2012 de incerteza, 2013 de esperança

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ÍNDICE / CONTENTS

Matéria de capa | Report of Cover

Paulo Mosa Filho

2012: o ano que não decolou! O que esperar de 2013? 26 2012: the year that did not take off What to expect in 2013? 51 30 Companies end the year with optimism for 2013 53 Nem tão bom, nem tão ruim 43 Not so good and not so bad 60 Apostando alto no Brasil 44 High bets on Brazil 61 Empresas fecham ano otimistas para 2013

Maré Alta | High Tide .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

Petroquímica | Petrochemical Agência Petrobras

Articulando | Articulating

A província democrática do pré-sal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 The democratic Pre-Salt province. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Entrevista | Interview Julio Bueno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Julio Bueno. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Comperj: uma complexa equação Comperj: a complex equation

Plataforma Santos | Santos Platform

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Um gigante em franco crescimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Plataforma Espírito Santo | Espírito Santo Platform

The rise of a giant.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Mar de almirante em águas capixabas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A sea of opportunities in ES waters. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Colunistas | Columnists

Gestão de Negócios Business Management Alexandre Andrade

Por dentro do mercado Inside the market Celso Vianna Cardoso

Gestão de Portfólio: Qual o “melhor” projeto? Project management: which one is the better? Um ano de altos e baixos para o setor de Óleo e Gás The Oil and Gas sector in 2012 and its projections for 2013

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Mais informações: www.macaeoffshore.com.br

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CARTA AO LEITOR / LETTER TO THE READER

Enfim, 2013! 2012 foi um ano marcado pelas incertezas do mercado nacional e pelos dissabores do mercado internacional. Lá fora, a crise mundial da Europa se refletiu nos preços do petróleo, trazendo tempos difíceis para a Petrobras.

aguardadas há quatro anos, deu novo fôlego ao mercado, que faz as contas para mobilizar seus ativos e enfrentar o que vem por aí – 2013 vai ser diferente, apostam!

Fase crítica também na política interna da OGX, sinal vermelho para a Chevron, quedas sequenciais na produção da Bacia de Campos e muitos outros fatos marcaram negativamente o ano que o setor parece querer esquecer.

Para saber como foi o ano que está se encerrando e traçar um desenho do novo ano que se aproxima, a revista Macaé Offshore procurou fazer uma radiografia completa, ouvindo diferentes fontes do setor – especialistas, executivos e lideranças.

O ano eleitoral atravancou a pauta do Congresso, postergando a votação do projeto dos royalties do petróleo para o ‘apagar das luzes’ e deixando a decisão final nas mãos da presidenta Dilma Rousseff ou do STF – o que, certamente, deverá ficar para 2013.

Nossa equipe de reportagem também ouviu alguns dos principais organismos que representam os interesses das empresas estrangeiras do setor de óleo e gás no Brasil, bem como outros interessados em ampliar os laços comerciais com o País.

Mesmo assim, o setor se mantém aquecido e, apesar das exigências impostas pela política de conteúdo local – questionada por diversas empresas e instituições que as representam – a indústria se prepara para os tão propagados ‘desafios do pré-sal’.

O clima é de otimismo sim, porém, com uma boa dose de prudência! Afinal, em se tratando de um mercado tão peculiar quanto o do Brasil, onde a oportunidade vem sempre conjugada com desafio, todo o cuidado é pouco!

O anúncio do Governo sobre as novas rodadas de licitação para áreas do petróleo,

Uma ótima leitura, boas festas e um 2013 muito especial!

It is finally 2013! 2012 was a year marked by uncertainties of the national market and by the bitter taste for the international one. Out there, the crisis in Europe reflected in oil prices, bringing hard times to Petrobras. Hard times for OGX’s administration, Chevron on red alert, sequencial downturns in the Campos Basin production and many other facts that negatively marked the year, which the sector wishes to forget. The electoral year clogged the voting process in the Congress, postponing the voting on oil royalties to few moments before the ‘light goes out’ and leaving the decision to President Dilma Rousseff’s hands or the Supreme Court’s. Certainly, this issue is going to be treated in 2013. Still, the sector keeps on heated and, though the requirements imposed by the local content policy – doubted by several companies and the sector institutions -, the industry is preparing itself for the acclaimed pre-salt challenges. 4 MACAÉ OFFSHORE

The government announcement on the new Bidding Rounds, after have been waited for four years, gave new breath to the sector. Now, the companies are mobilizing their assets to face what is to come – 2013 is going to be different – they bet! In order to know-how was the year that is finishing and draw a new picture on the year that is approaching, Macaé Offshore listened to different sources of the sector – specialists, executives and leaders. Macaé Offshore journalism staff also interviewed some of the main institutions that represent foreign oil companies interests in Brazil as well as others that are interesting to expand the trade partnership with the country. The optimism is on the air, indeed. Yet, it is need a dose of prudence. After all, Brazil is a very peculiar market, where the opportunities come along with challenges. So, all the care is not enough. Have a great read, Merry Christmas and Happy New Year!

Capa / Cover: Paulo Mosa Filho Fotos / Photos: Divulgação A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (português / inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Avenida 13 de Maio, 13 - Sl. 1.713 - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.031-901 Tel: (21) 3174-1684 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Director: Bruno Bancovsky Editora: / Editor: Rosayne Macedo / MTb. 18446 jornalismo@macaeoffshore.com.br Jornalistas colaboradores: / Collaborators reporters : Brunno Braga, Rodrigo Leitão e Flávia Domingues redacao@macaeoffshore.com.br reportagem@macaeoffshore.com.br Publicidade: / Advertising: Fernando Albuquerque publicidade@macaeoffshore.com.br Diagramação: / Diagramming: Paulo Mosa Filho arte@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: José Tarcísio Barbosa e Silvia Bancovsky Tradução em inglês: / English version: Brunno Braga Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies 67ª Edição - Novembro/Dezembro 67th Edition - November/December Tiragem: / Copies: 5.000 exemplares/copies Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 assinatura@macaeoffshore.com.br A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties


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MARÉ ALTA

Fotos: Divulgação

Rodadas de Negócios movimentarão R$ 88,3 milhões

Nasce um novo player no mercado: Itaoca Offshore Com um investimento inicial de R$ 450 milhões, a Itaoca Offshore, o mais novo player do segmento, pretende instalar um terminal marítimo no município de Itapemirim, na costa sul do Espírito Santo, para atender exclusivamente à demanda das empresas que operam na exploração de óleo e gás nas bacias de Campos e Espírito Santo. Composto por uma área continental de 600 mil m² e outra, offshore, com um cais de 230 metros e 11 berços de atracação, o empreendimento tem acesso rápido pelas rodovias ES-060 (Rodovia do Sol) e por uma ligação direta com a BR-101, ou seja, já tem uma infra-estrutura de acesso pronta. A área de embarque offshore terá 40 mil m²,

com uma profundidade natural de 9,5 metros. “Esta é uma estrutura bastante diferenciada e inédita na costa do Sudeste, uma vez que o terminal foi projetado e será construído exclusivamente para atender à demanda do setor, ao contrário de outros portos e terminais, em que são promovidas adaptações para atender ao perfil da indústria de óleo e gás”, afirma o diretor de Operações da Itaoca Offshore, Álvaro de Oliveira Jr. A previsão é que as obras comecem no primeiro semestre de 2013, com entrada em operação em 2015. Nesse momento, as licenças ambientais e instalação já estão sendo providenciadas.

Futuro offshore no Paraná O Porto de Antonina tem vocação para ser polo para as atividades de apoio à exploração de petróleo e gás offshore do Paraná. Esta é uma das principais indicações do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do terminal, encomendado pela Appa, a administração dos terminais paranaenses, ao Laboratório de Transportes e 6 MACAÉ OFFSHORE

Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (LabTrans/UFSC), que está à espera da aprovação da Secretaria dos Portos e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em Brasília. O documento, assim como o plano diretor de uma cidade, serve de base para orientar investimentos e operações para os próximos anos.

As rodadas de negócios promovidas durante a Santos Offshore Oil & Gas Expo 2012 movimentarão cerca de R$ 88,3 milhões para o setor nos próximos 12 meses, valor maior que o dobro do movimentado na última edição do evento. As rodadas de negócios foram promovidas pelo Competro Fiesp/Ciesp e Sebrae-SP e utilizaram a metodologia da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), a mesma usada na Brasil Offshore, de Macaé (RJ), possibilitando que empresas de pequeno, médio e grande porte pudessem apresentar seus produtos e serviços aos representantes da cadeia do setor offshore. O encontro contou com a participação de 26 empresas âncora e 101 empresas fornecedoras, que contabilizaram 300 reuniões.


MARÉ ALTA

AGENDA

Brasil se prepara para a sua OTC Em outubro de 2013, o Brasil será sede da Offshore Technology Conference (OTC), evento internacional do setor de petróleo que, pela primeira vez, será realizado fora de Houston, sendo composto de conferências técnicas e uma feira. Na oportunidade, os profissionais conhecerão as últimas novidades, pesquisas e avanços em produtos, serviços e oportunidades de negócios no ramo da exploração de petróleo em águas profundas e ultra profundas no Brasil e outras regiões do mundo. A OTC Brasil oferece também oportunidades de contatos, assim como eventos culturais brasileiros e contribuições aos programas sociais do Brasil.

A melhor Rio Oil & Gas de todos os tempos O anúncio da OTC Brasil 2013 foi feito no encerramento da 16ª edição da Rio Oil & Gas, que, na avaliação do presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), João Carlos de Luca, foi “a melhor em 30 anos”. Foram realizadas quatro plenárias e 24 painéis e a apresentação de 586 trabalhos técnicos de 25 países, tendo a conferência contado com 4.250 congressistas. A feira registrou 1.300 expositores de 27 países, enquanto o programa Profissional do Futuro, voltado para jovens estudantes, contou com o número recorde de 2.300 participantes. O executivo destacou, ainda, os números da Rodada de Negócios da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), que gerou expectativa de R$ 152,8 milhões em negócios.

São Paulo recebe PetroTech 2013 São Paulo vai sediar entre os dias 2 e 4 de abril de 2013, a PetroTech, um dos maiores eventos focados em tecnologia voltada para o segmento de petróleo, gás e biocombustível do país. A descoberta de novas reservas de petróleo, etanol, o gasoduto Campinas-Rio e o campo de exploração e produção de petróleo e gás natural de Campo do Mexilhão são alguns dos assuntos que serão abordados nos três dias de evento.

São Paulo tem a previsão de receber mais de R$ 45 bilhões para o setor energético, com metas que visam a desenvolver e a ampliar a produção de petróleo no estado. Entre os projetos, estão a modernização do parque de refino e o aumento e remanejamento da malha de polidutos, para garantir o suprimento de petróleo e gás natural e ampliar a infraestrutura para escoamento da produção aos mercados interno e externo.

Os desafios do setor na pauta do Accelerate 2013 A segunda edição do Accelerate Oil&Gas está confirmada para os dias 21 e 22 de maio de 2013, no Windsor Hotel Barra, na cidade do Rio de Janeiro. O evento espera repetir o sucesso de 2012, reunindo as principais lideranças da indústria de petróleo e gás do Brasil com o objetivo de discutir os desafios e apresentar as soluções para o desenvolvimento do setor.

Durante os dois dias, acontecerão painéis e palestras sobre as áreas relacionadas ao crescimento e desenvolvimento da indústria de óleo e gás no Brasil. Financiamentos, investimentos, tecnologia, infraestrutura, segurança e meio ambiente e perspectivas futuras serão alguns dos temas tratados ao longo deste expofórum.

Emissão de CO2 na indústria do O&G Acontece entre os dias 8 e 10 de abril, no Sofitel Copacabana, no Rio de Janeiro, o segundo Congresso Brasileiro de CO2 na Indústria do Petróleo, Gás e Biocombustíveis. O evento tem como objetivo aprofundar os estudos nos cenários tecnológicos do CO2 disponíveis e em desenvolvimento para captura, armazenamento, transporte e uso do CO2 e caminhos para mitigar impactos no meio ambiente.

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MARÉ ALTA

GENTE Agência Petrobras

Graça Foster, a personalidade do ano A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster(foto), recebeu em novembro o 1º Prêmio SPE/UFRJ - Personalidade do Ano, concedido pela Society of Petroleum Engineers e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A homenagem foi entregue durante a cerimônia de abertura da VII Semana de Petróleo SPE/UFRJ, realizada no campus da universidade, no Rio de Janeiro. Esta não é a única homenagem que Graça recebeu este ano. Em setembro, a presidente liderou a lista das mulheres mais poderosas do mundo dos negócios e que atuam fora dos Estados Unidos, segundo a Revista Fortune. Foi a primeira vez que Graça foi eleita pelo ranking e, na sua estreia, já desbancou veteranas como Cynthia Carroll, que lidera a britânica Anglo American e figurou na primeira posição no ano passado, e a australiana Gail Kelly, CEO da australiana Westpac.

Novo diretor de Exploração da QGEP A QGEP anunciou que Sérgio Michelucci será o novo diretor de Exploração a partir de 1º de dezembro de 2012. Michelucci é geólogo formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), com especialização em Geofísica pela Universidade do Texas, Austin. Tem mais de 37 anos de experiência na atividade de Exploração de Produção de Petróleo, 35 como funcionário da Petrobras. Em janeiro de 2012, Michelucci se juntou à QGEP, onde ocupa a posição de gerente de Projetos Exploratórios. 8 MACAÉ OFFSHORE

Em agosto, Graça ganhou o título de terceira mulher mais poderosa do mundo dos negócios da Revista Forbes, uma das publicações mais importantes do mundo. A presidente da Petrobras foi descrita como líder da “maior produtora de petróleo em

águas profundas do mundo, com um rendimento de US$ 146 bilhões, 84 mil empregados e uma produção de cerca de 2,6 milhões de barris por dia”. A Forbes também mencionou que a presidente está “trabalhando duro” para garantir o futuro da estatal.

Divisão de Process Systems da Aker Solutions sob nova direção A Aker Solutions, multinacional de serviços de óleo e gás, indicou Eric Mehl como novo diretor da divisão Process Systems no Brasil. “Eric Mehl tem a qualificação ideal para levar adiante a divisão Process Systems no Brasil. Tem grande experiência no ramo de sistemas de processo e trabalhou em importantes empresas no mercado offshore. Também tem uma experiência profunda e variada em liderança, e gerenciou diversas equipes em vários continentes”, diz David Merle, diretor da divisão de sistemas de processo da companhia. Mehl substitui André Andriolo, que dedicou mais de seis anos à Aker Solutions no Brasil.


HIGH TIDE

A new player is born: Itaoca Offshore With an initial amount of investments of R$ 450 million, Itaoca Offshore, the newest player of the segment, intends to establish a maritime terminal in the city of Itapemirim, at the south coast of Espírito Santo, to supply the demands from companies that operate in the E&P in Campos and Espírito Santos Basins. Composed by a continental area of 600,000 square meters and an offshore area with a dock of 230 meters and 11 loading berths, the enterprise provides fast access trough route ES060 and through a direct link to route BR101. In other words, it already has an access infrastructure ready. The offshore area will have 40,000 square meters and 9,5 meters of natural depth. “This is a unique and very differentiated structure in the Southeast coast, once the terminal was designed to supply the demand of the sector exclusively, unlikely other terminals that promote adpatations to serve the oil and gas sector”, the Operational director of Itaoca Offshore, Álvaro Oliveira Jr, says. The construction of the site is scheduled to start in the first semester of 2013 and it is going to operate in 2015. At this moment, environmental and installation licenses are being requested.

Business Rounds will move R$ 88.3 million The Business Rounds organized during the Santos Offshore Oil & Gas Expo 2012 will move roughly R$ 88.3 million for the sector for the next 12 months. This amount is the double of the last edition. The Business Rounds were promoted Competro Fiesp/Ciesp and SebraeSP and they use methodology of the National Organization of the Petroleum Industry (Onip), the same used at Brasil Offshore, in Macaé (RJ), allowing that companies from small, medium and large sizes present their products and services to the representans of the offshore chain . The encounter gathered 26 anchorcompanies and 101 suppliers in 300 meetings.

The future of Offshore in Paraná The port of Antonina was born to be the oil and gas hub of Paraná. This is what indicates the Terminal Development and Mapping Plan, ordered by the Appa, the Paranaense Terminals Administration, to the Transporting and Logistics Lab of the Federal University of Santa Catarina (LabTran/UFSC). The Plan waits to be approved by the Secretary of the Ports and the Antaq (National Agency for Waterway Transportation), in Brasíla (DF). The document, as well as a city’s general plan, serves as a basis to orient investments and operations for the next years.

calendar

Brazil gets ready for its OTC In October 2013, Brazil will host the Offshore Technology Conference (OTC), an international event for the oil and gas sector. For the first time, It is going to be held outside Houston (USA). The OTC will organize technical conferences and a fair. There, professionals will see the last novelties,

researches and advancements in products services and opportunities in the realm of oil exploration in deep waters in Brazil and in other regions of the world. The OTC Brazil provides opportunities of contacts as well as Brazilian cultural events and contributions to the social programs in Brazil.

Rio Oil & Gas 2012: best edition of all time The announcement of the OTC Brazil in 2013 was made during the closing cerimony of the 16th Rio Oil & Gas. The event was evaluated by the president of Brazilian Institute of Petroleum, Gas and Biofuels (IBP), João Carlos de Luca, as the best edition in 30 years. There were four plenaries, 24 panels and the presentation of 586 technical works from 25 countries and the conference had 4,250 congressists. Roughly1,300 exhibitors from 27 countries attended the event, while the Professional of the Future Program attracted 2.300 people.The executive highlighted, also, the numbers of the Business Round promoted by the National Organization of the Petroleum Industry (Onip), that generated business expectations of R$ 152.8 million.

São Paulo hosts Petro Tech 2013 São Paulo will host between 2 and 4 of April, 2013, Petrotech, one of the biggest events focused in technology for the oil, gas and biofuels sector in the country. The discoveries of new oil reserves, ethanol, gas pipeline Campinas-Rio and the E&P in Mexilhão field are amongst the issues to be approached in the three days of the event. São Paulo is predicted to receive more than R$ 45 billion for the

energetic sector, with goals that aims to develop and expand the oil production in the state. There are the modernization of the refining park, the increase and relocation of a set of poliducts, to ensure the oil and gas supply and to expand the infrastructure for the flow of the production to the domestic and international markets are amongst the projects that will be discussed in the event. MACAÉ OFFSHORE 9


HIGH TIDE

calendar

Accelarate 2013: challenges in the sector are on target The second edition of Accelerate Oil & Gas is booked for 21 and 22 of May, 2013, in the Windsor Hotel Barra, in the city of Rio de Janeiro. The event expects to repeat the succes of 2012, gathering the main leaderships of the oil and gas

sector of Brazil, aiming to debate the challenges and presenting solutions for the development of the sector. Through these two days, panels and lectures on areas related to the growth

and development of the oil and gas industry in Brazil will happen. Finance, investments, technology, infrastructure, environment and safety and future perspectives are some issues that will be treated in this expo-forum.

CO2 emissions in the O&G industry Between 8 and 10 of April, 2013, it is going to be organized the second Brazilian Congress of CO2, promoted by the IBP, in Softel Copacabana, Rio de Janeiro. The event will approach the research in the technological scenario on CO2 availabe and the development of capture, storage, transporation an usage of CO2 and ways to mitigate its impacts in the environment.

PEOPLE

QGEP has a new Exploration director QGEP has announced Sergio Michelucci as the new Exploration director on December 1st, 2012. Michelucci is geologist from the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRS), with specialization in Geophysics by the University of Texas. He has more than 37 years of experience in the E&P activities and 35 years as the employee of Petrobras. In January, 2012, Michelucci was hired by QGEP to occupy the position of manager for Exploratory Projects.

Aker Solutions Process Systems Division has a new director Aker Solutions, a multinational for oil and gas services, appointed Eric Mehl as the new director for the Process System Division in Brazil. “Eric Mehl has the right qualification to take further the Process Sytem Division in Brazil. He has great experience in the realm of process systems and has worked in important companies from the offshore sector. He also has deep diverse experience in leadership. The executive has managed several teams in many continents”, the director of System Process Division of the company, David Merle. Mehl replaces André Andriolo, who dedicated himself to Aker Solution in Brazil throughout six years. 10 MACAÉ OFFSHORE

Graça Foster, personality of the year In November, the CEO of Petrobras, Maria das Graças Foster, received the 1st SPE/UFRJ Award – Personality of the Year – given by the Society of Petroleum Engineers and by the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ). The Award was delivered during the opening cerimony of the VII SPE/UFRJ Oil Week, in Rio de Janeiro. This was not the only homage that Graça received this year. In September, the CEO lead the list of the most powerful women in the business world outside the United States, according to the Fortune Magazine. It was the first time that Graça was ranked and, in her debut, she overturned big names

like Cynthia Carrol, the CEO of Anglo America, who led the ranking in 2011, and the Australian Gail Kelly, CEO of the Australian company Westpac. In August, Graça was announced as the third most powerful woman in the business world by Forbes Magazine, one of the main publications in the world. The CEO of Petrobras was described as a leader of the biggest oil-producing company in the world in deep waters, with a revenue of U$ 146 billion, 84,000 employees and a oil production of roughly 2.6 million boed. Forbes also mentioned that the CEO is working hard to ensure the future of the state-owned oil company.


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ARTICULANDO

A

província democrática do pré-sal

Por Antoninho Marmo Trevisan*

C

omo tem sido divulgado, a província do Pré-Sal multiplicará a reserva petrolífera do Brasil, que se tornará a oitava maior do mundo, com 50 bilhões de barris. Além disso, algumas nações com volume maior têm estabilidade política muito menor do que a nossa. Como a combinação de óleo, cobiça, ódio e intolerância ideológicoreligiosa tende a ser literalmente explosiva, nossa consolidada democracia constitui-se em diferencial de alto valor agregado para que o País converta a prospecção de gás e petróleo em um expressivo salto para seu desenvolvimento. Segundo dados do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), compilados pelo Departamento de Competitividade da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o setor de petróleo e gás deverá gerar, até 2020, investimentos de R$ 528 bilhões em segmentos como os de metalurgia e fabricação de bombas, compressores, motores, conexões e flanges, caldeiraria, turbinas, guindastes, válvulas, subestações e serviços de engenharia. O expressivo aporte de recursos deverá resultar na criação de 3,9 milhões de empregos, sendo 721 mil diretos e o restante, indiretos. Para viabilizar esse processo de prospecção é necessário vencer alguns obstáculos de ordem técnica e de engenharia. Os principais são as grandes profundidades das reservas geológicas, entre cinco e sete mil

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metros; a distância média de 300 quilômetros da Costa e a questão ambiental, considerando que os depósitos do Pré-sal contêm concentração de dióxido de carbono bem mais elevada do que a das reservas em águas mais rasas. Para tudo isso, porém, há soluções na tecnologia, na expertise e know-how da Petrobras e de companhias que participem do processo. A viabilidade de sucesso nessa empreitada histórica para o Brasil está evidenciada nos resultados dos poços que foram testados. Os estudos técnicos realizados até agora nos possibilitam vislumbrar que o País será bem-sucedido na prospecção dessas enormes reservas. Nesse sentido, passos importantes já foram dados no plano técnico, em especial o teste de longa duração realizado pela Petrobras na área de Tupi, com capacidade para produzir até 30 mil barris diários de petróleo. Em 2010, é importante lembrar, a Refinaria de Capuava (Recap), em São Paulo, processou o primeiro lote extraído da camada pré-sal da Bacia de Santos. Restam a serem superados os desafios comuns a toda a economia brasileira, relativos aos impostos muito elevados, burocracia excessiva, leis trabalhistas antiquadas, sistema previdenciário deficitário e outros entraves contidos no marco legal. Também precisamos priorizar a formação de excelência de engenheiros e técnicos em quantidade suficiente para atender à demanda de mão de obra

especializada requerida para o fomento do Pré-sal e de seu impacto em diversas cadeias produtivas. É necessário, ainda, equacionar a divisão dos royalties de maneira justa com os estados produtores e que também não prejudique os demais. Essas são questões com forte viés político, que precisam ser solucionadas num exercício exemplar de debates e decisões baseadas nos critérios legais e éticos da democracia.

Esta conquista do povo brasileiro na década de 80, portanto, será importante para viabilizar a prospecção do Pré-Sal e dar sustentação institucional e segurança à sua exploração. Temos tudo, dessa maneira, para ser uma potência energética, produzindo petróleo, gás e também os biocombustíveis, que já se consolidaram como realidade irreversível de nossa matriz energética.

Antoninho Marmo Trevisan é presidente da Trevisan Escola de Negócios, membro do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República.


ARTICULATING

The democratic Pre-Salt

province

By Antoninho Marmo Trevisan*

A

s it has been told, the Pre-salt province will multiply the oil reserves in Brazil, which would become the 8th country in oil reserves in the world, with 50 billions barrels. Besides, some nations with higher oil volume have less political stability than us. As the combination of oil, greed, hatred and ideological-religious intolerance tends to be literally explosive,

by FIESP (Federation of São Paulo’s Industries), the oil and gas sector is expected to generate, until 2020, investments of U$ 259 billions in segments such as metallurgy and manufacturer of oil pumps, compressors, batteries, connectors and flanges, boilers, turbines, cranes, gate-valves, substations and engineering services. The relevant allocation of resources should result in t 3.9 million new jobs, in which 721,000 are direct. In order to facilitate this process of exploration is necessary to overcome some obstacles in the technical and engineering areas. The main ones are the great depths of geological reserves, be-

our consolidated democracy constitutes a high aggregate value advantage for the country in order to convert the prospection of oil and gas into a great step toward development. According to the BNDES (Brazilian Development Bank) research, compiled

tween five and seven thousand meters; the average distance of 300 kilometers from the coast, and the environmental issue, whereas the Pre-salt deposits contain much higher concentration of carbon dioxide than those that is found in shallower water. For all this, however, there are technological solutions and expertise from Petrobras and other companies that participate in this process. The feasibility of success in this historical process for Brazil is evidenced by the results of the offshore oil wells that were

tested. The technical studies performed so far allow us to perceive that the country will be successful in the prospection of those huge oil reserves. In this sense, important steps have already been taken on the technical plan, specially the longterm test conducted by Petrobras in Tupi’s oil field, which is able to produce up to 30,000 barrels of oil per day. In 2010, is important to remember, the Capuava Refinery (Recap), in São Paulo has produced its first allotment extracted from the Pre-salt of Santos Basin. Remain to be overcome common challenges of Brazilian economy, relative to the very high taxes, excessive red tape, old-fashioned labor legislation, pension system deficit and other barriers contained in the legal framework. We also need to prioritize the excellence of engineers and technicians training in sufficient quantity to meet the demand for skilled labor force required for the Pre-salt development and its impact on several productive chains. It is still necessary to consider the fairly royalties division between the states whose are oilproducers without harming the other ones. These are issues with strong political bias, that must be addressed in an extraordinary exercise of debates and decisions based on the legal and ethical criteria of democracy. Therefore, this achievement of the Brazilian people in the 1980’s decade will be important to enable the Pre-salt prospection and to give institutional support and security for its exploration. In this way, we have all to become a respectable oil, gas and biofuels producer – which have been consolidated as irreversible reality of our energetic matrix.

Antoninho Marmo Trevisan is the president of Trevisan Business School, member of Superior Council of the Competitive Brazil Movement and of Council of Social and Economic Development of Presidency of the Republic of Brazil. MACAÉ OFFSHORE 13


Gestão de negócios

Gestão de Portfólio: Qual o “melhor” projeto? Por Alexandre Andrade, PMP* O portfólio de projetos de uma organização deve ser construído com base em critérios claros e efetivos que possibilitem a entrada de novas iniciativas e a saída de outras, visando a atingir os objetivos estratégicos estabelecidos. Esse processo de fazer escolhas é parte da gestão de portfólio. Podemos chamar de portfólio a coleção de trabalhos de um profissional ou projetos de uma organização. Quando falamos em projetos de uma empresa, percebemos que esse conjunto ou carteira de projetos deve ser construído com base em critérios claros que possibilitem a análise para a entrada de novas iniciativas e a saída de outras. Gerir essa carteira é um processo dinâmico, que leva a organização a “fazer o projeto certo” e não apenas “fazer certo o projeto” com o uso das metodologias específicas. Existem várias técnicas para gerenciar um portfólio e que apresentam ótimos resultados. Podemos dizer que o critério básico e essencial de escolha de um projeto é o alinhamento à estratégia, ao negócio da instituição. Pesquisa do Project Management Institute (PMI) aponta que 58% dos projetos não possuem alinhamento com a empresa. Em geral, os objetivos estratégicos das organizações são desconhecidos

e, normalmente, opera-se no escuro. Em 55% das organizações não existe um processo estruturado de seleção e priorização de projetos candidatos ao portfólio. Gestão de portfólio é monitoramento, é fazer revisões periódicas, ver a saúde dos projetos. Retirar projetos do portfólio deve ser encarado como algo natural e necessário na organização. Em outras palavras, alguns projetos podem não ser mais determinantes para a organização e novas iniciativas são alçadas à categoria de projeto prioritário. Em algumas empresas, a carteira de projetos é revista, mantendo como base o direcionamento estratégico. Alguns projetos saem da carteira, outros entram, a depender de inúmeros critérios, como por exemplo: participação da sociedade; eficiência; exequibilidade (avalia o projeto quanto à capacidade e experiência na sua execução técnica e gerencial e quanto à geração dos resultados esperados); risco de descontinuidade (avalia o grau de suscetibilidade a mudanças de conjuntura), entre outros. Cada instituição organiza o seu próprio conjunto de critérios, fundamentados no maior deles, que é o alinhamento aos objetivos organizacionais. Mas como decidir entre propostas de projetos, ou

seja, como criar um ranking de projetos, já que há critérios subjetivos? Existem várias técnicas para a priorização e seleção de projetos em um portfólio. Uma das mais utilizadas é a AHP (Analytic Hierarchy Process), modelo matemático para apoio aos tomadores de decisão, em que estes “avaliam sistematicamente as alternativas por meio da comparação, de duas a duas, dentro de cada um dos critérios” pré-estabelecidos” (VARGAS, Ricardo, 2010). Há empresas que criam categorias de projetos e priorizam algumas delas. A Braskem, maior empresa petroquímica das Américas, trabalha com o conceito simples de cestas de projetos divididos em sobreviver, crescer e perpetuar. Já a Natura, empresa do ramo de cosméticos, verificou que 70% do seu faturamento vêm de produtos criados nos últimos dois anos, ou seja, o seu foco está em projetos de inovação. A Gestão de Portfólio pode ser o fator de sucesso para que as empresas consigam implementar suas estratégias e identificar os melhores projetos a ser desenvolvidos e descontinuar os que estão prejudicando o alcance de resultados mais efetivos. Uma boa ferramenta para empresas do setor de Óleo e Gás que precisam rever seu planejamento estratégico para enfrentar os desafios do novo ano que se aproxima.

* Alexandre Andrade é graduado em Administração pelo Isecensa Campos/RJ, certificado pelo PMI (PMI® - Project Management Institute) desde 2008 e possui MBA em Engenharia de Petróleo pela Funcefet Macaé. Trabalha na área de Óleo e Gás há 11 anos e há sete atua como gerente de Projetos nos segmentos de Tecnologia da Informação e Óleo e Gás na Petrobras em Macaé. Dúvidas e sugestões para esta coluna: alexandre.andrade.pmp@gmail.com

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business management

Project management: which one is better? By Alexandre Andrade, PMP*

A

project portfolio of an organization must be made under a clear and effective criteria which enables new initiatives and also discard others to achieve strategic goals. The process of making choices is part of portfolio management. Managing a portfolio is a dynamic process. A corporation must prepare the right project and adopt specific methodology. There are several ways to manage a portfolio that can present great results.

making a periodic analysis and observing the project conditions. In other words, some projects may no longer be important for an organization and, on the other hand, new initiatives may be seen as a priority project.

We can say that basic criteria along with an essencial project choice must be aligned with the institution strategic business. The Project Management Institute (PMI) research points out that 58% of projects do not fit the company. Overall, strategic goals of companies are unkown and are operated in the dark as usual.

In some companies, the set of projects is reviewed with its strategic direction kept. Some projects are discarded from the portfolio and others are included. All of that depends on inumerous criteria such as civil society participation, efficiency, practicability (which evaluates the project in terms of its capacity and experience in the implementation of its management and technique, and in terms of generating expected results); risk of interruption (which evaluates the level of susceptibility to conjectural changes) among others.

Fifty-five percent of companies do not have a structured process in order to select and priorize project to their portfolio. Portfolio management means monitorization. It also means

There are many ways to priorize and select projects in a portfolio. The most used on is the AHP (Analytic Hierarchy Process), a mathematical model that supports decision-makers

who evaluate alternatives inside every pre-stablished criteria through means of comparison. There are companies that categorize their own projects and priorize some of them. Braskem, the biggest petrochemical company in the Americas, works at the concept of basket of projects divided in survival, growth and perpetuation. As for Natura, a cosmetic company, it was observed that seventy percent of its revenue come from products made in the past two years, i.e., the company is focusing in innovation projects. Portfolio management can be the success factor to the companies in order to implement their strategies and indentify best projects to be developed. Portfolio management can also interrupt those projects that not present effective results. It is a nice way to the oil and gas companies that need to review their strategic planning to face the challenges of the new year that is coming. 

*Alexandre Andrade holds a Bachelor’s Degree in Business Administration from Isecensa Campos/RJ, a PMI® certificate as a PMP® (Project Management Professional) since 2008, and holds a MBA in Petroleum Engineering from Funcefet Macaé; He has been in the Oil Gas segment in Macaé for 11 years, and has been working for Petrobras as a Project Manager for seven years in the sectors of Information Technology and Oil and Gas. Questions and suggestion for this column: alexandre.andrade.pmp@gmail.com

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Por dentro do mercado

Um ano de altos e baixos para o setor de óleo e gás Por Celso Vianna Cardoso* O ano que se encerra não deixará boas lembranças para o setor de Óleo e Gás. As ações das empresas OGX e HRT até que começaram o ano obtendo expressivas valorizações, mas perderam fôlego a partir do segundo trimestre e devem fechar 2012 amargando desvalorização superior a 50%. Até meados de outubro a OGXP3 apresentava queda de 63%, enquanto que HRTP3 tinha desvalorização próxima a 64%. A Petrobras conseguiu se destacar desse grupo e apresentava uma valorização de 2% no mesmo período de seus pares até 26 de outubro de 2012. A posse da nova presidente da Petrobras, Graça Foster, trouxe para o mercado alguma esperança de solução dos problemas que impactam diretamente no balanço da empresa: o preço da gasolina e os níveis de endividamento. O balanço da Petrobras para o terceiro trimestre de 2012 decepcionou os investidores. Apesar de registrar lucro de R$ 5,5 bilhões – contra um prejuízo de R$1,3 bilhão do trimestre anterior – este foi 12% menor que o do mesmo período de 2011 e R$ 3 bilhões abaixo do que o mercado esperava. Na segunda-feira após a publicação do balanço as ações apresentavam queda superior a 3%. O dólar em alta exerce impacto negativo direto no balanço da estatal. O diretor financeiro e de RI, Almir Barbassa, a dívida líquida em dólar gira em torno dos R$ 76 bilhões e está exposta a variação cambial.

Pressionando a dívida, encontra-se o aumento da demanda pela gasolina, que hoje no Brasil é vendida abaixo do seu custo de importação, provocando redução nas margens de lucro e consequente redução do pagamento de dividendos aos acionistas.

Devido ao problema da redução drástica das expectativas, a OGX mudou o foco: ao invés de encontrar petróleo, o objetivo agora é monetizar as reservas, ou seja, começar a fazer caixa o mais rapidamente possível.

A OGX, mais uma vez, decepcionou os investidores devido ao não cumprimento das estimativas de produção para o Campo de Tubarão Azul. Após os testes realizados, os resultados apontaram para uma produção de 5 mil barris diários, contra uma expectativa de 20 mil barris.

No cenário mundial, a crise na Europa e a fraca recuperação da economia dos Estados Unidos reduziram a demanda por petróleo, fazendo os preços caírem. No final de outubro, o preço do barril de petróleo estava cotado a US$ 86, com queda acumulada de 13% em 2012.

Shell Exxon

BP Chevron

OGX

Petrobras

10% 0% -10% -20% -30% -40% -50% -60% -70%

Para 2013 os desafios são enormes O setor de Óleo e Gás ainda terá que enfrentar vários obstáculos em 2013. O cenário doméstico é agravado pelo excesso de discurso e carência de ações efetivas que pudessem atacar de frente os problemas já conhecidos, em especial na Petrobras.

concordar que a empresa tem grande potencial, porém, os seguidos adiamentos na geração de caixa vêm criando uma desconfiança nos investidores, que estão optando por aguardar que a empresa faça a sua parte para voltarem a investir.

Para 2013, a alta administração da estatal já sinaliza com desinvestimentos para reduzir a dívida da empresa e no reajuste no preço da gasolina para recompor o caixa da empresa.

Somente com sinais de recuperação da economia mundial veremos alguma melhoria no desempenho do setor de Óleo e Gás. Para o ano que vem as perspectivas não são as mais otimistas, principalmente devido à Europa, que ainda não encontrou o caminho para recuperar as economias dos países mais atingidos pela crise. Feliz 2013!

A OGX terá pela frente o desafio de entregar aos investidores tudo aquilo que vem sendo prometido. O mercado parece

*Celso Vianna Cardoso é analista de sistemas formado pela PUC-RJ, com MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. É coautor do livro “Análise Técnica Clássica”, lançado pela Editora Saraiva em 2010, e diretor de Novos Negócios da Inove Investimentos.

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WTI


inside the market

A year of ups and downs for the oil and gas sector * By Celso Vianna Cardoso

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he year is ending and it will not leave best memories to the Oil and Gas sector. OGX’s and HRT’s stock prices started 2012 in a good shape and they obtained good gains. Yet they lost ground from the second quarter onward and they might end 2012 with a devaluation higher than 50%. By October, the market value of OGX fell 63% while HRTP3 presented devaluation of 64%. Petrobras was able to distinguish itself from the others, presenting a valuation of 2% in the same period until 26th of October, 2012. The inauguration of the new CEO of Petrobras has brought some hope to the sector in terms of finding solutions to the problems that directly affect the company’s balance sheet: the price of gasoline and the level of Petrobras’ debt. The balance sheets of Petrobras for the third quarter of 2012 frustrated its investors. Though the company registered net profit of R$ 5.5 billion – face to the loss of R$ 1.3 billion in the former quarter – which represented 12% lower than the same period of 2011 and R$ 3 billion less than the market expected. The Petrobras shares fell 3% on Monday after the publication of the balance sheets. The valuation of the dollar has a negative impact in the state-owned oil

company. The Chief Financial Officer and Investor Relations Director Almir Barbassa said that the net debt is about R$ 76 billion and it is linked to the exchange rate. The increase of gasoline demand exerts pression on the debt. Currently, the gasoline is sold at a lower cost than what is imported, resulting in reduced profit margins and, as a consequence, reduction of bonus issues to the shareholders. OGX has once again frustrated its investors due to the non-accomplished production estimates for Tubarão Azul oil field. After tests, the results appointed to the production of 5,000 barrels of oil equivalent per day face to the expectations of 20,000 barrels of oil equivalent per day. Due to the problem of a drastic expectations reduction, OGX changed its focus: instead of trying to find oil, its goal now is to monetize its oil reserves, in other words,it is time to make money as fast as possible. In the current world scenario, the crisis in Europe and the slow recovery of the US economy reduced the demand for oil causing the fall of its price. In the end of October the oil barrel was priced at US$ 86, with accumulated losses of 13% in 2012.

Great challenges for 2013 The Oil and Gas sector will have to face several obstacles in 2013. The domestic scenario is aggravated by the speech in excess and lack of effective actions which could tame well known problems by Petrobras, mainly. For 2013, the board of the state-owned oil company indicated its intetion to divestment in order to reduce its debt as well as wants to increase the price of gasoline to regain its funds. OGX will have to face the challenge of giving everything that the company has promised to its investors. The market seems to agree that the company has good potential. Yet the ongoing process of cash advance has created distrust among the investors who are waiting for the company does its part. Only then investors will invest in OGX again. Only with the signs of global economy recovery some gains will be seen in the performance of the Oil and Gas sector. For the next year, the perspectives are not so optimistic because Europe has not found means to save the most affected countries economies by the crisis. Happy 2013!

* Celso Vianna Cardoso is a system analyst graduated by PUC-RJ and MBA in Business Administration Management by IBMEC. Co-author of the book “Análise Técnica Clássica”(Classic Technical Analysis), released by Editora Saraiva in 2010 and New Business Director of Inove Investimentos.

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ENTREVISTA

Julio Bueno ‘Conteúdo local não é ciência, é arte’ Por Brunno Braga

Crise na Petrobras, atraso no Comperj e indefinições sobre a questão dos royalties foram alguns dos temas espinhosos que assombraram o setor de óleo e gás em 2012. E esses problemas foram, de certo, sentidos pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. Responsável por cuidar da pasta que lida diretamente com o setor, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro (Sedeis), Julio Bueno consegue ser, ao mesmo tempo, realista sobre os problemas atuais e otimista quanto ao futuro do setor. Tudo isso numa visão crítica.

O secretário recebeu a Macaé Offshore, encerrando a série de entrevistas realizadas este ano com os mais proeminentes nomes do setor de petróleo no País – Graça Foster (presidente da Petrobras), Magda Chambriard (diretora-geral da ANP), Sérgio Machado (presidente da Transpetro) e Edison Lobão (ministro de Minas e Energia). Engenheiro da Petrobras desde 1978, Bueno já ocupou diversos cargos na petroleira. Antes de assumir o cargo atual, ocupado desde 2007, foi secretário estadual de Desenvolvimento do Espírito Santo. Acompanhe, a seguir, os trechos da entrevista.

MACAÉ OFFSHORE – O Rio de Janeiro é o estado que vem registrando a maior queda da produção industrial no acumulado dos últimos 12 meses (janeiro a agosto de 2012), com menos 4,9% em relação ao mesmo período do ano passado. A que o senhor atribui esse resultado? Julio Bueno - O Estado do Rio de Janeiro, há algum tempo, deixou de ter sua economia baseada apenas no setor de petróleo. O Rio, para além do petróleo, tem, 18 MACAÉ OFFSHORE

por exemplo, uma forte atividade industrial concentrada na produção de veículos e de equipamentos para transportes. Em ambos os casos, conta com as demandas internas e externas, que foram afetadas durante o ano pela crise internacional. Ao mesmo tempo, essas mesmas indústrias puxaram a atividade industrial nos últimos dois meses (agosto e setembro), fazendo com que o Rio crescesse mais do que outros estados nesse período. Ou seja, não dá para fazer uma avaliação pontual sobre essa questão. M.O. – De que forma o setor de óleo e gás fluminense pode contribuir para que esse resultado seja revertido?


entrevista

J.B. - O setor de óleo e gás é extremamente importante para o Estado do Rio de Janeiro. A produção crescente da Petrobras, as expectativas para o pré-sal e, consequentemente, toda a cadeia em torno dessa atividade – seja na indústria naval ou fornecedores de equipamentos para plataformas – contribuem diretamente para movimentar a economia do Estado do Rio de Janeiro. Temos quatro plataformas para o pré-sal sendo construídas no Estaleiro Inhaúma, que foi revitalizado há pouco. Temos uma encomenda de US$ 1,2 bilhão no Rionave, que está operando na área do antigo estaleiro Caneco, que também será revitalizado para ter novas indústrias operando lá. É um setor aquecido, que traz enormes perspectivas para o estado. M.O. – Se o ano de 2012 está sendo ruim, é possível ser mais otimista para 2013? O senhor poderia falar de projetos que irão vingar no ano que vem? J.B. - Com certeza estamos otimistas não somente para 2013, como para os próximos cinco anos. Há vários projetos entrando em operação e outros que estão avançando em suas obras para início de produção em breve. Temos o início das operações da fábrica da Neobus, no início de 2013. Temos várias empresas fornecedoras da indústria do petróleo sendo inauguradas a cada semana e no próximo ano não será diferente. São R$ 211 bilhões em novos investimentos no estado entre 2012 e 2014, segundo a Firjan. Nenhum outro estado está recebendo recursos dessa ordem. M.O. – Entre os fatos que marcaram o ano de 2012 no setor está a crise

pela qual passa a maior empresa brasileira – a Petrobras. Como o senhor avalia a atual situação da empresa? J.B. - Avaliar a Petrobras não é uma coisa fácil, porém, não existe melhor avalista do que o próprio mercado. A precificação das ações da Petrobras é a melhor maneira para sabermos se a empresa vai bem ou não. E como sinaliza o mercado, a Petrobras vem enfrentando sérios problemas. É cla-

Avaliar a Petrobras não é fácil, mas não existe melhor avalista que o mercado ro que as medidas anunciadas pela presidente Graça são muito bemvindas, como a construção de refinarias no Nordeste e o aumento da eficiência na Bacia de Campos. Eu defendo a Petrobras não como uma autarquia do governo federal, mas como uma empresa. Isso significa que não concordo com as interferências em preços e outras intervenções governamentais. As

intervenções do governo devem ser pautadas pela visão de um acionista que trabalha em cima de uma visão estratégica. De nomeação de diretores e de outras atribuições técnicas e empresariais, o governo deve ficar de fora. M.O. – Assim como a Petrobras, a ANP tem também uma nova comandante. O que o senhor está achando da administração de Magda Chambriard? J.B. - Apesar do perfil técnico da nova diretora da ANP, não é possível tecer grandes comentários a respeito da sua gestão. O setor petróleo está parado e a ANP não tem conseguido fazer licitações. E isso faz com que a ANP tenha grande parte das suas atividades, que é preparar, elaborar e organizar os leilões, paralisada. M.O. – De fato. Ela, inclusive, já disse, reiteradas vezes, que os leilões só irão acontecer após serem solucionados os impasses relacionados ao projeto de lei que trata da questão dos royalties do petróleo para estados e municípios. Esses impasses não têm prejudicado o fluxo de investimentos das operadoras no Brasil? J.B. - Sem dúvida, é inegável o crescimento que o setor de petróleo teve desde o início das rodadas da ANP. Várias empresas foram atraídas para o Brasil. Muitas petroleiras estavam à espera de novas oportunidades para aumentar seu portfólio com o anúncio dos leilões. Mas o atraso das rodadas decorrente dos impasses no Congresso sobre a questão dos royalties não foi iniciado pelo Rio de Janeiro e nem pelo Espírito Santo. Nossa posição é bastante razoável e defendemos que haja negociação dos campos MACAÉ OFFSHORE 19


ENTREVISTA

de petróleo e gás ainda não licitados. Tanto Rio como Espírito Santo monetizaram suas reservas em função daquilo que se entende como resultado de direito adquirido. Portanto, não há como permitir que mandatários de outros estados venham modificar o repasse de recursos em campos já licitados. O governo federal já se pronunciou a nosso favor. Agora, precisamos avançar nas negociações. M.O. – O senhor acha que com os atrasos, haverá forte retração dos investimentos de O&G no Brasil? J.B. - As descobertas recentes do pré-sal representam 30% da sua potencialidade. Vemos que o nível de investimentos é efervescente em função das descobertas feitas anteriormente. Só que esses investimentos têm durabilidade de quatro anos. Se não se confirmarem as datas das nova rodadas, não haverá mais investimentos. Então, o portfólio de atividades que continua elevado, cairá. M.O. – Como o senhor observa a questão do conteúdo local? J.B. - O monopólio da Petrobras a leva a dois compromissos – com a empresa e com o País. A Petrobras é uma alavanca de desenvolvimento nacional. Tempos atrás, a Petrobras esqueceu isso e comprava em qualquer lugar e isso é errado. Conteúdo local não é ciência, é arte. Política governamental tem que estar atenta aos níveis de exigência de fabricação no Brasil, pois é um ótimo mecanismo de geração de emprego e renda, mas, ao mesmo tempo, é preciso dinamizar o processo exploratório. Eu sou a favor do conteúdo local, mas que seja implementado dentro da 20 MACAÉ OFFSHORE

realidade. Outra coisa interessante é que haja uma curva de aprendizagem e isso demanda tempo. No período em que ocorre a curva de aprendizagem, os equipamentos e máquinas produzidos aqui estarão com preços superiores, mas a Petrobras pode entender que, num primeiro momento, é necessário pagar mais para, depois de consolidada e com a curva de aprendizagem avançada, a indústria nacional ter um grau elevado de competitividade. M.O. – Além do conteúdo local, um dos temas mais discutidos no setor de óleo e gás é a falta de mão de obra qualificada, que vai desde técnicos a engenheiros especializados e isso vem fazendo com que importemos profissionais de outros países. O senhor acha que num futuro próximo poderemos ter uma maior oferta desses profissionais? J.B. - Esse é um doce problema. Temos uma demanda enorme por profissionais altamente qualificados e a corrida para essa qualificação deve ser vista como meta não somente das associações de classe, como também das próprias empresas. Acredito que no futuro tenhamos uma geração mais bem preparada para atender a essa demanda e isso vai se refletir em uma melhora da renda do trabalhador.

M.O. – Recentemente, a Codin (Companhia de Desenvolvimento Industrial, atuarquia vinculada à Secretaria) anunciou a construção de um polo para a indústria de navipeças no estado, mais precisamente no município de Duque de Caxias. Como está o andamento do projeto? O senhor poderia detalhar o cronograma e as cifras envolvidas?

J.B. - O polo de navipeças deverá ser instalado numa área de quatro milhões de metros quadrados em Caxias. A área está em fase de avaliação para obter licenciamento ambiental. O detalhamento do cronograma bem como a negociação da área somente poderão ser feitos após esse licenciamento. O projeto prevê investimentos do governo estadual em torno de R$ 250 milhões para a compatibilização de uma área de quatro milhões de metros quadrados, que será destinada a novas empresas. A expectativa é de que o polo atraia investimentos de R$ 1,5 bilhão e gere cerca de cinco mil empregos diretos assim que começar a ser implementado, entre 2013 e 2015. M.O. – Em relação a políticas de benefícios fiscais, como o Governo do Rio está trabalhando para fazer com que as empresas estrangeiras do setor de energia se sintam mais atraídas para investir? J.B. - O setor de energia quase não tem benefícios fiscais, já que o Estado do Rio de Janeiro tem vocação natural para esse setor. Não há por que fazer uma política para atrair empresas nessa área. As empresas vêm para o Estado do Rio naturalmente. M.O. – Quanto ao complexo portuário fluminense, antigos problemas como dragagem, calado, atracação entre outros podem vir a prejudicar a movimentação e o escoamento da produção do présal, conforme apontam analistas de logística. Como o Governo do Rio está trabalhando na articulação com entidades federais e empresariais para que não ocorra uma paralisia logística?


entrevista

J.B. - Problemas como dragagem, calado e atracação foram ou estão sendo solucionados. Além disso, o Estado do Rio de Janeiro está passando por fortes investimentos em logística que não justificam essa possibilidade de paralisia. Muito pelo contrário. As obras no Porto do Rio, a construção do Complexo do Superporto do Açu, o Terminal Ponta Negra e mais os terminais privados que estão sendo instalados na região de Itaguaí mostram que o Rio corre em outra direção: a de um forte aparato logístico para atender ao crescimento das atividades portuárias, especialmente devido ao aumento no volume de cargas na área siderúrgica e também de petróleo, por conta do présal. M.O. – O caso Chevron ainda repercute, sobretudo em função dos movimentos do Ministério Público Federal, que advoga em favor da paralisação das operações da própria Chevron e da Transocean. O

senhor acha que essas ações podem intimidar futuros investimentos no Brasil? J.B. - Não acredito. O Brasil é um país democrático, que respeita contratos e que é regido por leis. Isso conta muito para o investidor. M.O. – Mas, ao que parece, o discurso ambientalista tem crescido. A diretora da ANP disse que será bastante rígida com empresas que não cumpram com os requisitos de segurança ambiental. Como a Sedeis observa isso? J.B. - Muito bem! Os órgãos reguladores têm que fazer cumprir a lei. Já a Sedeis está aliada às questões ambientais. Temos um ótimo relacionamento com a Secretaria Estadual de Ambiente e já organizamos, em conjunto, grupos de trabalho para avaliar os riscos ambientais que determinados projetos podem acarretar. Esse foi o caso do projeto de ampliação do

Tebig (Terminal da Ilha Grande), feito pela Transpetro, que vetamos por achar que o terminal traria riscos ambientais àquela região. M.O. – Apesar do atraso nas obras do Comperj (ver matéria na página 75, com comentário do secretário), é possível ainda vislumbrar o Rio como um hub petroquímico nacional? J.B. - Com certeza! Há questões que envolvem a petroquímica nacional como um todo por conta da competitividade do preço do gás natural, principal matéria-prima dessa indústria no futuro. Hoje o gás natural no país é caro em relação ao preço mundial e isso dificulta a competitividade da indústria petroquímica nacional frente a outras internacionais. Solucionada essa questão, a petroquímica tende a crescer no Brasil pelo mercado que tem. E crescendo no país, vai crescer no Rio de Janeiro. 

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INTERVIEW

Julio Bueno “Local content is not a science. It is an art” By Brunno Braga

Crisis in Petrobras, delays in the Comperj project and indefinitions about oil royalties were some of the bitter issues that haunted the oil sector in 2012. And these problems were felt by the Government of the state of Rio de Janeiro. Julio Bueno is the secretary of Economic Development, Energy, Industry and Services of the State of Rio de Janeiro, which represents the government on taking care of the oil and gas sector in Rio de Janeiro. He can be, at the same time, realist about the current issues and optimistic about the future of the sector. All of that under a critic view.

Macaé Offshore – Rio de Janeiro is the state that has been registering the biggest fall in the industral production in the last 12 months,with less than 4.9% compared with the same period of the last year. What was the cause for Rio obtains this result? JUlio Bueno - The state of Rio de Janeiro has no longer its economy based only in the oil and gas sector. Besides oil, Rio has, for example, a strong industrial activity concentrated in the production of vehicles

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The secretary received Macaé Offshore, finishing the series of interviews that happened this year with the most proeminent names of the country oil sector – Graça Foster (CEO of Petrobras), Magda Chambriard (director-general of the ANP), Sérgio Machado (CEO of Transpetro) and Edison Lobão (minister of Mining and Energy). Engineer of Petrobars since 1978, Bueno has already been in many positions in the state owned oil company. Before take over the current position, where he is since 2007, Bueno was secretary of Development of the state of Espírito Santo. Read, in the following, parts of the interview.

and transport equipments. In both cases, they are linked to the domestic and international demand, which were affected by the international crisis throughout the year. At the same time, these same industrial sectors boomed the industrial activity in the last two months (August and September), helping Rio to grow more than other states in this period. In other words, it is not possible to make an evaluation on this issue.

M.O. – How can the oil and gas sector help to reverse this result?

J.B. - The oil and gas sector is extremly important for the state of Rio de Janeiro. The growing production of Petrobras, the expectations for the pre-Salt and, consequently, the whole chain that surrounds this activity - both shipbuilding industry as to equipment suppliers to the oil platforms – contribute directly to strenghten the economy of the state of Rio de Janeiro. We have four oil platforms for the preSalt that are being constructed in Inhaúma Shipyard, which was recently revitalized. We have a order worth US$ 1.2 billion in Rionave Shipyard, that is operating in the


INTERVIEW

area of the Caneco Shipyard, which was revitalized in order to receive new industries. It is a booming sector and brings huge perspectives to the state.

M.O. – If 2012 has been a bad year, is it possible to be more optimistic for 2013? Could you talk about the projects that will be executed next year? J.B. - For sure, we are very optimistic not only for 2013 but also for the next five years, There are many projects in execution and others whose construction are advanced and will be ready to be executed soon. The Neobus factory will start to be executed in the beginning of 2013. There are many supplier companies from the oil industry that are being opened every week and it will not be different next year. According to the Firjan, there are R$ 211 billion to be invested in the state between 2012 and 2014. No other state in Brasil is recieving that sort of amount.

M.O. – The crisis in Petrobras – the biggest Brazilian company – is among the remarkable facts of 2012 in the oil sector. How do you evaluate the current situation of the company? J.B. - The task of evaluating Petrobras is not easy. Though, there is not any better analist than the market itself. The precification of Petrobras’ stocks is the best way to know if the company is doing well or not. And, as the market points out, Petrobras has been facing serious problems. It is sure that the measures announced by the CEO of Petrobras are very welcomed, such as the contruction of refineries in the Northeast and the increase of the efficiency of the Campos Basin. I defend Petrobras not as a stateowned company but as an enterprise. This means that I do not agree with the governmental interventions in the gasoline prices. The governmental interventions must

be conducted by the shareholder view who operates under a strategic view. The government must be away from the announcement of the board as well as other business and technical attributions.

M.O. – Like Petrobras, the ANP has also a new CEO. What do you think of Magda Chambriard administration?

The task of evaluating Petrobras is not easy. Though, there is not any better analist than the market J.B - Though the technical profile of the new CEO of the ANP, it is not possible to talk about her administration. The oil sector is paralized This also blocks the ANP activities once its main attribution is to elaborate and organize the biddings.

M.O. – For sure. She has even said many times that the bids will only happen after the solution of the issue related to the law enforcement on the oil royalties among states and cities. Do these issues put the flow of investments in Brazil at risk?

J.B. - It is sure that the growth of the oil sector has been seen since the beginning of the ANP Rounds. Many companies were attracted to Brazil. Many oil companies were waiting for the new opportunities to expand their portfolio through the announcement of the bids. Yet, the delays of the rounds because of the indefinitions on the royalties at national Congress were not initiated neither by Rio nor Espirito Santo. Our position is quite reasonable and we defend the dealing of the fields that have not been auctioned yet. Both Rio de Janeiro as Espírito Santo have monetized their oil reserves due to what we understand as a result of vested right. Therefore, it is inconceivable that governments from other states tend to modify the share of the resources from the fields already auctioned. The Federal government has declared that it stands with us. Now, we must advance in the dealings.

M.O. – Do you think that the delay in the bids will cause retraction of O&G investements in Brazil? J.B. - The recent discoveries of the Pre-salt represent 30% of its potential. We see that the level of investments will last four years. If the new rounds dates will not be booked, there will not be new investments. So, though the portfolio of activities is still high,it will fall.

M.O. – How do you observe the local content issue? J.B. - Petrobras monopoly leads to a commitment both to the company itself as to the country. Petrobras is the leverage of the national development. Years ago Petrobras has forgotten this and has bought anywhere and it is wrong. Local content is a not a science, it is art. Government policy must be aware of the level of requirement of producing in Brazil, thus it is a great mechanism of creating job and wealth, and, at the same time, it is

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necessary to dynamize the exploration process. I approve the local content, but it must be implemented in a realistic way. It is also important to have a learning curve, but it takes time. In the period when the learning curve happens, the equipment and machinery produced here will have higher prices, but if Petrobras understands that, in a first moment, it is necessary to pay more to have a national industry with a higher level of competitivity and, thus, Brazil will have a consolidated industry and an advanced learning curve.

M.O. – Besides the local content, one of the most controversial issue in the oil and gas sector is the lack of qualified labor force, which ranges from technicians to specialized engineers and this is leading us to import professionals from other countries. Do you think that in a near future we can count on a larger supply of these professionals? J.B. - This is a sweet problem. We have a huge demand for highly qualified professionals and the race for this qualification must be seen as a goal not only for the syndicates but also for the companies themselves. For the future I believe that we will have a better prepared generation to respond these demand and this is going to be reflected in a better income for the worker.

M.O. – Recently, Codin (The Industrial Development Company, an autarchy linked to the Sedeis) announced the construction of a center for the shipbuilding equipments industry in the state, precisely located in the city of Duque de Caxias. How is everything so far? J.B. - The center of shipbuilding equipments will be at an area of 4 million square meters in the city of Duque de Caxias. The area is under evaluation to obtain environmental license. The schedule detailment, as well as the negotiation 24 MACAÉ OFFSHORE

of the area, only can be done after the environmental license. The project of the governmental investments will be about R$ 250 million to fit an area of 4 million square meters that will be destined for new companies. The expectation is that the center attracts investments of R$ 1.5 billion and creates 5,000 direct jobs as long as the project starts its implementation, between 2013 and 2015.

M.O. – As for fiscal benefits, how the government of Rio is working to attract foreign oil and gas companies to invest? J.B. - The energy sector does not have fiscal benefits, once the state of Rio de Janeiro was naturally born for this sector. There is no need to make a policy to attract company in this field. Companies will come to the state of Rio de Janeiro naturally.

M.O. – As for the port complex of Rio de Janeiro, old problems such as drainage, mooring, draft among others can jeopardize the operation and outflow of the Pre-salt production, as logistics analists points out. How the government is working along with Federal institutes and with the private sector to avoid a logistics paralisation? J.B. - All the problems related to drainage, draft and mooring have been solved. Besides, the state of Rio de Janeiro is recieving great investments in logistics. Then, the possibility of paralization is not real. Quite the opposite. The construction of Port of Açu, the construction of the Superport complex of Açu, the terminal of Ponta Negra and other private terminals that are being installed in the region o f Itaguaí show that Rio is running towards a strong logistics aparatus to serve the growing of the port activities, due to the increase of the volume of freight for the steel and oil sector for the Pre-salt.

M.O. – The Chevron case still resonates, mainly due to the

operations of the Federal Public Minister, which works for the paralization of the operations of Chevron and Transocean. Do you think that these actions can intimidate future investments in Brazil? J.B. - I don’t think so. Brazil is a democratic country where the contracts prescribed by laws are respected. This counts a lot for the investor.

M.O. – But, as it seems, the environmental movements are growing. The director of the ANP said that the institute will be very strict with the companies that disrespect the requirements for environmental security. How does the Sedeis sees that? J.B. - Very well. The regulators institutes must enforce the laws effectively. We have a nice relationship with the Secretary of Environment of the state of Rio de Janeiro and we have worked together to evaluate the environmental risks that some projects can have. This is was the case of the project of the extension of the Terminal of Ilha Grande (Tebig), requested by Transpetro. It was vetoed because we found out that the terminal would bring environmental risks to the region.

M.O. – In spite of Comperj project delays (read more on page 77 with the comments of the secretary),is it still possible to see Rio as a national petrochemical hub? J.B. - Certainly. There are issues that concerns the national petrochemical as a whole, due to the competitiveness of the price of the natural gas, the main input material for this industry in the future. Currently, the natural gas in the country is more expensive than in the rest of the world and this makes it difficult for the competivity of the national petrochemical in the international field. Once this issue is solved, the petrochemical sector tends to increase in Brazil due to its domestic market and, consequently,it will also grow in Rio de Janeiro. 


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2012: o ano que não decolou! O que esperar

2013?

Paulo Mosa Filho

de

Analistas, executivos e lideranças do setor ouvidos pela Macaé Offshore apontam os problemas e os desafios a ser enfrentados Por Brunno Braga e Rodrigo Leitão

N

o começo de 2012, alguns fatos apontavam que, ainda que cautelosamente, boas notícias poderiam surgir no setor de óleo e gás. A posse de Maria das Graças Silva Foster para a presidência da Petrobras, no lugar de José Sérgio Gabrielli, foi aplaudida por analistas e investidores em função do perfil mais técnico da nova CEO. Havia esperanças, ainda que pequenas, de que o projeto de lei que trata da partilha dos royalties do petróleo entre os estados, já aprovado pelo Senado, fosse à votação na Câmara dos Deputados. Até mesmo a expectativa de que a OGX fosse se tornar um player de peso no cenário de E&P nacional por conta de projeções feitas no campo Tubarão Azul – ler mais detalhes no artigo de Celso Vianna Cardoso à página 16 - serviu de termômetro de que 2012 26 MACAÉ OFFSHORE

não seria um ano ruim. Mas, como se viu, esse entusiasmo inicial foi breve e alguns analistas já consideram o ano como aquele em que o setor conseguiu alçar apenas voos curtos. Em certos casos, o setor nem ao menos decolou. De certo, o cenário de vicissitudes foi, de alguma maneira, herdado do ano anterior. Apesar de a produção de óleo e gás em 2011 ter conseguido ser superior 2010, o volume contabilizado pela Petrobras no período ficou 4% menor do que a meta fixada no início daquele ano. Outro fator de frustração foi o atraso no cronograma da construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. As indefinições sobre os royalties, que travaram a confirmação das rodadas de licitação, foram problemas que estiveram em pauta em 2011 e que permaneceram em 2012.

Não há dúvidas de que o setor de óleo e gás no Brasil permite que haja enorme potencialidade de crescimento econômico no Rio de Janeiro, Santos, Espírito Santo e Nordeste. Cálculos já divulgados mostram que até 2020, somente o pré-sal atrairá US$ 400 bilhões em investimentos. Contudo, mesmo com toda a expectativa de altos negócios, 2012 foi, de certa forma, frustrante, mostrando que, mesmo com as oportunidades, a falta de ações coordenadas por parte do governo é capaz de paralisar a movimentação de recursos importantes para o cenário econômico como um todo, conforme ilustraram os analistas ouvidos pela Macaé Offshore. Para 2013, verifica-se a necessidade de uma dose extra de realismo e visão de política madura para que o setor não desacelere.


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Mais um ano sem leilões foi maior fardo para o setor Essa é a visão do advogado Miguel Mirilli, professor de Direito do Petróleo e Gás do MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para ele, a não realização dos leilões de áreas exploratórias em 2012 foi a notícia que mais pesou negativamente para o setor. “A demora e a incerteza diminuiu o fator de atratividade de empresas interessadas em investir no Brasil, embora o país tenha se consolidado como o principal alvo de investimentos neste setor. No entanto, sem novos blocos em disputa, o mercado vem intensificando as cessões de contratos, conhecido como farm-in e farm-out”, analisa o acadêmico.

A questão do conteúdo local também teve um lugar de destaque neste ano. Ações de instituições privadas como a Onip, que lançou o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores, para avaliar projetos que estimulem a produção interna de equipamentos atualmente importados pela cadeia, e o lançamento do Inova Petro, programa que destinará, por intermédio do BNDES e da Finep, R$ 3 bilhões para empresas brasileiras ou estrangeiras que produzam equipamentos para o setor de óleo e gás em solo nacional, foram movimentos que pretendiam dar

uma resposta à política de conteúdo local. Contudo, apesar da forte aposta do Governo em ter nos projetos de E&P uma forte participação da produção nacional, a própria ANP já adiantou que o nível de conteúdo local está 30% abaixo da meta máxima estabelecida pela autarquia para projetos de exploração e desenvolvimento. E o descumprimento da percentagem mínima exigida resultará em multas em série a serem aplicadas às operadoras pela agência. Em outras palavras, a política de conteúdo local ainda não conseguiu sua pretendida concretização, analisa Mirilli.

Petrobras, o fiel da balança Mas foi a Petrobras quem mais serviu como fonte de más notícias no mercado em 2012. Prejuízos, dificuldades em equacionar questões políticas com um perfil empresarial e problemas contratuais com empresas da indústria offshore deixaram temerosos os investidores, que correram para vender as ações da empresa. Resultado: a estatal petrolífera brasileira teve perda de 60% do seu valor de mercado anualizado – janeiro a setembro de 2012 – em comparação com o mesmo período do ano anterior. Essa condição fez com que a Petrobras perdesse sua posição de mais valiosa petroleira da América Latina para sua congênere colombiana, a Ecopetrol, que vem conseguindo financiar sua expansão, em grande parte, com recursos do próprio caixa da empresa. “O ano de 2012 teve grandes modificações. A nova presidente da Petrobras apresentou uma postura bastante crítica em relação à gestão Gabrielli. Ela mostrou que a antiga gestão tinha metas irrealistas. Assim, eu vejo que a Graça está tentando colocar a Petrobras no caminho da eficiência. Mas vejo também que

Agência Petrobras

A posse de Graça Foster na presidência da Petrobras foi bem recebida pelo mercado The announcement of Graça Foster as the CEO of Petrobras was well received by the market

a Petrobras continua a ser usada como instrumento político do governo, o que é conflitante com o discurso da presidente. Se ela quer conduzir a empresa na rota da lucratividade, com uma gestão mais técnica que retorne aos padrões de qualidade que já teve no passado, é preciso que o acionista majoritário mude sua postura em relação à empresa, algo que não está acontecendo e eu não sei como essa questão será resolvida”, afirma Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura.

Segundo ele, a Petrobras enfrenta um grande dilema: ou adota uma gestão mais política, o que pode comprometer as metas estabelecidas, ou o governo cede à proposta da presidente da Petrobras para que a petroleira possa trabalhar de forma mais empresarial. “É bom lembrar que a Graça Foster ainda é bem avaliada pelo mercado. Por isso, a performance da Petrobras este ano só não foi pior porque o mercado ‘comprou’ o discurso realista dela”, afirma Pires. MACAÉ OFFSHORE 27


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Modelo de partilha na berlinda Divulgação

De fato, o ano para a Petrobras trouxe fortes dissabores, como o grande prejuízo no segundo trimestre – o primeiro desde 1998 – e o risco de a empresa não conseguir produzir a quantidade de petróleo traçada em seu Plano de Negócios, que é de 2,02 milhões de barris por dia. “Apesar de o mercado ter comprado o discurso da Graça Foster, em 2013 ele vai fazer um julgamento mais assertivo da sua gestão”, afirma o presidente do CBIE. A Petrobras discorda da avaliação de Pires e diz que em 2012 o saldo final para a empresa foi positivo e que no ano que vem a empresa continuará a apresentar bons resultados em função das novas áreas de produção que entraram em operação (leia mais sobre o comunicado da Petrobras enviado à Macaé Offshore na página 30). Pires faz, também, uma avaliação crítica da ANP, que, segundo ele, não conseguiu retomar a autonomia que a agência tinha antes da administração Lula, apesar de o perfil da diretora também ser mais técnico e menos político. “Com a falta de leilões, os investimentos estão parados no Brasil, mas eles continuam no resto do mundo. Eles estão acontecendo na Colômbia, nos Estados Unidos, no México, na África. Então, para o setor, 2012 foi um ano sem graça, carente de boas novidades”. O especialista prevê, ainda, que no ano que vem o setor de petróleo

Adriano Pires: “2012 foi um ano sem graça para o setor, carente de boas novidades” Adriano Pires: “2012 was a tasteless year, without good news”

brasileiro estará às voltas com grandes desafios, entre eles, enfrentar o engessamento do marco regulatório do pré-sal, que introduziu a política de partilha no Brasil. “Esse modelo não vai funcionar. Para que a produção no pré-sal tenha sucesso, é preciso que sejam revistos três pontos - o monopólio da Petrobras nos campos do pré-sal, o poder de veto da Petrosal no comitê gestor e a política de conteúdo local’ - analisa Pires. Em sua avaliação, a política atual de gasolina e diesel está fazendo com que o Brasil perca grandes investimentos em refino, uma vez que os preços cobrados não seguem as tendências internacionais de mercado, gerando prejuízo de caixa para a estatal brasileira de petróleo.

“É fundamental que o setor de petróleo retome seus investimentos, pois é um setor fundamental para ajudar a aumentar o PIB. O Brasil perdeu a autossuficiência conseguida em 2006 porque o governo abusou da Petrobras, fazendo uma política predatória na empresa. Mas, apesar de tudo, eu sou otimista em relação ao setor de O&G no Brasil porque a gente tem o mais difícil: reservas de petróleo. Então, o que falta é política pública e o entendimento de que petróleo debaixo da terra ou debaixo do mar não vale nada. Então, se não acelerar o processo de produção, outros países vão se beneficiar disso e atrairão investimentos que poderiam vir para o Brasil”, recomenda.

Reserva de mercado do pré-sal desanima operadores Numa linha de pensamento parecida com a do presidente do CBIE, o professor de Geopolítica do Petróleo em MBAs de Óleo e Gás da UFRJ, Marcelo Simas, afirma que a paralisação das rodadas fez com que houvesse uma escassez de áreas para exploração que iriam até no máximo 2015 e estava 28 MACAÉ OFFSHORE

levando algumas empresas a desmobilizar suas equipes e se retirar do mercado brasileiro. “As indefinições sobre a divisão dos royalties, que podiam levar a questionamentos judiciais, e o temor de que a Petrobras não dê conta dos novos projetos de exploração e desenvolvimento da produção, devido à sua

participação compulsória como operadora legal de todos os campos no pré-sal, por força do novo marco regulatório, deram grande desânimo ao setor”, ressalta Simas. No entanto, ao contrário de Pires, ele não condena a postura do governo


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em dar ênfase à estatal nas operações do pré-sal, uma vez que essa postura é entendida como uma política natural de soberania energética. “Entendo a necessidade de revisão a médio e longo prazos desta obrigatoriedade da Petrobras como operadora legal no pré-sal, uma vez que, com a abertura do mercado em 1998, a empresa, naturalmente, por sua expertise, tornou-se a maior operadora de campos de forma natural. No entanto, a visão do Governo de reservar para a empresa o conhecimento geológico do pré-sal e a tecnologia para desenvolver o país vai ao encontro da estratégia do Governo em ter

maior controle sobre os principais recursos naturais de energia”, avalia. O professor da UFRJ explica que tal ideia está alinhada às práticas internacionais de países que dispõem de grandes volumes de reservas, como México, Venezuela, Arábia Saudita e Rússia, por exemplo, que dispensam tratamento diferenciado às suas National Oil Companies (NOCs). “O objetivo do debate era como reverter para a sociedade os ganhos advindos desta oportunidade, tornando-a instrumento para o desenvolvimento econômico do país, com base na atuação diferenciada da Petrobras”.

Cenário mundial também atrapalhou Carlos Roberto Chagas de Assumpção

Já para Celso Vianna Cardoso, articulista da Macaé Offshore, o cenário mundial contribuiu de forma decisiva para o fraco desempenho do setor de óleo e gás em 2012. “A crise na Europa, a desaceleração no crescimento da China e a fraca recuperação da economia dos Estados Unidos reduziram a demanda por petróleo, fazendo com que o preço do barril tipo WTI caísse 13% até o final de outubro de 2012. As maiores empresas petrolíferas do mundo sentiram o impacto e viram o preço de suas ações cair em 2012”, analisa. Na sua opinião, em 2013, as petrolíferas nacionais enfrentarão problemas com o caixa. “A OGX e a Petrobras estão sinalizando esse cenário. A Petrobras já anuncia desinvestimentos para equilibrar o caixa para os próximos anos, enquanto a OGX definiu como prioridade monetizar suas reservas, ou seja, fazer caixa. Esse cenário não

Para Celso Cardoso, o cenário mundial contribuiu para o fraco desempenho do setor For Celso Cardoso, the world scenario contributed for the sector weak performance

é favorável para esperarmos crescimento do setor em 2013, porém, os investidores podem ser beneficiados com alguma melhoria no recebimento de dividendos”, comenta Cardoso.

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Empresas fecham ano otimistas para 2013 Macaé Offshore selecionou 12 grandes companhias do setor para mostrar como foi o ano de 2012 e antecipar seus planos de investimento e expansão Para Petrobras, 2012 teve saldo final positivo Apesar de estar envolvida em notícias que expuseram dificuldades financeiras e operacionais, a Petrobras acredita que o saldo final foi positivo para a empresa em 2012. Em comunicado enviado à Macaé Offshore, a companhia destaca que alguns fatos deram prova de que há o que comemorar, apesar do clima de crise detectado por analistas do mercado de O&G.

Pecém, na Bacia do Ceará; de Pão de Açúcar, no pré-sal da Bacia de Campos; de Dolomita Sul, no pré-sal da Bacia de Santos; da Cessão Onerosa, ao Sul de Guará; e de Carcará, ambos também no pré-sal de Santos. “Além disso, a produção diária do pré-sal ultrapassou 200 mil barris por dia, se computadas as bacias de Campos e Santos”, comunica a estatal petrolífera.

Neste ano, entraram em operação dois importantes sistemas de produção: o navio-plataforma BW Cidade de São Vicente, que opera no teste de longa duração da área de Iracema, no pré-sal da Bacia de Santos, e o FPSO Cidade de Anchieta, que desde setembro produz no pré-sal do Campo de Baleia Azul, na porção capixaba da Bacia de Campos.

A Petrobras acrescenta que o potencial recuperável das áreas do pré-sal já equivale ao volume das reservas provadas atuais. Em dezembro de 2011, as reservas provadas de óleo e gás da companhia eram de 15,7 bilhões de boe. Considerando os volumes potenciais das descobertas no pré-sal, incluindo as áreas da Cessão Onerosa, as perspectivas são de um volume recuperável de quase 30 bilhões de boe, o que equivale ao dobro das reservas atuais.

Esses dois sistemas de produção têm, cada um deles, capacidade para produzir, respectivamente, 30 mil e 100 mil bpd. “Até o final de dezembro, também entrará em operação o FPSO Cidade de Itajaí, na área de Baúna-Piracaba, no pós-sal da Bacia de Santos. O Cidade de Itajaí poderá produzir até 80 mil barris de petróleo diários”, diz o comunicado. Resultados no setor exploratório também foram avaliados pela empresa como bem-sucedidos. Em 2012, a Petrobras obteve importantes resultados exploratórios nas áreas de Grana Padano, na Bacia do Espírito Santo; de 30 MACAÉ OFFSHORE

Bacia de Campos - Na visão da Petrobras, até mesmo a queda conjuntural de produção da Bacia de Campos pode ser encarada de forma positiva, como um desafio, uma vez que será recuperada com a execução do Programa de Aumento da Eficiência Operacional da Bacia de Campos (Proef), lançado em julho de 2012. O objetivo do Proef é consolidar o retorno da eficiência operacional da Unidade de Operações da Bacia de Campos (UO-BC), dos atuais 71% (fechados em dezembro de 2011), para

seus níveis históricos, que são próximos a 90%, até 2016. De acordo com a petroleira, novas tecnologias, que serão implementadas em 2013, permitirão otimizar a produção. “O sistema de separação submarina para águas profundas (SSAO), o sistema de injeção de água bruta (RWI) e o bombeio multifásico submarino proporcionam, entre outras vantagens, redução de custos e aumento no fator de recuperação dos reservatórios na área onde estão instalados”, destaca a empresa, em nota. Leilões e metas futuras - Com relação às licitações previstas para 2013, a empresa anuncia que já começou a se preparar para a 11ª rodada de leilões da ANP há cerca de seis meses. “Todas as áreas nos interessam, tanto em terra quanto no mar. O potencial dessas áreas já foi estudado e certamente vamos buscar parceiros”, concluiu, sem dar mais detalhes a respeito do processo de preparação envolvido. Para o futuro, a Petrobras garante cumprir a meta estabelecida de produção de petróleo, que deverá passar dos 2 milhões de barris/dia produzidos no ano passado para 4,2 milhões em 2020. Para isso, a petrolífera confirma encomendas de 21 plataformas de produção e a construção de 30 sondas de perfuração até 2020, além de 49 navios-tanque e centenas de barcos de apoio a serviços offshore. (B.B.)


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Shell: investimentos em curva ascendente Maior player de óleo e gás atuando no Brasil depois da Petrobras, a Shell investiu, nos últimos 15 anos, US$ 4,4 bilhões no mercado de upstream nacional. E, prestes a completar um século de atuação no País, a petrolífera anglo-holandesa anuncia que esses aportes continuarão em expansão, confirmando o grande interesse em participar dos próximos leilões para exploração e produção. É o que afirma o diretor de Assuntos Externos da Shell, Fábio Caldas (foto), em entrevista concedida à Macaé Offshore. De acordo com executivo, o País é considerado uma área

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estratégica para a companhia, que está em busca de novas oportunidades de crescimento por aqui. “Nossa presença em 11 blocos de exploração, desenvolvimento e produção – seis offshore e cinco onshore – comprova o grande interesse da Shell pelo Brasil. Isso sem falar do investimento em etanol através da Raizen, nossa joint venture com a Cosan, e da nossa atuação no mercado de lubrificantes”, afirma o diretor. Caldas ressalta que, em 2012, a pesquisa em inovação foi o principal destaque dos investimentos da companhia. “Ao longo dos últimos quatro anos, nossos investimentos globais em pesquisa e desenvolvimento ultrapassaram a marca de US$ 1 bilhão anuais. Como resultado de nossos esforços e investimentos, recebemos em 2012 o prêmio de Excelência em Integração de Projeto, conferido pela Conferência Internacional de Tecnologia em Petróleo (IPTC), em reconhecimento pelo nosso trabalho no Parque das Conchas (BC-10), onde temos produzido mais de 50.000 barris por dia, superando as metas de produção”, comemora.

Em função do êxito apresentado, o executivo revela que a companhia tem investido fortemente na execução da Fase 2 do projeto no Parque das Conchas, que envolve a perfuração de 11 novos poços. “Esse projeto é uma das mais importantes iniciativas de upstream do Grupo Shell no mundo. O primeiro óleo da Fase 2 está previsto para o final de 2013. A empresa também está trabalhando ativamente em uma possível Fase 3 que, se aprovada, poderá ser implementada até 2015. Entre nossos avanços tecnológicos e a diversidade de nossos investimentos no Brasil, esperamos manter essa posição de liderança no Brasil”, adianta. Em relação às rodadas de leilões, confirmadas pelo governo para 2013, a Shell vê como uma decisão muito positiva, tomada na direção do crescimento da indústria. “Esperamos que os leilões do ano que vem marquem a retomada da regularidade na realização de rodadas de licitação. A companhia tem total interesse e irá olhar com muita atenção as áreas que vierem a leilão, seja no présal, pós-sal ou em terra”, garante o executivo. (B.B.)


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Barra Energia quer ampliar sua carteira de projetos Em 2013, a Barra Energia deverá continuar suas atividades nos blocos dos quais participa e buscar novas oportunidades para ampliar sua carteira de projetos, seja através de farmins, aquisições ou rodadas de licitação de blocos, sempre em consonância com a orientação de negócios preconizada por seus controladores. “A companhia está atenta às oportunidades de mercado, analisando-as cuidadosamente no sentido de avaliar aquelas que poderiam agregar valor a seu negócio, e deverá participar dos novos big rounds”, afirma o diretor financeiro da companhia, Antônio Cláudio Pereira da Silva (foto), em entrevista à Macaé Offshore. Segundo ele, a 11ª rodada, prevista para o primeiro semestre de 2013, que abrange 174 blocos, divididos em 17 setores de nove bacias sedimentares, será de fundamental importância para a manutenção de um adequado nível de investimentos. “Isso permitirá a continuidade operacional das empresas aqui estabelecidas e até viabilizará a criação de novas empresas, entre elas, muitas empresas nacionais”, prevê o diretor. Para o executivo, a participação que a companhia adquiriu nos dois blocos da Bacia de Santos já assegura uma excelente diversificação da sua carteira de projetos, englobando os campos em desenvolvimento de Atlanta e Oliva em reservatórios do

pós-sal, três descobertas do pré-sal em avaliação e um grande número de prospectos exploratórios com excelentes perspectivas para o pré-sal e em algumas áreas também para o pós-sal. A Barra Energia é uma empresa brasileira dedicada à exploração e produção de petróleo nas bacias sedimentares brasileiras. A empresa tem como foco principal de atuação a área marítima (offshore) das Bacias de Santos e Campos, tanto no pós-sal como na nova fronteira do pré-sal. “A propósito dos investimentos, é importante considerar que a companhia tem um compromisso de aporte de capital de US$ 1,2 bilhão dos seus investidores, dos quais ainda tem um saldo de quase US$ 800 milhões, que são compatíveis com a demanda financeira para o desenvolvimento de ambos os blocos em que tem participação”, ressalta o diretor. De acordo com o executivo, os investimentos em capital fixo e custos capitalizados, em 2012, deverão ser de, aproximadamente, US$ 90 milhões.

(30%), em parceria com Petrobras, Queiroz Galvão e Galp. Em Carcará, na Bacia de Santos, são 10%, ao lado de Petrobras (66%), Galp (14%) e Queiroz Galvão (10%). Na Rio Oil & Gas deste ano, o presidente da companhia, Renato Bertani, adiantou que as perfurações em Carcará, em fase de delimitação, já mostraram “ótimas possibilidades para áreas próximas”. Foram 471 metros de coluna de petróleo. “Não vou comparar com nenhum bloco, mas posso dizer com segurança que nossa expectativa é que seja um dos mais significativos do pré-sal”, disse, na ocasião. (R.L.)

A Barra Energia tem participação em dois blocos, BM-S-8 (10%) e BM-S-4

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Clariant Oil avança no Brasil com Centro de Excelência Os resultados de 2012 para a suíça Clariant Oil Services foram bastante positivos, especialmente com a inauguração do novo Centro de Excelência no Rio de Janeiro, desenvolvido para ajudar o mercado de petróleo e gás a superar os inúmeros desafios das novas fronteiras exploratórias, especialmente com foco em tecnologia em serviços químicos para as indústrias de óleo e gás, dutos e refinarias. O Centro de Excelência fica na Barra da Tijuca e emprega 15 pesquisadores, todos doutores. O investimento realizado pela empresa não foi divulgado. “Esta nova unidade cumprirá um papel importante como suporte a todas as operações da empresa na América Latina, com o desenvolvimento e a aplicação de soluções customizadas para atender aos desafios crescentes das companhias petrolíferas, tanto no pré-sal c o m o nos demais cenários

das atividades de exploração e produção em águas profundas e ultraprofundas”, avalia o vice-presidente da empresa para a América Latina, Carlos Tooge (foto).

Clariant, que atende à indústria de óleo e gás do País há mais de 40 anos. São três unidades: duas no Rio de Janeiro e uma em Suzano (SP).

Ele falou com exclusividade à Macaé Offshore sobre o momento que o Brasil vive com a expectativa da produção do pré-sal, dos investimentos e de conteúdo local. Para Tooge, a América Latina é o mercado que mais cresce atualmente. Segundo o executivo, há dois motivos importantes para esse crescimento: a descoberta do pré-sal, com óleo de boa qualidade, e o custo de produção diferenciada, desde que a Petrobras consiga vencer todos os desafios tecnológicos.

“O Brasil é um dos principais mercados de petróleo e gás do mundo, tendo conquistado uma posição de destaque na última década, com o avanço das fronteiras exploratórias e, principalmente, com as novas descobertas que vêm sendo feitas na camada do pré-sal na costa brasileira. A intensificação das atividades exploratórias e de produção no país vai demandar, além de sondas e plataformas de produção, uma grande quantidade de soluções químicas para otimizar essas atividades”, ressalta o executivo.

“Nós conseguimos oferecer produção tecnológica, que é uma vantagem para a Petrobras. Assim, ela consegue produzir mais para suportar todos os investimentos do pré-sal, que tem expectativa de dobrar de volume até 2014”, explica. Em tom de brincadeira, o diretor diz que o Plano de Negócios da Clariant é igual ao da Petrobras até 2020. “Quando eles soltam o Plano de Investimentos, nós somos obrigados a soltar o nosso”, afirma, se referindo ao direcionamento das ações da empresa junto ao mercado brasileiro. De acordo com Tooge, 95% das encomendas à Clariant no Brasil são da Petrobras. Entre os principais clientes da companhia no mundo estão gigantes como Shell, Repsol, Chevron e PDVSA. Presença forte no Brasil A companhia suíça, com sede em Houston (EUA), está representada nas principais regiões produtoras de petróleo do mundo. Já são mais de 100 países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Noruega. O Brasil, onde já emprega 1.650 empregados, representa um mercado estratégico para a

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Segundo Tooge, é crescente a demanda por especialidades químicas para o setor de óleo e gás na região da América Latina, principalmente no Brasil, em função das descobertas de grandes reservas ocorridas nessa última década e dos empreendimentos projetados para o desenvolvimento do chamado pré-sal brasileiro. “A Clariant está preparada para acompanhar o crescimento da indústria brasileira de petróleo, com produtos e serviços para as atividades de exploração e produção”, assegura. Segundo ele, o incremento das atividades petrolíferas abre uma série de oportunidades para a Clariant também em outras regiões pela similaridade das bacias offshore da costa leste brasileira e costa oeste africana. “Uma vez que esse incremento se dá principalmente na exploração e produção de hidrocarbonetos, a empresa acredita que a expertise acumulada em outros países, em especial no Brasil, constitui uma importante vantagem competitiva”, ressalta. (R.L.)


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Estaleiro OSX, no Superporto do Açu, está previsto para começar a operar em 2014 e já conta com encomendas da ordem de US$ 7 bi OSX’s shipyard, in the Superport of Açu, is scheduled to start its operations in 2014 and it already has orders of US$ 7 bi

OSX: estaleiro começa a operar em 2014 Com US$ 7 bilhões em encomendas e lucro acumulado de R$ 3,9 milhões no primeiro semestre de 2012, a OSX, empresa do setor de indústria naval, concorre para ser o maior destaque dentro da holding EBX, grupo da qual faz parte. E, em 2013, a empresa terá muito trabalho pela frente. Se tudo correr conforme estabelecido pelo cronograma, a conclusão das obras do estaleiro da empresa, a ser instalado no Superporto de Açu, no Norte fluminense, será em 2014, tornando-se o maior da América Latina. O estaleiro, orçado em R$ 4,8 bilhões – cifra aprovada pelo Fundo de Marinha Mercante (FMM) para tomada de financiamento junto a instituições credenciadas – tem 25% do total já concluído. “Vamos iniciar a operação da Unidade de Construção Naval do Açu, construindo as unidades contratadas de acordo com o cronograma de entregas da companhia. Prevemos inaugurar no primeiro trimestre de

2013 a área norte do estaleiro”, afirma o diretor de Construção Naval da OSX, Danilo Baptista em entrevista à Macaé Offshore. O estaleiro será operado com tecnologia da sócia coreana Hyundai Heavy Industries (HHI). Com isso, a OSX busca aproveitar o bom momento pelo qual passa a indústria naval brasileira, sobretudo com as oportunidades do pré-sal, cujas áreas serão leiloadas em novembro de 2013. “As condições de mercado no Brasil estão muito atraentes, considerando a expectativa de aumento dos recursos de petróleo e gás natural para 100 bilhões boe, com investimentos anunciados de mais de US$ 14 bilhões, além do fato de o mercado doméstico de equipamentos e serviços estar subatendido e de a Agência Nacional de Petróleo (ANP) exigir o conteúdo local mínimo nas rodadas de licitação das operadoras de O&G. Hoje já temos em carteira encomendas firmes dos clientes OGX,

Sapura, KingFish e Petrobras e perspectivas de outros contratos”, afirma Baptista. Para o executivo, entre os desafios encontrados dentro da indústria naval offshore brasileira, a busca pela qualificação e aperfeiçoamento da mão de obra é o que se faz mais premente. “A OSX já investe recursos nesse sentido. Criamos e já iniciamos as atividades do Instituto Tecnológico Naval (ITN), que tem por objetivo treinar e capacitar profissionais dedicados às carreiras que compõem as equipes da Unidade de Construção Naval (UCN) e da OSX Serviços. Neste momento, 880 alunos foram convocados para a qualificação nos primeiros 23 cursos gratuitos que estamos oferecendo em áreas como Metal Mecânica, Eletricidade, Metalurgia, Automação/ Instrumentação, Petróleo, Operação Automotiva, Construção Civil e Gestão”, revela o representante da OSX. (B.B.) MACAÉ OFFSHORE 35


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Setor de óleo e gás alavanca faturamento da Rolls A britânica Rolls Royce acelera suas turbinas de olho no crescimento do setor de óleo e gás no Brasil. Um exemplo de que a companhia está cada vez mais investindo no País é justamente a construção da fábrica de Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro. A unidade, voltada para a montagem e a revisão de turbogeradores para companhias do setor de O&G, ficará pronta no primeiro semestre de 2013. “O mercado de óleo e gás é hoje um dos que mais crescem no Brasil, sobretudo com a descoberta de novos campos do pré-sal e sua consequente exploração. Por isso, é um setor que representa inúmeras oportunidades para a RollsRoyce”, afirma, em entrevista a Macaé Offshore, o presidente da companhia para a América Latina, Francisco Itzaina. A fábrica de Santa Cruz será a quarta unidade no país. Presente há mais de 50 anos no Brasil, a empresa conta com uma unidade de reparos e manutenção de equipamentos marítimos em Niterói (RJ), o Centro de Serviços da Rolls-Royce de Macaé (RJ) e a unidade de revisão de turbinas para o setor aéreo em São Bernardo do Campo (SP), além do escritório regional da empresa, localizado no Centro do Rio. “O comprometimento da Rolls-Royce com o Brasil pode ser comprovado pela posição de liderança da empresa no que diz respeito à exploração de óleo e gás, graças às suas unidades de Energia e Marítima. Somando as atuais turbinas a gás que a Rolls-Royce forneceu para a Petrobras durante os 30 anos de parceria entre as empresas e com as 32 que serão entregues, seremos responsáveis por mais de 50% de toda a energia gerada nas plataformas offshore da estatal”, destaca o executivo. Segundo ele, os negócios e as operações da Rolls-Royce na América do Sul 36 MACAÉ OFFSHORE

Royce

têm gerado receitas anuais acima de U$ 700 milhões, o que representa cerca de 4% do faturamento global da companhia. “Nos próximos dez anos, esperamos quase duplicar este faturamento. Sem dúvida, a maior parte desse crescimento resultará da exploração offshore de petróleo e gás, que revela novas oportunidades para as nossas divisões marítima e de energia”, afirma. A receita global de 2011 da RollsRoyce foi de cerca de R$ 37 bilhões. Ano passado, em conjunto com a alemã Daimler, a companhia assumiu o controle da Tognum, no Brasil, representada pela MTU. “No momento, estamos em fase de entendimento das oportunidades de sinergia, não havendo no horizonte de curto prazo nenhuma intenção de fusão ou aquisição nova”, salienta o executivo. Conteúdo local - Um dos desafios que a Rolls-Royce tem no país, diz Itzaina, é aumentar significativamente o nível de conteúdo nacional de seus equipamentos, contribuindo também para o desenvolvimento de uma cadeia local de fornecedores. “A nova fábrica em Santa Cruz garantirá um nível gradativamente maior de conteúdo local, por exemplo, em cada pacote de turbina a gás entregue à Petrobras, cujos componentes serão, em parte, produzidos por fornecedores brasileiros”, afirma Itzaina. Para ele, a política de conteúdo local é um dos desafios e, consequentemente, um dos focos da Rolls-Royce no país. “Estamos alinhados com as exigências do governo brasileiro e esperamos aumentar, gradativamente, nosso nível de conteúdo nacional. As nossas atividades no país são provas desse forte comprometimento”, garante. Segundo ele, recentemente, a Rolls-Royce mapeou oito empresas locais com potencial para fornecer os componentes dos 32 turbogeradores contratados pela Petrobras e que

serão montados na nossa nova fábrica em Santa Cruz. “A entrega desses equipamentos será dividida em oito lotes, e o aumento de conteúdo local será gradativo conforme os pacotes forem sendo entregues. Esperamos alcançar o nível de, no mínimo, 52% no último lote”, explica. No início de 2012, a Rolls-Royce fechou um contrato com a armadora brasileira Navegação São Miguel. Em junho, foi entregue a primeira embarcação oriunda desse contrato - o navio Mar Limpo II - destinado a atuar em vazamentos do oceano e que conta com mais de 70% de conteúdo local, parte do qual tem contribuição da empresa. Para o presidente, outro desafio importante que a companhia pretende equacionar é o de treinar os profissionais requeridos pela Rolls-Royce, sejam eles da própria companhia ou de seus clientes, para operar os equipamentos. “Isso se torna prioritário no Brasil para que possamos materializar o enorme potencial que o setor de óleo e gás apresenta no país”, revela. Portóflio - A Rolls-Royce tem atualmente uma base de clientes que inclui mais de 500 companhias aéreas, 4.000 operadores corporativos e governamentais de aviões e helicópteros, 160 forças armadas, mais de 4.000 clientes marítimos, incluindo 70 marinhas de guerra, e clientes de energia em aproximadamente 80 países. No Brasil, destacam-se clientes como a LAN, TAM, Avianca, Embraer e Petrobras – cuja parceria é de mais de 30 anos. A companhia emprega mais de 40 mil pessoas ao redor do mundo, que são treinadas em escritórios, instalações fabris e em serviço em mais de 50 países, entre os quais o Brasil. Desses funcionários, mais de 11.000 são engenheiros. No Brasil, já são quase 600 funcionários diretos. (R.L.)


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Expertise dinamarquesa Danfoss no O&G brasileiro A Dinamarca é reconhecida mundialmente por estar bem posicionada entre os países que detêm tecnologia para extração de petróleo e gás em terra e no mar. Com essa experiência, a Danfoss – empresa de origem dinamarquesa, especializada no desenvolvimento e fabricação de controles eletromecânicos e eletrônicos, soluções de sistemas para indústrias de refrigeração, ar condicionado e aquecimento – busca se consolidar no mercado de óleo e gás brasileiro. Presente em 110 países e com faturamento anual em torno de 4,2 bilhões de euros ao ano, a empresa está de olho nas oportunidades advindas do aquecimento do setor, sobretudo no segmento offshore. Por isso, a Danfoss criou, há dois anos, uma área específica para atender os clientes do mercado de petróleo. “Criamos este departamento em 2010, em função da grande demanda do setor de óleo e gás. O objetivo é buscar trabalhar com a Petrobras e com empresas que atuam em torno da estatal. Por isso, a Danfoss está investindo para ampliar sua presença no setor naval offshore brasileiro. Com experiência de 40 anos neste setor, a empresa busca trazer ao Brasil soluções que atendam ao conteúdo local, entrando em sintonia com as exigências da ANP”, afirma Elyane Tronchin (foto), gerente de vendas do setor de Óleo e Gás da Danfoss, em entrevista à Macaé Offshore. A gerente revela que 2013 será o ano em que grande parte das

encomendas feitas serão entregues. Sem citar números, a executiva comenta que mais investimentos serão realizados no setor. “Todo o mercado está se preparando para participar dos próximos leilões de licitação para exploração, sobretudo no pré-sal, e nós não podemos ficar de fora”, assegura. Novos produtos e treinamentos - Novos produtos fazem parte da estratégia de expansão da Danfoss no setor de O&G. “Nesses dois anos de existência da área de O&G da Danfoss Brasil, já percebemos bons resultados de venda”, afirma a executiva. Na Rio Oil and

Gas 2012, a empresa expôs novos equipamentos para o setor offshore: os produtos da linha VLT Drives, que são VLT Automation Drive FC 300, VLT Advanced Active Filter AAF 006 e VLT Softstarter MCD 500 com o novo display LCP501. “Eles são voltados para o segmento de óleo e gás e indicados para a obtenção do controle fácil e eficiente de qualquer aplicação acionada por um motor CA”, explica Elyane. Segundo ela, os VLT Drives possibilitam controle de uma aplicação – ventilador, bomba, compressor, centrífuga, grua etc. – por meio de fonte de alimentação. A executiva conta ainda que a Danfoss do Brasil faz treinamentos em parceria com a Petrobras. “Com sua expertise e capacidade técnica em conversores de frequência, os treinamentos práticos e teóricos da Danfoss são voltados para os novos engenheiros elétricos contratados pela estatal e também para os profissionais mais experientes da empresa”, destaca. Com o segmento pelo qual é responsável instalado dentro da divisão de Power Electronics da empresa, Elayne afirma que a empresa oferece pacotes que envolvem conversores de frequência de baixa tensão, soft starters de média e baixa tensão, filtros ativos e passivos de harmônicas e os serviços relacionados a essa gama de produtos, incluindo treinamento, start-up, potenciais desse mercado para a divisão. (B.B.)

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Caterpillar/Sotreq garante forte expansão em 2013 por conta do pré-sal A contratação, pela Petrobras, de 27 sondas de perfuração para o présal é tida como uma das principais oportunidades de negócios para a Caterpillar e a Sotreq, sua representante de vendas no Brasil, em 2013. É o que revela Dave Dunlevy, gerente geral da Caterpillar para o mercado global de petróleo e gás. O executivo esteve no País para participar da 16ª edição da Rio Oil & Gas e, em entrevista à Macaé Offshore, revelou que a empresa produzirá uma nova linha de grupos geradores marítimos voltados para perfuração e produção de petróleo na camada pré-sal, com vistas à grande demanda que a exploração de petróleo nesta área específica terá nos próximos anos. “Estamos animados. É importante dizer também que a tecnologia desenvolvida aqui, que consiste em explorar petróleo e gás em águas muito profundas, poderá ser empregada em várias partes do mundo’, contou Dunlevy, em entrevista da qual participou também o diretor da unidade de petróleo e marítimo da Sotreq, Gustavo Sepúlveda (foto). De fato, para ampliação da produção nacional de grupos geradores, a fábrica da Caterpillar em Piracicaba (SP) está aumentando sua capacidade com o objetivo de oferecer soluções em sistemas de energia e atender às exigências de conteúdo nacional. “A expansão da fábrica atenderá à produção de grupos geradores de grande porte, C280 e 16CM32C, na faixa de 1820 ekW a 7680 ekW, para apoiar a demanda offshore no mercado brasileiro. Esta expansão das instalações está alinhada com o

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Portal Macaé Offshore. A unidade será instalada em um terreno de 25 mil m², localizado nas proximidades do Terminal de Cabiúnas da Petrobras (Tecab), e terá como foco principal o suporte às operações offshore de petróleo e marítimo na região. “A política de conteúdo local está sendo encarada como estratégica pela Caterpillar”, avalia.

desenvolvimento de novos produtos, engenharia colaborativa e ampliação da capacidade da cadeia de fornecimento da companhia. A meta da Caterpillar é oferecer ao mercado um índice de 60% de nacionalização”, disse o executivo. Para acomodar a produção dos novos modelos, haverá uma ampliação de 12.000 m² na fábrica. De acordo com Dunlevy, este novo investimento em Piracicaba criará a capacidade necessária para atender à demanda dos estaleiros brasileiros por modelos de maior porte, com motores de média rotação, relativos às necessidades do pré-sal e da indústria de petróleo no Brasil. Além de Piracicaba, Sepúlveda informa que a Caterpillar está investindo R$ 20 milhões numa nova filial em Macaé, conforme já adiantado pelo

Sepúlveda afirma, ainda, que os investimentos anunciados vão ao encontro das necessidades existentes dentro do segmento offshore de petróleo e marítimo na Sotreq, que tem crescido na ordem de 40% ao ano. “Nosso objetivo é investir antecipadamente para estarmos sempre capacitados para atender à demanda crescente desses mercados”, ressalta. A Sotreq tem investido cada vez mais em setores emergentes como petróleo, gás e energia, com unidades, filiais e pessoas especializadas nestes segmentos estratégicos. O diretor da Sotreq destacou ainda que a perspectiva também é de grande crescimento para os próximos anos. Além das embarcações e plataformas construídas no exterior e que chegam ao Brasil equipadas com produtos Caterpillar, a Sotreq espera um incremento significativo de suas vendas, alavancado pela revitalização da indústria naval e offshore do Brasil. “Com a revitalização da nossa indústria, orientada por política governamental com exigência de índices crescentes de conteúdo local, a tendência é de que as novas construções ocorram no Brasil, trazendo benefícios e desenvolvimento a toda a cadeia de fornecimento local”, conclui. (B.B.)


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Chemtech comemora resultados positivos de 2012 na área de refino Um ano de boas notícias e com promissoras perspectivas para o futuro. Esse é o cenário descrito pelo presidente da Chemtech, Daniel Moczydlower (foto), que comemora os resultados obtidos pela empresa em 2012 no setor de óleo e gás, sobretudo na área de refino. “O ano de 2012 foi excelente para a Chemtech em função dos avanços e da conclusão de grandes projetos, principalmente na área de refino, em que estivemos envolvidos no detalhamento das refinarias Premium I e Premium II. Recebemos, recentemente, encomenda para elaboração de projeto para construção de um terminal de regaseificação da Baía de Todos os Santos, em Salvador (BA). Isso representou um marco para o crescimento da nossa atuação na área de refino”, disse. Segundo o executivo, o objetivo agora é que a empresa se consolide no mercado offshore. Para ele, esse será o grande desafio para o ano que vem, sendo o segmento demandante de grandes projetos, escorados nas rodadas de licitação anunciadas pelo Ministério de Minas e Energia. Moczydlower garante que a Chemtech está fazendo o dever de casa e se mostra preparada por atuar na área offshore. Ele destaca os estudos feitos pela empresa para o detalhamento de vários pacotes para navios replicantes do présal. “Conseguimos fazer a transição do onshore para o offshore. Estudamos e mapeamos este segmento para aproveitar as oportunidades que estão surgindo. Verificamos a entrega das propostas da parte onerosa com mais dois navios replicantes que irão atuar na região. Acreditamos que teremos boas chances de participar, de alguma forma, no projeto”, afirma Moczydlower. Prova disso é o primeiro contrato fechado com a Mendes Júnior/OSX, orçado em R$ 900 milhões, para fazer o detalhamento de oito módulos para cada um

dos FPSOs replicantes contratados pela Petrobras e seus parceiros. As embarcações irão operar na exploração do pré-sal. Cada unidade poderá processar até 150 mil barris/dia de petróleo e comprimir 6 milhões de m³/dia de gás, com previsão de entrega em setembro de 2013. Além do detalhamento dos módulos, a Chemtech atuará na integração de dois outros FPSOs: o P-67 e o P-70. Ao todo, serão envolvidos mais de 150 colaboradores da Chemtech de todas as disciplinas de engenharia. “Não estamos focando apenas fechar contratos com a Petrobras, mas também com outras operadoras. E por isso estamos apostando que venha uma série de FPSOs no ano que vem”. Disputa com a Technip - Ele revela ainda que a tendência num futuro próximo é a Chemtech conseguir um market share no setor offshore de mais de 50%, emparelhando, assim, com o seu principal concorrente no Brasil, a Technip. “A Chemtech, junto com a Technip, são

as únicas empresas de projeto de engenharia no Brasil capazes de projetar uma FPSO em sua totalidade”, ressalta. Para isso, ele fala dos investimentos feitos pela Siemens, nos quais a Chemtech é parte integrante – ela faz parte do grupo Siemens – para a criação do centro de pesquisa e desenvolvimento na Ilha do Fundão. “A Chemtech quer criar tecnologia local, pois há vários desafios que com o centro de P&D serão equacionados”, afirma. Com muito trabalho pela frente, é possível consolidar bom projeto com preço e prazo de entrega? Para Moczydlower, sim. “Nosso desafio é buscar estruturar bem os projetos, e a Chemtech acredita que o Brasil tenha condições de fazer frente a esses desafios. É claro que isso vai passar por um investimento grande de gestão e precisamos ser bastante assertivos no planejamento da gestão desses empreendimentos”, analisa. Em sua avaliação, o sucesso dos empreendimentos começa, necessariamente, com o desenho de uma boa engenharia. “Recusamos a ideia de que a boa engenharia se baseia na premissa do menor preço. Esse não é o melhor caminho para resolver esses problemas. Então, a bandeira que temos levantado é que se contrate uma engenharia de qualidade e local. Isso porque quando se importa um projeto, ele tem que ser otimizado com os padrões de onde ele foi desenvolvido. Dessa forma, fica mais difícil adaptálo ao padrão brasileiro e isso se reflete em toda a cadeia. Se o projeto for gerado aqui, elaborado por profissionais que conhecem o parque industrial local e sabem os pontos fortes e fracos existentes, as chances de esse projeto ser bem-sucedido aumentam”, conclui. (B.B.) MACAÉ OFFSHORE 39


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Techint aprimora seu know-how no setor Com 65 anos completados este ano no Brasil e com um faturamento de US$ 500 milhões no país, a Techint Engenharia e Construção quer continuar investindo fortemente no setor de óleo e gás. “Nossas metas para 2013 são desenvolver cada vez mais nossos recursos humanos, fortalecendo assim o nosso knowhow no segmento de projetos offshore”, afirma o diretor-geral da Techint Engenharia e Construção, Ricardo Ourique, em entrevista à Macaé Offshore. Responsável pela construção e montagem de unidades offshore como seu principal negócio no setor de óleo e gás, atualmente a companhia está investindo mais de US$ 200 milhões na ampliação de sua Unidade Offshore em Pontal do Paraná, situada em uma área de 200 mil m², para a execução de projetos completos de Integração e fabricação de módulos de FPSOs, plataformas fixas, entre outros. Segundo ele, a estratégia da Techint no mercado é de crescimento orgânico, mas não descarta analisar novas oportunidades de aquisições ao longo dos próximos anos. “Já avaliamos várias, mas não fechamos nenhuma por não atenderem por completo às nossas expectativas”, completa. “Seguiremos investindo em melhorias em nossas unidades

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offshore nas bases de Pontal e de Antonina, visando a ampliar nossa capacidade no desenvolvimento de projetos nessa área. Além disso, pretendemos manter nosso ritmo de crescimento nos mercados em que já estamos”, ressalta. Oferecendo serviços de engenharia, construção, fornecimento de equipamentos, além de operação e serviços de gestão de projetos de grande porte, a Techint conta hoje com aproximadamente 8.000 funcionários espalhados pelos sete unidades no Brasil. Para Ourique, o mercado brasileiro de petróleo é promissor e com grandes perspectivas pelos investimentos necessários para a exploração do pré-sal e pela manutenção das produções existentes. Segundo o diretor, apesar das grandes oportunidades que o cenário brasileiro vem transformando em realidade, o setor impõe vários desafios para as empresas operadoras e fornecedoras. Entraves afetam o setor - De acordo com o executivo, alguns entraves ainda afetam o setor, como, por exemplo, equacionar os recursos financeiros necessários para a realização dos projetos previstos e manter a competitividade, respeitando os limites definidos de conteúdo local para cada projeto. Outro desafio do país é promover o crescimento da cadeia

de fornecedores, sem estimular o excesso de capacidade em alguns segmentos, principalmente nos estaleiros, pois o custo futuro do insucesso dessas empresas será grande para o País. Sobre a obrigatoriedade imposta pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) de conteúdo local nos equipamentos, navios e plataformas, o diretor afirma que a companhia respeita as regras estabelecidas nas concorrências e projetos de que participa, buscando equilibrar os limites estabelecidos com a competitividade que a importação de alguns componentes pode agregar ao custo do projeto. “No entanto, não olhamos somente custo. A qualidade e a confiabilidade do fornecedor são extremamente importantes, sendo sempre priorizado o fornecedor nacional”, destaca Ourique. O executivo diz que a Techint vê com muito bons olhos o anúncio sobre a nova Rodada de Licitações de Blocos de Petróleo, previsto para 2013, pois sinaliza a retomada de um processo que estava parado, o que é positivo para o setor. O diretor faz questão de frisar, no entanto, que para o mercado de construção e montagem seu reflexo ocorrerá daqui a alguns anos, pois o desenvolvimento de um campo é um processo longo, de alto custo e incerto para o operador. (R.L.)


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Aker Solutions amplia sua presença no Brasil Especializada em sistemas submarinos, perfuração, amarração e descarregamentos e navios de instalação (offshore marine asstes), que reúnem engenharia e tecnologia para extração de óleo e gás, desenvolvimento e produção, a Aker Solution está ampliando suas bases no Brasil de olho nas perspectivas de crescimento do setor. Em Macaé (RJ), a Aker Solutions está investindo cerca de R$ 200 milhões em uma nova planta, dedicada a equipamentos e serviços de perfuração. Na unidade de Curitiba (PR), a empresa também está investindo cerca de R$ 30 milhões em novas máquinas para a fábrica de equipamentos submarinos. Presente em mais de 30 países, a companhia emprega cerca de 25 mil pessoas que criam e utilizam tecnologias para entregar soluções aos seus clientes e mantém forte presença no Brasil, onde conta com 1.400 funcionários distribuídos em três unidades: Rio de Janeiro (RJ), Rio das Ostras (RJ) e Curitiba (PR). Em entrevista à Macaé Offshore, o presidente da Aker Solutions, Luís Araújo (foto), afirma que o mercado de óleo e gás brasileiro, principalmente o segmento offshore, apresenta enormes oportunidades para a empresa. “Acreditamos ter muitas das tecnologias necessárias para a exploração das reservas ultraprofundas brasileiras e que as áreas de equipamentos submarinos e equipamentos de perfuração sejam as que apresentam as maiores oportunidades, visto que somos um dos líderes nestes dois segmentos”, destaca. Segundo ele, há oportunidades nas áreas de engenharia e sistemas de processo, nas quais a Aker conta com capacidade e histórico de fornecimento para o mercado local de unidades

flutuantes. Para Araújo, as oportunidades estão no fato de o Brasil ser o maior mercado para equipamentos submarinos no mundo e estar se tornando também o maior mercado de perfuração em águas profundas. “Hoje temos um terço de todas as sondas de águas profundas trabalhando no país e, no final da década, com a construção de novas sondas, teremos mais da metade de toda a frota global baseada em águas nacionais”, destaca o presidente da Aker. Um exemplo desse otimismo, segundo Araújo, é o navio Skandi Santos, que tem um contrato de longo prazo com a Petrobras e apresenta alta performance, tanto em termos operacionais, quanto em termos de segurança e meio ambiente. Sobre a 11ª Rodada de Licitação, prevista para o ano que vem, o presidente da companhia está otimista: “A Aker está fazendo enormes investimentos no Brasil com uma perspectiva de sustentabilidade, e a retomada dos leilões, anunciada pelo gover no, é extremamente importante para que tenhamos continuidade na exploração e desenvolvimento de novos campos”, declara. No se que refere aos desafios, o executivo destaca a qualificação de mão de obra em quantidade e dentro de um tempo bastante curto. “Isso nunca foi feito em qualquer outro mercado na história de nossa indústria”, ressalta.

dizer que nosso comprometimento com o conteúdo local é inigualável entre os fornecedores no mercado brasileiro”, garante o presidente. Recentemente, a companhia anunciou algumas aquisições, como, por exemplo, a da NPS Energy, na área de intervenção em poços, no valor de cerca de US$ 450 milhões. Esta aquisição complementa o portfólio e permite à Aker acesso ao mercado do Oriente Médio e África do Norte, um dos maiores de mundo, onde se encontram cerca de 60% das reservas provadas no planeta. “Também anunciamos este ano alguns contratos importantes, como, por exemplo, um contrato com a Jurong para o fornecimento de 6 + 1 pacotes completos de perfuração relativos às sondas que serão fornecidas à Sete Brasil. Estaremos, portanto, iniciando a execução deste contrato e esperamos que outros contratos importantes entrem em nossa carteira”, finaliza. (R.L.)

Novas aquisições e contratos - Para Luís Araújo, as origens e experiências norueguesas garantem todo o comprometimento da Aker Solutions entre os fornecedores no mercado brasileiro. Como exemplo, o diretor cita a fábrica de risers de perfuração, que é a única deste tipo no Brasil, e a nova fábrica em Macaé, dedicada a equipamentos de perfuração. “Nós costumamos

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Encomendas de O&G já respondem por 30% do faturamento da Wilson Com faturamento de US$ 698 milhões em 2011 e 100% das operações e receitas provenientes do Brasil, o Grupo Wilson Sons, um dos maiores operadores portuários, marítimo e de logística do mercado nacional, pretende colher em 2013 os frutos dos grandes investimentos em expansão das atividades realizada entre 2011 e 2012. Com 175 anos de atuação no Brasil e efetivo de 6,6 mil funcionários, a companhia conta com uma ampla rede nacional e presta uma gama completa de serviços para as empresas que operam na indústria de óleo e gás, no comércio internacional e na economia doméstica. “Do lado de terminais, investimos na expansão do Tecon Salvador, onde a capacidade está aumentando em até 80%. Nosso estaleiro está mais do que dobrando sua capacidade e esperamos aumentar significativamente o faturamento do negócio offshore, com a previsão de entrada em operação de mais de cinco novas embarcações offshore até o final de 2013”, afirma Renata Pereira (foto), diretora executiva da Brasco Logística Offshore e responsável pela área de óleo e gás do Grupo Wilson Sons. Em entrevista à Macaé Offshore, ela afirma que as oportunidades para o próximo ano serão muitas e que a companhia possui vantagens competitivas importantes para aproveitá-las, a partir de seus ativos estratégicos, como estaleiros, embarcações de apoio offshore e bases de apoio. A indústria de O&G representou, em 2011, 30% do faturamento do grupo,

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percentual que deve se manter neste ano de 2012. Segundo Renata, os negócios da companhia que atendem ao setor são principalmente os terminais portuários, via base de apoio à indústria offshore (Brasco); offshore, via operação de embarcações de apoio (OSVs); e rebocagem, como operações de plataformas, FPSOs, navios-sonda e estaleiros, via construções de embarcações própria e para terceiros para apoio à indústria offshore. A companhia opera terminais especializados no atendimento das necessidades da indústria de exploração de petróleo, e sua maior base está localizada em Niterói (RJ). Sobre o plano de crescimento e expansão da empresa, a diretora do grupo afirma que a empresa estuda constantemente opções de fusões e aquisições e de entradas em novos mercados rentáveis e promissores, dando preferência aos mercados onde há sinergias com os negócios da companhia. “Nossos estudos visam a garantir o crescimento de rentabilidade aos acionistas do grupo. No Plano de Investimentos da companhia divulgado no início de 2011 (US$ 1,8 bilhão de 2011 a 2017), não havia, ainda, previsão de incorporações de outras sociedades, apenas investimentos de expansão dos ativos existentes”, ressalta a executiva. No que tange às resoluções da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) sobre conteúdo local, a

Sons

diretora garante que a Wilson Sons busca proativamente exceder os índices requeridos nas rodadas licitatórias e incentivadas pelos agentes financeiros dos empréstimos oriundos do Fundo da Marinha Mercante (FMM). “A companhia nacionaliza a maior quantidade de componentes possível ao mesmo tempo mantendo os altos níveis de qualidade, preço e prazo de entrega de suas embarcações”, afirma Renata. Para Renata, a perspectiva de novos leilões, prevista para o ano que vem, é muito positiva, pois a empresa está posicionada nas principais áreas estratégicas para o atendimento das demandas que advierem da rodada, especialmente com a Brasco em Salvador (BA) e em São Luís (MA). (R.L.)


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Nem tão bom, nem tão ruim Para representantes do IBP e da Onip, mercado se manteve aquecido em 2012, apesar da instabilidade. Previsão é de 2013 com mais investimentos

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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou em setembro que vai financiar o setor de óleo e gás em R$ 10 bilhões em 2013. Segundo o superintendente de Petróleo e Gás da instituição, Rodrigo Bacellar, este montante supera os R$ 8 bilhões direcionados ao setor em 2012, mais que o dobro do que foi repassado em 2011 – R$ 3,5 bilhões. Esse fluxo de investimentos é comemorado pelo setor, que experimenta um ótimo momento em termos de inversões, que assumem números vultosos. É dessa forma que observa o secretário-executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Álvaro Teixeira. “Em 2012, o setor de óleo e gás recebeu investimentos da ordem de R$ 50

bilhões. Esse valor é dez vezes maior que o registrado em 1998, quando foi aprovada a Lei do Petróleo”, comemora Teixeira. Segundo ele, isso prova que 2012 não foi um ano ruim para o setor, apesar de também estar longe de ser considerado bom. “A não realização dos leilões trouxe preocupação para o setor. Indefinições trazem instabilidade, e o empresariado não fica nada confortável com essa situação”, destaca, em entrevista à Macaé Offshore. Teixeira, no entanto, diz estar confiante de que a 11ª Rodada de Leilões, marcada para maio de 2013, e a primeira rodada do pré-sal, com previsão para novembro do mesmo ano, vão ser efetivadas, apesar do imbróglio legislativo sobre a partilha dos royalties do petróleo. “O anúncio das rodadas, feito este ano, serviu de alívio para o setor. Quanto à questão da disputa

pelos royalties entre os estados, não acredito que isso seja um empecilho para a realização das rodadas. Isso porque nos contratos entre as operadoras e a União não entra a questão sobre distribuição de royalties. Por isso, acredito no bom senso do Governo para a realização das rodadas que são muito importantes para o setor”. Quanto à queda de produção de petróleo, que atingiu, em setembro, 1,84 milhão de barris por dia, o menor patamar desde abril de 2008, o representante do IBP afirma que esse quadro vai ser revertido em 2013. “Essas quedas se deram pelas paradas para manutenção das plataformas e pela paralisação do Campo de Frade (Bacia de Campos), operado pela Chevron. Mas a Petrobras vai iniciar a produção em novos campos e o volume de produção vai subir”, prevê Teixeira.

Melhor coordenação para maiores resultados A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) também vê com bons olhos o aporte de recursos para o setor de óleo e gás. Na visão do superintendente regional da Onip na Bacia de Campos, Alfredo Renault, esse enorme fluxo de investimentos é fruto de grandes expectativas geradas anos atrás. No entanto, é preciso ter em conta que o setor apresenta complexidade e que a maturação dos investimentos leva tempo. Por outro lado, ele concorda com Teixeira na questão da falta de previsibilidade governamental para que o ciclo de investimentos tenha continuidade.

No ano em que a instituição lançou o Programa de Desenvolvimento da Cadeia de Fornecedores, Renault afirma que a iniciativa pretende dar mais visibilidade à indústria nacional de bens e serviços. Movimentos governamentais para o setor, como o lançamento do Inova Petro e a ampliação do programa Progredir, operado pela Petrobras, são exemplos apontados por Renault como políticas de incentivo ao setor. Neste sentido, ele considerou 2012 um ano muito proveitoso para esse debate. “A Onip tem uma visão clara sobre a necessidade do cumprimento do conteúdo local. Nós temos que ter clara a necessidade de se formular uma

política industrial que busque dar competitividade ao setor. Por isso, a Onip enxerga com muita positividade o que os órgãos têm feito no esforço de alavancar a indústria. Mas vemos que há necessidade de uma política mais coordenada. É isso que tem faltado, uma ação integrada”, ressalta. Quanto aos resultados do programa, Renault revela que a instituição já recebeu centenas de projetos de empresas, após terem sido feitos os mapeamentos que apontam os gargalos e as necessidades de estimular a produção nacional. “Em 2013, vamos começar a trabalhar nos estudos desses projetos, tornandoos viáveis”, conclui Renault. (B.B.) MACAÉ OFFSHORE 43


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Apostando alto no Brasil De olho nas oportunidades do pré-sal, investidores internacionais mantêm planos de crescimento para 2013, garantem entidades bilaterais

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ano de 2012 foi um período de consolidação das empresas americanas que têm atuação no Brasil, não só no que tange aos investimentos, mas à infraestrutura e à construção de equipamentos para o setor de óleo e gás. Esta é a avaliação do presidente da Câmara de Comércio Americana (American Chamber of Commerce), Henrique Rzezinski. Para o executivo, o anúncio feito pelo ministro Edison Lobão sobre a 11ª Rodada de Licitação dos Blocos de Petróleo em 2013 já está gerando muitas expectativas para o setor. “Já se passaram quatro anos desde o último leilão de blocos no Brasil. É importante o reconhecimento do setor público sobre essas demandas. Isso faz com que em 2013 tenhamos expectativas muito boas para todo o setor petrolífero, já que o ano de 2012 foi de grande tensão”, destaca Rzezinski, em entrevista à Macaé Offshore. Em sua avaliação, as empresas brasileiras e internacionais desmobilizaram seus recursos no Brasil na área de exploração e produção, pois não havia perspectivas de novas rodadas no País. “Nós perdemos uma pouco da posição relativa que tínhamos com o resto do mundo”, explica. Para o presidente da Amcham Rio, é impossível uma companhia ficar pagando quadros de pessoas e estrutura 44 MACAÉ OFFSHORE

David Tidwell / Divulgação

Presidente da Amcham-Rio, Henrique Rzezinski, está otimista para 2013 President of Amcham-Rio, Henrique Rzezinski. Is optimistic for 2013

sem uma real motivação. Ao mesmo tempo, destaca Rzezinski, foram abertas novas fronteiras na África e no Golfo do México. “Nós não podemos perder essa chance de ouro que temos de transformar essas reservas imensas de petróleo em riqueza. Temos que transformar essa monetização vinda do petróleo em capacidade industrial e investimentos nas áreas sociais”, ressalta. Conteúdo local - Na questão do conteúdo local, o presidente da Amcham Rio afirma que o Brasil vive

um momento decisivo. Para o executivo, a política de CL é extremamente importante para construir uma indústria, mas a obrigação de percentuais mínimos para cada rodada é “primária”, porque há duas vertentes abrigadas nesta política. “Não podemos só pensar na fronteira tecnológica, em que temos que produzir produtos capazes de competir internacionalmente. Há outros elos na cadeia, como o conteúdo local no percentual de empregos”, destaca. De acordo com Rzezinski, apesar de não estar na fronteira do conhecimento, o setor é altamente empregatício, como na construção de cascos de navios e árvores de natal. “Estimular o apoio a empresas altamente empregatícias é uma coisa; gerar empregos para empresas com alta sofisticação é outra política. Em um número global, estamos misturando tudo numa coisa só”, frisa. Caso Chevron - Perguntado sobre a atuação da petroleira norte-americana Chevron no Brasil, depois do vazamento na Bacia de Campos, o presidente da Amcham Rio disse que a Câmara tem absoluta confiança no processo judiciário brasileiro. “As decisões da Justiça serão justas”, explicou. Para o diretor superintendente da Amcham, Hélio Blak, o que mais preocupa a Câmara é o cumprimento dos contratos, negócios etc.


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Mais empresas do Reino Unido de olho no Brasil Maioria das associadas da Amcham é brasileira Fundada em 16 de abril de 1916 por empresas americanas que chegaram ao Brasil e logo perceberam que qualquer tipo de impulso empreendedor exigiria uma infra-estrutura moderna de apoio e serviços em solo estrangeiro para facilitar parcerias comerciais, a Amcham tem como principais atividades a ação de consultoria em favor dos interesses das empresas associadas e o fomento de novos negócios. Uma de suas funções é incrementar o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos. “A Amcham é, antes de tudo, uma Câmara de Comércio Brasileira, tendo em vista que a Petrobras, empresas norueguesa, britânicas, americanas e outras companhias nacionais são nossas associadas. A maioria das empresas associadas é brasileira, como a Odebrecht Óleo e Gás e a própria Petrobras”, afirma Rzezinki. A Amcham tem como principais atividades a promoção de eventos, cursos e missões comerciais, participações em feiras, apresentação de possíveis parceiros de negócios aos seus associados, networking, interação com autoridades governamentais e oferta de informações técnicas sobre os mais diversos assuntos empresariais. (R.L.)

As relações bilaterais entre Brasil e Reino Unido foram marcadas em 2012 pela troca de visitas entre os seus respectivos chefes de Estado. Primeiramente, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, compareceu às festividades dos Jogos Olímpicos de Londres e aproveitou para se encontrar com representantes do empresariado britânico. Entre uma e outra reunião, inclusive com o primeiro-ministro britânico David Cameron, Dilma escutou pedidos a respeito das datas para a realização dos leilões das áreas exploratórias. Não era para menos. Afinal, o setor de petróleo e gás é o que atrai o maior volume de investimentos para o Brasil, onde já atuam grandes companhias britânicas. Em setembro, foi a vez de Cameron vir ao Brasil. Desta vez, já com o anúncio das datas das rodadas, o premiê britânico encontrou-se com a diretoria da Petrobras e tratou de assuntos voltados para empreendimentos no setor brasileiro de energia fóssil. Segundo Renato Cordeiro, gerente de petróleo e gás do UK Trade & Investment (UKTI) do Consulado Britânico do Rio de Janeiro, há um número cada vez maior de empresas do Reino Unido que se estabelecem no Brasil. “Além de dezenas de visitas individuais ao longo do ano, em 2012 recebemos três grandes grupos de empresas britânicas do setor de óleo e gás interessadas em fazer negócios no Brasil: a missão da Escócia em março, a missão da associação de empresas NOF Energy em abril e o grupo da Rio Oil and Gas em setembro. Só para a Rio Oil and Gas, tivemos mais de 40 empresas britânicas expositoras, uma amostra do forte interesse do Reino Unido por negócios do setor no Brasil”, revelou. Cordeiro diz, ainda, que, atualmente, pelo menos 98 empresas britânicas de petróleo e gás atuam no mercado brasileiro. “As empresas do Reino Unido estão

com ótimas expectativas com relação aos próximos leilões do governo brasileiro para novas áreas exploratórias de óleo e gás”, garante. Ele destaca o papel da BP, Shell e BG Group no fluxo de investimentos britânicos para o Brasil. Segundo Cordeiro, as três grandes operadoras têm interesse em ampliar sua presença no Brasil, criando empregos e desenvolvendo novas tecnologias em parceria com empresas brasileiras. “O BG Group vai investir US$ 30 bilhões no Brasil até 2020 e tem previsão de construir, em 2013, um centro global de pesquisa no Rio de Janeiro, cujo investimento demandará um aporte de US$ 2 bilhões. A Shell investiu, desde 1998 até o presente, mais de US$ 3 bilhões na área de exploração e produção de petróleo no Brasil. A BP também tem grandes investimentos no Brasil. Recentemente, adquiriu por US$ 3,2 bilhões ativos da Devon, comprando oito licenças de exploração de petróleo offshore (mar) e duas para exploração onshore (terra)”, ressaltou. (B.B.) Agência Petrobras

Premiê britânico, David Cameron, esteve no Brasil para encontros com a diretoria da Petrobras British Prime Minister David Cameron was in Brazil for Petrobras’ board meetings

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Das geleiras do Mar do Norte para as águas mornas do Brasil Como o Brasil, a Noruega tem grande expertise em exploração de petróleo em águas profundas. Dessa forma, os noruegueses, estimulados pelas descobertas do pré-sal, vêm buscando estreitar cada vez mais as parcerias de negócios com o País. De fato, com a produção do Mar do Norte em declínio, o Brasil passa a ser visto como um novo horizonte para investimentos no setor de óleo e gás. Um bom exemplo de como anda próxima essa relação é a presença da norueguesa Statoil. Operando na Bacia de Campos, ela atua num dos maiores campos de petróleo da região, o de Peregrino, com reservas estimadas de 300 milhões a 600 milhões de barris de petróleo recuperáveis. O campo fica a 85 quilômetros da costa e a uma profundidade de apenas 100 metros do nível do mar, tornando a Statoil a segunda operadora com maior volume em operação, superada apenas pela Petrobras. A Innovation Norway, órgão de promoção comercial do governo da Noruega, tem trabalhado de forma atuante nesse sentido. Em 2012, além de trazer uma grande delegação de empresários para o Navalshore – 35 empresas, 20% a mais do que em 2011 – a agência promoveu uma série de eventos em que foram apresentadas as oportunidades de negócios viáveis por meio de parcerias entre empresas brasileiras e norueguesas. Parceria com BG para alavancar P&D - Contudo, o grande passo rumo à expansão norueguesa no Brasil foi dado durante a Rio Oil

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and Gas 2012. A agência, que já firmou, em 2010, um memorando de entendimento com a Petrobras, assinou documento semelhante desta vez com a BG Brasil. O acordo visa a estimular a inovação tecnológica em setores de petróleo e da indústria naval no Brasil. “A parceria entre Brasil e Noruega em novas tecnologias vai promover a colaboração em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), e o memorando de entendimento vai contribuir para o atendimento das demandas tecnológicas do pré-sal e fomentar a transferência de conhecimento e desenvolvimento de fornecedores no país. A parceria deve abrir portas para empresas norueguesas – sobretudo as pequenas, de nicho – terem maior acesso ao crescente mercado brasileiro de petróleo e gás e aos mercados em que o BG Group possui atividades”, afirma a diretora da Innovation Norway, Helle Moen (foto abaixo).

Segundo ela, a perfuração em águas profundas, a produção submarina e o monitoramento ambiental estão entre as principais iniciativas tecnológicas. Ela conta, ainda, que a parceria trará negócios significativos no Brasil, por meio de reservas de óleo e gás na Bacia de Santos. “É uma companhia com larga experiência operacional e competência tecnológica, com foco em inovação, sustentabilidade e pesquisa e desenvolvimento, capaz de superar os desafios no Brasil e em escala global”, observa. “A Innovation Norway tem orgulho de ser considerada uma parceira relevante neste trabalho e vê oportunidades muito interessantes para as empresas norueguesas por meio deste memorando de entendimento”, diz. Segundo ela, a BG Brasil tem um programa de investimento multibilionário para o Brasil. A companhia está constantemente mapeando desafios e demandas tecnológicas, apoiando um número crescente de iniciativas de P&D, por meio do Centro Global de Tecnologia do BG Group no Rio de Janeiro. De acordo com Hellen Moen, com o memorando de entendimento, as partes trocarão informações técnicas e realizarão estudos conjuntos de viabilidade técnico-econômica. A duração do acordo é de cinco anos e se baseia no Contrato de Pesquisa e Desenvolvimento Industrial da Innovation Norway, que concede apoios financeiros para fornecedores noruegueses – normalmente de pequeno e médio portes – para pesquisa de novas tecnologias junto a clientes. (B.B.)


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China dá passos de gigante no Brasil Em 2012, mesmo apresentando desaceleração da sua economia, a China não perdeu seu papel de protagonista no cenário econômico mundial. E no setor de petróleo e gás no Brasil não foi diferente. No mês de maio, a Sinopec, a maior petroleira da China, que no Brasil opera numa joint venture com a Repsol – a Repsol Sinopec Brasil, anunciou uma das maiores descobertas na região présal da Bacia de Campos, um volume recuperável de 1,2 bilhão de barris de óleo equivalente (petróleo e gás). Esta foi a maior descoberta feita na região por uma empresa privada. Dessa forma, o gigante asiático vai, aos poucos, se firmando como um dos países estrangeiros mais proeminentes a operar no Brasil.

um ótimo senso de oportunidade ao perceber que as empresas de energia desses países em crise estavam com ativos desvalorizados e, assim, conseguiu adquiri-los a preços atrativos. Além disso, ao comprar a participação acionária dessas empresas, a Sinopec encontrou toda uma estrutura já montada, fazendo com que ela poupasse tempo de maturação demandado”, afirma o especialista, em entrevista à Macaé Offshore. O CEBC atua como interlocutor de auxílio governamental entre os dois governos, servindo de consultoria sobre o ambiente de negócios que vem crescendo ano a ano. “Boa parte das empresas tinha uma falta de conhecimento mútuo a respeito dos mercados onde querem atuar. No Brasil, não

De acordo com o coordenador de Pesquisa e Análise do Conselho Empresarial Brasil China, André Soares, a Sinopec está sabendo aproveitar a atual conjuntura global e fazendo dela uma janela para entrar no mercado brasileiro de óleo e gás com um risco diminuído. De que forma? Comprando ativos de empresas nas quais seus respectivos países apresentam sérios problemas financeiros, casos da espanhola Repsol e da portuguesa Galp. A estatal chinesa pagou US$ 5,19 bilhões por uma participação de 30% na unidade brasileira da Galp Energia de Portugal e US$ 7 bilhões por uma participação de 40% do braço brasileiro da espanhola Repsol. “A Sinopec teve

André Soares, do CEBC: No Brasil, não há muitas instituições de pesquisas voltadas para a China André Soraes, fom CEBC: In Brazil, there are not many institutes of research and analysis on China

há muitas instituições de pesquisas voltadas para a China. E é por isso que o CEBC decidiu criar uma área de pesquisa e análise, que conta com uma série de publicações nas quais fazemos um balanço sobre o fluxo de investimentos da China para o Brasil e vice-versa”, explica. No caso do setor de petróleo e gás, ele conta que, além da Sinopec, há a Sinochem, que adquiriu participação de 40% no campo de Peregrino, da norueguesa Statoil, por US$ 3 bilhões. Para 2013, Soares acredita que a expansão chinesa no setor de E&P brasileiro deverá continuar. “A entrada dessas empresas se deu por intermédio de compra de ativos. Com o sucesso e o crescimento das operações do pré-sal como um todo, a tendência é que elas busquem se consolidar e aumentem seus investimentos”. De fato, em 2012 a Repsol Sinopec investiu US$ 1 bilhão somente no présal, com tendência de aumento de aporte de recursos em 2013. Soares, no entanto, diz que é pouco provável que outras empresas de petróleo da China desembarquem no Brasil para operar nos campos petrolíferos. “O Brasil é um mercado geograficamente distante da China, fazendo com que as empresas chinesas busquem investir em mercados mais próximos. Além disso, em muitos países onde a China está presente, a legislação local é mais frouxa quando comparada à brasileira, o que facilita, na visão dos chineses, a inserção das suas empresas”, conclui. (B.B.)

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Franceses querem criar polos de competitividade no Brasil boa relação com o Brasil em vários setores. Portanto, a relação entre empresas francesas e brasileiras na área de óleo e gás tem tudo para ser do mais alto nível possível”, destaca.

A região da zona do euro ainda luta para sair da grave crise econômica pela qual passa. Dessa forma, para alguns setores da economia europeia, a busca por novos mercados pode ser a saída para superar a crise. Dentro deste contexto, a Ubifrance, agência de promoção comercial do governo da França, promoveu neste ano a maior missão de empresários do setor de petróleo e gás já vinda para o Brasil. Cerca de 50 empresas e três representantes de polos de competitividade participaram de um seminário na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e também marcaram presença na Rio Oil and Gas 2012, conforme conta Hamza Belgourari, conselheiro do setor de Óleo Gás da Ubifrance. Sem citar números, Belgourari garante que a missão foi extremamente proveitosa. “Quase a totalidade dos empresários franceses ficou satisfeita e quer se instalar aqui. Eles perceberam, in loco, que o Brasil oferece grandes oportunidades no setor de petróleo. É claro que dentro dessas oportunidades, encontram-se desafios importantes, pois o Brasil não é um país fácil. Mas a estabilidade política e econômica brasileira é também atrativa para os franceses”, afirma, em entrevista à Macaé Offshore. Em sua análise, uma das maiores contribuições que a França pode dar ao setor petrolífero brasileiro é por intermédio de parcerias entre órgãos públicos e privados com os polos de competitividade franceses. “Eu vejo que nossos polos podem responder à demanda tecnológica que existe no Brasil. Eles trabalham em três pilares: o alto investimento em pesquisa e inovação nas universidades; a aplicação dessas pesquisas nas empresas; e 48 MACAÉ OFFSHORE

Para Hamza Belgourai, da Ubifrance, a relação franco-brasileira em O&G está crescendo To Hamza Belgourai, from Ubifrance, France and Brazil relations in O&G are increasing

a busca por uma governança institucional que vai ajudar o grupo de empresas a se desenvolver. Nós estamos conversando com o Sebrae para que seja criado um polo semelhante para atender à demanda da própria indústria brasileira”, explica o representante da Ubifrance. Para 2013, Belgourari afirma que está em fase de conclusão projetopiloto que permitirá a instalação de uma estrutura de um polo de competitividade de petróleo e gás no Rio de Janeiro. “Esperamos contar com as parcerias. Isso porque a França não quer apenas oferecer equipamentos, mas almeja trabalhar em parcerias tecnológicas com empresas brasileiras para que a política de conteúdo local tenha um grande salto, ou seja, não só vender, mas também oferecer capacidade de inovar. A França já tem uma

Parceria de sucesso - Belgourari diz ainda que as empresas do setor de O&G já têm contribuído para o setor brasileiro há muito tempo, obtendo, segundo ele, resultados de sucesso. “Temos o know-how na área de óleo e gás adquirido, em grande parte, pelas experiências bem-sucedidas da Total (quinta maior petroleira do mundo), Tecnhip, V&M e Schlumberger, e queremos que mais empresas francesas do setor façam negócios aqui”. Ele revela ainda que a Prooceano foi uma das primeiras empresas brasileiras de médio porte a selar parceria com uma empresa francesa, a CLS, subsidiária da Agência Espacial Francesa (CNES). A empresa fornece serviços para a maior parte dos operadores offshore em atuação no Brasil Para o representante da Ubifrance, apesar de a indústria brasileira ter capacidade de produzir equipamentos voltados para o setor petrolífero com qualidade, ela está lutando contra o tempo, uma vez que os investimentos estão chegando e demandam respostas rápidas por parte da cadeia de fornecimento. “A França tem uma estrutura que funciona muito bem e que está pronta para se internacionalizar. Buscamos parcerias no campo da tecnologia e na formação de mão de obra qualificada. Promovemos, em setembro, um seminário na Firjan, em que expressamos o desejo de firmar parcerias com entidades privadas e governamentais brasileiras, como o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Firjan, Sebrae e BNDES”, acrescenta. (B.B.)


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Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira - Presidente da Firjan

Sentimento de otimismo Óleo e Gás: a grande aposta para recuperar a indústria fluminense Por Brunno Braga

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setor de óleo e gás deverá se manter nos próximos anos como um dos principais indutores para o desenvolvimento industrial do Rio de Janeiro. Com aportes da ordem de R$ 107,7 bilhões entre 2012 e 2014, o segmento vai representar 50,9% do montante de investimentos que o estado receberá neste período, segundo dados do estudo Decisão Rio, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e divulgado em junho deste ano. Para o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, o anúncio da realização dos leilões do pré-sal foi a grande notí-

cia de 2012. Segundo ele, as novas licitações previstas para 2013 trarão mais solidez à cadeia produtiva em médio e longo prazos, gerando renda e emprego e aumentando o grau de inovação da indústria, movimento que pode se expandir para outros setores, além do petrolífero.

De que forma o setor de óleo e gás fluminense pode contribuir para a economia fluminense e nacional que, segundo estimativas, não teve boa performance em 2012?

crescimento da indústria, além da experiência acumulada pelas empresas no ano de 2012, proporcionando ao empresariado a chance de rever suas estratégias.

As projeções indicam que a indústria mostrará sinais de recuperação para o próximo ano, embora tímidos. Neste processo, a indústria de petróleo e gás, impulsionada pelo desenvolvimento do pré-sal, será a mola da recuperação no Estado do Rio de Janeiro. Juros mais baixos e incentivos fiscais serão fatores importantes para a retomada do

Na presidência da Firjan desde 1995, Eduardo Eugênio concedeu entrevista à Macaé Offshore na sede da entidade, no Centro do Rio, dois dias após chegar de uma missão empresarial à Coreia do Sul, país que está bem representado no setor naval offshore, com estaleiros de ponta. Lá, ficou

impressionado com os investimentos na qualificação da mão de obra, segundo ele, para compensar a ausência de recursos naturais, e isso se reverte em maior competitividade para a indústria. “Lá, o ativo principal disponível era o povo. Então, a prioridade número 1 foi o investimento em educação. Resultado: 90% da população tem acesso à internet e quase 70%, curso superior. Isso faz diferença em termos de competitividade”, destacou. Nesta entrevista, Eduardo Eugênio fala sobre o cenário da indústria de óleo e gás, suas perspectivas e a importância dos investimentos na cadeia produtiva nacional, entre outros assuntos.

O senhor acha que a crise mundial aumentará sua influência no setor de petróleo nacional? Espera-se também que a crise europeia e a desaceleração econômica mundial não tenham seus quadros agravados, o que poderia contribuir MACAÉ OFFSHORE 49


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negativamente para a recuperação de nossa indústria. O setor de petróleo e gás fluminense deverá adaptar-se às novas condições de mercado e aproveitar os fortes investimentos que estão sendo realizados no estado para otimizar sua contribuição a um desempenho favorável da indústria. Os investimentos mencionados, principalmente na área de refino e na indústria naval, deverão ser rapidamente absorvidos pela indústria de petróleo e gás, considerando a urgência na fabricação de diversos tipos de embarcações e plataformas para o desenvolvimento do présal e a intenção da Petrobras de alavancar o refino como parte fundamental de seu Plano de Negócios e Gestão 2012-2016. O anúncio do primeiro leilão do pré-sal é uma boa notícia para a economia fluminense. No setor de óleo e gás, qual é o verdadeiro impacto para que o estado se beneficie com os investimentos? Realmente, este anúncio é uma grande notícia e contribui para um sentimento de otimismo para os próximos anos. Serão oferecidas novas áreas para exploração, incentivando a vinda de novos operadores para o Brasil, aumentando a produção e diminuindo a dependência do mercado internacional. Deve-se atentar que este leilão será realizado já com o novo modelo de partilha, que ainda está em discussão, sendo uma das prioridades do Governo Federal até o fim do ano. Não se trata de benefícios imediatos no que se refere à recuperação do setor industrial, porém, é um fator primordial quando pensamos em médio prazo e na sustentabilidade da cadeia. Novos blocos exploratórios se traduzem em mais investimentos e na possibilidade de vermos mais empresas estrangeiras se estabelecendo no estado, principalmente na região 50 MACAÉ OFFSHORE

de Macaé, utilizando mão de obra local e produzindo itens com maior nível de conteúdo local. O Programa de Desenvolvimento de Fornecedores, lançado este ano pela Onip, pode surtir efeito positivo sobre a cadeia produtiva? O Programa de Desenvolvimento de Fornecedores da Onip está focado no crescimento do conteúdo local, por meio da substituição de itens atualmente importados, em conso-

O setor deverá adaptar-se às novas condições de mercado e aproveitar os fortes investimentos no estado nância com a visão da Firjan sobre o tema. É de suma importância que a competitividade e a sustentabilidade da indústria sejam fomentadas, por meio de ações organizadas, que possam fornecer o direcionamento mais eficaz à Política de Conteúdo Local. Confia-se em um efeito positivo do programa, ao proporcionar uma maior integração entre as empresas da cadeia, promovendo troca

de informações e experiências, sendo um ambiente perfeito para gerar inovação e possibilitar a transferência de tecnologia para o Brasil. A exploração e produção de óleo são finitas, sendo, a exemplo de ações promovidas em outros países, necessário que a indústria esteja preparada para se tornar competitiva em termos globais, tornando-se apta a explorar novos mercados em um futuro próximo. Como o senhor avalia a política de conteúdo local praticada atualmente no Brasil? Dentro da política industrial adotada, a questão do conteúdo local no setor de petróleo e gás é de extrema importância para o fortalecimento da competitividade de uma indústria nacional sustentável, ampliando a participação de empresas nacionais na cadeia de fornecedores das grandes operadoras. A Petrobras, como principal atriz deste mercado, vem desempenhando um importante papel na disseminação do conceito de conteúdo local aos seus parceiros e fornecedores, por meio de ações como do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), que aumentou consideravelmente a participação da indústria nacional nos investimentos do setor e vem auxiliando na geração de mais postos de trabalho no país. A política de conteúdo local pode ser avaliada como uma grande oportunidade para a indústria fluminense, mas também um imenso desafio, devido à necessidade de investimentos em capacitação, desenvolvimento tecnológico e concorrência com empresas estrangeiras. A Firjan tem acompanhado o assunto com um grande interesse, contribuindo para que a política de conteúdo local traga resultados duradouros para a indústria do Estado do Rio de Janeiro. 


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2012: the year that did not take off What to expect in 2013? Analysts, executives and leaders of the segment interviewed by Macaé Offshore describe problems and challenges to be faced By Brunno Braga and Rodrigo Leitão

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n the beginning of 2012, some facts had pointed out that good news could happen in the oil and gas sector. The announcement of Maria das Graças Foster as the CEO of Petrobras, replacing José Sergio Gabrielli, was applauded by analysts and investors due to her more technical profile. There were some hopes, even small ones, that the draft-bill on oil royalties sharing among states, already approved by the Senate, would have been voting in the House of Representatives. Even the expectations that OGX would become a major Brazilian oil company due to the perspectives about the oil production in Tubarão Azul field – read more in Celso Vianna Cardos’s article on page 17

- served as a beacon that 2012 would not be a bad year. Yet, as it was seen, the initial enthusiasm was brief and some analysts consider 2012 as year that has only reached short flights. In some cases, the sector did not take off. In fact, the scenario of difficulties was, in some way, inherited by the former year. Though the production of oil and gas in 2011 has achieved better results in comparison with 2010, the volume accounted by Petrobras in the period was 4% less than the goal established by the company in that year. Another frustrating fact was the delay in the schedule of the implementation of the Comperj. IndefinItions on oil royalties, which has paralyzed the Bidding Rounds process

were problem that were seen in 2011 and have remained in 2012. Clearly the oil and gas sector in Brazil allows huge possibilities of economic growth for Rio de Janeiro, Santos, Espírito Santo and the Northeast. Calculations that have been made show that, by 2020, the pre-salt will attract US$ 400 billion in investments. Nevertheless, even with this business expectation, 2012 was, in some way, frustrating. It has proved that the lack of governmental coordinated actions is able to paralyze the flow of important resources for the economic realm as a whole, as analysts listened by Macaé Offshore stressed. For 2013, it is seen the need for an extra dose of realism and a mature political view to avoid that the sector does not decelere.

Another year without Bids was tough for the sector

Petrobras in the balance

This is the view of the lawyer Miguel Mirilli, professor of Oil and Gas Law in the MBA of Getúlio Vargas Foundation (FGV). To him, the lack of the Bidding Rounds in 2012 represented a very negative point for the sector. “The postponement and uncertainties has diminished the attractive factor of companies that were interested to invest in Brazil, though the country is already consolidated as one of the main destinies from investments of the sector. But, without new blocks in dispute, the market has intensified the farm-in and farm-out”, the scholar analyzed.

But Petrobras was the main source for bad news in 2012. Losses, difficulties in solving intern issues and problems with contracts with offshore companies made investors sell the company’s stocks. As a result, the state-owned oil company lost 60% of its market-value. This condition made the company lose its position as the mostvalued oil company in Latin America to the Colombian Ecopetrol, which is getting to financial its expansion, mainly, through its own cash flow.

The local content issue was also spotlighted this year. Actions from private institutes such as the Onip which launched the Supplier Development Program in order to evaluate projects that stimulate

the local production of equipments that are currently imported and the launching of Inova Petro, a governmental program that will provide, through the National Development Bank (BNDES) and Finep, R$ 3 billion to Brazilian and foreing companies in order to stimulate the production of equipments for the oil and gas sector in the country were examples. Yet, though the government hopes the achievement of E&P projects with high percentage of local content, the ANP itself has revealed that the local content requirements are 30% below the established goal. Thus, this situation is going to result in penalties to be applied to the companies by the ANP. In other words, the local content policy has not achieved its wanted consolidation, Mirilli analyzed.

“The year of 2012 had great changes. The new CEO of Petrobras was very critical towards the Gabrielli administration. She showed that the former administration had irrealistic goals. Thus, I see that Graça Foster is trying to put Petrobras back on the track of efficiency. But I see also that Petrobras continues to MACAÉ OFFSHORE 51


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be used as a government political tool, which contradicts the CEO’s speech. If she wants to conduct the company in the path of profitability, with a technical administration and to return to its past quality standards, it is necessary that the main shareholder changes its view concerning the company. It is not

happening now and I don’t know-how this issue will be solved”, Adriano Pires, the CEO of the Brazilian Infrastructure Center, says. To him, Petrobras faces a great dillema: either the company adopts a political administration, which might

Production sharing model on the edge In fact, the year for Petrobras brought some bad tastes, such as the great loss in the second quarter – the first since 1998 – and the possibility that the company can not achieve the production of oil established in its Business Plan, which is 2.02 million boed. “Although the market has bought Graça Foster’s speech, in 2013, it is going to judge her administration in a more assertive way”, the CEO of CBIE says. Petrobras disagrees with Pires and says that in 2012 its final balance was positive and for the next year the company will show good results due to new production areas that will enter in operation (read more about Petrobras’ statement on next page). Pires also criticizes the ANP administration that, as he says, could nt resume its autonomy that the agency had before Lula era (2003-2010), though he admits that the new CEO of the ANP has a more technical approach. “Due to the lack of Bidding Round, the investments are paralyzed in Brazil, but they keep going to the rest of the world. The investments are happening in Colombia, in the United States, in Mexico and in Africa. So, for the sector, 2012 was a tasteless year, without good news”. The specialist predicts that next year the Brazilian oil sector will face great

challenges, such as the pre-salt regulatory framework that sets the production sharing model in Brazil. “This model won’t work. For the success of the exploration of the pre-salt, it is necessary to review three points: Petrobras’ monopoly in the pre-salt fields, the veto power of Petrosal within its manager commitee and the local content policy.”, Pires evaluates. In his view, the current gasoline and diesel price policy makes Brazil non-attractive for investments in refining, once the prices are controlled by the government and they don’t follow the international market tendencies, causing losses for Petrobras. “It is important that the oil sector resumes its investments because it is a sector that helps to increase the GDP. Brazil lost its self-suficiency achieved in 2006 because the government made a predatory policy in Petrobras. Yet, I am optimistic because we have what it is more difficult: huge oil reserves. So, what lacks is a public policy and the understanding that oil under the land or under the sea have no value. So, if we don’t speed the oil production, other countries will take advantage of this situation and they will attract investments that could come to Brazil”, he recomends.

World scenario also affects As for Celso Vianna Cardoso, Macaé Offshore analyst, the global scenario has decisively contributed for the weak performance of the oil and gas sector in 2012. “The crisis in Europe, the deceleration of China and the weak recovery of US economy reduced the demand for oil, making the price of the barrel type WTI fell 13% in the end of October, 2012. The biggest world oil companies felt the impact and saw their stocks fall in 2012”, he analyzes. In his opinion, in 2013, the Brazilian oil companies will face problems in their cash flow. “OGX and Petrobras indicate this scenario. Petrobras has announced divestments in order to balance its cash flow for the next years, whereas OGX has defined to monetize its reservers as a priority. This scenario is not likely for the growth of the sector in 2013. Yet, investors can take advantage of the improvement in receipt of dividends”, Cardoso says.

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jeopardize its established goals, or the government cedes to the Graça Foster’s intentions to give Petrobras a more competitive face. “Just to remember, Graças Foster is still well evaluated by the market. Thus, Petrobras’ performance was not even worse because the market ‘bought’ her realistic speech”, Pires says.

Pre-salt reserves discourage the market In a similar position to the CEO of CBIE, Marcelo Simas, professor of Geopolitics of Oil at UFRJ, says that the paralization of the bids has made that areas of E&P decresead, which leads other companies to dismantle their staff and moving out from the Brazilian market. “The indefinitions on the share of oil royalties and a fear that Petrobras could not carry out its new E&P projects, due to its obligation to participate in every presalt fields are discouraging the sector”, emphasizes Simas. Nevertheless, he does not condemn the government’s position in emphasizing the state-owned oil company in the pre-salt operations, once this position is understood as a natural energetic sovereignty policy. “I understand the necessity to review the pre-salt legal framework in a medium and long term, once with the opening of the Brazilian oil market, in 1998, the company naturally, for its expertise, has become the main operator in the country. Yet, the government policy in preserve the geological and technological knowledge of the pre-salt in order to develop the country is a government strategy to keep the natural energetic resources in control”, the scholar evaluates. The professor explains that such idea is in accordance with international practices in countries that have great oil reserves like Mexico, Saudi Arabia and Russia. These countries give a special treatment to their National Oil Companies (NOCs) “Here, the goal of this debate was to find a way to transfer wealth to the society, turning it as a source for the economic development of the country, giving a differentiated treatment for Petrobras”.


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Companies end the year with optimism for 2013 Macaé Offshore has selected 12 great companies of the sector to show their performance in 2012 and to anticipate their investment and expansion plans To Petrobras, the balance was positive in 2012 Though being involved in news that exposed its financial and operational difficulties, Petrobras asserts that the final balance was positive for the company in 2012. In a statement sent to Macaé Offshore, the company highlights some facts to be celebrated in its view, in spite of the climate of crisis detected by analists of the O&G market. This year, some important production systems started to operate: FPSO BW Cidade de São Vicente, which performs the extended well test of Iracema area, in the pre-salt of Santos Basin, and the FPSO Cidade de Anchieta, which produces oil in the pre-salt of Baleia Azul field, in the Capixaba Campos Basin since September. These two production systems have the capacity to produce 30,000 boed and 100,000 boed, respectively. “ By the end of december, the FPSO Cidade de Itajaí is scheduled to start operations in the Baúna-Piracicaba area, in the Postsalt of Santos Basin. The FPSO Cidade de Itajaí will produce up to 80,000 boed”, the statement says. Results of the exploration sector were also considered well succeded by the company. In 2012, Petrobras obtained important exploration results in the Grana Padano area, in Espírito Santo Basin; in

the Pecém area, in Ceará Basin; in the Pão de Açucar area,in the pre-salt of Campos Basin; in the Dolomita Sul area, in the pre-salt of Santos Basin; in the Onerous Transfer, at the south of Guará, and in the Carcará area, both in the pre-salt of Santos Basin. “Beyond that, the daily production surpassed 200,000 boed, with the oil production of Campos Basin and Santos Basin included. Petrobras adds that the probable recoverable areas of the pre-salt are equivalent to the volume of the current proven reserves. In December, 2011, the proven reserves of oil and gas of the company were 15.7 billion boed. On considering the volumes of probable discoveries in the pre-salt, including the Onerous Transfer, the perspectives for a recoverable volume is roughly 30 billion boed, which is equivalent to the double of the current reserves. Campos Basin - To Petrobras, even the conjectural production fall of Campos Basin can be seen, positively, as a challenge, once the production will be recovered by the execution of the Efficiency Program for Campos Basin (Proef), launched in June, 2012. The goal of the Proef is to consolidate the resume of the operational efficiency of the Campos Basin Operations Unit (UO-BC) from the current rate of 71% of efficiency

(registred in December, 2011) to the rate of 90% by 2016. As the state-owned company says, new technologies, which will be implemented in 2013, will allow optmize the production. “The subsea separation system for deep waters (SSAO), the injection system of raw water (RWI) and the subsea multiphase pumping system provide, among other advantages, cost reductions and the increase of the reservoirs recovery in the area where they are installed’, the company highlights. Bids and future goals – As for the Bidding Rounds, predicted for 2013, the company announces that it has already started to prepare itself for the 11th Bidding Rounds of the ANP six months ago. “We are interested in all areas, both offshore as onshore. The potential of these areas has been studied and certainly we are going to look for partners”, the company concluded without revealing the details about the process of preparation involved. For the future, Petrobras ensures that the company will accomplish the established oil production goal, which must surpass the 2 million boed achieved last year to 4.2 million boed in 2020 as well as 49 oil-tanks and hundreds of support vessels and offshore services. (B.B) MACAÉ OFFSHORE 53


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Shell: investments follow an ascending spiral The second major oil company acting in Brazil after Petrobras, Shell has invested, US$ 4.4 billion in the Brazilian Upstream market. The company, which is about to complete 100 years in operations in the country, announces that these resources will continue to expand, conforming the great interest in the participation in the next Bidding Rounds. This is what the External Affairs director in Latin America of Shell Brasil, Fabio Caldas, says, in an interview to Macaé Offshore. To the executive, the country is considered a strategic area for the company, which is searching for new opportunities of growth here. “Our presence in 11 blocks for exploration, development and production – six in the offshore and five in the onshore – shows the great interest of Shell in Brazil. Not forgetting to mention the investments in the ethanol trough Raizen, our joint

Barra Energia In 2013, Barra Energia must keep its activities in the blocks where they participates and look for new opportunities to expand its portfolio, either through farm in, acquisitions or through bidding rounds, aligned with the business orientation prescribed by its controlling shareholders. “The company is aware of the market opportunities, on analyzing them very carefully aiming to evaluate those that can aggregate value to its business. The company might participate in the new big rounds”, the CFO, Antonio Claudio Pereira da Silva, says in an interview to Macaé Offshore. To Pereira da Silva, the 11th bidding round, predicted for the first semester of 2013 and will auction 174 blocks in 17 sectors of nine sedimentary basins, will be extremly important for an appropriate maintenance of the level of investments. “This will allow the operational continuity of the companies that are stablished here and will even enable the creation of new companies, including national companies among them’, the director predicted. The executive said that the part that the company has acquired in 2 blocks of Santos Basin ensures an excellent diversification of its project portfolio, including field in development in Atlanta and Oliva in reservoirs of the Post-salt, three discoveries of Pre-salt in analysis and a great number of exploratory 54 MACAÉ OFFSHORE

venture with Cosan, and our performance in lubricants”, the director said. Caldas emphasizes that, in 2012, research in innovation was the main feature of the investments of the company. “In the last four years, our global investments in research and development surpassed US$ 1 billion a year. As a result of our efforts and investments, we received the “Excellence in Project Integration Award at the International Petroleum Technology Conference (IPTC), in recognition of the achievements made by Shell Brasil’s BC-10 Parque das Conchas team, where we produce more than 50,000 barrels a day, surpassing production goals”, the director celebrates. Due to the success achieved, the executive reveals that the company has strongly invested in the execution of Parque das Conchas Project Phase 2, which involves the drilling of 11 new wells. “This project

is one of the most important upstream initiatives of Shell Group in the world. The first oil of the Phase 2 is predicted to be extracted by the end of 2013. The company is also working actively for the possibility of implementation, if approved, of Phase 3 by 2015. Among our technological advancements and our investment diversities in Brazil, we hope to keep our leadreship position in Brazil”, Caldas revealed. As for the Bidding Rounds, confirmed by the government for 2013, Shell sees them as a very positive decision towards the growth of the oil industry. “We hope that this decision underpins the resume of the regularity of the implementation of the Bidding Rounds. The company has total interest in them and Shell will pay attention to the areas to be auctioned either in the pre-salt, post-salt or onshore”, the executive ensures. (B.B.)

wants to expand is project portfolio prospects with excelent perspectives for the pre-salt and in some other areas for the pos-salt also. Barra Energia is a Brazilian company dedicated to the E&P in the Brazilian sedimentary bases. The company has as its main focus the Santos Basin and Campos Basin, both in the post-salt as for the new frontier of the pre-salt. “As for the investments, it is important to consider that the company has a commitment to raise US$ 1.2 billion along with its investors, considering the fact that the company has a budget of roughly US$ 800 million which are compatible with the financial demand for the development of both blocks where the company acts” the director asserted. To the executive, the investments in fixed capital and capitalized costs must be roughly US$ 90 million in 2012. Barra Energia participates in two blocks BM-S-8 (10%) and BM-S-4 (30%), in partnership with Petrobras(66%), Queiroz Galvão (10%) and Galp (14%). In the Rio Oil and Gas 2012, the CEO of the company, Renato Bertani, revealed that the drilling in Carcará, which is under delimitation process, have shown “great opportunities for the near areas”. On there, there were 471 meters of oil column. “ I am not going to compare with any block, but I can say that our expectative is that our block is one of the most signficative of the pre-salt, indeed”, the CEO says.

New oil era - On asking about how Barra Energia evaluates the oil and gas market in Brazil., the CFO said that the so-called coventional liquid fuels must continue to have the majority share in the energetic matrix for the next 20 years at least. “ A recent research made describes bold predictions and points out the beginning of a new era of oil, assuming that the world production will increase up to 20% in the next 8 years, with estimations of 110 million boed by 2020”, he says. To the executive, in the past 15 years, the oil industry in Brazil increased hugely, leveraging the Brazilian economy with successive records of productivity and substantial volume of investments that, in the last year, surpassed US$ 50 billion. “There are more than 70 companies and half of them are Brazilians, according to the Ministery of Mining and Energy. And the new province of pre-salt gives extraordinary perspectives”, he emphasizes. For Antonio Pereira, by the other side, the progressive reduction of the exploratory blocks under concession regime contradicts the efforts toward growth. Every five years, blocks that have not presented exploratory success must return to the Union government and the last bidding rounds happened four years ago. (R.L.)


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Clariant Oil advances in Brazil with its Excellence Center The results of Clarian Oil Services, a Swiss company, in 2012 were highly positive, mainly with the innauguration of the new Excellence Center in Rio de Janeiro, developed to support the oil and gas market to overcome a number of challenges for the exploration new frontiers, focusing on technology in chemical services for the oil and gas industry, pipelines and refineries. The Center of Excellence is located in Barra da Tijuca and employs 15 researchers, all of them with doctorate degree. The amount of investment was not revealed. “This new unit will have an important role as a supporter of all operations in Latin America, with the development and implementation of customized solutions to address growing challenges of oil companies, both in the pre-salt as in other activities scenario of E&P in deep waters”, the vice-president of Clariant for Latin America, Carlos Tooge, evaluates. In an exclusive interview to Macaé Offshore, he talked about the moment that Brazil lives with the expectations of the pre-salt production, investments and local content. To Tooge, currently, Latin America is increasing more than other markets in the world. He said that there are two reasons for this growth: the discovery of the pre-salt, with oil of good quality, and its

differentiated production cost, if Petrobras can overcome all the technlogical challenges. “We are able to offer technological production, which is an advantage for Petrobras. Thus, the company will produce more to support all the invesments of the pre-salt, which has expectations that these investments will double by 2014”, he explains. The director says that the Clariant’s Business Plan is just like Petrobras’ by 2020. “When Petrobras releases its Investments Plan, we are obliged to release ours”, he says, explaining how Clariant works in the Brazilian market. To Tooge, 95% of orders are made by Petrobras. In the world, majors shuch as Shell, Repsol, Chevron and PDVSA are among Clariant’s main clients. Strong presence in Brazil - The Swiss company whose headquarters is located in Houston (USA) is present in the main oil-producing regions in the world. There are more than 100 countries, included the United Sates, the United Kingdom, Norway. In Brazil, the company employs 1,650 people and the Brazilian market is considered strategic for Clariant, which addresses the oil and gas sector in the country for more than 40 years. There are three units in Brazil: two in Rio de Janeiro and one in Suzano (SP).

“Brazil is one of the main oil and gas market in the world, gaining highlighted position in the last decade, with the advancement of exploration frontiers and, mainly, with the new discoveries that have been made in the pre-salt layer in the coast of Brazil. The intensification of exploratory and production activities in the country is going to demand, beyond drilling rigs and FPSOs, a great number of chemical solutions to optimize these activities”, the executive emphasizes. Tooge revealed that the demand for chemical products for the oil and gas sector is increasing in Latin America, mainly in Brazil, due to the great oil reserves discoveries in the last decade and also to the enterprise projects for the development of the Brazilian pre-salt. “Clariant is ready to follow the growth of the Brazilian oil industry,with products and services for all activities in the E&P”, he ensures. To him, the growth of oil activities opens a set of opportunities for Clariant in other regions due to the similarities of the offshore basins in the Brazilian East coast and the African West coast. “Once this growth happens in the E&P, the company believes that the expertise gained in other countries, mainly in Brazil, constitutes an important competitive advantage”, he emphasizes (R.L.)

OSX: Shipyard begins to operate in 2014 With US$ 7 billion in orders and an accumulated net profit of R$ 3.9 million in the first semester of 2012, OSX, a shipbuilding company, is about to become one of the main companies of the EBX holding, where it belongs. And, for 2013, the company will have much work ahead. If everything goes as planned, the company’s shipyard will be concluded by 2014. It will be established in the Superport Açu, in the North of Rio de Janeiro and it will be the biggest shipyard in Latin America. The OSX shipyard, budget at R$ 4.8 billion, had its financing approved by the Marine Merchant Fund (FMM) in order to raise financing along with credentiated institutes. OSX has already got 25% of the site ready. ”According to the company’s delivery schedule, we are going to start the operation of the Açu Shipyard

Unit with the construction of the sectors that have been already contracted. We are planning to inaugurate the north area of the shipyard by the fist quarter of 2013”, the director of Shipbuilding of OSX, Danilo Baptista, says. The company’s shipyard will be operated with the technology of its Korean partner Hyundai Heavy Industries (HHI). With that, OSX aims to take advantage of the good moment which the shipbuilding industry is passing through, mainly because of the opportunities of the presalt whose areas will be auctioned in november 2013. “The market conditions in Brazil are very attractive, considering the expectation of the increase of oil and gas resources to 100 billion boe, with investments of more than US$ 14 billion, besides the fact of the domestic market of services and equipments is under the

local content requirements of the ANP for the Bidding Rounds. Currently, we have a firm portfolio of clients such as OGX, Sapura, KingFish and Petrobras and we are waiting for others”, Baptista says. To the executive, the search for a better qualification and improvement of the labor force are among the challenges found in the Brazilian shipbuilding. “OSX invests in this area. We have created the Naval Technology Institute, which aims to train and capacitate professionals dedicated to carreers in the Shipyard Unity and OSX Services. At this moment, 880 students were called to the qualification process in the first 23 free courses that we are offering in areas such as Metal-Mechanical, Electricity, Metallurgy, Automation, Oil, Automotive Operation, Civil Construction and Management”, the director of OSX reveals. (B.B.)

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The oil and gas sector leverages revenues of Rolls-Royce Rolls Royce is aiming at the growth of the oil and gas sector in Brazil. An example of how the company is investing in the country is the construction of a factory in Santa Cruz, in the West side of Rio de Janeiro. The unit, focused on assembly and overhaul of turbogenerators for the O&G companies, will be ready in the first semester of 2013. “The oil and gas market is growing in Brazil like no other in the country, mainly with the discovery of the new oil fields in the presalt and its consequent exploration. Thus, it is a sector that represents many opportunities for Rolls-Royce”, the presidente of the company for Latin America, Francisco Itazina says in an interview to Macaé Offshore. The factory in Santa Cruz will be the fourth unit in the country. In Brazil for 50 years, the company counts on a repair and maintenance center for marine equipments, in Niterói (RJ); the Rolls Royce Service Center of Macaé (RJ), and the unit of turbine overhaul for the aircraft sector in São Bernardo do Campo (SP). The regional headquarter is located in Rio de Janeiro’s downtown. “The Rolls-Royce commitment with Brazil can be seen through its leadership position in the oil and gas sector due to its factories of Energy and Marine. Adding to the current Rolls Royce gas turbines that have been supplied to Petrobras through 30 years of partnership between these two companies and with 32 of the turbines that will be delivered, we are responsible for more than 50%of all energy generated in the Petrobras’ FPSOs”, the executive highlighted. To him, the business and operations of Rolls-Royce in South America have raised annual revenues above US$ 700 million, which represent around 4% of the global revenues of the company. “For the next ten years, we hope to doubled this revenue. Undoubtly, most part of this growth will be resulted from the offshore exploration of oil and gas, which reveals new opportunities for our Energy and Maritime divisions” The global revenue of Rolls-Royce in 2011 was roughly R$ 37 billion. Last year, along with Daimler, the company took over the control of Tognum, in Brazil, represented by MTU. “Now, we are passing through a moment of understanding of sinergy opportunities, with no other joint venture or acquisition on the horizon”, the executive asserts. 56 MACAÉ OFFSHORE

Local content – One of the challenges that Rolls Royce faces in Brazil is to increase significantly the level of local content in its equipments, which will also contributes to the development of a local supply chain. “ The new factory in Santa Cruz will gradually ensure a higher level of local content like in every package of gas turbine to be delivered to Petrobras, whose components will be, in part, produced by Brazilian suppliers. To him, the local content policy is one of the challenges and, consequently, one of the focus of Rolls-Royce in the country. “We are aligned with the Brazilian government requirements. Our activities in the country show this firm commitment” the executive says. He also revealed that Rolls-Royce has mapped out eight local companies with potential to supply components of 32 turbogenerators contracted by Petrobras to be assembly in the new factory in Santa Cruz “The delivery of these equipments will be divided in eight lots and local content will gradually increase according to the packages that will be delivered – we hope to achieve the level of, at least, 52% in the last lot”, he explains. In the beginning of 2012, Rolls-Royce set contract with Navegação São Miguel, a shipbuilding company. In june, it was delivered the first ship originated by the contract: Mar Limpo II, destined to act in oil spills in the ocean. The ship has 70% of local content, part of the total had a contribution of Rolls-Royce. To the president, the other important challenge for the company is to train the professionals required by Rolls-Royce, either for the company itself or to its clients, to operate the equipments. “This will become a prioritary issue in Brazil in order to materialize the huge potencial that the oil and gas sector represents in the country”, he reveals. Portfolio – Rolls-Royce has currently a portfolio of clients that includes more than 500 airline companies, 4,000 corporate and utility aircraft and helicopter operators, 160 army forces, more than 4,000 maritime clients, including 70 navies and energy clients from roughly 80 countries. In Brazil, its main clients are LAN, TAM, Avianca, Embraer and Petrobras, whose has a 30 years of partnership. The company employs over 40,000 people around the world – 11,000 engineers - which are trained in offices, factory facilities. They serve in more than 50 countries and Brazil is among them. In Brazil, Rolls Royce employs 600 people. (R.L.)

Danfoss danish

expertise in Brazilian O&G

Denmark is globally known for being well positioned among the countries that have technology for extracting oil onshore and offshore. With this experience, Danfoss, a Danish company, specialized in the development and producing electromechanics and electronics controllers, system solutions for the refrigeration industry, air conditioning and heater – seeks to consolidate itself in the Brazilian oil and gas market. The company, which is in 110 countries and its revenues is roughly worth 4.2 billion euros a year, is aiming at the opportunities acquired due to the heating sector, mainly in the offshore segment. Thus, Danfoss created a specific area to address the oil and gas clients two years ago. “We created this department in 2010 due to the great demand of the oil and gas sector. The goal is to work with Petrobras and other companies that work for the state-owned oil company. Thus, Danfoss is investing to expand its presence in the Brazilian offshore shipbuilding industry. With 40 years of experience in this sector, the company is bringing to Brazil solutions that serves local content in accordance with the ANP requirements”, says Elayne Tronchin, Sales Manager for Oil and Gas at Danfoss, in an interview to Macaé Offshore. The manager reveals that 2013 will be the year when great orders made are going to be delivered. She has not talked numbers, but the executive said that more investments will be made in the sector. “All the market is getting ready to participate in the next bidding rounds,mainly for the pre-salt, and we cannot be away from that”, she ensures. Training and new products – New products are part of Danfoss’ expansion strategy in the O&G sector. “In these two years of existence of Danfoss’ O&G sector, we see some good sale results” the executive says. In the Rio Oil & Gas 2012, the company exhibited new products from the VLT Drives line, which are VLT Automatin Drice FC 300, VLT Advanced Active Filter AAF 006 and VLT Softstarter MCD 500 with new display LCP501. “They are for the oil and gas segment and recommended for obtaining easy


COVER and efficient control in any application through a CA engine”Elyane explains. To her, the VLT Drivers allow an implementation control – ventilator, pump, compressor, centrifuge, crane etc. - through feeding source. The executive told also that Danfoss Brazil organizes trainings in

partnership with Petrobras. “With its expertise and technical capacities in frequence convertion, the theorical and practice trainings of Danfoss are for new electric engineers hired by the state-owned oil company and also for experient professionals of the company”, she highlighted.

Through the segment attached to the Power Electronics division of the company, Elayne says that Danfoss offers packages for low tension frequence conversors, low and medium tensios soft starters, harmonic active and passive filters, and services related to this set of products, including training, start-up, potential markets for the division (B.B)

Due to the Pre-salt, Caterpillar/Sotreq ensures strong expansion in 2013 The contracting of 27 drilling rigs by Petrobras to be operated in the presalt is seen as one of the main business opportunities for the Caterpillar/ Sotreq in 2013. That is what reveals Dave Dunlevy, general manager of Caterpillar Global Petroleum. The executive was in the country to attend the Rio Oil & Gas16th edition. In an interview to Macaé Offshore, revealed that the company will produce a new line of group marine generator to the oil production and drilling in the pre-salt layer aiming at the great demand that the E&P will have for the next years. “We are very excited. It is important to say also that the technology developed here,which consists in exploring oil and gas in a very deep water, might be used in many parts of the world”, Dunlevy said. The director of the oil and maritime unit of Sotreq, Gustavo Sepúlveda also was in the interview. In fact, for the expansion of the local production of the group of generators, the Caterpillar’s factory, in Piracicaba (SP) is increasing its capacity, with the objective of providing solutions in energy systems and to serve the local content requirements.

Chemtech

“The expansion of the factory will serve to the production of group of big size generators, C280 and 16CM32, in the range from 1820 eKW to 7680 eKW, to support the offshore demand in the Brazilian market. This expansion of the facilities is aligned with the development of new products, collaborative engeneering and the expansion of the supply chain of the company”, the executive said. In order to accomodate the production of the new models, there will be an expansion of 12,000 square meters. Dunlevy said that this new investment in Piracicaba will create enough capacity to serve the shipyard demands for larger models such as medium speed marine engine related to the nees of the Pre-Salt and to the oil industry in Brazil. Besides Piracicaba, Sepúlveda told that Caterpillar is investing R$ 20 million in a new unit in Macaé (as already mentioned in the Macaé Offshore website). The unit will be established in a site of 25 thousand square meters, located next to the Terminal Cabiúna of Petrobras (Tecab). The unit will focus in the support to the offshore operations.

“The local content policy is seen as strategic for Caterpillar”, Sepúlveda asserts. Sepúlveda also says that que announced investments fits the existent needs for the offshore segment of Sotreq, which has been growing at the rate of 40% a year. “Our goal is to invest in advance in order to be always ready to serve the growing demand ot these markets” the director of Sotreq emphasizes. Sotreq has been investing even more in the emerging sectors such as oil, gas and energy with unites and specialized labor force. The director of Sotreq highlighted that the perspective is to grow for the next years. Besides vessels and FPSOs built abroad that are coming to Brasil equipped with Caterpillar products, Sotreq hopes for a significant increase of their sales, leveraged by the revitalization of the offshore and shipbuilding industry in Brazil. “With the revitalization of our industry, oriented by the governamental policy for the growing local content requirement, the tendency is that new construction happen in Brazil, bringing benefits and development to the local supply chain as a whole. (B.B.)

celebrates the positives results in the downstream area

A year of good news and with promising perspectives for the future. This is the scenario described by the CEO of Chemtech, Daniel Moczydlower, that celebrates the results obtained by the company in 2012 in the oil and gas sector, mainly in the downstream segment. “The year of 2012 was excelent for Chemtech due to the advancements and conclusion of great projects, mainly in the

downstream area, where we are involved into the detailment of refineries Premium I and Premum II. Recently, we received order to design the project for building a regasification terminal in the Todos os Santos bay, in Salvador (BA).This represented a landmark for our growing in the downstream area”, the executive said.

offshore market from now on. To him, this will be the great challenge for the next year, once this segment demands great projects due to the bidding round announced by the Ministry of Mining and Energy. The executive ensures that Chemtech is doing its homework and is prepared to act in the offshore area.

Moczydlower also said that the company’s goal is to consolidate itself in the

He highlights the studies carried out by the company about the detailment MACAÉ OFFSHORE 57


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of several orders for replicant FPSO vessels which will be used in the pre-salt. We made the transition from onshore to offshore. “We are studying and mapping out this segment in order to take advantage of the opportunities that are coming up. We are seeing the delivery of proposals of the onerous assignment contracts with other 2 replicant FPSOs vessels that will be operated in the region. We believe that we have good chances to be part at this project in some way”, Moczydlower asserts.

engineering fields. “We are focusing not only to deal contracts with Petrobras, but also with other major oil companies. That is why we are betting that a serie of FPSOs will be coming next year”.

This is proved by the first contract firmed with Mendes Júnior/OSX worth R$ 900 million to make the detailment of eight modules for each replicant FPSOs vessels to be operated by Petrobras and its partners. Every unity can process up to 150,000 barrels of oil a day and compressing 6 million cubic meters a day. They are scheduled to be delivered by September, 2013.

Dispute with Technip - The executive reveals that the company tends to get more than 50% of the market share in the offshore sector in a near future. Thus, it will pair with its main competitor in Brazil – Technip. “Chemtech, along with Technip, are the only companies able to design engeneering projects for FPSOs as a whole”, he emphasizes. For that, he talks about investments made by Siemens – Chemtech belongs to the Siemens holding – to create the center of technology in Ilha do Fundão. “Chemtech works for the creation of local technology. There are many challenges that will be faced by this R&D center” the CEO of Chemtech says.

Beyond the detailment of the modules, Chemtech will integrate other 2 FPSOs: P-67 and P-70. It will involve more than 150 collaborators from all

With so many work to do ahead, is it possible to coordinate a good project with price and schedule? To Moczydlower, the answer is yes. “Our challenge is to design

a well structured project and Chemtech believes that Brazil has conditions to face these challenges. Certainly it will be necessary to invest in management and we need to be more assertive in the management planning of these projects”,he analyses. In his evaluation, the success of these projects necessarily starts with the design of a competent engeneering process. “We do not agree with the idea that a competent engeneering is based in the premise of the lower price. This is not the best way to solve problems. Then, what we preach is that it is need to contract a local and qualified engeneering company. This is because when a project is imported, it has to be optimized, with the standards from where the project was developed. Thus, it gets more difficult to adapt to the Brazilian standard and this reflects along the whole chain. Yet, if the project is designed here, by professionals who know the local industrial site and are aware of the existent strong and weak points, the chances of this project be well succeeded increase”, the executive concluded. (B.B.)

Techint improves its know-how in the sector In 2012, Techint Engenharia e Construção is completing 65 years. With a revenue of US$ 500 million in the country the company wants to invest strongly in the oil and gas sector. “Our goals for 2013 are the development of our human resources, so we will strenghten our know-how in the offshore segment”, the director-general of Techint, Ricardo Ourique, says in an interview to Macaé Offshore. The company is responsible for the construction and installation for the offshore segment which is its main business in the oil and gas sector. Currently, Techint is investing more than US$ 200 million in the expansion of its Offshore Unit in Pontal do Paraná, located in an area of 200,000 square meters, in order to execute complete projects such as the integration and production of FPSOs modules. The strategy of Techint is to grow organically. Yet, he do not discard the analysis of new opportunities of acquisitions for the next years. “We have evaluated some projects, but we have not chosen any due to the fact that they had not fit our expectations completly”, he adds.

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“We keep on investing to improve our offshore facilities in Pontal and Atonina, aiming at the expansion of our capacity in the development of projects in this area. Besides, we intend to keep our growth flow in the market where we are already stablished”, the executive emphasizes. On offering engineering services, construction, equipment supply, as well as management services for large size projects, Techint tells that the company employs roughly 8,000 people spread throughout its seven units in Brazil. To Ourique, the Brazilian oil market is promising and it has great perspectives, due to the necessary investments for the exploration of the pre-salt as well as the maintenance of the existent production areas. Though there are great opportunities, the director said that the sector imposes several challenges for the major companies and suppliers. Obstacles that affect the sector - The executive believes that there are some obstacles that still affect the sector such as finding financial resources for the implementation of projects as well as keeping

the competitivity that respects the defined limits of the local content for every project. Another challenge of the country is to promote the growth of the supply chain, without stimulating the overcapacity of some segments, mainly in the shipyards, once the future cost of failed of these companies will be tough for the country. As for the obligation imposed by the ANP for the local content in equipments, ships and FPSOs, the director said that the company respects the rules established in projects which Techint participates, aiming to balance the established limits, with competitiveness which the import of some components can aggregate to the project cost. “ Yet, we do not see only the cost. The quality and reliability of the supplier are extremly important and the local supplier is always priorized”, Ourique highlights. The executive says that Technit sees with enthusiasm the announcement of the new Bidding Rounds in 2013, once they point out the resume of a process that was interrupted. Yet, the director emphasized that the market of construction and installation is a long process and represents high costs for the company. (R.L.)


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Aker Solutions expands its presence in Brazil Aker Solutions, a company specialized in subsea systems, drilling, mooring, outflows and offshore, which gathers engeneering and technology for the extraction and production of oil and gas, is expanding its basis in Brasil, aiming at the perspectives of the sector. In Macaé, Aker Solutions is investing roughly R$ 200 million in a new floor plan, dedicated to the service and equipments drilling.

To him, there are opportunities in engeneering fields and process systems, which Aker counts on its capacity and its historical supplying for the local market of FPSOs. Araújo said that the opportunities are due to Brazil has the largest market for subsea equipments in the world and it is also becoming the largest market for drilling deep waters.

In the unit of Curitiba (PR), the company is also investing roughly R$ 30 million in new machinery to the factory of subsea equipments. Present in more than 30 countries, the company hires 25,000 people that create and use technologies to provide solutions for the clients and keep a strong presence in Brazil, where hires 14,000 employees spread in three unities; Rio de Janeiro (RJ), Rio das Ostras (RJ) and Curitba (PR).

Currently, we have one third of all drilling rigs operating in the country and, by the end of the decade, with the construction of new drilling rigs, we will have more than half of all global fleet based in the national waters”, the CEO said. An example of this optimism, is the vessel Skani Santos that has a long term contract with Petrobras and has high performance, both in operational terms as to security and environmental terms.

In an interview to Macaé Offshore, the CEO of Aker Solutions, Luís Araújo, says that the Brazilian market of oil and gas, mainly for the offshore segment, presents huge opportunities for the company. “We believe that we have many important technologies for the exploration of the Brazilian highly deep reserves. The area of subsea drilling equipments also represent good opportunities, once we are leaders in those two segments”, the executive highlights.

As for the 11th Bidding Rounds, predicted for the next year, the CEO of the company is optimistic. “Aker is investing in Brazil with a sustainability perspective and the resume of the bidding rounds, announced by the government, is extremly important for the continuity of exploration and development of new fields”, he declared. As for the challenges, the executive emphasized the qualification of the labor force in quantity and in a short time. “This has never been

O&G orders already responds for 30% of Wilson With a profit of US$ 698 million in 2011 and with 100% of its operations revenues coming from Brazil, the Wilson Sons Group,one of the major port, maritime and logistics operator in the country intend to reap in 2013 the benefits of the great investments made to expand its activities between 2011 and 2012. The company operates in Brazil for 175 years and employs 6.6 thousand people. The company has a wide national network and serves a set of services for the oil and gas, foreign trade and domestic companies. “As for terminals, we have invested in the expansion of Tecon Salvador, where its capacity is increasing up to 80%. Our shipyard more than doubled its capacity and we hope to increase our revenue in the offshore business, with the entrance of new five offshore vessels by the end of 2013”, Renata Pereira, CEO of Brasco Logística Offshore, the oil and gas branch of Wilson Sons Group. In an interview to Macaé Offshore, she says that there are many opportunities for

the next year and the company has important competitive advantages in its strategic assets, such as shipyard, offshore supply vessels and support bases. The O&G industry represented, in 2011, 30% of the group’s revenue. This rate must be kept in 2012. To Renata, the business of the company that serves the sector are mainly its port terminals, through its support bases to the offshore industry (Brasco); offshore, through its offshore supply vessels; towing, such as platforms operations, FPSOs, drilling rigs and shipyards through the construction of its own ships and for others in order to supply the offshore industry. The company operates specialized terminals to serve the needs of the oil exploration and its biggest basis is located in Niterói (RJ). As for the company’s growth and expansion plan, the CEO says that Wilson Sons analyzes mergers and acquisitions quite often as well as the entrance in new profitable and promising segments. She said that the company prefers markets where there are synergies with the existent business of the

made by any other market in the history of our industry”, he says. New acquisitions and contracts - To Luís Araújo, the Norwegian roots and experience ensure the whole commitement of Aker Solution among the Brazilian suppliers. As an example, the director mentions the drilling risers factory, the only one in Brazil, and the new factory in Macaé, specialized in drilling equipments. “We used to say that our commitment with the local content is unique among the Brazilian suppliers”, the CEO ensures. Recently, the company announced some acquisitions such as the wells intervention area of NPS Energy bought for US$ 450 million. This acquisition complemented its portfolio and allows Aker to enter in the Middle East and North Africa markets, one of the biggest in the world and where is 60% of proved oil reserves of the planet. This year we also announced some important contracts such as the contract with Jurong for the suppying of 6 + 1 complet packages of drilling equipments related to the drilling rigs that will be supplied by Sete Brasil. We are, therefore, beginning to exectue this contract and we hope that other contracts enter in our portfolio”, he concluded. (R.L.)

Sons’ revenue company. “Our analysis aims to ensure the profitability growth to the group share holders. In the Investment Plan of the company, launched in the beginning of 2011 (US$ 1.8 billion from 2011 to 2017) acquisitions were not predicted. Only investments in the expansion of the existent assets were predicted”, the executive highlights. As for the ANP resolutions on local content, the CEO ensures that Wilson Sons wants to surpass the requirement rates for the bidding rounds and it is encouraged by financial institutes whose loans are originated from the Merchant Marine Fund (FMM). “The company nationalizes as much components quantity as possible at the same time keeps its high level of quality, price and delivery schedule of its ships”, Renata says. To Renata, the perspective of the new bidding rounds, predicted for the next year, is very positive,once the company is positioned in the main strategic areas to serve the demands that will come from the round, both in Salvador as in São Luís, through Brasco. (R.L.) MACAÉ OFFSHORE 59


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Not so good and not so bad For the representants of the IBP and Onip, the market kept heated in 2012, though some instability. More investments and a better year in 2013 are predicted

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he National Development Bank (BNDES) announced in September that the institution will finance the oil and gas sector with investments of R$ 10 billion in 2013. As the superintendent director of the BNDES, Rodrigo Bacellar, says, this amount surpasses the former R$ 8 billion of investments in 2012 and it is more than the double of investments to the sector in 2011, which was worth R$ 3.5 billion. This flow of investments is celebrated by the sector, which experiences a great moment. This is how the executive- secretary of the Brazilian Institute of Petroleum, Gas and Biofuels (IBP), Álvaro Teixeira, evaluates. “In 2012, the oil and gas sector received investments of R$ 50 billion. These amount is ten times more than what was recorded in 1998, when the

Oil Law was approved”, Teixeira celebrates. To him, this fact proves that 2012 was not a bad year for the sector, though it was far from being a good year. “The lack of oil bids has brought some concerns to the sector. Indefinitions brings instability, and companies do not feel comfortable with this situation”, he highlighted in an interview to Macaé Offshore. Yet, Teixeira says that he is confident that the 11th Bidding Round, scheduled for May 2013, and the first Presalt bid, for November 2013, are going to happen, though the Legislative imbroglio on the share of oil royalties still remains. “The announcement of the Bids served as a relief for the sector. As for the royalties dispute, I do not believe that it would be an obstacle for

the organization of the rounds. This is because in the contracts between the Union and the operators does not include the issue of oil royalties sharing system. Thus, I believe in the government good sense to organize the bids, once they are very important for the development of the sector”. As for the fall of oil production, which reached, in September, 1.84 million boed, the lowest level since April, 2008, the representant of the IBP says that this scenario is going to be reverted in 2013. “These falls were due to stoppage for maintenance of FPSOs and the Chevron’s activities suspension in the Frade field (Campos Basin). But Petrobras is going to start to produce in new fields and the production volume will rise in 2013” Teixeira predicts.

Better coordination for better results The National Organization of the Petroleum Industry (Onip) also celebrates the flow of investments for the oil and gas sector. In the analysis of the superintendent of the Onip, Alfredo Renault, this huge flow of investments is a result of great expectations created years ago. Nevertheless, it is important to take into account that the sector is complex and the maturation of these investments takes time. On the other hand, he agrees with Teixeira in the issue of the lack of governmental predictability that affects the ongoing of the cycle of investments. In the year when the Onip launched the Suppliers Development

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Program, Renaul says that the initiative intends to give more visibility to the national industry of goods and services. Governmental moviments for the sector, such as the launching of the Inova Petro and the expansion of the Progredir, carried out by Petrobras, are examples pointed out by Renault as good incentive policies to the sector. In this context, he considered 2012 a year very profitable for this discussion. “The Onip has a clear view on the need for the accomplishment of local content. We have to to formulate an industrial policy which allows more competitiveness for the sector.

Thus, the Onip observes the efforts made by institutes to improve the industry positively. Yet, we also see that there is a need for a more coordinated policy. This is what is lacks, a coordinated action policy”, he emphasizes. As for the results of the Onip’s program, Renault reveals that the institute has received hundreds of projects from companies, after the mapping out made and which pointed out the bottlenecks and the needs to stimulate the national production. “In 2013, we are going to start to work on this projects and thus turning them viable”, Renault concluded. (B.B)


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High bets on Brazil Aiming at the opportunities of the pre-salt, international investors keep their plans of growth for 2013 as bilateral institutes ensure

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he year of 2012 was a period of consolidation of American companies that act in Brazil, not only for investments, but also for infra-structure and equipments production for the oil and gas sector. This is the analysis of the presidente of the American Chamber of Commerce (Amcham), Henrique Rzezinski. To the executive, the announcement made by the minister of Mining and Energy, Edison Lobão, on the 11ª Bidding Rounds in 2013, is creating much expectations for the sector. “For four years, there has not been Bidding Rounds in Brazil. It is important the recognition of the public sector on these demands. This makes 2013 becomes a year with very good expectations for all the oil sector, whereas the year of 2012 was very tense”, Rzezinski highlighted in an interview to Macaé Offshore. In his analysis, Brazilian and foreign companies alike have dismantled their resources in Brazil in the E&P area, once there were not perspectives for new rounds in the country. “We missed our relative position that we have had with the rest of the world”, he explains. To the president of Amcham Rio, it is impossible for a company to keep its employees as well as its structure without a real motivation. At the same time, Rezezinski emphasizes, new frontiers were opened, such as in Africa and the Gulf of Mexico. “ We cannot miss this amazing opportunity to transform these huge oil reserves into wealth. We

have to transform this monetization that came from oil into industrial capacity and investments in social welfare”, he emphasizes. Local content – As for the local content policy, the president of the Amcham Rio says that Brazil lives a decision moment. To the executive, this policy is extremly important to build a industry, but the percentage requirements for every round is “primary” because there are two strands in this policy. “We cannot think only about the state of the art. We have to produce products able to compete abroad. There are other links in the chain, such as the percentage of local employees”, he highlighted. Rzezinski said that there are sectors that employs highly such as ship hulls and wet Christmas tree, though the sector is not at the state of the art. “To estimulate companies to creat jobs is one thing. To generate jobs for companies highly sophisticated is another policy. In global standards, we are puttng everything altogether”, he stressed. The Chevron case – On asked about the activities of the American oil company Chevron in Brazil after the oil spill in the Campos Basin, the president of the Amcham Rio said that the chamber trusts in the Brazilian judicial system. “The decision of justice will be fair”, he explained. To the director superintendent of the Amcham, Hélio Blak, what most concerns the Chamber is the respect of the constracts, business etc.

Brazilian companies is the majority in the Amcham Founded on April 16th, 1916 by American companies that came to Brazil and soon realized that any kind of business enhancement demanded a modern infra-structure of support and services abroad in order to facilitate trade partnership, the Amcham has as one of its main activities the consultancy action in behalf of the chamber members and the development of new business. One of its functions is to improve the bilateral trade between Brazil and the United States. “The Amcham is above all a Brazilian Chamber of Commerce, once Petrobras, Norwegian companies, British companies, America companies among others are our members. The majority of its members are Brazilian companies,such as Odebrecht Óleo e Gás and Petrobras”, Rzezinki says. The Amcham has as its main activities the organization of events, courses and trade missions, participation in fairs, matchmakings between business partners and its members, networking, interaction with government authorities and technical information offer about many business issues. (R.L.)

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More British companies aiming at Brazil The bilateral relations between Brazil and the United Kingdom were marked by the exchange visits between their Heads of State in 2012. Firstly, President of Brazil, Dilma Rousseff, who participated in the London Olympic Games and then she met with representants of British companies. Through some meetings, one of them with the British Prime-Minister, David Cameron, she listened some questions about the dates of the Rounds Biddings. Indeed. After all, the oil and gas sector is that attracts the majority of British investments to Brazil. In September, it was Cameron’s turn to visit Brazil. This time, the Bidding Rounds were already scheduled and the British Prime-Minister met with the board of Petrobras and talked over issues related to business in Brazilian oil sector.

To Renato Cordeiro, the Oil and Gas manager for the UK Trade & Investment (UKTI) of the British Consulate-General, it is seen that the number of British companies that are interested in establish their business in Brazil is increasing day by day. “Besides that, there are dozens of individual visitors in Brazil throughout the year. In 2012, we received three important groups of British companies the oil and gas sector interested in doing business in Brazil: a Scottish trade mission, in March, a NOF Energy trade mission, in April, and a group of companies that came for the Rio Oil & Gas, in September. Just for the Rio Oil & Gas, there were 40 British exhibitors. This shows how strong is the UK interests for business in Brazil”, he revealed. Cordeiro has also told that, currently, there are 98 British oil and gas companies at least that act in the

Brazilian market. “ The UK companies have great expectations toward next bidding rounds”, he ensures. He highlighted the role of BP, Shell and BG Group in the flow of British investments to Brazil. To Cordeiro, these three majors oil and gas companies are intending to expand their presence in Brazil, creating jobs and developing new technologies along with Brazilian companies. “The BG Group is going to invest US$ 30 billion by 2020 and it is going to build, in 2013, a R&D center in Rio de Janeiro, whose investments worth US$ 2 billion. Shell invested, since 1998 up to the present, US$ 3 billlion in the E&P in Brazil. BP has also great investments in Brazil, Recently, the company acquired for US$ 3.2 billion of Devon assets, buying eight licenses for Offshore exploration and two licenses for Onshore exploration. (B.B)

From the North Sea glaciers to the warm waters of Brazil Like Brazil, Norway has extensive expertise in oil exploration deepwater. Thus, the Norwegians, encouraged by the discoveries of pre-salt, are seeking closer business partnerships with the country In fact, with production declining in the North Sea, Brazil is seen as a new horizon for investments in oil and gas. A good example of how this relationship is doing well is the presence of Norwegian Statoil. Operating in the Campos Basin, it operates one of the largest fields region’s oil, the Pilgrim, with estimated reserves of 300 million to 600 million barrels of recoverable oil. The field is at 85 kilometers from the coast and at has a depth of 100 meters from sea level, making it the second operator Statoil with higher volume in operation, surpassed only by Petrobras. Innovation Norway, a promotion agency commercial from the Norwegian government, has worked acting accordingly. In 2012, besides bringing a large delegation of businessmen to Navalshore 35 companies, 20% more than in 2011 The agency organized a series of events in which they carried out viable business opportunities through partnerships between Brazilian and Norwegian. 62 MACAÉ OFFSHORE

Partnership with BG to leverage R & D - However, the big step towards expansion in Brazil Norwegian was given during the Rio Oil and Gas 2012. The agency, which is the Norwegian Government’s instrument for promoting Norwegian enterprises, already signed in 2010 a memorandum of understanding with Petrobras, signed similar document this time with the BG Brazil. The agreement aims to stimulate technological innovation in the oil and shipping industry in Brazil. “The partnership between Brazil and Norway in new technologies will promote collaboration in Research and Development (R & D), and the memorandum of understanding will contribute to meet the technological demands of the pre-salt and foster knowledge transfer and supplier development in the country. The partnership should open doors for Norwegian companies - especially small, niche - have greater access to the growing market for oil and gas markets in which BG Group has activities, “ said director of Innovation Norway, Helle Moe. According to her, deepwater drilling, subsea production and environmental monitoring are among the major technology initiatives. She also says that the partnership will bring significant business to

Brazil, through oil and gas reserves in the Santos Basin. “It is a company with extensive operational experience and technological competence, with a focus on innovation, sustainability and research and development, able to overcome the challenges in Brazil and globally, “he observes. “The Innovation Norway is proud to be considered a partner in this important work and see very interesting opportunities for Norwegian companies through this memorandum of understanding,” he says. She said the BG Brazil has a multi-billion dollar investment program for Brazil. The company is constantly mapping out challenges and technological demands, supporting a growing number of R & D initiatives through the Global Center for Technology BG Group in Rio de Janeiro. According to Hellen Moen, with the MoU, the parties will exchange technical information and conduct joint studies of technical and economic feasibility. The duration of the agreement is five years and is based on contract Research and Development of Industrial Innovation Norway, which provides financial support for Norwegian suppliers - typically small and medium - to research new technologies with customers. (B.B.)


COVER China gives giant steps in Brazil In 2012, in spite of presenting deceleration of its economy, China has not missed its main role in the economic global scenario. And in the Brazilian oil and gas sector it was not different. In May, Sinopec, the biggest Chinese oil company and in Brazil operates in a jint venture with Repsol – Repsol Sinopec Brasil, announced one of the biggest discoveries in the region of the pre-salt of Campos Basin, a recovery volume of US$ 1.2 billion boed. This was the biggest discovery made in the region by a private company. To Andre Soares, research Coordinator at China Brazil Business Council, Sinopec is knowing to take advantage of the current global conjecture and entering at the Brazilian oil and gas market with a low risk. How? On buying assets of companies, like Repsol’s and Galp’s, whose their respective countries face serious financial problems. To set its presence in Brazil, the Chinese state-owned oil company has paid US$ 5.19 billion to buy 30% of Galp and US$ 7 billion to buy 40% of

Repsol. “Sinopec has had a great sense of opportunity on realizing that the energy companies from these countries in crisis were with devaluated assets. Thus, the Chinese company could buy them for cheap prices. Moreover, on buying these companies equity participations, Sinopec has found a already ready structure, which helped the company to save time instead of waiting the project maturation’, the specialist said in an interview to Macaé Offshore. The CEBC acts as a governmental interlocutor between the two governments, serving as a consultancy on the business environment that is increasing year by year. “There is a mutual lack of knowledge between companies from both countries and about the market where these companies want to act. In Brazil, there are not many institutes of research and analysis on China. That is why CEBC has decided to create a sector on research and analysis, which has a set of publications in which we make a balance of the flow of Chinese investments to Brazil and vice-versa”, he explains. As for the oil and gas sector, Soares told

that, besides Sinopec, Sinochen has also acquired assets in Brazil, on buying 40% of participation in Peregrino field, from Statoil, for US$ 3 billion. For 2013, Soares believes that the Chinese expansion in Brazilian E&P might be continued. “The entrance of these companies were made through assets bought. With the success and the increasing of the operations in the pre-salt as a whole, it is likely that these Chinese oil companies search to consolidate themselves and expand their investments”. In fact, in 2012, Repsol Sinopec invested US$ 1 billion just for the pre-salt and it is likely to increase the flow of investments in 2013. Yet, Soares says that it is unlikely that other Chinese oil companies come to Brazil to operate in its oil fields. “Brazil is a geographically distant market. Thus, the Chinese oil companies seek closer markets. Moreover, in many countries where China is present, the legislation is less strict than ours, which facilitates their insertion, according to the Chinese companies. (B.B.)

The French want to create a competitiveness center in Brazil The Euro zone still fights to overcome its serious economic crisis. Thus, for some sectors of the European economy, the search for new markets can be a way out to solve this situation. In this context, Ubifrance, the French government agency providing export support to French SMEs) organized this year the largest trade mission of French oil and gas companies that ever has come to Brazil so far. Roughly 50 companies from three competitiveness centers participated in a seminar in the Firjan and they also were present in the Rio Oil & Gas 2012, as Hamza Belgourari, council for Oil and Gas of Ubifrance. Belgourari has not talked about numbers but he ensures that the trade mission was extremly useful. “Almost all the French enterpreneurs were satisfied and they said they want to establish their company in Brazil. They perceived, in loco, that Brazil offers great opportunities in the oil and gas sector. Indeed, inside these opportunities there are also important challenges, once Brazil is not an easy country at all. But the country is attractive for its political and economic stability”, he says in an interview to Macaé Offshore. In his analysis, the greatest French contribution to the Brazilian oil sector is

through partnerships between public sector and the French competitiveness centers. “Our centers can address the technological demands that exist in Brazil. The centers work on three pillars: high investment in technology and innovation in universities, the implementation of these researches in companies projects and the search for an institutional governance that helps the group of companies to develop themselves. We are talking with Sebare in order to create a similar center to address the own Brazilian industry demand”, the respresentant of Ubifrance explains.

success results. “We have the savoir faire in the oil and gas sector acquired through well succeeded experience of Total (the fifth biggest oil company in the world), Technip, V&M and Schlumberger. We want that more French companies to stablish business here”. He reveals that Proocean was one of the first mediumsized Brazilian company to set a partnership with a French company, CLS, a subsidary company of the Spacial French Agency (CNES). The company supplies services for many offshore companies in Brazil.

For 2013, Belgurari says that Ubifrance is about to conclude the pilot-project that will enable a structure of a competitiveness center for the oil and gas center in Rio de Janeiro. “ We hope for partnerships in this project. This is because France des not only supply equipments, but also wishes to work in technological partnerships with Brazilian companies in order to improe the local content policy. In other words, we do not only sell, but also offer innovation capacities.

To the representant of Ubifrance, though the Brazilian industry has capacity to produce quality equipments for the oil sector, the Brazilian companies are running late, once investments are coming and quick answers are demanded for the supply chain. “France has a structure that works very well and it is ready to internationalize itself. We seek for partnerships in the field of technology and in the formation of local labor force. We organized, in September, a seminar in Firjan where we manifested our desire to set partnerships with private and government entities, such as the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), Firjan, Sebrae and BNDES”, he adds. (B.B.)

Success partnership – Belgourari said also that French O&G companies have been contributed to the Brazilian sector for a long time and, obtaining,

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Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira - President of Firjan

Optimistic feelings Oil and Gas: the great hope for the recovery of the industry of Rio de Janeiro

By Brunno Braga

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he Oil and Gas must keep its position as the main sector that is going to lead the industrial development of Rio de Janeiro for the next years. With investments worth R$ 107.7 billion between 2012 and 2014, the oil and gas sector is going to respond for 50.9% of all amount of investments that Rio is going to attract in this period, according to the Decisão Rio research, elaborated by the Federation of Industries of the State of Rio de Janeiro (Firjan) launched in June. Yet to the president of Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, the announcement of the first round of pre-salt blo-

cks was the greatest news of 2012. In his view, the round, that might occur in November 2013, will give more solidity to the productive chain in the long term, once it is going to create jobs as well as increase income and enhance the level of industrial innovation to sectors beyond oil and gas. Serving as president of Firjan since 1995, Mr Gouvêa Vieira has gave interview to Macaé Offshore at the institute headquarters in Rio. He has just arrived from South Korea where he joined a Trade Mission to the Asian country, known by its well-developed shipyard

industry. He told he was impressed by the Korean investments in the qualification of labor force that helped to compensate the lack of natural resources in the country. “In Korea, the main asset is the people. Thus, their priority was the investment in education. As a result, ninety per cent of the Korean population can access the Internet and 70 per cent of them have College degree. It matters in terms of competitivity”, Mr. Gouvêa Vieira said. In this interview, he talked about the current scenario of oil and gas, its perspectives and the importance of investments in the national productive chain, among other issues.

How the oil and gas sector of Rio can contribute to the state and national economy that, according to some estimates, does not have a good performance in 2012?

companies in 2012 is going to give companies a chance of reviewing their strategies.

coming to Rio in order to optimize their contribution to a favourable performance of the industry.

Do you think that the global crisis will increase its influence in the national oil sector?

Investments in refining and in the shipyard industry must be absorved quickly by the oil and gas sector, considering the urgency for making several types of ships and platforms to the pre-sal development. Petrobras wants to enhance its refining sector as a main part of its Business Plan for 2012-2016.

Though timid, the projections point out that the industry is going to show signs of recovery in the next year. In this process, the oil and gas industry, pumped by the pre-salt development, will leverage the recovery of Rio de Janeiro. Lower interest rates and fiscal incentives will be the important facts to the return of the industry growth. Besides that, the accumulated experience of 64 MACAÉ OFFSHORE

It is expected that the European crisis and the deceleration of global economy are not going to be worse. However, it could harm our industry recovery process. The oil and gas sector of Rio must adapt themselves to the new market conditions and take advantage of the investments that are

The announcement of the first round of pre-salt blocks is a good news for Rio’s economy in-


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deed. Can you estimate the real impact on the oil and gas sector?

Indeed, this announcement is a great news and it is going to contribute for the sense of optimism for the next years. New areas for the E&P will be offered, stimulating the coming of new oil companies to Brazil. Thus, the oil production will grow and the Brazilian dependence of internacional market will be diminished. It must be observed that this round will be held under production-sharing model, which is still in discussion and it is taken by the Federal government as one of its priorities by the end of the year. It is not going to have immediate benefits in terms of industrial sector recovery. Yet, this model is an important factor when we think about the sustainability of the productive chain in long term. New oil blocks for exploration are translated into more investments as well as the possibilty to attract more foreign companies to Rio, mainly in the MacaĂŠ area, using local labor force and producing equipments with a higher level of local content.

The Supply Chain Development Program launched this year by the Onip can reflect positively in the productive chain?

The Supply Chain Development Program, launched by Onip, is focusing in the growth of local content through substitution of imports in accordance with Firjan on this issue. It is really important to develop the

competitiveness and sustainability of the industry through organized actions, which can provide efficiency to the local content policy. We trust in the

The sector must adapt themselves to the new market conditions and take advantage of the investments that are coming positive effect of the program, which promotes information exchange. It allows a perfect environment to create innovation and technology transfer to

Brazil. The E&P is finite, and, in accordance of actions promoted in other countries, it is necessary to prepare the industry to make it more competitive in global terms, and allow the industry to explore new segments in a near future.

How do you evaluate the local content policy adopted in Brazil currently? The issue of local content in the oil and gas sector, inside the industrial policy, is extremly important to enhance the competitivenes of a sustainable national industry and widening the participation of national companies in the supply chain towards the oil companies. Petrobras, as the main player in this segment, plays an important role in order to dissiminate the concept of local content to their partners and suppliers, through actions such as the The National Oil and Natural Gas Industry Mobilization Program (Prominp). The Prominp has increased the participation of the national industry in investments and creating more jobs in the country. The local content policy can be evaluated as a great opportunity to the Rio industry. The local content policy represents also a great challenge due to the need for investments in labor capacitation, technological development and the competitiveness against foreign companies. Firjan watches this issue with great interest and working for lasting results for the industry sector of Rio de Janeiro.

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Paulo Skaf - Presidente da Fiesp / Ciesp

Um gigante em franco crescimento Estado de São Paulo fecha 2012 com R$ 26 bi em investimentos no setor de óleo e gás e espera crescimento de 20% na produção em 2013 Por Rodrigo Leitão

O

faturamento anual da indústria de petróleo e gás natural (IPGN) do Estado de São Paulo, em 2011,

foi de aproximadamente US$ 5,4 bilhões, o que representou um salto de aproximadamente 200% com relação a 2005. No Brasil, o faturamento da indústria petrolífera foi de US$ 9 bilhões. Segundo o BNDES (Visão do Desenvolvimento, nº 100), o Brasil vai

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“O Estado de São Paulo corresponde a cerca de 60% da IPGN, de modo que os investimentos do setor, em 2012, devem chegar aos R$ 26 bilhões”, calcula o presidente da Federação e do

Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), Paulo Skaf, em entrevista à Macaé Offshore. O executivo fala sobre como a mais poderosa instituição empresarial do País vê a política de conteúdo local para o setor de óleo e gás, analisa as oportunidades e desafios para a indústria nacional e se mostra otimista para 2013, diante dos investimentos previstos para a Bacia de Santos. Confira a entrevista:

Como a Fiesp avalia o mercado de petróleo hoje no Brasil? Quais as oportunidades e desafios a serem vencidos?

para um ambicioso programa de atração de centros de P&D de classe mundial, como ocorre na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro.

O mercado de petróleo no Brasil está em expansão. Hoje, o Brasil produz 2,3 milhões de barris por dia (mbd) de petróleo e, em 2020, deverá produzir 5,3 mbd. Isso representa uma grande oportunidade para empresas operadoras como a Petrobras e para a indústria nacional fornecedora de bens e serviços da cadeia de petróleo e gás natural de ampliar a produção industrial, o emprego e a arrecadação pública. O volume e a expansão da exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil é tão grande que fornece escala suficiente

No entanto, a expansão da indústria petrolífera no Brasil enfrenta grandes desafios. O maior deles é tecnológico, como gerar materiais, equipamentos e logística para superar 3.000 metros de água e 2.000 metros da camada de sal localizados a mais de 300 quilômetros da costa brasileira. A escassez de mão de obra qualificada, sobretudo de nível técnico e de engenheiros, representa outro ponto crucial de estrangulamento. Mas, ao mesmo tempo, os próprios desafios geram oportunidades, pois estimulam o país a criar instituições para fomentar a qualificação da mão de obra, as atividades de P&D e de desenvolvimento tecnológico.

investir R$ 354 bilhões no setor de petróleo e gás entre 2012 e 2015. Isso equivale a aproximadamente R$ 88,5 bilhões ao ano, cerca da metade correspondendo a importações de máquinas e equipamentos.


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Como a Federação recebeu o anúncio do ministro de Minas e Energia do Brasil, Edison Lobão, sobre a perspectiva de realização da 11ª Rodada de Licitação, prevista para 2013? A Fiesp considera a retomada dos leilões dos blocos de petróleo e gás natural essencial para o desenvolvimento das atividades de exploração e produção e para a expansão da indústria petrolífera nacional. O anúncio da 11ª rodada de licitação dos blocos de operação, com a oferta de 174 novos blocos em maio de 2013, reduz as incertezas do mercado que já aguarda há quatro anos os novos leilões. Como a Fiesp avalia a questão de conteúdo local no Brasil? A Fiesp considera a política de conteúdo local essencial para reestruturar e readensar as principais cadeias produtivas que estão sendo desarticuladas desde 2003, devido ao grande aumento das importações. Nesse sentido, a política de conteúdo local tem o mérito de estruturar o fornecedor de componentes e demais insumos estratégicos no Brasil, sendo benéfica à sociedade e às indústrias dos elos finais das cadeias produtivas, as integradoras e montadoras. Entre 2003 e 2011, a indústria de transformação brasileira perdeu mais de 6 p.p de conteúdo local de partes, peças e componentes, sendo que os setores de média-alta e alta tecnologia perderam mais de 11 p.p, revelando que o processo de perda de conteúdo local é abrangente e mais perverso nos setores de maior intensidade tecnológica. Nesse cenário, a exigência de conteúdo local em alguns setores em que o processo recente de perda de conteúdo nacional foi mais intenso se faz necessária para manter e/ou recuperar os elos

das cadeias produtivas da indústria brasileira. Quais os compromissos a serem firmados com o governo? O que falta para uma melhor conclusão para proteger a indústria nacional? Não se trata de proteção. A indústria brasileira precisa ter isonomia para competir com os demais países do mundo. Por isso, é importante a adoção de medidas de defesa comercial mais ativa, como, por exemplo, o combate à entrada no Brasil de produtos

Petróleo e Gás) ao exigir o imposto de importação para os produtos que têm similar nacional. A política de conteúdo local vigente no setor de petróleo e gás natural desde o início dos anos 2000 também deve ser aprimorada quanto à fiscalização, capacitação dos fornecedores e sobre a métrica do conteúdo local, considerando como base de cálculo apenas as partes, peças e componentes.

ter isonomia para

E, claro, sempre é benéfico para toda a indústria a manutenção de uma taxa de câmbio estável e competitiva; a diminuição da carga tributária; a diminuição da taxa de juros e dos spreads bancários; e a melhoria na infraestrutura. Portanto, o governo precisa sinalizar de modo claro e utilizar instrumentos de política industrial robustos para que os empresários, em contrapartida, elevem os investimentos produtivos e em inovação tecnológica.

competir com os

Quais são as perspectivas da indústria do Estado de São Paulo para o ano de 2013?

A indústria brasileira precisa

demais países do mundo sem conformidade com as normas técnicas brasileiras, práticas de dumping, triangulação e falsa declaração de origem. No que se refere ao setor de petróleo e gás natural e à sua cadeia produtiva, o governo poderia aprimorar o Repetro (Regime Aduaneiro Especial de Importação e Exportação de Bens Destinados à Pesquisa e Lavra de

Em 2013, a produção de petróleo e gás natural deve ter um crescimento de, aproximadamente, 20%. Com isso, a demanda por bens e serviços para a indústria petrolífera offshore receberá grandes estímulos. Assim, esperamos um mercado aquecido em 2013, com expansão da cadeia de fornecedores dos setores de máquinas e equipamentos, eletroeletrônicos, metalurgia e química. Atualmente, a produção de petróleo na Bacia de Santos é de 140 mil barris/dia, cerca de 5% do total, e, segundo estimativas da Petrobras, dos 38 novos sistemas de produção programados até 2020, 25 serão na Bacia de Santos. Assim, as perspectivas para a Bacia de Santos são boas no médio prazo também. MACAÉ OFFSHORE 67


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Bacia de Santos na mira da Petrobras O Plano de Negócios e Gestão da Petrobras 2012-2016 prevê investimentos totais de US$ 236,5 bilhões em projetos e empreendimentos da estatal no Brasil e no exterior. Para a área de Exploração e Produção (E&P), serão destinados US$ 131,6 bilhões, aí incluídas as operações da Bacia de Santos. Segundo a Petrobras, estima-se que a produção de petróleo no Brasil, atualmente de 2 milhões de barris por dia, atinja a marca de 2,4 milhões de barris em 2016 e chegue a 4,2 milhões de barris diários em 2020. Para alcançar essa meta, a empresa pretende implantar 38 novos sistemas de produção, que entrarão em operação até 2020, 25 deles na Bacia de Santos. Atualmente, a bacia produz 92 mil barris/ dia no pré-sal e entrega três milhões de metros cúbicos de gás. Mas como a empresa está se preparando para o crescimento esperado na produção e exploração de petróleo e gás na Bacia de Santos? “Os desafios são muitos, já que estamos falando de uma bacia sedimentar com mais de 300 mil quilômetros quadrados e cujas operações se estendem da cidade de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, até Florianópolis, em Santa Catarina. Quando trabalhamos no pré-sal da Bacia de Santos, estamos falando de atividades que acontecem a 300 km da costa, e isso exige,

Agência Petrobras

Marcusso, da Petrobras: próximo Teste de Longa Duração (TLD) na Bacia de Santos será em Sapinhoá Norte, em janeiro Marcusso, Petrobras – Extended Well Test (EWT) in Santos Basin will be in Sapinhoá Norte, in January

além de alta tecnologia, profissionais cada vez mais capacitados nas plataformas e uma equipe capaz, em terra, de oferecer todo o suporte operacional a esses trabalhadores embarcados”, disse o gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos da Petrobras, José Luiz Marcusso, durante a feira Santos Offshore, realizada em outubro. Os próximos Testes de Longa Duração (TLDs) da Petrobras na Bacia de Santos devem ser o de Sapinhoá Norte

e o de Franco. “Acabamos de encerrar o TLD de Iracema Sul e devemos iniciar em janeiro de 2013 o Sapinhoá Norte”, disse Marcusso. Segundo o executivo, os TLDs são feitos de seis em seis meses ou de quatro a seis meses. Em 2012, a Petrobras iniciou a construção de sua sede própria na cidade de Santos, que abrigará não apenas a parte administrativa da empresa, mas também laboratórios e centros de pesquisas que ajudarão no desenvolvimento de projetos para garantir que as metas da empresa sejam cumpridas até 2020.

Descobertas não param A Petrobras segue descobrindo petróleo na Bacia de Santos. Recentemente, a empresa comunicou que concluiu a perfuração do poço 3-BRSA-1101-SPS (3-SPS100), informalmente conhecido como Carioca Norte, no pré-sal. Os resultados obtidos, segundo a estatal, corroboraram a existência de petróleo de boa qualidade na estrutura

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de Carioca, já constatada pelos poços 1-BRSA-491-SPS (descobridor), 3-BRSA-861-SPS (Carioca Nordeste) e 3-BRSA-1023-SPS (Carioca Sela). Carioca Norte é o quarto poço perfurado na estrutura de Carioca, a 6,5 km do poço descobridor, numa posição intermediária entre as áreas de Carioca e Carioca

Nordeste. As amostras de petróleo obtidas por testes a cabo indicam tratar-se de óleo semelhante ao que foi constatado nos outros poços da área. O bloco é operado pela Petrobras (45%) em parceria com a BG E&P Brasil (30%) e a Repsol Sinopec Brasil (25%). 


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Paulo Skaf - President of Fiesp / Ciesp

The rise of a giant The state of São Paulo ends 2012 with R$ 26 bi in investments in the oil and gas sector and hopes that production of oil will increase 20% in 2013 By Rodrigo Leitão

T

he anual revenue of the Oil and Gas industry of the state of São Paulo, in 2011, was at US$ 5.4 billion, which represented an increase of 200% compared with 2005. In Brazil, the revenue of the oil industry was US$ 9 billion. According to the BNDES research, named Vision of Development, Brazil will invest R$ 354 billion in the Oil and Gas sector between 2012 and

2015. This means R$ 88.5 billion a year, in which half of that amount of investments must come from the imports of equipaments and machinery.

How does the Fiesp evaluate the Brazilian oil market today? What are the opportunities and challenges to be overcome?

Brazilian coast. The lack of qualified labor force, mainly of engeneers and professional of technical level, represents other crucial problem. However, those challenges beget opportunities because they stimulate the country to create institutions to develop the qualification of the labor force, the R&D activities and the technological development.

The Brazilian oil market is on the rise. Today, Brazil produces 2.3 million barrels of oil equivalent (boe) a day and the country might produce 5.3 million of boed by 2020. This represents a great opportunity for oil companies such as Petrobras and for the local supply chain of goods and services of oil and gas in order to increase the oil production, job rates and raising public revenue. The volume and expansion of the E&P in Brazil is so huge that provides sufficient scale for an ambitious program of attraction of global recognition R&D centers like the one in Ilha do Fundão, in Rio de Janeiro. Yet, the expansion of the oil industry in Brazil faces great challenges. The biggest one is the technological sector such as producing machinery, equipments and logistics to reach 3,000 meters down the water and 2,000 meters of salt layer located 300 kilometers from the

“The state of São Paulo responds for 60% of the Brazilian Oil and Gas sector. In 2012, the investments in the sector must be R$ 26 billion”, calculates the president of The Federation and the

How did the Fiesp receive the announcement of the Minister of Mining and Energy of Brazil, Edison Lobão, on the perspectives of the execution of the 11th bidding rounds, predicted to 2013?

Fiesp consideres the resume of the oil and gas bidding essential for the development of the E&P activities and for the expansion of the national oil industry. The announcement of the 11th bidding rounds, with 174 new blocks offered in May 2013, reduces the uncertanties of the market that awaited four years for new biddings.

Center of Industries of São Paulo (Fiesp/ Ciesp), Paulo Skaf, in an interview to Macaé Offshore. The CEO talked about how the most powerful industrial institute sees the local content policy for the Oil and Gas sector and analyses the opportunities and challenges for the national industry. He is optimistic for 2013 due to the investments predicted to the Santos Basin.

Brazilian industry needs to have isonomy to compete with other countries around the world

How does the Fiesp evaluate the issue of local content in Brazil? MACAÉ OFFSHORE 69


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does it take for a better conclusion to protect the national industry?

Fiesp consideres the local content policy essential to reestructure and densify the most important productive chains that are disarticulated since 2003, due to the great increase of imports. In this context, the local content policy has the merit of structuring the components suppliers and other strategic inputs in Brazil, making it a good thing to the civil society and the final links of productive chains, the integrative companies. and equipment makers.

It is not a matter of protectionism. Brazilian industry needs to have isonomy to compete with other countries around the world. Therefore it is important to adopt more assertive means of national defense such as the impediment of the entrance in Brazil of products that are not aligned with Brazilian technical rules, dumping pratices, triangulation and fake declaration of origin.

Between 2003 and 2011, the Brazilian transformation industry lost 6 points of local content related to parts, pieces and components, whereas In the mediumhigh technology sector lost 11 points, which revealed that the process of loss of local content is more broadly and bitter in the sectors with higher technological intensity. In this scenario, it is necessary to keep and recover the links of the Brazilian industry of productive chain where the recent process of the national local content requirements in some sectors was more intense.

Considering the Oil and Gas sector and its productive chain, the government could improve the Repetro (The Special Tax Regime for Importing and Exporting Goods for the Exploration and Drilling of oil and gas), demanding imports taxation for products that have national similarities. The current local content policy for the oil and gas sector implemented in 2000 needs to be improved also in terms of inspection, suppliers capacitation and on the measurement of local content, which takes as calculation basis just parts, pieces and components.

What are the commitments to be firmed with the Government? What

And it is, for sure, always good for the industry the maintainance of a stable

Petrobras aims at Santos Basin Petrobras’ 2012-2016 Business and Management Plan estimates total investments of US$ 236,5 billion in projects and portfolio of the state-owned company in Brazil and abroad. In the E&P segment will be invested US$ 131.6 billion, which are included the operations in the Santos Basin. According to Petrobras, it is estimated that the production of oil in Brazil, which is 2 million barrels a day, reaches 2.4 million boed in 2016 and 4.2 million boed in 2020. To achieve this goal, the company intend to implement 38 new systems of production that will start the operations by 2020. 25 of them will be operated in the Santos Basin. Currently, the basin produces 92,000 boed in the Pre-salt and delivers 3 million cubic meters of gas. Yet, how is the company preparing itself for the expected increase in E&P in Santos Basin? “There are many challenges, once we are talking about a sedimentary basin with 300,000 square kilometers in which operations are spread from the city of Cabo Frio, in Rio de Janeiro, to Florianópolis, in Santa Catarina. “When we 70 MACAÉ OFFSHORE

work in the Pre-salt of the Santos Basin, we are talking about the activities that happens at 300 km from the coast. Besides high technology, these professionals demanded must be able to work in oil platforms and with a team that is able to offer in land all the operational support to those embarked workers”, said the general manager of the Operation Unit of E&P of the Santos Basin of Petrobras, José Luiz Marcusso, during the Santos Offshore fair, held in October. Sapinhoá Norte and Franco must be the areas where Petrobras might execute the next Long Duration Tests (LDTs). “ We have just finished the LDT of Iracema Sul and we might start the LDT in Sapinhoá Norte in January, 2013”,Marcusso said. In 2012, Petrobras started the construction of its owns headquarters in the city of Santos, which will house not only its administatrive sector but also laboratories and research centers that will help in the development of projects to make sur that the goals established will be acomplshed by 2020.

and competitive exchange rate; the decrease of taxation, the decrease of the interest rates and banking spreads; the betterment in the infra-structure. Therefore, the government needs to point out clearly and use the tools of a robust industrial policy to make the entrepreneurs elevate their productive investments and in technological innovation.

What are the perspectives to the industries of the state of São Paulo for 2013? In 2013, the production of oil and gas must increase roughly 20%. With that, the demand for goods and services to the oil industry will receive great stimulation. Thus, we hope for a heated market in 2013, with the expansion of the suppliers chain of machinery and equipments, electronics, metallurgy and chemical. Currently, the production of oil in the Santos Basin is about 140,000 barrels a day (something around 5% of the total). According to the estimatives of Petrobras, out of 38 new systems of production scheduled by 2020, 25 of them will be in the Santos Basin. Thus, the perspectives for the Santos Basin are good in the middle term also.

Non-stop discoveries Petrobras keeps on discovery oil in the Santos Basin. Recently, the company has published that the drilling of well 3-BRSA-1101-SPS, informally known as Carioca Norte, was concluded in the Pre-Salt. The results obtained sustain the existence of oil with good quality in the Carioca structure, already evidenced by the wells 1-BRSA-491-SPS (discovery well), 3-BRSA-861-SPS (Carioca Nordeste) and 3-BRSA-1023-SPS (Carioca Sela). Carioca Norte is the fourth drilled well in the Carioca structure, located at 6,5 kilometers from the discovery well, and it is between Carioca and Carioca Nordeste. The fluid samples collected through tests show that the oil is similar to the one found in other wells of the area. Block BM-S-9 is operated by Petrobras (45%) in partnership with BG E&P Brasil (30%) and Repsol Sinopec Brasil (25%). 


PlatAformA Espírito santo

Mar de almirante em águas

capixabas

Alta de 1.000% em nove anos na produção de petróleo e novas descobertas na Bacia do ES animam setor industrial Por Rodrigo Leitão

D

esde 2006, o Estado do Espírito Santo é o segundo maior produtor de petróleo e gás do Brasil. Atualmente, produz cerca de 350 mil barris por dia e, com a chegada de novas plataformas ao litoral capixaba, a previsão é de que, até o final de 2015, este número alcance a marca de 500 mil barris/dia. As perspectivas de crescimento em torno da cadeia produtiva movimentam negócios e geram investimentos, muitos já em execução e outros que surgem como boas oportunidades para os investidores. Na carteira de projetos do Banco Nacional de Desenvolvimento, Econômico e Social (BNDES), o setor de óleo e gás aparece com 38% do total de investimentos previstos para o Brasil no período de 2011-2014. Em entrevista à Macaé Offshore, o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, reafirma que o setor de petróleo no Brasil é o mais promissor atualmente. “No Espírito Santo, a história se repete, pois 26,6% dos investimentos anunciados para o período de 20112014 correspondem somente à extração de petróleo e gás”, frisa Guerra. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que as

exportações de petróleo no primeiro semestre de 2012 corresponderam a aproximadamente 11% do volume total das exportações capixabas. Segundo o Anuário Estatístico Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2012, elaborado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), a produção de petróleo no Espírito Santo teve um crescimento de 1.044,71% do período de 2002 a 2011, principalmente, pelas descobertas no mar. Apenas de um ano para outro, 2010-2011, o salto foi de 47,13%. Em setembro, o estado contou com mais uma aquisição. A Petrobras iniciou a produção do FPSO Cidade de Anchieta, no campo de Baleia Azul, no Parque das Baleias, com capacidade de produção de 100 mil barris de petróleo por dia e 3,5 milhões m³ de gás. O navio-plataforma integra o projeto de desenvolvimento do pré-sal do Parque das Baleias.

O anúncio do ministro Edison Lobão sobre a 11ª Rodada de Licitação dos Blocos de Petróleo foi recebido com grande otimismo no estado. “A rodada de licitação para novos blocos é extremamente oportuna para que o mercado de petróleo e gás continue ascendente. No caso do Espírito Santo, a produção onshore é a mais comprometida e o leilão de blocos terrestres possibilitará pesquisas de novas reservas, diminuindo o risco de maior queda deste tipo de produção (em terra)”, realça Guerra.

Há ainda outros importantes investimentos do setor no estado, como a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados IV da Petrobras em Linhares, conhecida como Complexo Gás Químico, e o Estaleiro Jurong Aracruz. “O momento do petróleo e gás é ímpar, tanto para o Espírito Santo quanto para o Brasil. Mas esta é a vez do nosso estado brilhar”, diz. MACAÉ OFFSHORE 71


PlatAformA Espírito santo

Findes quer 50% de fornecedores locais Para o presidente Marcos Guerra, a questão do conteúdo local é de suma importância, pois dará maior oportunidade para potencializar as chances de contratação de empresas capixabas e nacionais. “Com o aquecimento do mercado de petróleo e gás e a necessidade de atendimento em termos contratuais do conteúdo local, entendemos que é o momento de as nossas empresas se cadastrarem para fornecer seus produtos e serviços, passando a atender também à cadeia de petróleo e gás. Inclusive, temos como meta na atual gestão do Sistema Findes o patamar mínimo de 50% de fornecedores locais para a cadeia de óleo e gás”, ressalta. Em conjunto com essas oportunidades e desafios, o presidente da Findes acrescenta que desenvolver produtos com maior valor tecnológico agregado e possibilitar a transferência de tecnologia para o

Agência Petrobras

Um dos destaques deste ano na região foi o início da produção do FPSO Cidade de Anchieta, na área do pré-sal do Campo de Baleia Azul One of the highlights of this year in the region was the production of FPSO Cidade de Anchieta, in Baleia Azul field, in the pre-salt area

Brasil também são ganhos que poderão ser proporcionados pela questão do conteúdo local. “A luta pela proteção da indústria nacional gira em torno da efetivação de uma

política industrial, incluindo tratamento da elevada carga tributária e aumento de transferência de tecnologia de outros países. O Governo tem se mostrado mais aberto para discutir e tentar resolver estas questões, mas ainda há muito a se fazer”, declara Guerra.

Tecnologia é um grande desafio Para o presidente da Findes, muitos desafios precisam ser vencidos. “Estamos atuando em conjunto com diversas instituições para criarmos um parque tecnológico em nosso estado”, reconhece Marcos Guerra. Segundo o executivo, as indústrias capixabas estão procurando avançar na gestão e na inovação. De acordo com ele, outras ações estão sendo discutidas para desenvolver a indústria e torná-la apta a fornecer para

a cadeia de petróleo e gás, o que inclui possíveis parcerias com escolas de formação profissional de outros países, que poderiam compartilhar com a Findes (SesiSenai-IEL) seu know-how adquirido no segmento. “A proximidade com as incubadoras tecnológicas tem se mostrado um atalho perfeito para melhoria tecnológica de produtos e processos de nossas empresas. Temos também atuado em conjunto com o Governo do Estado e outros

parceiros na divulgação de oportunidades de fornecimento e na necessidade de qualificação, buscando aumentar o grau empreendedor de nossos industriais”, ressalta. Segundo Guerra, o Findes também está investindo nas unidades do SenaiES para atender parte da grande demanda de trabalhadores qualificados nos próximos anos, buscando criar um ambiente mais bem preparado para os novos investimentos previstos neste setor.

Parceria com o Governo do Estado se fortalece O Governo do Estado é parceiro da Findes, havendo diversas ações conjuntas em andamento. A última parceria, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedes), aconteceu na Rio Oil & Gas 2012, realizada em setembro, quando foi possível proporcionar a muitos empresários capixabas sua participação na feira e em reuniões prospectivas de negócios. 72 MACAÉ OFFSHORE

Para o futuro do estado, o executivo revela que as perspectivas são as mais otimistas possíveis. Apesar de ter cerca de 50% da indústria com base em commodities e, por isso, sofrer bastante influência das oscilações do mercado internacional, grandes projetos começarão a se instalar ou mesmo a se operacionalizar no estado, gerando mais emprego e renda.

Além disso, segundo Guerra, o Espírito Santo vai poder contabilizar os resultados positivos dos recentes contratos de competitividade assinados com o Governo do Estado para diversos setores (rochas ornamentais, vestuário e moveleiro). “Muitas das oportunidades anunciadas em anos anteriores finalmente se tornarão realidade a partir de 2013”, finaliza, otimista.


PlatAformA Espírito santo

A sea of opportunities

ES waters

in

With the increase of 1,000 % of oil production in nine years and new discoveries in the ES Basin, the industrial sector gets stimulated By Rodrigo Leitão

E

ver since 2006, Espirito Santo is the second largest oil-producing state in Brazil. Currently, the state produces 350,000 barrels a day and with new FPSOs along the Capixaba coast, it is expected to reach 500,000 barrels a day by 2015. The perspective of business growth in the supply chain is attracting investments. Many of these investments are already in execution and others are seen as nice opportunities for investors. The Oil and Gas sector represents 38% of the portfolio of Brazilian Development Bank (BNDES) predicted to the period between 2011-2014 In an interview to Macaé Offshore, the president of the Federation of Industries of Espirito Santo (Findes), Marcos Guerra, sustains that the Brazilian O&G sector is the most proeminent one nowadays. “It is the same for the state of Espirito Santo: 26.6% of the total amount of investments announced for 2011-2014 is linked to the E&P”, says Guerra. Studies of the Ministry of Development Industry and Foreign Trade (MDIC) attest that the exports of oil in the first semester represented 11% of the total exports of the state of Espírito Santo. According to the ANP annual statistics yearbook the oil production in Espírito Santo incresead 1,044,71%

between 2002 and 2011, mainly due to the discoveries in the sea. Between 2010 and 2011 oil production increased 47,13%. In the last month, the state of Espírito Santo acquired another area for E&P. Petrobras started to produce, through FPSO Cidade Anchieta, in Baleia Azul field, located in Parque das Baleias basin. The oil platform has the capacity of production of 100,000 barrels a day and 3,5 million m³ of gas. The FPSO Cidade Anchieta is part of the development project for the Pre-salt in the Parque das Baleias basin. There are other important investments of the sector in the state, such as the Unit of NItrogen Fertilizer nº 4 of Petrobras, in Linhares, known as Chemical Gas Complex, and Jurong Aracruz Shipyard. “The current moment of the Oil and Gas is very special to the state of Espírito Santo as well as to Brazil. Yet it is our turn to shine”, says the president of Findes. The announcement of the 11th oil bidding by the Minister of Mining and Energy, Edison Lobão, was recieved with optimism. “The biddings for new blocks are extremly nice in order to make the Oil and Gas market grow. In the case of Espírito Santo, the onshore production will allow researches of new reserves, which will diminish the risk of a greater fall of this type of production”, emphasize Guerra. MACAÉ OFFSHORE 73


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Findes wants 50% of local suppliers Marcos Guerra said that the local content policy is extremly important,once it is going to give better opportunities for national and Capixabas companies. “With the heated oil and gas market as well as the need for local content contracts. So, we see it as the right moment for our supply chain companies offer products and services to the oil and gas sector. Moreover, we have established the minimum of 50% of local supply chain to the Oil and Gas sector”. Along with these challenges and opportunities, the president of Findes also said that on developing products with higher aggregate value in technology and allowing the technologic transfer to Brazil represent gains that can be provided by the local content policy. “The fight for the protection of the national industry is about the adoption of a industrial policy that includes the treatment of the high taxation and the increase of technologic transfer from other countries. The government has been more receptive to talk about those issues, but there are many thing to do though”.

74 MACAÉ OFFSHORE

Technology is a great challenge “There are many challenges to be overcome. We are working together with several institutes in order to create a technology park in our state”, the president of Findes recognizes. He said that Capixaba industries works for the advancement of managing and innovation. The president of Findes revealed that other actions have been treated in order to develop the industry and make them able to supply the Oil and Gas chain, which includes partnerships with schools from other countries that can share their know-how with the Findes. “The proximity with the technologic incubators has

showed a perfect path to the betterment of the products and process of our companies. We also work along with the government of the state of Espírito Santo and with other partners to show the opportunities of the supply chain and the need for qualification, aiming to increase the level of entrepreneurship of our industry”, he emphasized. To Guerra, the Findes is also investing in the Senai-ES unities in order to respond the demand for qualified work force for the next years, working to create a better environment for new investments in this sector.

Partnership with the state government gets stronger The government of the state of Espirito Santo is the Findes partner and there are several actions in execution. The last partnership program with the Findes, through the Secretary of Economic Development, ocurred at the Rio Oil and Gas 2012, held in September, where it was possible to join many Capixaba entrepreneurs in the business meetings. Guerra revealed that the perspectives are more than optimistics for the future of Espírito Santo. Although 50% of the industry state based on

commodities and, therefore, they are subject to the international market influence, great projects are coming to Espírito Santo, creating more jobs and income. Besides, Espírito Santo will be able to see the positive results of the last competitivity contracts signed by the government of the state in several sectors (ornamental rocks, clothing and furnishing). “Finally, many opportunities announced in the past will become reality in 2013 onward”, Guerra concluded with an optimistic view. 


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Agência Petrobras

Previsto para entrar em funcionamento em 2013, o projeto sofreu vários problemas e a primeira unidade de refino só deverá ficar pronta em 2015 Scheduled to go into operation in 2013, the project went through many problems and the first refining facility will only be ready in 2015

Comperj : uma complexa equação Atrasos nas obras do maior projeto de investimento direto no setor petroquímico da Petrobras marcaram o ano de 2012 Por Flávia Domingues

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trasos nas obras, greves, planejamentos malfeitos e custos excessivos marcaram a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) no ano de 2012. Considerado uma das maiores iniciativas da Petrobras em termos de investimentos diretos no setor petroquímico – avaliado em R$ 22 bilhões – o projeto tinha a previsão de ser inaugurado em 2013, mas, com diversos percalços no meio do caminho, a meta é que a primeira unidade de refino entre em funcionamento somente em 2015. O complexo tem números extraordinários. A começar pela área total do empreendimento, que será instalado no município de Itaboraí, Região Metropolitana do Rio, e ocupará uma área total de 45 quilômetros quadrados.

Quando atingir sua capacidade plena de produção, prevista para 2018, a estimativa é que sejam produzidos 33 mil barris de combustível/dia. A construção do Comperj começou há cinco anos, mas as unidades petroquímicas ainda não saíram do papel. A obra de terraplenagem foi a maior já feita no Brasil. Não há registro anterior de um empreendimento que tivesse movimentado tanta terra – cerca de 220 mil m³/dia. As atenções agora estão concentradas na construção das unidades de refino, fase efervescente da obra, com intensa montagem de tubulações e muitos outros desafios pela frente, como a falta de mão de obra especializada. O projeto do complexo prevê duas plantas de refino e uma petroquímica,

que produzirão petroquímicos de primeira geração (eteno, benzeno, propeno, butadieno e outros) e de segunda geração (polietilenos, polipropileno, estireno, etilenoglicol e outros), além de edifícios auxiliares. Segundo a Petrobras, por meio de informe de sua assessoria de imprensa, as principais obras das unidades de processamento, unidades auxiliares, tanques, interligações e subestações de energia elétrica seguem em andamento e já tiveram um avanço físico de aproximadamente 37%. A empresa não confirma ter havido atrasos no cronograma de obras, informando que a construção segue normalmente o cronograma estabelecido pelo Plano de Negócios e Gestão 2012-2016 da companhia. MACAÉ OFFSHORE 75


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Greves e carência de mão de obra Outro grande desafio enfrentado pela Petrobras para o avanço do Comperj é a carência de mão de obra na região de Itaboraí. De acordo com a Secretaria Municipal de Trabalho e Renda, dos cerca de 12 mil postos de trabalho para obras do Comperj, 60% não foram preenchidos por trabalhadores da região por falta de qualificação profissional. A migração de trabalhadores de outros estados passou a ser uma realidade para dar conta do cronograma das obras, mesmo havendo imposições de contratação de mão de obra local por parte da Petrobras às empresas que atuam na construção do Comperj. A sequência de greves no ano de 2012 impactou a construção do Comperj. Os quase 15 mil empregados de 24 consórcios contratados pela companhia cruzaram os braços por longos períodos no primeiro semestre do ano. Na pauta das reivindicações, aumento do piso salarial em 12%, no vale-alimentação e pagamento de horas extras por conta do tempo de deslocamento do domicílio até o Comperj. A maioria das reivindicações dos trabalhadores foi atendida e até o momento de fechamento desta reportagem não havia indícios de novas paralisações. Marco Antônio de Souza, representante do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Montagem, Manutenção e Mobiliário de São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticom), afirma que as condições de trabalho estão sendo acompanhadas de perto pelos movimentos sindicais. “Por enquanto, não há nenhuma paralisação. Nossos planos para 2013 são de continuar lutando por melhoria nas condições dos trabalhadores do Comperj”, afirma. 76 MACAÉ OFFSHORE

Transporte de equipamentos: uma pedra no meio do caminho A construção do Comperj também teve atrasos por conta da dificuldade de transportar equipamentos pesados até os canteiros de obra. Em agosto do ano passado, o primeiro dos quatro reatores – fabricado na Itália e com peso aproximado de mil toneladas – que produzirá diesel no complexo, ficou retido no Porto do Rio por problema de logística. Em setembro, a Petrobras recebeu licença de instalação para o Porto de São Gonçalo, o que vai permitir que tais equipamentos sejam transportados até uma estrada de acesso alternativa ao local do empreendimento.

Outro ponto controverso do complexo petroquímico é a instalação de um emissário submarino para despejar efluentes e resíduos da refinaria em alto mar, no município de Maricá. A Petrobras conseguiu a licença, porém, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro impôs algumas condicionantes. A primeira delas é o comprimento do duto que terá que ser aumentado em dois quilômetros e terá que lançar resíduos com tratamento de efluentes dez vezes mais rigoroso que o padrão normal estabelecido pelas autoridades.

Comperj firme e forte, apesar do shale gas Em coletiva de imprensa na Rio Oil & Gas, realizada em setembro, a presidente da Petrobras, Maria das Graças, afirmou que a estatal vai continuar trabalhando “firme e forte” para manter o projeto do Comperj como foi planejado. Na ocasião, Graça lembrou que o Comperj é um projeto integrado, com duas plantas de refino e uma petroquímica. Ela também destacou que o empreendimento é prioridade no plano de negócios da companhia para aumentar a competitividade petroquímica brasileira.

obra de forte impacto na economia do estado.

“Temos que importar matéria-prima e os baixos preços do shale gás (gás vindo do xisto dos Estados Unidos) tiram a competitividade da indústria nacional. São imbatíveis, não tenha dúvida. Se persistirem o preço baixo e a abundância, eles serão realmente capazes de atrair a indústria química e petroquímica de forma bastante intensa”, afirmou.

O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, não chegou a avaliar os prejuízos do atraso na obra para o setor industrial. “Atrasos em qualquer empreendimento originam perdas consideráveis. Precisamos entender que o cenário econômico se alterou de maneira significativa desde que o projeto foi lançado, principalmente em relação aos preços e mercado dos produtos petroquímicos no Brasil. A Petrobras fez alterações no projeto, levando em consideração esse fato. Tudo indica que o complexo petroquímico, em sua primeira fase, irá se dedicar à produção de combustíveis”, destacou, em entrevista à Macaé Offshore (veja na página 49). 

Apesar do atraso nas obras, o empreendimento continua na agenda dos mais importantes para a economia fluminense. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, diz que, independentemente da demora na entrega, o Comperj é uma

“Vai ser um choque de desenvolvimento econômico de grandes proporções. Os investimentos feitos no Comperj já estão impactando diretamente aquela região e de certa maneira o atraso acaba minimizando possíveis impactos negativos que a região poderia ter no período da obra, com o superaquecimento das atividades no local”, analisa (veja entrevista na página 18).


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Comperj: a complex equation Delays marked the biggest Petrobras’ Petrochemical project in 2012

By Flávia Domingues

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elays, strikes, mismanagement and overcosts marked the construction of the Rio de Janeiro Petrochemical Complex (Comperj) in 2012. Considered as one of the major initiatives of Petrobras in terms of direct investments in the petrochemical sector – which is worth R$ 22 billion –, the project was scheduled to be innaugurated in 2013. Yet, with some obstacles on the path, the goal now is that the refinery unit will start to operate in 2015. The complex has extraordinary numbers. Located at the city of Itaboraí (RJ), its extension is about 45 square kilometers. When the complex achieves its total production capacity, scheduled for 2018, the

estimation is that the Comperj will produce 33,000 barrels of fuel a day. The construction of the Comperj started five years ago, but the petrochemical facilities are only on paper. The preparation of the terrain was the biggest ever made in Brazil. Never an enterprise project was able to removed such a big amount of land before. It was moved roughly 220,000 cubic meters a day. Now the attention is to the construction of the refining facilities, with a tubing assembly and many other challenges ahead, such as the lack of specialized labor force. The complex project is about two refining facilities and one petrochemical factory, which is going to produce first

generation products (ethylene, benzene, propylene, butadiene and others) and second generation products (polyethylene, polypropylene, styrene, ethyleneglycol and others), and additional buildings. Petrobras informed, through its press office, that the main construction of its processing units, additional units, tanks, interconnection and electric energy substations fits perfectly the schedule and they had a physical advancement of roughly 37%. The state-owned oil company does not confirm the delays in its schedule, saying that the construction of the Comperj is normally following the schedule established by its Business and Management Plan 2012-2016.

Strikes and lack of labor force Another great obstacle to be overcome by Petrobras for the advancement of the Comperj is the lack of labor force in the Itaboraí area. According to the Secretary of Labor of the Municipality of Itaboraí, of the 12,000 jobs for the construction of the Comprj, 60% were not fullfilled by workers of the region due to the lack of their professional qualification. The migration of workers from other states is a reality in order to accomplish the schedule, though the obligation of hiring local labor force

determined by Petrobras to the companies that act in the construction of the Comperj.

Comperj. Most of the vindications were being dealt and there has not been any other strike since then.

The strikes sequence in 2012 jeopardized the construction of the Comperj. Roughly 15,000 employees from 24 companies contracted by Petrobras crossed their arms through the first semester of the year. They demanded a wage rise to 12%, a rise in their food stamps value and overtime payment due to the time spent between the workers home and the

Marco Antônio de Souza, a representant of the Construction, Assembly, Maintenance and Furnishing Union’s Workers of São Gonçalo, Itaboraí and Region (Sinticom), says that the work conditions have been watched by union moviments. “There is no strike now. Our plan for 2013 is to keep on the fight for better conditions for the workers in the Comperj”, he says.

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Transportation of equipments: an obstacle along the road The construction of the Comperj had delays due to the difficulties of transportation of heavy equipments up to the building sites. In August 2011, the first of four reactors – made in Italy and with a weight of roughly one thousand tons- that will produce diesel on the complex was retained in the port of Rio due to logistics problems. In September, Petrobras received lincense of installation for the port of São Gonçalo, which will allow such equipments to be transported up to an alternative road and then to the local of the enterprise. Another controversial point of the petrochemical complex is the installation of a subsea emissary to discharge effluents and refinery residues in the sea near the city of Maricá (RJ). Petrobras obtained the environment license, but the Secretary of Environment of the state of Rio de Janeiro demanded some obligations. The first of them is to expand 2 kilometers the lenght of the pipeline. It must to discharge residues with effluent treatment ten times more strict than the standards established by the authorities.

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Comperj stays strong, though the shale gas In the press conference held in the Rio Oil & Gas, the CEO of Petrobras, Graça Foster, said that the company will keep on working steadly to reach the Comperj schedule as it was planned. By then, Graça reminded that the Comperj is an itegrated project, with two refine facilities and a petrochemical. She also highlighted that the enterprise is a priority in the Petrobras’ business plan in order to enchance the competitiveness of the Brazilian petrochemical. “We have to import raw material and the shale gas lower prices undermine the national industry’s competitiveness. “It is unbeatable, indeed. If this situation goes on (shale gas lower price and its abundance), it is likely that shale gas attracts the chemical and petrochemical industry intensely”, she said. Although the delay, the enterprise is still considered as one of the most important project for Rio’s economy. The secretary of Economic Development, Julio Bueno, says that, regardless the delay, the Comperj is

an enterprise of great impact for Rio’s economy. “The Comperj will greatly improve the economic development in that region. The investments that have been made in the Comperj are directly impacting the region and, in some way, the delay is minimizing the negative impacts that the region might have in the course of the construction because of the overwarming activity in the region”, he analyzes. (read more on page 22). The president of the Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, did not evaluate the losses in the industrial sector caused by the delay. “In any enterprise the delays cause important losses. We need to understand that ever since the project was lauched the economic scenario changed significantly. Mainly on the petrochemical prices in Brazil. Petrobras has changed the project, taking into account this fact. Everything points out that the Comperj will dedicate itself to the production of fuels in its first phase”, he highlighted in an interview to Macaé Offshore (read more on page 64). 


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