ABPN 10 ANOS -II SEMIINÁRIIO VIIRTUAL DA ABPN:: SEMIINÁRIIO ESTRATÉGIICO

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ABPN 10 ANOS -II SEMI NÁRIO VIRTUAL DA ABPN: SEMI NÁRIO ESTRATÉGICO DE FORTALECI MENTO INSTI T UCI ONAL - Maio a junho/2010

parceiros), multilateral (entre um país e uma instituição internacional) ou trilateral (essa é

mais complexa e pode envolver tanto dois países denominados como em

“desenvolvimento” com país investidor/doador quanto dois países investidores com um em desenvolvimento). Ainda existe a cooperação governamental, também conhecida como cooperação oficial e os acordos diretos de cooperação entre instituições. Ainda do ponto de vista formal, existem a cooperação técnica que diz respeito ao intercâmbio externo entre países sem fins lucrativos ou comerciais e a cooperação financeira reembolsável ou não. Quando nos deparamos com o histórico e a forma como ocorrem as cooperações internacionais no Brasil relacionadas a projetos para a comunidade negra, não será difícil constatar que @s estudiosos, planejadores e administrador@s desse tipo de projeto são majoritariamente professor@s universitári@s brancos. O padrão paternalista e o privilégio branco em geral se repete quando professor@s negr@s são convidados meramente para serem pareceristas e não gestores internacionais de projetos. A ABPN pode e deve dar um salto a respeito disso. Temos que ter negr@s não apenas como bolsistas ou alvo de capacitação, mas também como os gestores de recursos, da política de intercâmbios, enfim do processo como um todo. Esse padrão colonial tem que ser desbancado e a ABPN pode cumprir papel estratégico aqui. Os institutos tradicionais de fomento à pesquisa como CNPq, CAPES, FAPESP, e as fundações internacionais como Fundação Ford (EUA), Fundação Carolina (Espanha), Fulbright (EUA) entre outras, são majoritariamente comandadas por brancos que, com raras exceções, reproduzem o padrão do encontro colonial. Não raro, os projetos e ambições acadêmicas negras são descartados ou desqualificados como não científicos por carecerem de uma suposta objetividade-racionalidade que nós negras e negros não temos. Neste sentido, vale ressaltar que para a academia racista branca brasileira ter negr@s como pensadores, cientistas, gestores de projetos etc é algo ainda que teremos que estrategicamente conquistar. Por isso, muitas articulações internacionais têm ficado no plano ainda informal. Ainda assim, a agenda acadêmica negra cresce e com ela um novo padrão de produção de conhecimento. Por exemplo, várias ONG‟s de mulheres negras desde o fim da década de 80 obtiveram parcerias de organizações estadunidenses e pesquisador@s negr@s durante a década de 90. Foram realizadas


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