas são adicionadas aos bolos nos aniversários da criança. Nos experimentos que deram origem a este paradigma, na década de 70, Torsten Wiesel e David Hubel descobriram que, mantendo fechado um dos olhos de um gatinho recém-nascido, novas conexões se estabeleceram em seu cérebro, assim, poucos neurônios conectaram o olho fechado ao córtex visual, de forma que o animal continuou cego mesmo depois que o seu olho foi aberto. Tal reconexão não ocorreu em gatos adultos, cujos olhos foram mantidos fechados. Conclui-se que há um breve período primitivo, quando os circuitos conectam a retina ao córtex visual e quando as regiões do cérebro amadurecem, que determina por quanto tempo elas são maleáveis. As áreas sensoriais amadurecem já na infância; o sistema límbico emocional é conectado na puberdade; os lóbulos centrais – sedes de compreensão – desenvolvem-se, no máximo, até os 16 anos de idade. As implicações deste novo entendimento são, ao mesmo tempo, promissoras e perturbadoras. Elas sugerem que, com a ação certa, no mo-

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A visão tradicional era de que o diagrama das conexões era pré-determinado pelos genes no óvulo fertilizado. Lamentavelmente, ainda que metade dos genes (50.000) esteja de alguma forma envolvida com o sistema nervoso central, não existe número suficiente de genes para especificar as conexões incomparavelmente complexas do cérebro. Isto abre uma nova possibilidade, a de que os genes possam determinar somente os circuitos principais do cérebro com alguma coisa mais, formando os trilhões de conexões mais delicadas. Este “algo mais” provém do ambiente, quando milhares de mensagens do mundo exterior são recebidas pelo cérebro. De acordo com este paradigma emergente, “há dois amplos estágios das conexões cerebrais, um primitivo, quando não se exige experiência alguma, e um posterior, quando a experiência é necessária para estabelecer a conexão”, diz a neurobióloga Carla Shatz, da Universidade da Califórnia.


mento certo, quase tudo é possível; contudo, implicam também que, se você errar a janela, estará jogando em desvantagem. Elas tornam claro o erro que é adiar o ensino de um segundo idioma.

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Neurobiólogos estão ainda nos primórdios do entendimento exato de quais tipos e experiências ou ações sensoriais conectam o cérebro, assim como do entendimento da forma como isto acontece. Eles sabem bastante sobre o circuito da visão, que tem um forte impulso no crescimento dos neurônios nos bebês com idade entre 2 e 4 meses, época em que começam realmente a perceber o mundo à sua volta, e atinge o auge aos 8 meses de idade, quando cada neurônio é surpreendentemente conectado a 15.000 outros neurônios. Um bebê cujos olhos são embaçados por catarata desde o nascimento, será cego para sempre, mesmo que passe por uma cirurgia de remoção de catarata aos 2 anos de idade. Os pesquisadores sabem o que acontece em outros sistemas, mas, com relação a neurônios e moléculas, ainda há desconhecimento. Apesar disso, continuam confiantes de que as habilidades cognitivas funcionam de forma muito semelhante às sensoriais. O cérebro é moderado em seu funcionamento, um mecanismo que funciona bem para conectar a visão, é improvável que seja abandonado quando se volta para os circuitos da música. “As conexões não se formam voluntária ou involuntariamente, mas são promovidas pela atividade”, diz Dale Purves, da Duke University.


O Cérebro Lógico Janela do aprendizado: Do nascimento aos 4 anos O que nós sabemos: Os circuitos para matemática residem no córtex

cerebral, perto dos circuitos da MÚSICA. Crianças que recebem ensinamentos de conceitos simples, logo que dão os primeiros passos, ou seja, em idade bastante precoce, tais como, “um” e “vários”, saem-se melhor em matemática. Aulas de MÚSICA podem ajudar no desenvolvimento de habilidades espaciais. O que podemos fazer sobre isto: Brincar com jogos de contar com a

criança. Sentá-la em uma mesa para aprender sobre relações de um-para-um, como um prato, um garfo por pessoa. E, para “cercar” suas apostas, tocar um CD de Mozart.

• LINGUAGEM - No mundo de um recém-nascido, antes de existirem as

palavras, existem sons. Em Inglês, são fonemas que soam como nítidos “bás” e “dás”, “ees” e “lls” guturais e “sss” sibilantes. Em japonês eles são diferentes – “rris” e “rrr/lls” fundidos. Quando uma criança ouve um fonema, mais e mais neurônios de seus ouvidos estimulam a formação de conexões dedicadas no córtex auditivo de seu cérebro. Este “mapa perceptivo”, explica Patrícia Kuhl, da Universidade de Washington, reflete a aparente distância, e, desta forma, a similaridade, entre os sons. Então, em pessoas que falam inglês, os neurônios no córtex auditivo que respondem ao “ra” ficam longe daqueles que respondem ao “la”. Mas, para os japoneses, em que os sons são muito parecidos, neurônios que respondem ao “ra” estão praticamente entrelaçados com aqueles que respondem ao “lá”, assim como os complexos viários de Los Angeles. Como resultado, uma pessoa que fala japonês terá dificuldade para distinguir os dois sons.

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Habilidade: Matemática e Lógica


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Os pesquisadores encontraram evidências dessas tendências através de várias línguas. Kuhl revela que por volta dos seis meses de idade, crianças que vivem em lares onde se fala inglês já têm mapas auditivos diferentes (como mostrado pelas medições elétricas que identificam quais neurônios respondem a diferentes sons) daquelas que vivem em lares onde se fala o idioma sueco. Crianças são funcionalmente surdas a sons que faltam em sua língua nativa. O mapa fica completo próximo do primeiro ano de vida. “Por volta dos 12 meses - diz Kuhl - as crianças já perderam a habilidade de discriminar sons que não são significativos em sua linguagem e seus balbucios adquirem o som de seu idioma”. As descobertas de Kuhl ajudam a explicar porque é mais fácil aprender dois idiomas simultaneamente, ao invés de estudar uma segunda língua depois de dominar uma primeira. “O mapa perceptivo da primeira língua restringe o aprendizado de uma segunda língua”, diz ela. Em outras palavras, por exemplo, se os circuitos já estão conectados para espanhol, os neurônios restantes não dedicados perdem a capacidade de fazer novas conexões para, digamos, o grego. É improvável que uma criança a quem se ensine uma segunda língua depois dos dez anos de idade venha a falar este idioma com a mesma fluência de sua língua nativa. O estudo de Kuhl também sugere a razão pela qual línguas que têm relações entre si, tais como espanhol e francês, são mais fáceis de aprender do que as que não têm: a maioria dos circuitos existentes pode cumprir dupla função. Com este circuito básico estabelecido, um bebê é direcionado a transformar sons em palavras. Segundo a psiquiatra Janellen Huttenlocher, da Universidade de Chicago, quanto mais palavras a criança ouve, mais rápido ela aprende a linguagem. Crianças cujas mães falaram muito com elas sabiam 131 mais palavras aos 20 meses, do que bebês de mães taciturnas ou menos envolvidas; aos 24 meses, o “gap” tinha aumentado para 295 palavras. (Presumivelmente, as descobertas são também aplicáveis aos pais, se forem eles quem cuidam da criança, assim como a outros responsáveis pelos cuidados com o bebê). Não importava que palavras a mãe pronunciava – monossílabos pareciam funcionar. Verificou-se que o som das palavras constrói circuitos neurais que podem, então, absorver mais palavras, similar ao que ocorre quando se cria um arquivo de computador. “Há um imenso vocabulário a ser assimilado


- diz Huttenlocher - e ele somente pode ser adquirido por meio de exposição repetida às palavras”. informaram que a exposição à MÚSICA reconecta os circuitos neurais. Nos cérebros de nove violinistas examinados em imagens por ressonância magnética, o total de córtex somatosensorial dedicado ao polegar e ao quinto dedo da mão esquerda (que dedilham) era significativamente maior do que em pessoas que não tocavam violino. Quanto os instrumentistas praticavam a cada dia não afetava o mapa cortical, mas sim a idade em que eles tinham sido introduzidos na MÚSICA, ou seja, quanto mais nova a criança aprender a tocar um instrumento, mais córtex ela terá dedicado para tocá-lo. Como outros circuitos formados cedo na vida, os da MÚSICA permanecem gravados na memória. Chugani, do Estado de Wayne, tocou guitarra quando era criança e depois desistiu de executar o instrumento. Há poucos anos, ele começou a tomar lições de piano com sua filha mais nova. Ela aprendeu facilmente, mas ele não conseguia fazer com que os dedos obedecessem à sua vontade. Contudo, quando Chungani recentemente pegou uma guitarra, descobriu, para seu prazer, que “as MÚSICAS ainda estavam lá”, algo muito parecido com a memória muscular para andar de bicicleta. • MATEMÁTICA E LÓGICA - Na Universidade da Califórnia, em Irvine,

Gordon Shaw concluiu que todo pensamento de ordem superior é caracterizado por padrões similares de queima de neurônios. “Se você está trabalhando com crianças pequenas - diz Shaw - não vai ensinar a elas matemática de alto nível ou como jogar xadrez, pois elas estão interessadas e podem assimilar MÚSICA”. Assim, Shaw e Frances Rauscher deram aulas de piano para 19 crianças em idade pré-escolar. Depois de oito meses, os pesquisadores descobriram que as crianças “melhoraram significativamente em raciocínio espacial”, comparadas com crianças que não tiveram aulas de MÚSICA; esta capacidade foi demonstrada em suas habilidades para brincar com labirintos, desenhar figuras geométricas e copiar padrões com blocos de duas cores. O mecanismo por trás do “efeito Mozart” continua obscuro, mas, para Shaw, quando as crianças exercitam os neurônios corticais ouvindo

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• MÚSICA - Pesquisadores da Universidade de Konstanz, na Alemanha,


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MÚSICA clássica, também estão fortalecendo os circuitos utilizados para matemática. “A MÚSICA excita os próprios padrões cerebrais e realça o uso dos mesmos em tarefas de raciocínio complexo”, diz a equipe da Universidade da Califórnia.

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• Emoções - As linhas-tronco para o controle dos circuitos da emoção

são traçadas antes do nascimento e depois os pais assumem o controle. Talvez a influência mais forte seja o que o psiquiatra Daniel Stern chama de harmonização – as pessoas que cuidam das crianças reproduzem os sentimentos mais íntimos das próprias crianças. Os gritinhos de alegria de um bebê ao encontrar um cãozinho ou a excitação da criança ao ver um avião sobre sua cabeça, refletem nos circuitos destas emoções, que são reforçados. Aparentemente, o cérebro usa as mesmas trilhas tanto para gerar uma emoção, como para responder à ela. Assim, se uma emoção é correspondida, os sinais elétricos e químicos que a produziram são reforçados, por outro lado, se as emoções são repetidamente confrontadas com indiferença ou com uma reação contrária, os circuitos se tornam confusos e não são fortalecidos, por exemplo, se o bebê se orgulha de construir um arranha-céu com os melhores potes da mamãe, mas ela fica terrivelmente chateada por ele ter realizado isso, esta reação gera uma confusão nos circuitos da criança. A chave, aqui, é “repetidamente”: um resmungão sem importância não irá marcar a vida de uma criança, mas é o padrão que conta e ele pode ser muito poderoso; um dos estudos de Stern constata que um bebê cuja mãe nunca combinou com o seu nível de excitação, tornou-se extremamente passivo, incapaz de sentir excitação ou alegria.


O Cérebro MUSICAL Janela do aprendizado: Dos 3 aos 10 anos O que nós sabemos: Os violinistas têm uma área maior de seu cór-

tex sensorial dedicada aos dedos da mão esquerda, que dedilham as cordas do instrumento. Poucos violinistas que são concertistas começaram a tocar depois dos 10 anos de idade. É muito mais difícil aprender a tocar um instrumento depois de adulto. O que podemos fazer sobre isto: Cantar MÚSICAS com as crianças.

Tocar MÚSICAS melódicas e estruturadas. Se uma criança demonstra aptidão ou interesse MUSICAL, devemos pôr um instrumento em sua mão o mais cedo possível.

Como a conexão consegue se classificar? Os neurônios do bebê disparam pulsos elétricos uma vez a cada minuto, de uma forma que Shatz, de Berkerley, denomina de “discagem automática”. Se as células disparam juntas, as células alvo também “tocam a campainha” ao mesmo tempo. As células alvo, então, liberam uma inundação química, chamada de fatores tropicais, que fortalecem as conexões incipientes. Neurônios ativos respondem melhor aos fatores tropicais do que os inativos, conclui Bárbara Barres, da Universidade Stanford. Então, os neurônios que estão quietos, quando pulsam, perdem a capacidade de se agarrar à célula alvo. “Celúlas que disparam juntas se conectam juntas”, diz Shatz. O mesmo processo básico continua após o nascimento. Agora não é um discador automático que envia os sinais, mas sim os estímulos dos sentidos. Em experiências com ratos, Greenough, de Illinois, descobriu que ratos criados juntos com outros, estimulados com brinquedos e outros recursos, desenvolvem 25 por cento mais sinapses que animais privados de tais estímulos. Ratos não são crianças, mas todas as evidências sugerem que as mesmas regras de desenvolvimento do cérebro vigoram para ambos. Por décadas, o Projeto Head Start* tem falhado em corresponder às grandes expectati-

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Habilidade: Música


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vas geradas por ele: o QI (Quociente de Inteligência) das crianças desvanece após mais ou menos três anos. Craig Ramay, da Universidade do Alabama, pressupõe que a culpa seja da cronometragem: O Head Start relaciona crianças com até 4 anos de idade. Assim, em 1972, ele lançou o Projeto Abecedário, executado pelo Centro de Desenvolvimento Infantil Frank Porter Graham, da Universidade de Carolina do Norte. Por meio desta iniciativa os pesquisadores americanos acompanharam a evolução de 111 crianças nascidas em 1972, em famílias de baixa renda. Para educação intensiva precoce, em um centro de cuidados diários, elas foram distribuídas em grupos distintos, divididos por idade, dos 4 aos 8 meses de idade; de 4 meses a 5 anos e de 5 a 8 anos. Como destacado no livro, “Learning Games” (Jogos de Aprendizado, de Joseph Sparling e Isabelle Lewis - Walker Editora), cada uma das 200 atividades ímpares foi projetada para realçar o desenvolvimento motor, social, da cognição, ou da linguagem. Um estudo de Ramey e Frances Campbell, da Universidade de North Carolina, constatou que crianças que haviam sido inscritas no Projeto Abecedário em idade pré-escolar, aos 15 anos de idade ainda conseguiam notas mais altas em matemática e leitura do que as não participantes; elas ainda conservavam uma margem de QI de 4.6 pontos, em média. Quanto mais cedo as crianças foram inscritas, mais duradouros foram os benefícios. As que tiveram intervenções após os 5 anos de idade não melhoraram o QI ou o desempenho acadêmico. Tudo isto levanta uma questão problemática. Se, para a maioria, as janelas da mente se fecham antes que esteja fora da escola primária, todas as esperanças estão perdidas para aquelas crianças cujos pais não as fizeram contar bolinhas para estimular seus circuitos matemáticos, ou balbuciaram com elas para construir seus circuitos de linguagem? Sob um aspecto, não, pois, o cérebro retém a habilidade de aprender por toda a vida, como exemplo, podemos citar alguém que não conseguiu dominar o idioma grego durante a faculdade e veio a aprendê-lo somente depois de aposentado. Sob um ponto de vista mais profundo, as notícias são preocupantes, crianças cujos circuitos neurais não foram estimulados antes do Jardim da Infância nunca serão o que poderiam vir a ser. “Você pode dizer que nunca é tarde, mas parece existir algo muito especial nos primeiros anos da infância”, diz Joseph Sparling, que elaborou o currículo do Projeto Abecedário. Contudo, há novas evidências de que certos tipos de intervenção podem atingir até o cérebro mais velho e, como uma microscópica chave


Os cientistas exercitaram as crianças de 5 a 10 anos de idade, três horas por dia, com sons produzidos por computador, que extraíam consoantes curtas, como um Long Play tocando muito devagar. O resultado: crianças com LLD que estavam de um a três anos atrasadas em habilidade de linguagem recuperaram o correspondente a 2 anos, em apenas quatro semanas. O treino, conclui Merzenich, redesenhou o diagrama de conexões no córtex auditivo para processar sons rápidos. Seus problemas de leitura desapareceram como os sons das letras que, antes, elas não escutavam. Tal reabilitação neural pode ser um grande avanço nos estudos para comprovar que as experiências da vida são indeléveis nos meandros do cérebro. Por enquanto, é suficiente saber que nós nascemos com um mundo de potencial – potencial que será realizado somente se ele for estimulado e este é um grande desafio.

* O Projeto Head Start foi lançado em 1965, pelo Office of Economic Opportunity, com o objetivo de cooperar para quebrar o “ciclo de pobreza”, fornecendo a pré-escolares de baixa renda um programa abrangente para satisfazer as suas necessidades emocionais, sociais, sanitárias, nutricionais e psicológicas. Em 1969, Head Start foi transferido para o Instituto de Desenvolvimento Infantil dos E.U., Departamento de Saúde, Educação e Bem-Estar.

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de parafuso, reconectar circuitos interrompidos. Cientistas liderados por Paula Tallal, da Universidade de Rutgers, e Michael Merzenich, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, descreveram um estudo de crianças com “incapacidade de aprendizado baseado na linguagem” – problemas de leitura. Este problema (LLD – Language-based Learning Disability) afeta 7 milhões de crianças nos Estados Unidos. Tallal argumenta que o LLD surge da incapacidade da criança em distinguir sons curtos – tais como “d” e “b”. Normalmente, neurônios no córtex auditivo levam alguma coisa como 0,015 segundos para responder a um sinal do ouvido, acalmar-se e ficar pronto para responder ao próximo sinal. Em crianças com LLD, eles levam 10 vezes este tempo. Merzenich pressupõe que o problema poderia ser resultado de infecções crônicas do ouvido médio na infância: o cérebro nunca “escuta” os sons claramente e, então, falha na formação do mapa auditivo. Sons curtos como “b” e “d” passam muito rápido – 0.04 segundo – para serem processados. Incapaz de associar os sons às letras, as crianças desenvolvem problemas de leitura.


O Cérebro e a MÚSICA

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Para que o cérebro desenvolva todo o seu potencial, são necessários estímulos, agindo diretamente em suas centrais de comunicação. Na infância, em especial, este conjunto de estímulos proporciona o desenvolvimento das fibras nervosas capazes de ativar o cérebro e dotá-lo de habilidades.

Aprender a tocar um instrumento musical ajuda a tornar seu filho mais inteligente? Aulas de MÚSICA na infância realmente fazem o cérebro crescer. Pesquisadores alemães descobriram que a área utilizada para analisar sons MUSICAIS é, em média, 25% maior nos MÚSICOS. Quanto mais cedo começar o treino MUSICAL, maior será a área do cérebro.

A MÚSICA e o desenvolvimento do cérebro Seu filho teria mais benefícios freqüentando aulas de computação ou de MÚSICA? - Estudo publicado na revista Neurological Research recomenda o DóRé-Mi ao Control-Option-Escape. Na Califórnia, um grupo de pré-escolares teve aulas de piano uma vez por semana, enquanto outros membros da mesma classe treinaram em computadores; já um terceiro grupo não teve nenhuma instrução especial. Os pianistas iniciantes tiveram notas 34% superiores às dos outros grupos, nos testes destinados a medir a capacidade de raciocínio têmporo-espacial – características requeridas para a matemática, o xadrez, a ciência e a engenharia. É interessante observar que as crianças que aprenderam computação não tiveram notas mais altas do que aquelas que não haviam recebido nenhuma instrução especial.


Este estudo notável mostra que as experiências precoces na vida determinam quais as células cerebrais (neurônios) se conectarão a outras células, e quais morrerão. Considerando que as conexões neurais são responsáveis por todos os tipos de inteligência, o cérebro de uma criança só desenvolve completamente o seu potencial com a exposição a experiências enriquecedoras em sua infância. O que os Drs. Rauscher e Shaw enfatizaram foi o relacionamento causal entre o treinamento precoce em MÚSICA e o desenvolvimento do circuito neural, que governa a inteligência espacial. Estudos por eles realizados indicam que o treinamento em MÚSICA gera as conexões neurais usadas para o raciocínio abstrato, incluindo aquelas necessárias para a compreensão de conceitos matemáticos. A pesquisa sustenta o que grandes professores e pensadores já sabiam desde Platão: O treinamento MUSICAL é parte da educação completa do currículo escolar. Uma vez que os pais compreendam o quanto a MÚSICA pode ajudar no crescimento de seus filhos, eles se tornarão fortes defensores dos nossos programas escolares de MÚSICA.

Estudos reforçam a ligação causal entre a MÚSICA e a inteligência Os resultados que foram publicados na edição de fevereiro de 1997 do Neurological Research indicam que as crianças que receberam treinamento no teclado de um piano tiveram desempenho 34% mais alto nos

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O estudo foi conduzido pelo psicólogo Dr. Frances Rauscher, da Universidade da Wisconsin, em Oshkosh, e pelo físico Dr. Gordon Shaw, da Universidade da Califórnia, em Irvine. As implicações deste e de futuros estudos podem mudar a forma pela qual os educadores vêem o currículo central das escolas, particularmente considerando que a MÚSICA educa o intelecto e produz melhorias a longo prazo. “Foi claramente documentado que estudantes jovens têm dificuldade de entender os conceitos de proporção (enfaticamente usados em matemática e ciências) e que nenhum programa bem-sucedido foi desenvolvido para ensinar estes conceitos no sistema escolar”, declarou o Dr. Rauscher. “A grande proporção de crianças que evidenciou melhorias significativas no raciocínio têmporo-espacial como resultado do treinamento em MÚSICA, seria de grande interesse para cientistas e educadores”, acrescentou o Dr. Shaw.


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testes que mediam a habilidade têmporo-espacial, em comparação com as que não receberam tal treinamento. Estas descobertas indicam que a MÚSICA por si mesma aumenta as funções cerebrais mais elevadas, exigidas para o aprendizado de matemática, xadrez, ciências e engenharia. O treinamento em MÚSICA, especialmente o ensino de piano, é bastante superior ao aprendizado de informática, no que se refere a melhorar as habilidades de raciocínio abstrato das crianças, necessárias para aprender matemática e ciências. Estes resultados e estudos futuros podem mudar a forma como os educadores consideram hoje o planejamento de estudos principais (currículo escolar), particularmente porque o ato de criar MÚSICA alimenta o intelecto e produz melhorias duradouras.

Crianças que estudam MÚSICA se saem melhor na escola e na vida Estudantes do segundo grau que tiveram quatro meses de treino em teclado de piano, bemcomo ao mesmo tempo utilizando o programa de computador “quebra-cabeça matemático”, tiveram notas 27% maiores de matemática e frações do que crianças que não tiveram nenhuma instrução especial. Eles também foram capazes de resolver problemas de matemática do nível de sexto grau.


Atividades MUSICAIS melhoram as habilidades intelectuais vitais nas crianças. “A participação em atividades MUSICAIS aumenta a habilidade da criança para aprender matemática básica e leitura - Os estudantes que participam de programas de MÚSICAS obtêm notas significativamente mais altas nos testes padronizados e, ainda, desenvolvem habilidades cruciais para ter uma vida bem-sucedida, como por exemplo, autodisciplina, capacidade para trabalhar em grupo e facilidade para a resolução de problemas. estudantes de ritmo aprendem frações mais facilmente. Pesquisadores acreditam que a MÚSICA é uma forma superior de ensinar aos estudantes primários o conceito de frações. “Os estudantes envolvidos com a MÚSICA também têm menos possibilidades de envolvimento com quadrilhas, bem como, de vir a consumir drogas ou abusar do álcool, além disso, os seus índices de comparecimento às aulas são maiores.” Estudos indicam que o aprendizado MUSICAL estimula as conexões nervosas usadas para entender os conceitos matemáticos. Um grupo de pesquisadores da Universidade de Munster (Alemanha) observou que o fato de ter aulas de MÚSICA na infância, na realidade, aumenta o tamanho do cérebro. A área cerebral que se utiliza para analisar o tom de uma nota MUSICAL é 25% maior nos MÚSICOS, em comparação com as de pessoas que nunca tocaram um instrumento. As descobertas indicam que a área cerebral aumenta com a prática e a experiência, pois, quanto mais jovens eram os MÚSICOS quando iniciaram o aprendizado MUSICAL, maior é esta área em seus cérebros. Uma equipe que estuda os alunos de primeiro grau e das escolas primárias de Rhode Island descobriu que os estudantes que participaram de um programa enriquecedor e contínuo, destinado ao desenvolvimento de

17 coletânia de pesquisa s e estudos

Publicamos, a seguir, uma coletânea de pesquisas e estudos que comprovam a importância da música para as crianças.


“habilidades MUSICAIS” aumentaram significativamente o desempenho em leitura e matemática.

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Um outro grupo de pesquisadores que estuda a ligação entre a MÚSICA e a inteligência informa que, em crianças, o aprendizado MUSICAL (especificamente o ensino de piano) supera a instrução de informática no que se refere ao estímulo das habilidades de raciocínio abstrato, necessárias para o aprendizado de matemática e ciências. Depois de seis meses de lições de teclado, as crianças que tiveram lições de piano alcançaram notas 34% mais altas nos testes que medem a habilidade têmporo-espacial, em comparação com as que não estudaram este instrumento. (Este assunto é abordado de forma aprofundada no capítulo intitulado “A Música Vence os Computadores”). No teste SATA – Scholastic Aptidude Test (Teste de Aptidão Escolar) os estudantes com cursos ou experiência na execução de MÚSICA obtiveram conceitos 52 pontos mais altos em matemática, em comparação àqueles sem formação MUSICAL ou experiência em artes. Uma análise do banco de dados NELLS88, do Departamento de Educação dos Estados Unidos, que compreende um universo de aproximadamente 25.000 estudantes, pesquisados durante período superior a 10 anos, descobriu que uma porcentagem maior de estudantes que estavam envolvidos com a MÚSICA obteve notas mais altas nos testes padronizados, nos de leitura e nas provas de interpretação em leitura, em comparação com aqueles que não estavam envolvidos em programas de MÚSICA, sem que seus antecedentes socioeconômicos afetassem os resultados. Um informe publicado pela Comissão do Texas contra o abuso de drogas e álcool indicou que os estudantes envolvidos em cursos que iam além dos requisitos básicos, eram menos propensos ao envolvimento com estas drogas. O estudo também demonstrou que os estudantes secundaristas que participavam de bandas e orquestras mostravam os índices mais baixos de uso, atual ou anterior, de substâncias prejudiciais, como álcool, tabaco, maconha, etc. Pesquisa do Instituto Gallup sobre as atitudes dos americanos em relação à MÚSICA, conclui:


• 90% dos abordados estão de acordo que a MÚSICA deve ser parte de

uma educação ampla e balanceada; mental como parte do plano de estudos regulares (currículo escolar); • 89% acreditam que a MÚSICA auxilia o desenvolvimento intelectual

total das crianças; • 69% acreditam que a participação em um programa escolar de MÚSI-

CA influencia no fato de obter melhores notas e resultados nas provas; • 85% acreditam que as comunidades deveriam fornecer os recursos

financeiros para apoiar estes programas.

A MÚSICA vence os computadores Uma equipe de estudiosos que pesquisa a ligação entre a MÚSICA e a inteligência informa que o treinamento em MÚSICA – especificamente o ensino de piano – é muito superior ao ensino de informática, no que diz respeito ao estímulo das habilidades de raciocínio abstrato nas crianças, necessárias para o aprendizado de matemática e ciências. Descobertas, publicadas na edição de fevereiro de 1997 da revista Neurological Research, são o resultado de dois anos de experiências com crianças em idade pré-escolar, dirigidas pela psicóloga Dra. Frances Rauscher, da Universidade de Wiscosin em Oshkosh, e pelo físico Dr. Gordon Dhaw, da Universidade da Califórnia, em Irvine. Para prosseguir seus estudos revolucionários, que indicavam a forma pela qual a MÚSICA pode aumentar a habilidade de raciocínio espacial, os pesquisadores dedicaram-se a comparar os efeitos do treinamento MUSICAL e não MUSICAL no desenvolvimento intelectual. A experiência inclui três grupos de crianças em idade pré-escolar; um grupo recebeu lições particulares de teclado de piano e aulas de canto; um segundo grupo recebeu lições particulares de informática; o terceiro grupo não recebeu treinamento algum. Aquelas crianças que passaram pelo treino no teclado do piano obtiveram resultados 34% mais altos nos

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• 88% crêem que todas as escolas deveriam incluir a MÚSICA instru-


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testes que mediam as habilidades têmporo-espaciais, em comparação com os outros grupos. Isto comprova que a MÚSICA, por si mesma, aumenta as funções cerebrais superiores exigidas para o aprendizado de matemática, xadrez e engenharia, como já afirmamos anteriormente. As implicações destes e de outros estudos futuros podem mudar a forma como os educadores consideram o currículo escolar principal, particularmente, porque o fato de criar MÚSICA alimenta o intelecto e produz melhorias duradouras. A Dra. Rauscher declarou ter comprovado claramente que os estudantes jovens têm dificuldade para entender os conceitos de proporção (que se baseiam, sobretudo na matemática e nas ciências) e não se desenvolveu um programa bem-sucedido para ensinar-lhes estes conceitos no sistema escolar. O Dr. Shaw acrescentou que a alta proporção de crianças que evidenciaram melhoras consideráveis no raciocínio têmporo-espacial como conseqüência do treinamento MUSICAL deveria ser de grande interesse para os cientistas e para os educadores. Os resultados reforçam a ligação casual entre a MÚSICA e a inteligência. A pesquisa se baseia em alguns notáveis que estão começando a aparecer nos laboratórios de neurologia espalhados por todos os Estados Unidos. Estes estudos mostram que as primeiras experiências determinaram que as células cerebrais (neurônios) se ligassem a outras células cerebrais que morreram. Considerando que as conexões nervosas são responsáveis por todos os tipos de inteligência, o cérebro de uma criança desenvolve todo o seu potencial somente quando se expõe a experiências enriquecedoras, necessárias desde a primeira fase da infância. O que os doutores Rauscher e Shaw enfatizaram foi a relação causal entre o treinamento MUSICAL precoce e o desenvolvimento do circuito nervoso que controla a inteligência espacial. Seus estudos indicam que o treinamento MUSICAL gera as conexões neurais utilizadas para o raciocínio abstrato, incluindo aquelas que são necessárias para entender os conceitos matemáticos. Especificamente, estudos anteriores realizados pelos Doutores Rauscher e Shaw (1994) indicaram uma relação causal entre o treinamento MUSICAL e as melhorias da habilidade têmporo-espacial em crianças em idade pré-escolar, e entre estudantes universitários que simplesmente escutaram uma sonata de Mozart (1993 - 1995).


Aulas de MÚSICA ajudam estudantes mais do que treinamento em computador. Pesquisa revela que estudantes de piano estão mais

capacitados para compreender conceitos matemáticos e científicos.

“Têmporo-espacial” é basicamente raciocínio proporcional – proporções, frações e pensamento no espaço e no tempo. Este conceito, por muito tempo, foi considerado o maior obstáculo para o ensino fundamental de matemática e ciências.

Estudantes de MÚSICA têm notas mais altas nos Testes e Aptidão Escolar Alunos mais velhos, internos em Colégios, que tiveram experiência em escola de MÚSICA, alcançaram 52 pontos mais na parte verbal de seus Testes de Aptidão Escolar e 37 pontos mais em matemática (89 pontos combinados), em comparação àqueles sem instrução em artes.

Estudantes do segundo grau sabem Matemática do sexto grau Estudantes do segundo grau que tiveram quatro meses de treino em teclado de piano, ao mesmo tempo utilizando o programa de computador “quebra-cabeça matemático”, tiveram notas 27% superiores em matemática e frações do que alunos que não tiveram nenhuma instrução especial. Eles também foram capazes de resolver problemas de matemática do nível de sexto grau.

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Crianças em idade pré-escolar foram divididas em três grupos: Um teve aulas particulares de teclado de piano e lições de canto; o segundo teve aulas particulares de computação e o terceiro não recebeu nenhum treinamento. As crianças que participaram do treinamento de piano/teclado tiveram desempenho 34% superior nos testes que mediram habilidade têmporo-espacial em comparação às que receberam treinamento em computador.


Estudantes de ritmo aprendem frações mais facilmente. Pesquisadores acreditam que a MÚSICA é uma forma superior de ensinar aos estudantes primários o conceito de frações.

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Estudantes do segundo e terceiro graus receberam ensinamentos sobre frações de uma forma não tradicional, baseado em um sistema básico de notas MUSICAIS e ritmo, isto é, o grupo recebeu ensinamentos sobre o relacionamento entre as oitavas, quartas e meias notas e o conjunto de todas as notas; seus colegas receberam instrução tradicional sobre frações. Quando testados, os estudantes que foram expostos às lições fundamentadas em MÚSICA tiveram desempenho 100% mais alto nos testes de frações em relação àqueles que foram ensinados de uma maneira convencional. Um dos pesquisadores, o Dr. Francês Rauscher, disse: “Ficou claramente comprovado que estudantes jovens têm dificuldade de compreender os conceitos de proporções (fortemente baseados em matemática e ciências) e que nenhum programa bem-sucedido foi desenvolvido para ensinar esses conceitos no sistema escolar.”

Aulas de piano melhoram as habilidades matemáticas das crianças. Descobertas oferecem uma ferramenta de ensino potencialmente poderosa, capaz de estimular as crianças estudantes do segundo grau a dominar os conceitos de raciocínio do sexto grau. Os estudos indicam que o treinamento em MÚSICA gera as conexões nervosas que são usadas para entender os conceitos matemáticos. Estudiosos da Universidade da Califórnia desenvolveram na Escola da Rua 95, em Los Angeles, o programa “MÚSICA – Matemática”, complementar ao ensino já existente. Um grupo de estudantes participantes do projeto teve aulas de piano e praticou jogos de computadores duas vezes por semana; outro grupo de alunos somente participou dos jogos matemáticos. Foram, então, selecionados 136 estudantes, os quais foram submetidos a um teste padrão, no qual se verificou que os estudantes que aprenderam piano e praticaram os jogos matemáticos


obtiveram, nos testes de frações, pontuações 27% superiores àqueles que somente trabalharam com os jogos computadorizados.

Os pesquisadores, que colocaram em prática um plano experimental de estudos envolvendo instruções de piano, elaboraram uma prova específica para avaliar os alunos; esta experiência foi a primeira a comprovar em uma sala de aula as teorias que têm sido levantadas por longo tempo sobre a ligação existente entre a MÚSICA e a matemática. Os estudiosos verificaram que o jogo computadorizado de matemática requer que o usuário associe buracos irregulares com as formas correspondentes, o que leva os estudantes a visualizar conceitos matemáticos abstratos e, as aulas de piano os auxiliam a ouvir e a sentir. Os alunos da Escola da Rua 95 estão aprendendo o “raciocínio espacial temporal”, que é habilidade de manter e manipular uma imagem em sua mente, sem tê-la diante de si. Também, os jogos e as lições de piano lhes ensinam o “raciocínio de proporções”, que é a habilidade de calcular, sem ajuda de papel e lápis, problemas como, por exemplo, se três oitavos é maior que a metade de um inteiro. O raciocínio espacial temporal e o raciocínio de proporções são cruciais para entender cálculos e geometria, assim como química, física, medicina e outras ciências. Pesquisas mostraram que os estudantes norte-americanos carecem penosamente das habilidades citadas. Em um estudo mundial realizado em 1996 para medir a destreza dos estudantes em compreender matemática de nível superior, os norte-americanos do segundo ano do segundo ciclo ocuparam a 28ª posição.

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Os alunos que participaram desta experiência demonstraram a forte ligação existente entre a MÚSICA e a matemática, ao melhorarem suas habilidades numéricas, tendo aulas de piano. Estudo publicado na edição de março de 1999, do Neurological Research (Pesquisa Neurológica), mostra que, após aprender as notas MUSICAIS: colcheia, negra, branca e semibreve, os alunos dos segundo e terceiro graus tiveram notas 100% mais altas que as de seus companheiros que tiveram aulas de frações utilizando métodos tradicionais.


Piano estimula o aprendizado de matemática.

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Receber lições de piano e usar um software de solução de quebracabeças matemáticos melhora significativamente as habilidades matemáticas de crianças na escola primária. Estudantes de segundo grau tiveram quatro meses de treinamento com teclado de piano, assim como utilizaram um software matemático para treinamento. O grupo alcançou desempenho 27% superior nos testes de matemática proporcional e frações, em comparação às crianças que usaram apenas o software matemático. A MÚSICA envolve proporções, frações e pensamento no espaço e no tempo. O software – chamado Raciocínio de Animação Têmporo-espacial (Spatial-Temporal Animation Reasoning [STAR], em inglês) – permite à criança resolver quebra-cabeças matemáticos e geométricos que estimulam a capacidade de manipular as formas em suas mentes. As descobertas são significativas, porque a compreensão de matemática proporcional e frações é um pré-requisito para compreender matemática em níveis mais altos, e crianças que não dominam estas áreas de matemática não conseguem entender os níveis mais avançados, essenciais aos campos de alta tecnologia.

Piano aumenta as notas conceituais em Matemática A Universidade da Califórnia, em Irvine, descobriu que, após 6 meses tendo aulas de piano, crianças em nível pré-escolar tiveram desempenho 34% melhor em testes de raciocínio têmporo-espacial, comparativamente àquelas que não tiveram nenhum treino ou às que freqüentaram somente as aulas de informática.

Estudantes de MÚSICA têm melhores notas em exames vestibulares (STA®)), tanto nas notas do exame verbal, como nos testes de matemática; estudantes-MÚSICOS de nível colegial têm melhor desempenho do que seus colegas. A Junta Examinadora do Vestibular informa que estudantes de artes continuam a suplantar seus colegas que não estudam esta disciplina nos


Estudo mostra que a MÚSICA melhora o desempenho escolar. Independentemente do histórico socioeconômico, estudantes que fazem MÚSICA conseguem notas melhores nos testes padronizados. O Professor da UCLA, Dr. James Catterall, conduziu a análise de um banco de dados do Ministério da Educação dos Estados Unidos. Chamado de NELLS88, esta base de dados foi usada para acompanhar mais de 25.000 estudantes por um período de dez anos. O estudo mostrou que, em geral, os alunos envolvidos com MÚSICA obtiveram melhor desempenho nos testes do que aqueles que não tiveram nenhum envolvimento com MÚSICA. Os resultados não foram baseados somente nos testes padronizados (STA), mas também em exames de proficiência em leitura. O estudo também observou que os MÚSICOS tiveram desempenho melhor, não importando qual grupo socioeconômico estava sendo estudado.

Treinamento em MÚSICA ajuda estudantes com fraco desempenho. Pesquisadores estão convictos de que o treinamento em artes não só melhora o desempenho escolar, mas também o comportamento e a atitude do estudante. Em Rhode Island, os pesquisadores estudaram oito classes de primeiro grau. Metade delas compôs grupos de “teste em artes”, recebendo treinamento contínuo em MÚSICA e artes visuais. No Jardim da Infância, este grupo tinha ficado para trás no desempenho escolar. Depois de sete meses, realizou-se um teste padrão com os estudantes. O grupo de “teste em artes” alcançou seus colegas estudantes em leitura e ultrapassou

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exames vestibulares (STA). Em 1998, vestibulandos STA com curso/experiência em apresentação MUSICAL alcançaram 52 pontos a mais na parte verbal do teste e 37 pontos a mais em matemática, comparativamente aos estudantes que não tinham curso/experiência em artes. Estudos de artes mais prolongados levam os estudantes a alcançar níveis muito mais altos nos resultados de testes matemáticos e de leitura. O relatório de 1996 observa: Aqueles que estudaram artes por mais de quatro anos obtiveram resultados superiores (59 pontos mais, na parte verbal e 41 pontos mais, em matemática), em comparação aos estudantes sem nenhum curso ou experiência em artes.


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seus companheiros em matemática em cerca de 22%. No segundo ano do projeto, os estudantes de artes ampliaram essa margem. Foram também avaliadas as atitudes e comportamento dos estudantes e os professores verificaram melhorias também nestas áreas.

Estudantes de MÚSICA obtêm maior sucesso na Universidade. Estudantes com ênfase em MÚSICA são melhores leitores e candidatos mais bem-sucedidos à faculdade de medicina. Estudo envolvendo 7.500 estudantes universitários revelou que alunos com formação em MÚSICA alcançaram melhores resultados entre todos os estudantes de outras matérias, incluindo inglês, biologia, química e matemática. O médico e biólogo Lewis Thomas estudou os universitários inscritos em escolas de medicina. Ele comparou ex-estudantes de bioquímica e de música e constatou que dentre os inscritos, os estudantes de música se destacaram, superando em 66% os que optaram por estudar, na fase pré vestibular, bioquímica.

O abuso de drogas é menor em estudantes de MÚSICA Segundo estudo conduzido na Universidade do Texas, alunos de MÚSICA em idade escolar têm menos problemas com álcool, são emocionalmente mais saudáveis e se concentram melhor do que seus colegas não MÚSICOS. “Este estudo é interessante em diversos níveis,” comentou o Dr. Kris Chesky, um dos pesquisadores que realizaram o estudo. “Primeiramente, ele encara todos os estereótipos existentes sobre os MÚSICOS; ele também fortalece a afirmação de que estudar MÚSICA ajuda as pessoas a se concentrarem.” O estudo analisou 362 estudantes que estavam em seu primeiro semestre na faculdade. Eles passaram por três testes medindo ansiedade em relação ao desempenho, preocupações emocionais e problemas relacionados ao álcool. Além de vencerem as tentações do vício, os pesquisadores também observaram que os MÚSICOS parecem caminhar com mais segurança quando enfrentam problemas.


Deveria o ensino de MÚSICA ser suspenso? Os biólogos têm algumas evidências importantes a apresentar, mas, não só tais evidências são ignoradas, como suas descobertas são viradas de cabeça para baixo. A força do hábito normatiza os corredores e as salas de aulas. Nem as descobertas científicas sobre o cérebro, nem a pesquisa educacional, têm sido capazes de liberar a maioria das escolas americanas de suas raízes no século XIX. Cientistas argumentam que, se mais administradores escolares estivessem sintonizados com as pesquisas sobre o cérebro, não apenas os currículos mudariam, mas matérias como língua estrangeira e geometria seriam ministradas às crianças mais novas; MÚSICA e ginástica seriam requisitos diários; palestras, trabalhos escritos e memorização dirigida seriam substituídos por materiais participativos, arte dramática e trabalho em projetos. Além disso, os professores dedicariam grande atenção às conexões emocionais das crianças com os assuntos. “Nós fazemos mais pesquisas educacionais do que em qualquer outra parte do mundo - diz Frank Vellutino, um professor de psicologia educacional da Universidade do Estado de New York, em Albany - e ignoramos muito, também”. Platão disse certa vez que a MÚSICA “é um instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”. Agora os cientistas sabem por quê. A MÚSICA, eles acreditam, treina o cérebro para formas superiores de raciocínio. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Irvine, estudaram o poder da MÚSICA, observando dois grupos de crianças em idade pré-escolar. Um grupo tinha lições de piano e cantava diariamente no coro. Após oito meses, as “crianças MUSICAIS” de 3 anos de idade eram experts no domínio de quebra-cabeças, atingindo desempenho 80% superior ao que seus colegas conseguiram em inteligência espacial – a habilidade de visualizar o mundo acuradamente. Este aprendizado, mais tarde, se traduz em complexas habilidades matemáticas e de engenharia. “O treino precoce em MÚSICA realça a habilidade da criança para o raciocínio”, diz o físico Gordon Shaw, de Irvine. Contudo, a educação MUSICAL é freqüentemente a primeira “besteira” a ser cortada quando o orçamento da escola encolhe. As escolas têm,

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“Biologia é uma matéria básica na maioria das escolas secundárias americanas. Contudo, quando se trata da biologia dos próprios estudantes – como seus cérebros se desenvolvem e retêm os conhecimentos – os professores preferem não prestar atenção às lições.”


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em média, somente um professor de MÚSICA para cada 500 crianças, de acordo com a Comissão Nacional de Educação MUSICAL. Então há a ginástica – outra hora descartável, de acordo com os padrões da maioria das escolas. Atualmente, apenas 36% das crianças nas escolas participam de aulas diárias de educação física. Contudo, os pesquisadores agora sabem que os exercícios são bons não só para o coração, eles também “turbinam” o cérebro, alimentando seus nutrientes em forma de glucose e aumentando as conexões nervosas, tudo o que facilita o aprendizado em crianças de todas as idades. O neurocientista William Greenough confirmou isto, observando ratos em seu laboratório, na Universidade de Illinois, em Urban Campaign. Um grupo não fazia nada, um segundo grupo se exercitava numa roda automática e um terceiro grupo era solto em uma rota de obstáculos Barnun & Bailey, que exigia dos ratos façanhas acrobáticas. Estes ratos “superinteligentes” desenvolveram um grande volume de “massa cinzenta”, comparados com seus companheiros sedentários, diz Greenough. É claro que crianças normalmente não fazem corridas de obstáculos, mas, Greenough considera que os resultados são significativos. Numerosos estudos, diz ele, mostram que crianças que se exercitam regularmente saem-se melhor na escola. As implicações para as escolas vão além de simples exercícios. As crianças também precisam ser fisicamente mais ativas nas salas de aula, não ficando sentadas calmamente em suas carteiras, memorizando tabuadas. O conhecimento é retido por mais tempo se as crianças se conectam não apenas auditivamente, mas emocionalmente e fisicamente às matérias, diz o professor de educação física Robert Sylwester, da Universidade de Chicago, em seu livro “A Celebration of Neurons” (Uma Celebração dos Neurônios). Bons professores sabem que palestras sobre a Revolução Americana são muito menos eficientes do que representar uma batalha. Ângulos e dimensões são melhor compreendidos, se as crianças puserem de lado seus trabalhos escritos e construírem um complexo modelo em escala. O cheiro da cola entra na memória através de um sistema sensorial; o toque da madeira bloqueia outro; a visão do modelo pronto bloqueia mais um. O cérebro, então, cria um modelo mental multidimensional da experiência mais fácil de recuperar. “Descrever um cheiro - diz Sylwester - não é tão bom como senti-lo na realidade”.


as janelas da oportunidade

Circuitos em diferentes regiões do cérebro amadurecem em épocas diferentes. Como resultado, diferentes circuitos são mais sensíveis a experiências da vida em épocas diferentes. Dê aos seus filhos os estímulos que eles precisam quanto eles precisarem, e tudo será possível. Não o faça, e todas as apostas estarão perdidas. Pré Natal

Desenvolvimento Motor Controle Emocional Visão Afeição Vocabulário Segunda língua Matemática/ Lógica MÚSICA

Nascimento

1 anos

2 anos

3 anos

4 anos

5 anos

6 anos

7 anos

8 anos

9 anos

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Os cientistas argumentam que crianças em idade precoce são capazes de se desenvolver melhor do que as escolas imaginam. Obviamente, as pessoas continuam a aprender por toda a vida, mas as “janelas ótimas da oportunidade de aprender” ficam abertas somente até mais ou menos a idade de 10 a 12 anos, diz Chugani, do Hospital Infantil da Universidade do Estado de Wayne, em Michigan. Ele determinou isto medindo o consumo cerebral de sua principal fonte de energia, a glicose. (Quanto mais glicose utiliza, mais ativo é o cérebro). O pesquisador observa que os cérebros das crianças, dos quatro anos até a puberdade, devoram glicose a uma taxa duas vezes maior que a dos adultos. Assim, cérebros jovens são tão privilegiados, quanto possam ser para processar novas informações. Matérias complexas como trigonometria ou línguas estrangeiras não deveriam esperar até a puberdade para serem introduzidas. De fato, diz Chugani, é muito mais fácil para uma criança, na escola primária, ouvir e processar uma segunda língua, e ainda falar esta língua sem sotaque. Contudo, a maioria dos distritos dos Estados Unidos espera até o curso secundário (high school) para introduzir o Espanhol e o Francês, nesta fase as “janelas” já estão fechadas.


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Uma reforma poderia começar a partir de agora. Muitos pesquisadores passaram a acreditar que o relógio biológico da maioria dos adolescentes é atrasado em relação ao das demais pessoas, mas as aulas das escolas secundárias começam às 7:30 horas da manhã, geralmente para acomodar os horários dos ônibus. O resultado pode ser tempo de aula desperdiçado por grupos inteiros de alunos e, piorando a questão, muitas crianças têm problemas para reajustar o seu ritmo de sono. O Dr. Richard Allen, da Universidade Johns Hopkins, descobriu que os adolescentes se deitam à mesma hora, independentemente se eles tenham de estar na escola às 7:30 horas ou às 9:30 horas da manhã. Os adolescentes que demoram mais para acordar, não só dormem mais, diz ele, mas também conseguem as melhores notas. A solução óbvia seria, quando as crianças atingem a puberdade, começar as aulas mais tarde, mas, na escola, vale o que é óbvio: a tradição. Por que este conjunto de pesquisas é raramente utilizado na maioria das salas de aula americanas? Não muitos administradores ou membros de diretoria de escolas sabem que elas existem, diz Linda Darling-Hammond, professora da Faculdade de Pedagogia da Universidade de Columbia. Segundo ela, “na maioria dos estados, não se exige que professores e administradores saibam muito sobre como as crianças aprendem a fim de se formar e o que é pior, decisões de cortar MÚSICA ou ginástica são sempre tomadas por não-educadores, cujas preocupações são freqüentemente mais monetárias que educacionais. Nosso sistema educacional foi concebido no fim dos anos 1800, e muito pouco foi mudado”, observa a professora. “Você pode imaginar como seria se a profissão de médico evoluísse como o sistema educacional?”, complementa.


CONCLUSÃO Música é um tema apaixonante e deveria ser um direito de todos. Acreditamos que este estudo instiga o leitor a aprofundar seus conhecimentos, especialmente, buscando compreender, até que ponto esta forma de arte pode contribuir para que o ser humano evolua e seja bem-sucedido em sua vida. Todos os envolvidos com o ensino da música sabem que esta “disciplina” extrapola a lógica dos métodos convencionais de ensino. Por meio do ensino musical, desenvolve-se a socialização, a integração, a sensibilidade, a dicção, enfim, o ser humano por completo. Os estudos publicados neste livro, desenvolvidos por especialistas americanos, que anos e anos pesquisaram a interrelação entre a música e o desenvolvimento de crianças, comprovaram que a música é instrumento básico de aprendizagem. Quem estuda música, principalmente durante a infância, tem elevado potencial para compreender conceitos matemáticos e desenvolver a capacidade de leitura e compreensão de textos. Não seria exagero afirmar que se transformam em pessoas “superinteligentes”, conforme demonstram as pesquisas americanas.

Então, de quem é a responsabilidade de mudar a realidade atual? De todos nós, que desejamos uma sociedade melhor para todos. Pais e educadores que, de modo especial, têm o dever de formar os cidadãos do futuro, tem um papel muito importante neste contexto. Sugerimos, então, que acreditem e invistam na música, uma “ferramenta” de ensino poderosíssima. Educador, que tal repensar o currículo de sua escola? Pais, incentivem seus filhos a tocar um instrumento! Inscreva-se, e também a seus filhos, em uma escola de música! Filhos animem seus pais!

Evolução impõe que nossos conceitos sejam revistos continuamente, abrindo portas e janelas para o novo, o importante é lembrar que nunca é tarde quando o assunto é QUALIDADE DE VIDA.

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