Dossier Out Of Control

Page 1

OUT

OF

CO N

TROL


INTRODUÇÃO Neste trabalho foi nos proposta a criação de um livro de artista, no qual explorassemos uma temática à nossa escolha.

O QUE É UM LIVRO DE ARTISTA? “A fim de compreender e apreciar um livro da velha arte é necessário lê-lo completamente. Na nova arte, frequentemente, não é preciso ler o livro todo. A leitura pode parar no momento em que entender a estrutura total do livro.” -Ulisses Carrión-

“Livros de artista são livros ou objetos em forma de livro, sobre os quais, na aparência final, o artista tem um grande controle. O livro é entendido nele mesmo como uma obra de arte. Estes não são livros com reproduções de obras de artistas, ou apenas um texto ilustrado por um artista. Na prática, esta definição quebra-se quando o artista a desafia, puxando o formato livro em direções inesperadas.” -Stephen Bury-

“No campo do design, um livro de artista é na maioria dos casos um objeto puramente experimental do designer, onde este busca testar os seus conhecimentos de composições editoriais e habilidades de narrativa. Neste ponto entra novamente o já desfasado embate entre design vs. arte, onde há um questionamento acerca da credibilidade de um livro de artista feito por um designer.” -Anónimo-

“…Book art pode ser visto como uma arte de ação, uma espécie de happening ou teatro, considerando a situação em que o trabalho é experienciado, e que exige a participação do leitor. O livro fica no centro de tal situação, mas a experiência da situação é controlada pelo leitor.” -Büchler1


Inicialmente foi nos aconselhada uma visita ao museu de serralves, à sua biblioteca, onde estavam expostos diversos livros de artista que trabalhavam temáticas no campo da sexualidade, da política e outros assuntos mais pontuais. Temos como exemplo o “Twenty Six Gasoline Stations”, um livro de artista que “relata” uma viagem e um dos seus elementos, as gasolineiras, que não só descrevem a viagem como fazem alusão à cultura americana.

A obra "Twenty Six Gasoline Stations”, de Ed Ruscha, é constituída por fotografias a preto e branco de 26 estações de serviço, com legendas de uma linha, indicando o nome e a localização de cada uma. Ruscha tirou essas fotografias, de postos de abastecimento, na lendária Route 66 Highway, que liga Oklahoma a Los Angeles. As imagens são registadas não com a intenção de mostrar fotografias artísticas mas sim, segundo Ruscha, do ponto de vista da estética tradicional, quase instantâneas e fazendo referência ao conceito da "não fotografia”. 2


A Biblioteca da Fundação de Serralves tem-se dedicado, desde 1998, a reunir uma coleção de Livros de Artista, única no nosso país e representativa dos conturbados períodos de 1960/1970. O conceito de LIVRO DE ARTISTA é, no período de 60/70, palco de movimentos e correntes artísticas – nomeadamente arte conceptual, Fluxus, arte povera e land art – focados pela nossa colecção, que também se expande reconhecendo o contributo de publicações produzidas no nosso país.

3


O nosso livro de artista deveria portanto ter em vista os conteúdos abordados nas aulas teóricas de Movimentos Artístisticos Contemporâneos, tendo a reflexão de tais conhecimentos, e não necessariamente o conteúdo. Ou seja, criar, através de uma narrativa, algo que trabalhasse ou mencionasse uma temática à nossa escolha. Teremos, no entanto, atenção porque apesar de ter o nome “livro” este não terá de ser obrigatoriamente neste formato. Aquilo que lhe dá tal nomenclatura é na realidade a sua linearidade e a narrativa do seu conjunto.

4


LIVRO DE ARTISTA


TEMÁTICA Inicialmente ponderamos seguir a obra de Joseph Kosuth, na qual um conceito era fragmentado ao seu mais infímo detalhe e representado de diversas formas, desmaterializando o mesmo, como se vê na sua obra “One and Three Chairs”. Depois, decidimos que iriamos ter uma abordagem semelhante, mas relativamente a sentimentos, de entre os quais escolhemos tristeza, felicidade, ansiedade, depressão, fúria e medo. Fomos então, ponderando como poderiamos pegar nestes termos e dar-lhes uma história, um contexto ou algo em que se relacionassem. Acabamos por concluir que seria interessante trabalhar temáticas de situações incontroláveis, tais como OCD, distúrbios de ansiedade, impulsos de raiva, depressão e toxicodependência. Chegamos à conclusão que seria mais pertinente escolher uma desta e aprofundá-la, de forma a ter um melhor entendimento das dificuldades da mesma. Na própria organização das páginas existe uma lógica, isto porque, contar e encontrar lógica em tudo no dia a dia, é um hábito destas pessoas, que contam desde passos a vezes que se pisca os olhos. A cada 5 e 7 páginas segue-se um par de mãos a serem limpas de forma a enaltecer este hábito como sendo recorrente.

6


O N E A N D T H R E E C H A I R S

This work is the first and most famous example of Kosuth's series of One and Three installations, in which he assembled an object, a photograph of that object, and an enlarged dictionary definition of the object. It questions what actually constitutes a chair in our thinking: is it the solid object we see and use or is it the word "chair" that we use to identify it and communicate it to others? Furthermore, it confronts us with how we use words to explain and define visible, tangible, ordinary things, how words represent, describe, or signify things, and how this often becomes more complex when the thing is simple, fundamental, or intangible. Thus, it explores how language plays an integral role in conveying meaning and identity. It makes us more aware of why and how words become the verbal and written equivalents for commonplace tangible, solid things and objects.

7


Com o evoluir do trabalho fomos procurando algumas coisas semelhantes ao que pensávamos criar de forma a entender melhor como funcionam as pessoas peculiares e de que forma esta falta de controlo é visível. Sugiu portanto a artista Cindy Sherman.

“I am trying to make other people recognize something of themselves rather than me.” Cindy Sherman is one of the best-known and most important photographers working today. Her decades-long performative practice of photographing herself under different guises has produced many of contemporary art’s most iconic and influential images. At the heart of Sherman’s work is the multitude of identity stereotypes that have arisen throughout both the history of art and the history of advertising, cinema and media. Sherman reveals and dismantles these stereotypes as well as the mechanics of their production in creating series after series of photographs that focus on particular image-making procedures.

8


She also uses masks and artificial body parts in replacement of her own body to enhance the creation of a new persona. Sherman has created work in personas within a style inspired by the work of the old master paintings, where she fabricates characters such as aristocrats. Much of Sherman’s later work has a grotesque, horror appeal to them yet they are still fascinating to view. 9


DISTÚRBIO OBSESSIVO COMPULSIVO Uma obsessão é um pensamento, imagem indesejada e desagradável ou impulso que entra repetidamente na mente, causando sentimentos de ansiedade, aversão ou inquietação. Uma compulsão é um comportamento repetitivo ou ato mental que o sujeito sente que precisa, para levar a cabo e tentar aliviar temporariamente os sentimentos desagradáveis provocados pelo pensamento obsessivo.

10


A temática que optámos foi portanto OCD ou distúrbio obsessivo compulsivo e demos ao nosso livro de artista o nome “OUT OF CONTROL”. O nosso trabalho é portanto retratar vários sentimentos e tentar demonstrar através de imagens e elementos gráficos as dificuldades desta condição, utilizando provocações e momentos que seriam considerados prazeirosos para estas mesmas pessoas . O nosso “livro” tem como objetivo narrar o dia a dia de uma pessoa que sofra deste distúrbio, procurando caraterizar alguns aspetos rotineiros do próprio corpo e do que o rodeia. Ao longo do “livro” temos portanto, algumas coisas que seriam consideradas perfeitas ou agradaveis. Estas estão intercaladas com provocações e pormenores do dia a dia que, contrariamente, seriam inquietantes.

11


Em todo o “livro” existe uma tonalidade clara e limpa de forma a não só dar unanimidade ao trabalho, mas também representar a limpeza característica deste distúrbio. Os elementos gráficos encontram-se na sétima página de cada uma das sequências de 8 páginas. Estas páginas estão numeradas, bem como a primeira e a última página do livro de artista. Apenas estão numeradas páginas ímpares e de números aleatórios pois estes são também uma provocação, contrastando com a lógica anteriormente explicada.

12


CONTEÚDO As imagens que se seguem são as selecionadas para estarem presentes no livro de artista, dado que reuniam as melhores características. Aqui está o início da rotina diária, uma chávena de café com uma pequena mancha de café, algo incomodativo para o sujeito, apesar da regularidade e simetria do objeto.

Nesta imagem está presente um armário perfeitamente organizado, com uma camisa por cruzeta com exatamente a mesma distância entre cada uma delas. Aqui é demonstrada a constante necessidade de colocar tudo em ordem independentemente do momento ser oportuno ou não, como por exemplo, estar atrasado.

13


Seguem-se duas fotos com a mesma linguagem, sendo que na primeira existe uma camisa desabotoada no colarinho, e na seguinte a mesma camisa abotoada, no seu estado mais formal e arranjado.

14


Esta é a primeira fotografia de mãos da sequência, mostrando-as num lavatório, cobertas de água e sabão. Este é um hábito muito regular e excessivo do sujeito que tem a obcessão com a limpeza e a repulsa por bactérias.

Segue-se uma outra fotografia, mais ampliada e pormenorizada da ação de limpeza.

15


Aqui coloca-se uma referência ao quotidiano de trabalho, onde são apresentados 4 lápis perfeitamente alinhados,traduzindo-se um reflexo compulsivo.

Seguem-se três fotografias de uma mesa posta, aparentemente muito organizada, mas que tem os talheres trocados.

16


17


Na quarta fotografia, o sujeito troca finalmente os talheres, estando agora a mesa perfeitamente colocada.

Procede-se à continuação da sequência das mãos a serem lavadas.

18


Nesta imagem é visível um casaco impermeável, aparentemente sem irregularidades. No entanto os cordões do carapuço estão de diferentes dimensões e não ficam com uma forma agradável.

19


São apresentadas toalhas, auxiliares aos diferentes atos de limpeza, no entanto uma delas tem uma tonalidade ligeiramente mais escura, algo inquietante para o sujeito.

Ao contrário de todas as mãos apresentadas até agora, esta está com um aspeto muito descuidado, suja e com feridas.

20


Nesta imagem é apresentada uma simples fatia de pão como símbolo de um lanche ou hora de refeição ligeira, onde os triângulos da fatia não são do mesmo tamanho ou forma.

Esta fotografia mostra uma embalagem de comprimidos em que nem todos estão direcionados para o mesmo lado.

21


Esta fotografia, ao contrário das anteriores, já não tem sabão, apenas água límpida corrente.

22


O cabo deste aspirador é satisfatório para o sujeito pois consegue chegar perfeitamente aos cantos das divisórias da casa, não deixando qualquer sujidade.

O livro fotografado encontra-se muito danificado, não mostrando qualquer cuidado, revoltante para aquele que tenta manter as coisas o máximo controladas.

23


Aproximando-se o final do dia, ĂŠ selecionada e organizada a indumentĂĄria para o dia seguinte, daĂ­ a pilha de roupa dobrada.

Em contraste com a roupa organizada e imaculada, temos uma coberta muito engelhada.

24


A cama está sempre feita e completamente esticada, com as almofadas simetricamente colocadas. Quando se dirige à cama à noite, retira as almofadas e coloca-as corretamente noutro local e levanta cuidadosamente os lençóis.

A limpeza das mãos termina com a secagem na toalha, última fase.

25


SĂŁo-nos finalmente apresentadas as mĂŁos completamente limpas.

26


Esta é a primeira página do livro, que contém o título do mesmo, e encontra-se ao contrário precisamente para criar a reação no observador de rodar o livro ou inclinar a cabeça, e só depois compreende que está assim propositadamente.

Seguem-se múltiplas situações, sendo esta insatisfatória pois apenas uma letra se encontra em itálico.

27


Também nesta, o que aparenta sem um conjunto de circulos iguais, acaba por não o ser pois apenas um está numa tonalidade ligeiramente mais clara.

Pelo contrário, esta apresenta variados tes, em tonalidades mostrando transições tórias visualmente.

imagem gradiensuaves, satisfa-

28


Neste exemplo observa-se uma certa quantidade de linhas paralelas equidistantes, e apenas uma está ligeiramente defeituosa.

Esta é a última página do livro de artista, completamente branca com um corte, tirando o equilíbrio no livro como um todo.

29


30


CARTAZ


32


A Pop Art, abreviatura de Popular Art, foi um movimento artístico que se desenvolveu na década de 1950, na Inglaterra e nos Estados Unidos. Foi na verdade uma reação artística ao movimento do expressionismo abstrato das décadas de 1940 e 1950.

Pop Art is: Popular (designed for a mass audience), Transient (short-term soluti-on), Expendable (easily forgotten), Low cost, Mass produced, Young (aimed at youth), Witty, Sexy, Gimmicky, Glamorous, Big business 33


Os artistas deste movimento procuraram inspiração na cultura de massas para criar as suas obras de arte, aproximando-se e, ao mesmo tempo, criticando de forma irónica a vida quotidiana materialista e consumista. Latas de refrigerante, embalagens de alimentos, banda desenhada, bandeiras, panfletos de propaganda e outros objetos serviram de base para a criação artística deste período. Os artistas trabalhavam com cores vivas e modificavam o formato destes objetos. A técnica de repetição de um mesmo objeto, com cores diferentes, e a colagem foram muito utilizadas. 34


35


Pop Art não tem qualquer ligação pela arte produzida pelas camadas populares da sociedade. O seu objetivo era demonstrar a massificação da cultura popular capitalista e, em contrapartida, desvencilhar-se dos laços da arte produzida no início do século XX, como uma forma de denúncia artística. O seu reaparecimento, no início da década de 80, foi marcado pelo reerguer das grandes sociedades industriais, que antes tinham sido afetadas pela segunda guerra mundial. A partir daí, os artistas que tinham afinidade com o movimento usavam os grandes centros urbanos e comerciais da Inglaterra e da América do Norte como inspiração para a criação das suas obras.

36


Pode-se notar nas obras de artistas britânicos, uma clara referência ao “Estilo de vida americano” ou mesmo ao “American Dream”, numa época bastante pertinente pois retratou de uma maneira singular o vislumbre de uma nova realidade aos Ingleses. Desta forma, a sociedade industrial começou a ser vista de um novo modo, assimilando os aspectos ecléticos e universais envolvidos na Pop Art. Talvez possamos citar a figura mais marcante deste movimento que marcou uma geração: Andy Warhol, que retratou numa das suas obras – de maneira elegante, retratando todo o glamour do capitalismo – a atriz Marilyn Monroe, de uma maneira multifacetada e colorida. Para além desta, outras personalidades foram retratadas nos quadros de artistas vanguardistas deste movimento, como Elvis Presley, Mao Tse-Tung, entre outros. Grande parte destas obras procuravam ilustrar a superficialidade e o vazio que essas personalidades representavam no mundo capitalista; demonstrando de uma forma irreverente a impessoalidade, o trabalho em massa e o consumo exacerbado e sem limites da geração Pós-Guerra. E os traços mantêm-se até hoje, e por isso a Pop Art ainda é usada por muitos artistas gráficos que queiram passar nas suas obras as características artísticas e culturais dessa geração revolucionária.

37


38


PRODUTO FINAL

39


Para a apresentação do nosso livro de artista foi-nos pedida a concretização de um cartaz ao estilo da Pop Art. No processo de criação decidimos colocar um frasco de desinfetante, de volumes planificados, com uma mão a tentar alcançá-lo, o que transmite a mensagem do nosso livro de artista, a dificuldade a a tentativa de controlo sobre esta obsessão. Por trás temos um fundo simples, linear e geométrico, mas que transmite profundidade dada à ilusão ótica da mão sobre o retângulo e também as riscas que se dirigem ao centro do cartaz, reduzindo o seu tamanho progressivamente. O título do projeto realizado encontra-se em primeiro plano, sobrepondo-se a vários elementos do cartaz, mostrando a falta de controlo. No fundo da garrafa está especificado do que se trata o projeto apresentado (“LIVRO DE ARTISTA”) e abaixo desta encontram-se os nomes dos membros do trabalho. O cartaz realizado teve como inspiração variados artistas da Pop Art, nomeadamente Andy Warhol e a Lata de Sopa da Campbell - visível em cores planificadas como o vermelho, branco e cinza e no destaque de um produto como elemento principal do cartaz - Roy Lichtenstein, no uso de pequenos pontos na mão e também nas letras, amarelas e com volume, ao estilo de banda desenhada. Para além destas cores existe também o azul claro, discreto no conjunto mas que traz vivacidade ao cartaz. 40


DOSSIER


A forma de encadernação que escolhemos é a que podemos observar na imagem ao lado. Escolhemos este esquema de encadernação porque além se ser simples, transmite uma ideia de organização. Tal como se verifica na figura ao lado, na zona esquerda da capa está uma folha com o que parece ser uma planta. Decidimos então que iriamos fazer, semelhante a esta situação, um “desenho” alusivo à temática estudada. Recolhemos da internet alguns exemplos de enquadramentos de mãos, escolhemos um e fizemos uma réplica dessa imagem. Posteriormente trabalhamos com vários materiais de forma a criar um aspeto sujo sobre a mão. Separámos estas duas imagens e imprimimo-las em folhas diferentes. A mão numa folha branca e a “mão suja” numa folha de papel de acetato e sobrepusemo-las, de forma a que, ao levantar a folha de papel de acetato, a mão que inicialmente parece suja passa a estar limpa.

42


1

2

Ao fazermos o nosso dossier procuramos manter algumas linhas semelhantes às do livro de artista, portanto a fonte utilizada e as cores são limpas e claras. Embora por vezes pareça que a organização do dossier é algo aleatória, existe racionalidade dentro de cada um dos seus componentes. Este dossier compila várias pesquisas que foram feitas ao longo do trabalho, bem como pequenos textos e explicações daquilo que fomos fazendo. Decidimos portanto distinguir os textos da nossa autoria e os que usamos como pesquisa, pela fonte com que estão estão escritos. Portanto o texto que inserimos dos diversos sites/livros, está escrito com o lettering “Minion Pro Regular” tamanho 12, e o nosso texto está escrito a “Helvetica Light” tamanho 11 de forma a que as duas fontes estejam a um tamanho visualmente semelhante. Visto que algumas fontes de pesquisa tinham os seus texto em inglês, ao invés de os traduzirmos optámos por pô-los em itálico. Embora tenhamos tentado manter o texto tal e qual as suas fontes, acabamos por ter de corrigir pequenos erros ortográfico e desformatações que os textos tinham. 43


PROCESSO CRIATIVO


COMPOSIÇÃO O trabalho físico é antecedido de um vasto processo criativo, composto por estudos de conteúdo, forma e posterior suporte físico, estudos de cor e de materiais.

45


Este foi o papel a partir do qual organizamos as nossas ideias. Compreendemos o facto de que o objetivo do projeto não era ilustrar um conceito (como o “One and Three Chairs) mas sim demonstrá-lo, não de uma forma óbvia, mas que nos levasse a compreende-lo. Aqui, estão escritos quais os elementos que precisariamos para o nosso livro de artista e o respetivo dossier, nomeadamente a pesquisa bibliográfica, o trabalho em si, e os estudos de cor, gramagem, composição, acabamento, textura, etc.

46


Este foi o primeiro estudo fĂ­sico realizado, onde colocamos as ideias iniciais. Este ĂŠ de tamanho A6, apenas para exemplificar e ajudar a compreender o que pretendĂ­amos transmitir.

47


48


49


50


Ao invés de um formato comum de A5 ou A4, optamos por um formato quadrado e mais apelativo ao sujeito em questão, sendo as dimensões de 15x15cm, um tamanho de facilmente se adapta à mão, não sendo nem demasiado pequeno nem demasiado grande.

Na escolha do papel mais indicado à impressão do livro de artista, maioritariamente composto por fotografias e com ausência de texto, decidimos fazer variadas experiências numa gráfica, imprimindo uma fotografia de mãos. Assim, a imagem de exemplo foi impressa em papel de gramagem 200, 180 e 160, os três de caráter brilhante assemelhando-se ao de fotografia, em cartolina matte e numa folha simples de impressão, que posteriormente foi revestida a plástico como nos bilhetes de identidade. Das amostras recolhidas, concluímos que o papel de 200g brilhante seria o mais indicado para o propósito.

AMOSTRAS

51


52


ESCOLHA DE IMAGENS Durante a recolha de imagens ainda não tinhamos uma noção exata do que seria necessário para o nosso livro de artista. Isto porque alguns dos aspetos que delimitamos ocorreram apenas na montagem do livro e acabamos por não usar algumas das imagens que tinhamos recolhido:

Porque não correspondiam ao espetro cromático pretendido;

53


Porque as fotografias não tinham um bom enquadramento;

Porque as fotografias não ficaram com a focalização pretendida

54


Porque as fotografias tinham um tom muito escuro;

Porque as imagens nĂŁo correspondiam ao enquadramento da pĂĄgina;

55


Porque nĂŁo ficavam bem no conjunto;

56


Porque de entre as variantes foram rejeitadas.

57


SUPORTE FÍSICO Dado que o nosso livro de artista se trata de folhas individuais e não agrupadas num livro, decidimos criar uma caixa, mais propriamente uma gaveta, onde todas as folhas estão armazenadas. Isto deve-se não só por motivos de organização como de cuidado e limpeza, para que o trabalho se mantenha intacto e apresentável, respondendo à linha de raciocínio do da nossa temática.

Estes são alguns exemplos em que nos inspiramos para a criação da nossa própria gaveta. Esta deve ter um desenho simples e “limpo”, sendo a cor escolhida o branco.

58


Aqui encontram-se os estudos e cálculos realizados para a concretização do objeto.

59


Primeira experimentação

FALTA FOTOS DA CAIXA DE EXEMPLO E DA CAIXA FINAL FALTA FALAR SOBRE O FIO ROSA

Segunda experimentação

60


Para a pega da caixa, e tratando-se de uma temática delicada, optamos por um fio de cetim de uma tonalidade próxima à cor da nossa pele.

61


62


Para finalizar a nossa apresentação física, acrescentamos um último elemento, que se encontrará no exterior da caixa, umas luvas e um saco de zipper. Isto serve para intensificar a mensagem do nosso projeto, pois a pessoa que vá tocar na caixa e no livro deve primeiro retirar as luvas do saco e colocá-las, para não manchar ou danificar o trabalho.

63


CARTAZ Após a pesquisa inicial do movimento artístico em que deveriamos inserir o cartaz, procuramos fazê-lo com as as mesmas linhas que algumas obras que haviamos estudado. Inspiramo-nos então na lata de sopa “Campbells”, da autoria de Andy Warhol. Achamos que seria importante escolher um elemento que se relacionasse com o nosso tema, daí termos usado o desinfetante. Depois concluimos que a mão também era um elemento importante visto que no nosso livro de artista havia uma grande focalização nesta parte do corpo, para além do facto de estes dois elementos terem uma relação direta.

64


Após considerarmos importante o contraste das cores, optamos por inspirarmo-nos nos tons da lata “Campbells” pelo que fomos fazendo experiências a fim de encontrar a combinação com maior impacto e que fizesse mais sentido com as ideias que queriamos transmitir com este cartaz. Um dos aspectos em que nos focalizamos foi na forma do recipiente desinfetante pois queriamos que este tivesse as tais linhas semelhantes às da pop art.

65


Múltiplas experimentações foram realizadas quanto à localização do texto principal (“LIVRO DE ARTISTA” e “OUT OF CONTROL”). Assim decidimos mudar a fonte para uma de caráter mais “Pop”, com uma cor contrastante, pois as anteriores eram caraterísticas de Andy Warhol e não tanto da Pop Art. Optamos assim pela fonte “Comic Book” com a cor amarela. 66


Esta imagem com diversas versões da original lata de sopa “Campbells” serviu como inspiração para algumas alterações cromáticas. 67


Estas foram as experiências finais, com um novo tipo de letra como melhoramento do caráter pop no cartaz, a modificação da garrafa para um desenho mais planificado e a alteração da cor de fundo. Foram assim experimentados vários tons de cinzento e branco e como resultado final, um azul claro, que dá mais vida a cartaz e se inspira na imagem anterior com as múltiplas latas da campbell. Numa fase final decidimos acrescentar um doseador para melhor se entender o objeto em questão.

68


PRODUTO FINAL

69


DOSSIER Para a capa do dossier selecionamos então uma cartolina rígida de cor típica das capas de arquivo.

Depois de cortada nas medidas corretas, esta foi cuidadosamente vincada.

70


71


TambĂŠm para o acabamento do dossier escolhemos a mesma fita de cetim utilizada na caixa, mas de uma grossura mais fina.

72


73


FONTES BIBLIOGRÁFICAS https://www.pinterest.com/pin/360780620125157003/ https://www.designerd.com.br/pop-art-contribuicao-para-o-design/ http://de.phaidon.com/agenda/art/articles/2011/september/13/richard-hamilton-father-of-pop-art-1922-2011/ https://www.flickr.com/photos/lobaopopart/9512809902/ http://www.myhomedesign.fr/blog/histoire-du-design-les-annees-70/ https://medium.com/@mnvulpin/o-que-é-um-livro-de-artista-54c256cd38a9#.e8xn6q33o https://www.serralves.pt/pt/museu/biblioteca/colecao-livros-e-edicoes-de-artista/# https://www.serralves.pt/pt/museu/biblioteca/colecao-livros-e-edicoes-de-artista/outros-livros/ https://www.beyondblue.org.au/the-facts/anxiety/types-of-anxiety/ocd http://www.nhs.uk/conditions/Obsessive-compulsive-disorder/Pages/Introduction.aspx http://www.thebroad.org/art/cindy-sherman http://www.cindysherman.com/biography.shtml https://www.artsy.net/article/artsy-editorial-4-photographers-who-are-masters-of-disguise https://www.theguardian.com/artanddesign/2011/jan/15/cindy-sherman-interview https://www.theguardian.com/artanddesign/2016/jul/03/cindy-sherman-interview-retrospective-motivation http://www.artnews.com/2012/02/14/the-cindy-sherman-effect/ http://www.bitrebels.com/wp-content/uploads/2012/08/Campbells-Soups-Andy-Warhol-4.jpg http://www.widewalls.ch/editors-pick-january-2016/ed-ruscha-photography-gasoline-stations/ http://www.widewalls.ch/editors-pick-january-2016/ed-ruscha-photography-gasoline-stations/

NOTA: Embora no dossier apenas estejam alguns excertos, nas fontes bibliográficas inserimos aqui todos os links dos textos que consultámos nesta pesquisa.

74


https://www.pinterest.com/pin/360780620125157003/ https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Fwww.ctviva. com.br%2Fblog%2Fwp-content%2Fuploads%2F2013%2F04%2Ftoc-tenis.jpg&imgrefurl=https%3A%2F%2Fwww.ctviva.com.br%2Fblog%2Ftag%2Ftranstorno-obsessivo-compulsivo%2F&docid= jFQxM-FIT58SsM&tbnid=uE30MfKuaefWNM%3A&vet=1&w=640&h=360&itg=1&client=safari&bih=657&biw=1362&q=transtorno%20obsessivo%20compulsivo&ved=0ahUKEwjO9ebY6q_RAhWEWCYKHcm1C-gQMwh7KEQwRA&iact=mrc&uact=8 http://au.reachout.com/-/media/images/articles-1/row_of_plain_pencils_against_grey_background.jpg?mw=280&hash=2DDDC7162AED22609205C185977EC8410DC0D0FE https://www.moma.org/learn/moma_learning/joseph-kosuth-one-and-three-chairs-1965 https://www.pinterest.com/lindsayjwhite/oddities/ https://artblart.com/category/cindy-sherman/ https://www.pinterest.com/pin/130393351682842052/ https://anditstillis.wordpress.com/tag/ocd/ http://www.dafont.com/pt/forum/read/78518/campbell-s-soup https://www.pinterest.com/pin/203576845632234300/ https://www.google.com/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fwww.sandaliasipanema.com.br%2Fpublic%2Fpackages%2Ftresyz%2Fhelles-manager%2Fjs%2Ftinymce%2Fplugins%2Fresponsivefilemanager%2Fimg%2Fpop-02.jpg&imgrefurl=http%3A%2F%2Fwww.sandaliasipanema.com. br%2Fpost%2F379-ipanema-lovely-pop-art&docid=t0S-zjAkIH8Y0M&tbnid=309_hDsqYCL6wM%3A&vet=1&w=990&h=400&hl=pt-PT&bih=657&biw=1362&q=andy%20warhol%20-%20shot%20blue%20 marilyn%201964&ved=0ahUKEwjRkorwgLDRAhXF7CYKHZMbCF0QMwgbKAAwAA&iact=mrc&uact=8 http://www.telegraph.co.uk/news/obituaries/culture-obituaries/art-obituaries/8760860/Richard-Hamilton.html http://bethccruz.blogspot.com/2011/07/roy-lichtenstein-artista-da-pop-art. html https://mysinsgodsglory.com/2016/11/21/pruning/ http://www.wesco-eshop.fr/media/catalog/product/cache/1/image/1800x/040ec09b1e35df139433887a97daa66f/3/2/32241_P_32241_ D1@P2@XL.jpg http://picmia.com/img/1479405.jpg

NOTA: Embora no dossier apenas estejam alguns excertos, nas fontes bibliogrรกficas inserimos aqui todos os links dos textos que consultรกmos nesta pesquisa.

75


76


ÍNDICE

1 5 31 41 44


INTRODUÇÃO LIVRO DE ARTISTA TEMÁTICA DISTÚRBIO OBSESSIVO COMPULSIVO CONTEÚDO

CARTAZ DOSSIER PROCESSO CRIATIVO COMPOSIÇÃO ESCOLHA DE IMAGENS SUPORTE FÍSICO CARTAZ DOSSIER




Autores Alexandra Oliveira | 85336 Mafalda Santos | 85335 Joana Marto | 85308 Nayma Melo | 85394 Lara Santos |85356

Professora Alexandra Moreira Disciplina de Movimentos Artísticos Contemporâneos

Ano 2017 Aveiro 1 impressão


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.