CONTEÚDO LOCAL

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ÍNDICE / CONTENTS

Agência Petrobras

Matéria de capa | Report of Cover

Conteúdo local: o X da questão Local Content: the heart of the matter

para novo round Royalties: a break for a new round

46 Maré Alta | High Tide .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

Política | Politics Royalties: pausa

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Articulando | Articulating

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Conteúdo local e desenvolvimento do Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 Local Content and the development of Brazil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Entrevista | Interview Edison Lobão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Edison Lobão.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Tecnologia | Technology

Especial | Special

Pré-sal alavanca investimentos em TI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

56 30 year-old and full of energy 58 30 anos com fôlego de sobra

The pre-salt layer leverages investments in IT . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Plataforma Santos | Santos Platform Na corrida do pré-sal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . The pre-salt layer rush.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Plataforma Espírito Santo | Espírito Santo Platform

64 Open doors to new investments. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 De portas abertas para novos investimentos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Empresas & Negócios | Companies & Business NOV aposta alto no Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . NOV raises the stakes in Brazil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Colunistas | Columnists

Gestão de Negócios Business Management Alexandre Andrade

Por dentro do mercado Inside the market Celso Vianna Cardoso

Uma visão estratégica para projetos de óleo e gás A strategic overview towards oil and gas projects

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16 Petrobras and OGX: does the stock price reflect the reality of companies? 17 Petrobras e OGX: o preço das ações traduz a realidade das empresas?

Mais informações: www.macaeoffshore.com.br

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CARTA AO LEITOR / LETTER TO THE READER

Da arte de transformar desafios em oportunidades Preço, prazo e qualidade. O tripé que representa os principais desafios para a competitividade da indústria brasileira de óleo e gás se afunila em um gargalo ainda maior: a necessidade de cumprir a exigência do conteúdo local no segmento de Exploração & Produção. O índice de nacionalização imposto pelo Governo coloca em xeque a competência de pequenos e grandes fornecedores e ameaça a produtividade do setor, impactando também os investimentos estrangeiros. A resolução 36 da ANP que prevê percentuais mínimos nos equipamentos para E&p, tem gerado multas pesadas às empresas vencedoras das últimas rodadas de licitação. Enquanto o mercado teme que a regra desacelere o crescimento da produção de petróleo no Brasil, o Governo a enxerga como uma política adequada para alavancar a indústria

nacional de bens e serviços em um setor intensivo em capital. E quer estimular a cadeia produtiva a transformar desafios em oportunidades de negócio. Sob este pano de fundo, Macaé Offshore ouve representantes do poder público, especialistas e lideranças do setor e esmiúça os meandros do novo programa de incentivo ao setor, o Inovapetro, que prevê recursos da ordem de R$ 3 bilhões para empresas de todos os portes. Nesta edição especial que celebra os 30 anos da Rio Oil & Gas, o principal evento do setor na América Latina, Macaé Offshore traz muitos outros conteúdos que contribuem decisivamente para posicionar as empresas num dos mais dinâmicos - e polêmicos - cenários da economia brasileira. Entre, fique à vontade e confira Boa leitura!

The art of turning challenges into opportunities Price, schedule and quality. The tripod that represents the main challenge for the competitiveness of the Brazilian oil and gas industry gets narrow into a bottleneck even greater: the need for accomplishing the local content demands for the E&P segment. The nationalization rate demanded by the Government raises doubts about the whole supply chain and threatens the sector productivity, impacting investments that come from abroad also. The ANP resolution nº 36, which determines minimum rate for E&P equipments, resulted in heavy fines to the oil companies that won the last ANP bidding rounds. As the oil market concerns about how this rule may slow down the oil production increasing in Brazil, the Brazilian government sees this resolution as an appropiate policy to boost the national goods and services sector in a capital intensive segment. Also, the Brazilian

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government wants to stimulate the productivity chain to turn the challenges into business opportunities. Under this scneario, Macaé Offshore Magazine interviewed representants from the government, experts and important names from the oil sector to reveal the intricacies of the new incentive program to the sector - Inovapetro -,which concedes R$ 3 billion to companies in all sizes. In this special issue, which celebrates the 30th anniversary of the Rio Oil & Gas, the main event for the oil sector in Latin America, Macaé Offshore brings many other subjects that definetly contribute to put companies into one of the most dynamic and troublesome - field of Brazilian economy. Come on in, make yourself comfortable and check it out. Have a good reading!

Capa / Cover: Paulo Mosa Filho Fotos / Photos: Divulgação A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (português / inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Avenida 13 de Maio, 13 - Sl. 1.713 - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20.031-901 Tel: (21) 3174-1684 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Director: Bruno Bancovsky Editora: / Editor: Rosayne Macedo / MTb. 18446 jornalismo@macaeoffshore.com.br Jornalistas colaboradores: / Collaborators reporters : Brunno Braga, Rodrigo Leitão e Flávia Domingues redacao@macaeoffshore.com.br Publicidade: / Advertising: Fernando Albuquerque publicidade@macaeoffshore.com.br Diagramação: / Diagramming: Paulo Mosa Filho arte@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: José Tarcísio Barbosa Tradução em inglês: / English version: Taíse Maria Marchiori Soares Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies 66ª Edição - Setembro/Outubro 66th Edition - September/October Tiragem: / Copies: 10.000 exemplares/copies Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 assinatura@macaeoffshore.com.br A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties


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MARÉ ALTA / HIGH TIDE

Holofotes direcionados para Santos em outubro Divulgação

Maior fornecedor de serviços e produtos do mercado de petróleo e gás, o Estado de São Paulo tem contado nos últimos anos com um especial incentivo ao desenvolvimento do setor em função das descobertas – em especial as do pré-sal – da Bacia de Santos. Após a Rio Oil & Gas, a cidade de Santos, que detém as operações da bacia com as maiores descobertas no pré-sal, se prepara para receber em outubro a sexta edição da Santos Offshore, que será realizada entre os dias 16 e 19. A novidade deste ano é a expansão do evento tanto em novas parcerias, quanto em área de exposição.

do segmento”, explica o novo diretor do evento, Igor Tavares.

“Em fase de expansão, a capacidade da indústria de bens e serviços precisa ser ampliada para atender às expectativas da exploração do pré-sal na região. Entendemos que a Santos Offshore funciona como um canal que promove e incentiva o intercâmbio comercial de toda a cadeia produtiva, com a participação de grandes, pequenas e médias empresas fornecedoras

A Santos Offshore terá ainda rodadas de negócios promovidas pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), além de uma conferência com palestras e seminários com as principais autoridades do setor.

Serão abordados temas como o desenvolvimento do setor offshore e as implicações para a Bacia de Santos, captação de recursos e financiamento para o setor, infraestrutura e logística, oportunidades de negócios para fornecedores da cadeia e perspectivas de carreira profissional na área. A Associação Brasileira da Indústria Naval e Offshore (Abenav) e empresas como a Petrobras, Technip e Transocean Brasil já confirmaram presença no evento. Mais informações no site: www.santosoffshore.com.br

Spotlight turning to Santos in October The main supplier of goods and services in the oil and gas Market, the State of São has counted on a special incentive to the development of the sector in the light of the findings in recent years – in particular those of the pre-salt Santos Basin –. After the Rio Oil & Gas, the city of Santos, which owns the operations in the Basin which has the greatest discoveries in the pre-salt layer of Petrobras, prepares to receive in October the sixth edition of Santos Offshore, which will be held between 16 and 19. What is new this year is the expansion of the event both in new partnerships as in the exhibition area. “In phase of expansion phase, the capacity of the industry of

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goods and services needs to be expanded to meet the expectations of the pre-salt exploitation in the region. We understand that the Santos Offshore works as a channel that promotes and encourages the commercial exchange of the whole productive chain, with the participation of large, small and medium-sized companies in the segment”, the new event Director, Igor Tavares, explains. Santos Offshore will also have business rounds promoted by the National Organization of the Petroleum Industry (Onip), by the Federation of Industries of the State of São Paulo (Fiesp) and by the Brazilian Service of Support to Micro

and Small Companies (Sebrae), in addition to a conference with lectures and seminars with leading industry authorities. Some topics will be covered, such as the development of the offshore sector and the implications for the Santos Basin, fundraising and funding for the sector, infrastructure and logistics, business opportunities for the chain suppliers and professional career prospects in the area. The Brazilian Association of the Shipbuilding and Offshore Industry (Abenav) and companies like Petrobras, Technip and Transocean Brazil already confirmed their presence at the event.


MARÉ ALTA / HIGH TIDE

V & M do BRASIL investe R$ 22 mi em fábrica de acessórios Já está em operação a nova fábrica de acessórios da V & M do Brasil, instalada na base de serviços em Rio das Ostras (RJ). Com um investimento de R$ 22 milhões, a planta passa a produzir também acessórios Premium para completação de poços petrolíferos utilizando a tecnologia V & M Tube Alloy. Com a inauguração, a unidade passa a oferecer pacote completo de produtos para exploração do petróleo. Em uma área de 2.000 metros quadrados e com 40 novos empregados, são oferecidos serviços de inspeção, fabricação e reparo de tubos e acessórios para a exploração petrolífera. A nova unidade também desenvolverá a linha Premium VAM, conexões especiais desenvolvidas para permitir que tubos e acessórios sejam acoplados uns aos outros por um sistema integrado de roscas, selos e ombros de torque, garantindo melhor desempenho durante a aplicação. Integram o conjunto de produtos da planta equipamentos como o teste hidrostático, a serra para corte de segmentos de tubos, a calibradora de pontas e a máquina de aperto computadorizada.

Macaé sediará nova fábrica da norueguesa Aker Solutions Macaé receberá a terceira fábrica da norueguesa Aker Solutions no Brasil. Estão sendo investidos aproximadamento US$ 100 milhões para a construção da nova unidade. Com ela, a empresa vai dobrar os atuais 1.400 funcionários que tem no Brasil até 2016. A Aker já tem uma fábrica no Paraná e uma base em Rio das Ostras, cidade vizinha a Macaé, onde a nova unidade ficará pronta em 2014. A nova unidade industrial vai ser responsável pela produção, montagem e testes de equipamentos de perfuração e vai ocupar uma área de 335 mil me-

tros quadrados, espaço quase oito vezes maior que a da vizinha e onde são produzidos juntos equipamentos submarinos e de perfuração. A empresa também tem um navio no Brasil, o Aker Santos, que está alugado para a Petrobras. A empresa tem na carteira o desafio de atender a demanda de 40 árvores de natal molhadas, que serão instaladas nos campos de Lula e Sapinhoá. A encomenda, que será entregue para a estatal petrolífera com atraso, está sendo produzida na fábrica de Curitiba (PR).

Macaé will host a new plant by the Norwegian Aker Solutions Macaé will receive the third factory of the Norwegian Aker Solutions in Brazil. Approximately US$ 100 million are being addressed to the construction of the new unit. With it, the company will double the current number of employees in Brazil until 2016. Aker already has a factory in Paraná and a base in Rio das Ostras, next to Macaé where the new unit will be ready in 2014. The new industrial plant will be responsible for the production, assembly and testing of drilling equipment and will occupy a total area of 335 thousand

square meters, almost eight times larger than that of the nearby city and where subsea and drilling equipment are produced. The company also has a vessel in Brazil, Aker Santos, which is leased to Petrobras. In the company’s portfolio there’s the challenge of meeting the demand from 40 Wet Christmas Three that will be installed at the Lula and Sapinhoá fields. The order, which will be delivered to the state company with a delay, is being produced at the plant in Curitiba (PR).

Brazil’s V & M invests R$ 22 thousand in accessories factory The new accessories factory of V& M of Brazil is already in operation, installed at the services base in Rio das Ostras (Rio de Janeiro). With an investment of R$ 22 million, the plant will also produce Premium accessories for oil wells completion using V & M Tube Alloy technology. From the inauguration, the unity now offers a complete package of products for oil

exploration. In an area of 2,000 square meters and with 40 new employees, inspection, manufacture and repair of pipes and fittings for oil exploration services are offered. The new unit will also develop the VAM Premium line, special connections developed to allow pipes and accessories to be

attached to each other by an integrated system of threads, stamps and torque shoulders, ensuring a better performance during application. The set of products of the plant integrate equipment such as the hydrostatic test, the saw for cutting of pipe segments, the sorter of tips and the simple and the Computer Clamping Machine.

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Brastech anuncia ampliação de sua base em Rio das Ostras

Primeiro terminal flutuante é da Petrobras É da Petrobras o primeiro terminal flutuante do mundo. Batizado de Uote (Unidade Offshore de Transferência e Estocagem), o sistema instalado no mar receberá petróleo dos campos de produção das bacias de Campos e do pré-sal de Santos para ser exportado. A previsão é de que, em menos de dois anos, a Transpetro esteja operando a nova unidade. O primeiro Uote, que depois de testado deverá ser replicado para outra região, significará investimentos de US$ 318 milhões, além do afretamento de um navio (FSO) com capacidade para armazenar 2 milhões de barris, que está sendo construído na China pela indiana Tanker Pacific. O FSO deve chegar ao Brasil em outubro de 2013. O custo do afretamento será de US$ 60 mil por dia. A previsão é que comece a operar em junho de 2014.

Petrobras owns the first floating terminal Petrobras owns the world’s first floating terminal. Named Uote (Offshore Unit of Transfer and Storage), the system installed at sea will receive oil from the Campos basins production fields and pre-salt layer fields to be exported. It is estimated that, in less than two years, the Company is operating the new drive. The first Uote which after tested shall be replicated to other places, will mean an investment of US$ 318 million, in addition to the chartering of a vessel (FSO) with the ability to store 2 million barrels, which is being built in China by the Indian company Tanker Pacific. The FSO should get to Brazil in October 2013. The chartering will cost US$ 60,000 per day. It’s expected to start operating in June 2014.

A Brastech, empresa de referência na fabricação e comercialização de balsas-salva vidas infláveis para salvamento no mar, também está ampliando suas instalações em Rio das Ostras. A base está em processo de certificação internacional pela API - American Petroleum Institute. O novo espaço abrigará uma nova área de teste hidrostático de alta pressão para equipamentos de grande porte, garantindo maior qualidade e segurança para clientes e colaboradores.

Brastech extends its base in Rio das Ostras Brastech, a reference company in the manufacture and marketing of inflatable lifesavers ferries for rescues at sea, is expanding its facilities in Rio das Ostras. The base is in the process of international certification by API-American Petroleum Institute. The new space will house a new hydrostatic test area for large equipment, ensuring higher quality and safety for customers and employees.

GENTE / PEOPLE

HRT tem novo diretor financeiro

HRT has a new financial director

Carlos Tersandro Fonseca Adeodato foi aprovado pelo Conselho de Administração de Petróleo da brasileira HRT como novo diretor financeiro do grupo, substituindo Francisco Lourenço Faulhaber. Em comunicado enviado à CVM, a empresa também informou que unificou as diretorias financeiras da HRT e da HRT O&G Exploração e Produção.

Carlos Tersandro Fonseca Adeodato was approved by the Board of Directors of Oil of the Brazilian company HRT as the new Chief Financial Officer of the group, replacing Francisco Lorenzo Faulhaber, according to statement sent to CVM. The company also reported that it has unified the financial boards of HRT and HRT O&G exploration and production.

Diretor da LLX assume direção financeira da EBX O diretor geral da LLX, Otavio Lazcano, assumiu também o cargo de diretor financeiro do Grupo EBX, de Eike Batista. Lazcano substitui Nicolau Chacur e acumula as duas funções. Segundo a empresa, Lazcano tem experiência na área financeira e atuou, de 2002 a 2009, como diretor financeiro da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e na Aracruz, indústria de papel e celulose do mundo. Nicolau Chacur deixa a EBX para “novos desafios profissionais”, segundo a nota distribuída pela empresa. 10 MACAÉ OFFSHORE

LLX’s Director becames finance board director of EBX The General Director of LLX, Otavio Lazcano, also took over the position of Chief Financial Officer of the EBX Group, owned by Eike Batista. Lazcano replaces Nicholas Charles and accumulates the two functions. According to the company, Lazcano has experience in the area of finance and served from 2002 to 2009 as Chief Financial Officer of National Steelmaker Company (CSN) and Aracruz Pulp and Paper Industry in the World. Nicholas Charles leaves the EBX for “new professional challenges,” according to the note distributed by the company.


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ARTICULANDO

Conteúdo local e desenvolvimento do

Brasil

Por Elaine Ribeiro

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om as novas oportunidades da indústria brasileira de petróleo e de gás e os vultosos investimentos no setor, a questão do cumprimento do conteúdo local continua a deixar o mercado de fornecedores de produtos e serviços sem dormir, tendo em vista que, com as descobertas do pré-sal, são esperados mais de US$ 190 bilhões de investimentos até 2013 no Brasil. Dessa forma, o aquecimento no fornecimento de serviços e produtos ampliou também a fatia de participação das pequenas e médias empresas brasileiras, que estão criando novos produtos e serviços para atender à demanda nacional, mesmo com a farta agenda de tributos que são obrigados a quitar ao longo da produção. Vários programas como o Prominp e convênios com a Petrobras e o Sebrae têm buscado atender às demandas de fornecedores, inclusive por mão de obra, além de outras iniciativas que visam a auxiliar na captação de novos recursos financeiros para atender o mercado de suprimentos de petróleo e gás. A exigência de conteúdo local, na prática, é questionada pelas empresas e também pelos setores jurídicos no Brasil, pois há quem alegue que o conteúdo local não é legal, além de ser questionado o princípio da reserva legal x autorregulamentação pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Outro ponto analisado é que a exigência de conteúdo local se direciona ao aumento de investimentos nacionais em determinados produtos ou serviços pela 12 MACAÉ OFFSHORE

indústria brasileira, para aumentar a participação de nossos fornecedores nos projetos de exploração em petróleo e gás e também nas descobertas do pré-sal. Assim, nos contratos de concessão que serão firmados pela ANP com empresas do ramo que vençam as rodadas de licitação para explorar os blocos, há um percentual mínimo de compromisso de investimentos em conteúdo local, que deve ser cumprido para que haja adimplência contratual nos moldes contratados. Outro ponto que merece destaque é a questão da Certificação do Conteúdo Local. Hoje, há diversas empresas que são certificadoras, ou seja, auxiliam por meio de uma auditoria de custos e investimentos em bens ou serviços. A certificação é feita por meio de empresas já credenciadas pela ANP, que, segundo os padrões da Agência, analisam documentos fiscais, entrada e saída de maquinário, folhas de pagamento de empregados no setor, para verificar o índice nacional de um determinado bem ou serviço prestado em Exploração e Produção (E & P). É importante lembrar que o Conteúdo Local de Bens (CLb) é um percentual que corresponde ao quociente da diferença entre o valor total de comercialização de um bem (excluídos IPI e ICMS) e o valor da sua respectiva parcela importada e o seu valor total de comercialização (excluídos IPI e ICMS), que não é no cálculo aplicável nos casos de revenda de bens importados. Não se deve esquecer que a mão de obra local deve sempre buscar utilizar o emprego de brasileiros tal como

exige a legislação ou de estrangeiros com visto permanente, empregados nos estabelecimentos prestadores de serviços, em seus subcontratados, com a inscrição no CNPJ, ou oriundos de mão de obra autônoma. Sendo assim, não será considerada local a mão de obra de indivíduos estrangeiros, ainda que com visto temporário ou autorização de trabalho, bem como aquela proveniente de empregos não-legalizados no País. Conclui-se que a empresa deve manter sempre a documentação utilizada para fins de cálculo do conteúdo local de forma acessível, para que, se necessário, se faça a comprovação e a avaliação do CL para a apresentação e demonstração do cálculo dos referidos conteúdos locais. Por isso, haverá a responsabilidade do contratando no conteúdo local, caso não guarde a documentação comprobatória do cálculo do CL, que será objeto de negociação entre comprador e fornecedores, com vistas a se resguardar da apresentação delas ao avaliador, sempre que solicitadas. Por fim, a contratação de profissionais especializados ou que conheçam a cartilha de conteúdo local sempre será um diferencial para a concretização das metas legais ou regulamentares do setor petrolífero.

Elaine Ribeiro é consultora jurídica em Petróleo e Gás e autora do 1º Livro de Direito do Petróleo, Gás e Energia para Concursos do Brasil, da Editora Elsevier. É professora de cursos de pós-graduação em O&G na Universidade Estácio de Sá (Unesa) e na Universidade Cândido Mendes (AVM) e de Direito Portuário e Aduaneira na Unisanto além de cursos preparatórios da OAB. É ainda palestrante no Ibef, IBDE e Sampling.


ARTICULATING

Local Content and the development of

Brazil

By Elaine Ribeiro

C

onsidering the new opportunities of the Brazilian oil and gas industry and the huge investments in the sector, the matter of compliance with Local Content rules continues to keep the suppliers of goods and services awake, having in mind that, with the discoveries of the pre-salt layer, more than US$ 190 billion of investments are expected up to 2013 in Brazil. In this way, the supply of products and services also widened the participation of small and medium-sized Brazilian companies that are creating new products and services to meet domestic demand, even with the extensive agenda of taxes that they are required to pay along the production. Various programs, such as the Prominp and agreements with Petrobras and Sebrae, have sought to meet the demands of suppliers, including for labor, in addition to other initiatives that aim to assist in attracting new financial resources to meet the supply market of oil and gas. The practice side of the vision about local content is being questioned by companies and also by the legal sectors in Brazil, as some people claim that local content is not legal, in addition to questioning as to the principle of legal reserve x self-regulation by the National Agency of Petroleum, Gas and Biofuels. Another topic to be analyzed is that the local content requirement addresses the growth of national investment in certain products or services by the Brazilian industry, to increase the participation of our suppliers in exploitation projects in the oil, gas and also in pre-salt findings. Thus, in the concession contracts that will be signed by the ANP with the companies that win the bidding rounds for exploring the blocks, there is a minimum percentage of commitment to investment in local content, which must be fulfilled so

that there is a contractual timely payment on the hired models. Another point worth mentioning is the matter of certification of Local Content. Today, there are several companies that are certifiers, i.e. they help, by means of an audit of costs and investments in goods or services. The certification process takes plane through companies already accredited in the ANP, which, according to the Agency’s standards, analyze tax documents, input and output of machinery, payroll employees in the sector, to verify the national index of a given good or service provided in Exploitation and Production (E&P). It is important to remember that the Local content of Goods (CLb) is a percentage that corresponds to the ratio between the difference and the total trade value of

a certain good (excluding IPI and ICMS) and the amount of its imported portion and; their total trade value (IPI and ICMS), which is not, on calculation, applicable to cases of resale of imported goods. Therefore, we should not forget that the local workforce should always seek to use the Brazilian workforce, as the legislation requires, or foreign workforce, for foreigners who have a permanent visa, when they are hired in service providers companies, subcontractors, with an ID inscription (CNPJ), or from autonomous work. Thus, foreigners workers shall not be considered as local labor, even if they have a Temporary Working Visa granted for Foreigners, and neither are illegally hired workers in the country. It is concluded that the company should always keep the documentation used for purposes of calculating of the local content on an accessible way, so that if necessary, checking and assessment procedures of Local Content can take place, for presentation and demonstration of calculation of such local content. Therefore, there will be the responsibility of employer company in relation to Local content if the evidentiary documentation for calculation of LC is not logged, which will be the subject of negotiation between the purchaser and suppliers, aiming at protecting their presentation to the evaluator whenever it’s requested. And finally, the hiring of specialized professionals or which knows the Local Content guidebook will always be a differentiator for the achievement of the goals of legal or regulatory petroleum sector.

Elaine Ribeiro is a legal adviser in oil and gas and she is the author of the first Book on Oil, Gas and Energy Law intended for contests in Brazil, published by Editora Elsevier; Professor of graduation courses on O&G at Universidade Estácio de Sá (Unesa) and at Universidade Cândido Mendes (AVM) and of Port and Customs Law at Unisantos, in addition to preparatory courses aimed at the OAB test. She is also a lecturer at Ibef, IBDE and Sampling. MACAÉ OFFSHORE 13


Gestão de negócios

Uma visão estratégica para projetos de óleo e gás Por Alexandre Andrade, PMP* O desenvolvimento das organizações e as oportunidades de crescimento dependem fortemente de um alinhamento entre o planejamento estratégico do negócio e o esforço gerencial para a realização de projetos. A Gestão de Projetos atualmente é uma das competências básicas de negócio e influencia na capacidade de competição da organização, principalmente no dinâmico mercado de óleo e gás. É primordial gerir projetos complexos, rápidos e de baixo custo, com qualidade e eficiência, que gerem retorno do investimento em curtíssimo prazo, dentro das expectativas do cliente, em conformidade com padrões internacionais, e que tragam resultados expressivos para os acionistas. Essas práticas têm atingido de forma substancial nos últimos anos as organizações que, ao ter conhecimento sobre as melhores práticas para gestão de projetos, divulgadas essencialmente pelo Project Management Institute (PMI), tomam iniciativas para a criação de Escritórios de Projetos PMO (Project Management Office). Estes escritórios funcionam como organismos para planejar, monitorar e apoiar os projetos internos e externos das organizações.

Para atender essa carência, foi criada a função de CPO (Chief Project Officer), que tem como premissa assegurar o bom gerenciamento dos projetos estratégicos na organização, participando desde a concepção até a sua consolidação em produção. Esta evolução prevê processos de melhoria contínua, que garantam maturidade e sucesso para gerar valor aos acionistas e, sempre que possível, a divulgação de cases na mídia. O Chief Project Officer deve certificar a empresa de que os projetos estão contribuindo para o objetivo estratégico da organização, dando especial atenção ao cumprimento de protocolos, processos, procedimentos e boas práticas, além de obter informações detalhadas nos casos de solicitação de mudanças, criando, assim, suporte para a governança em gestão de projetos. O desafio, portanto, é gerenciar múltiplos projetos que envolvam relacionamentos de negócios distintos. Assim, o CPO deve ter uma visão integrada das inúmeras variáveis para definir estratégias de planejamento, comunicação e execução dos projetos de forma distinta para cada cenário. Contudo, deve observar a necessidade dos acionistas de ter pontos de medição e indicadores de desempenho dos projetos

que permitam visualizar a situação/ status e tomar decisões assertivas, além de construir uma sólida base de conhecimento e de lições aprendidas, que fortalecerão a Gestão de Conhecimento da organização. A capacidade de otimizar a gerência de projetos passa por uma mudança cultural e estrutural que altera o modelo formal e funcional das empresas para um modelo dinâmico e de constante mudança, em que os rumos das organizações estão alinhados aos resultados de seus projetos, o que também contribui substancialmente para o crescimento dos indivíduos. Estamos em um cenário de desafios globais no mercado de óleo e gás, com quebra de paradigmas e mudanças de ambiente cultural, enquanto são desenvolvidos múltiplos projetos complexos e escopos multidisciplinares com prazos e custos apertados. Nas organizações que implementaram o escritório de projetos e a metodologia de gestão de projetos, mas que ainda não têm observado impactos relevantes em suas soluções, a função de Chief Project Officer se torna um diferencial que detém expertise para orientar alinhadamente as estratégias da empresa e a execução dos projetos.

* Alexandre Andrade é graduado em Administração pelo Isecensa Campos/RJ, certificado pelo PMI (PMI® - Project Management Institute) desde 2008 e possui MBA em Engenharia de Petróleo pela Funcefet Macaé. Trabalha na área de Óleo e Gás há 11 anos e há sete atua como gerente de Projetos nos segmentos de Tecnologia da Informação e Óleo e Gás na Petrobras em Macaé. Dúvidas e sugestões para esta coluna: alexandre.andrade.pmp@gmail.com

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business management

A strategic overview towards oil and gas projects By Alexandre Andrade, PMP*

The development of organizations and opportunities of growth rely heavily on an alignment between the business strategic planning and the managerial effort for the realization of projects. Project Management currently is one of the basic skills of business and it influences the competitiveness organizations, especially in the dynamics of the oil and gas market.

a function which has as a premise to ensure the proper management of strategic projects in the Organization, from its conception to its consolidation in production. This development provides continuous improvement processes, ensuring maturity and success to generate value for shareholders and, whenever possible, the dissemination of cases in the media.

It is essential to manage complex projects, fast and at low cost with quality and efficiency, which generate return on investment in a very short time, within the expectations of the client, in accordance with international standards and that they can bring significant results for shareholders

The Chief Project Officer must ensure the company that the projects are contributing to the strategic objective of the organization, giving special attention to compliance with protocols, processes, procedures and best practices, as well as detailed information on cases of request for changes, thus creating support for governance in the management of projects. The challenge, therefore, is to manage multiple projects that involve relationships of diverse businesses.

These practices have reached organizations in a substantial way in recent years. Provided they have knowledge about best practices for project management, published mainly by the Project Management Institute (PMI), they take initiatives for the creation of Project Management Office PMO (Project Management Office). These offices function as organisms in order to plan, monitor and support internal and external organizational projects. To meet this need, CPO (Chief Project Officer) was created as

Thus, the CPO must have an integrated vision of the countless variables to define planning, communication strategies and execution of the projects in a different way for each scenario. However, he/she must note the need for shareholders to have points of measurement and indicators of performance of projects that allow him/her to visualize the situation/

status and take assertive decisions, in addition to build a solid base of knowledge and acquired lessons, which will strengthen the organization’s knowledge management. The ability to optimize the Project management is part of a cultural and structural change which alters the formal and functional model of companies towards a dynamics model which embraces constant changes, in which the direction of the organizations are aligned with the results and its projects. This also contributes substantially to the growth of individuals. We are in a scenario of global challenges in the market of oil and gas, with breaking of paradigms and cultural environment changes, while multiple complex projects and multidisciplinary scopes are being developed with tight deadlines and costs. In organizations that have implemented the project management office and the project management methodology, but which haven’t yet observed relevant impacts in their solutions, the role of Chief Project Officer becomes a differential that has the expertise to guide the company’s strategies aligned to the company’s strategies and to project execution.

*Alexandre Andrade holds a Bachelor’s Degree in Business Administration from Isecensa Campos/RJ, a PMI® certificate as a PMP® (Project Management Professional) since 2008, and holds a MBA in Petroleum Engineering from Funcefet Macaé; He has been in the Oil Gas segment in Macaé for 11 years, and has been working for Petrobras as a Project Manager for seven years in the sectors of Information Technology and Oil and Gas. Questions and suggestion for this column: alexandre.andrade.pmp@gmail.com

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Por dentro do mercado

Petrobras e OGX: o preço das ações traduz a realidade das empresas? Por Celso Vianna Cardoso*

O subsídio à gasolina, agravado pela alta do dólar frente ao real, pesou definitivamente no balanço da Petrobras, que agora se vê obrigada a adotar medidas corretivas mais firmes, que foram evitadas durante muitos anos. Os números apresentados vieram muito abaixo das expectativas do mercado, que até esperava uma queda nos lucros em relação ao mesmo período do último ano, mas nunca prejuízo. Este sentimento levou os investidores a abrir o pregão da segunda-feira seguinte à divulgação do balanço, derrubando o preço das ações preferenciais da Petrobras (PETR4) para R$ 19,00, contra os R$ 19,94 do fechamento da sexta-feira anterior. Diante desse quadro de pessimismo, a presidente da Petrobras, Graça Foster, reafirmou que tem como meta colocar os preços dos combustíveis no Brasil em paridade com os praticados no mercado internacional. Apesar de ser notícia requentada, parece que o mercado comprou como novidade e, desde então, os pregões vêm

apresentando seguidas altas no preço das ações da petrolífera. Nas duas semanas seguintes ao balanço. o preço da PETR4, as mais negociadas na Bovespa, atingiu os R$ 21,48, representando uma alta de 12,5%. Os investidores profissionais já estão acostumados a observar uma forte variação no preço dos papéis de empresas quando se aproxima a data da publicação dos seus balanços. Os especuladores aproveitam esse grau de ansiedade do mercado para provocar grandes oscilações no preço

dos ativos, com o objetivo de auferir ganhos no curto prazo. Mais importante que analisar a reação do mercado imediatamente após a publicação do balanço é observar que o comportamento do preço já se encontrava em tendência de alta desde o final de junho quando atingiu um fundo aos R$ 17,50. Considerando que PETR4 era negociada a R$ 20,59 na data do fechamento desta edição, os investidores obtiveram uma excelente valorização de 17,66% em pouco mais de 70 dias.

Evolução do preço sob a gestão de Graça Foster, em 2012 (PETR4) Price evolution under the management of Graça Foster (PETR4) Preço/Price (R$)

No dia 3 de agosto a Petrobras apresentou no seu balanço do segundo trimestre um prejuízo de R$ 1,3 bilhão, refletindo o que todo o mercado já sabia: o desalinhamento dos preços da gasolina com os custos da companhia e o aumento do dólar frente ao real, que onerou as despesas financeiras para pagamento das dívidas em moeda americana.

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No gráfico podemos observar a evolução do preço de PETR4 durante os seis meses da gestão de Graça Foster, com destaque para a data da posse, em fevereiro de 2012 (1), e da publicação do balanço do segundo trimestre (2), com o primeiro prejuízo em 13 anos. Observa-se que houve uma onda de otimismo nos dias que sucederam à data da posse, mas, em seguida, o mercado voltou a vender as ações, dando sinais de que os problemas que impactavam negativamente o processo de tomada de decisão dos investidores ainda persistiam. Uma nova onda de otimismo se iniciou no final de junho e sequer o primeiro

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prejuízo trimestral dos últimos 13 anos foi capaz de interromper essa tendência de alta. Ainda é cedo para dizer que o mercado voltou a acreditar na valorização das ações, porém, grande parte dos analistas já começa a recomendar a compra ou manutenção das posições nos papéis da Petrobras. No médio prazo, o mercado deverá voltar suas atenções para a capacidade da petrolífera em provar que tem condições técnicas de extrair o petróleo da camada pré-sal de forma economicamente viável e sem causar impacto ambiental.

*Celso Vianna Cardoso é analista de sistemas formado pela PUC-RJ , com MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. É coautor do livro “Análise Técnica Clássica”, lançado pela Editora Saraiva em 2010, e diretor de Novos Negócios da Inove Investimentos.

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inside the market

Petrobras and OGX: does the stock price reflect the reality of companies? * By Celso Vianna Cardoso

On August 3rd, Petrobras presented on its balance relative to the second quarter a loss of R$ 1.3 billion, reflecting what the market already knew: the misalignment of gasoline prices with the costs of the company and the increase of the dollar against the real, which encumbered the financial expenses for the payment of debts in American currency. The gasoline subsidy, compounded by the high of the dollar against the real, definitely weighed in the balance sheet of Petrobras, now forced to adopt more strict corrective measures which were avoided for many years. The figures came far below market expectations, which had expected a decline in profits over the same period last year, but never prejudice. This sentiment led investors to open the trading day on Monday, one day after the releasing of the balance, bringing down the price of preferred shares of Petrobras (PETR4) to R$19,00 against the R$19,94 that closed the previous Friday. Given this pessimistic situation, Petrobras’ President, Graça Foster, reaffirmed that her goal is to put the

prices of fuels in Brazil in parity with those on the international Market. Despite it’s being rehashed news, it seems that the market bought it as a novelty and, since then, the trading sessions have followed oil stock price. In the two following weeks, the swing the price of PETR4, the most traded on the Bovespa, reached R$21.48 representing an increase of 12.5%. Professional investors are already accustomed to observe a strong variation in the price of the securities of companies when approaching the date of publication of their balance sheets. Speculators take advantage of this level of anxiety to cause large swings in the price of assets, aiming at obtaining in short-term gains. More importantly than analyze the reaction of the market immediately after the publication of the balance sheet is to observe that the behavior of the price was already in uptrend since the end of June when it reached the lowest point at R$17.50. Considering that PETR4 was traded at R$21.48 on the closing date of this Issue, investors obtained an excellent appreciation of 22.7% in little more than 45 days.

In the chart we can see the evolution of the price of PETR4 during the six months of management of Maria das Graças Foster, with emphasis on the date of tenure in February 2012 (1) and the publication of the balance sheet of the second quarter (2), with the first loss in 13 years. It is observed that there was a wave of optimism in the days after the date of tenure, but then the market returned to sell the shares giving signs that the problems that impacted negatively on the decision-making process of investors still persisted. A new wave of optimism began in late June and even the first quarterly loss of the last 13 years wasn’t able to stop this trend. It is still early to say that the market has returned to believing in the valuation of shares, but most analysts already begin to recommend the purchase or maintenance of positions in the roles of Petrobras. In the medium term the market is expected to return its attention to the petroleum ability to prove that it has the technical conditions of extracting the oil from the pre-salt in an economically feasible way and without causing any environmental impact. 

* Celso Vianna Cardoso is a system analyst graduated by PUC-RJ and MBA in Business Administration Management by IBMEC. Co-author of the book “Análise Técnica Clássica”(Classic Technical Analysis), released by Editora Saraiva in 2010 and New Business Director of Inove Investimentos.

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ENTREVISTA

Edison Lobão Em entrevista exclusiva à Macaé Offshore, o ministro de Minas e Energia fala sobre os desafios a ser enfrentados pelo Governo em relação ao segmento de óleo e gás Por Brunno Braga

No comando, desde 2008, de uma das pastas mais importantes do governo federal – o Ministério de Minas e Energia – o maranhense Edison Lobão tem estado, com grande assiduidade, sob os holofotes dos principais canais da mídia. De impasses ambientais por conta da construção de hidrelétricas na região amazônica ao debate sobre o controle de preços da gasolina, passando pelas demandas por políticas voltadas para a sustentabilidade, o ministro vê-se envolvido em questões que irão balizar o

Macaé Offshore - No dia 7 de agosto de 1997 foi publicada a Lei Federal 9.478, a Lei do Petróleo. Para o senhor, quais os avanços obtidos desde então? EDISON LOBÃO - A Lei do Petróleo permitiu a consolidação da Petrobras como grande empresa petrolífera no ambiente competitivo instalado no País, além de atrair investimentos de outras petrolíferas e também de prestadoras de serviços para o setor. Como resultado deste processo, podemos destacar as descobertas na região do pré-sal e o consequente aumento da produção nacional, o fortalecimento da indústria petrolífera, a geração de emprego e renda para a sociedade, além da segurança energética em médio e longo prazos no fornecimento desses recursos não 18 MACAÉ OFFSHORE

futuro energético do país. E dentre essas questões, o tema pré-sal ganha centralidade, sobretudo em função dos investimentos bilionários que geram interesses internacionais. Nesta entrevista exclusiva à Macaé Offshore, Edison Lobão comenta sobre Petrobras, gás natural, conteúdo local, royalties, 15 anos da Lei do Petróleo, criação da Pré-Sal Petróleo S.A. e demais temas que envolvem o mercado offshore brasileiro. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista.

renováveis. Este processo propiciou ainda um forte desenvolvimento de nossa indústria brasileira fornecedora de bens e serviços. Resta evidente, portanto, que a Lei do Petróleo está trazendo para o País resultados bastante positivos. M.O. - Os investimentos na indústria de óleo e gás têm crescido no Brasil nos últimos anos, sobretudo em relação às atividades de E&P no pré-sal. Qual avaliação o senhor faz dos resultados obtidos até então? E.L. - As descobertas já registradas na região do pré-sal, que estão confirmando as previsões iniciais de grandes volumes de petróleo e gás na região, permitem tecer um cenário promissor para a indústria petrolífera no País. As leis introduzindo o regime

de partilha e o fundo social, possibilitando a cessão onerosa de áreas para a Petrobras e criando a Pré-Sal Petroleo S.A., recentemente aprovada no Congresso Nacional, permitirão que a sociedade brasileira colha mais apropriadamente os frutos dessa riqueza. Vale destacar a segurança energética nacional no fornecimento desses combustíveis fósseis, o aumento da importância do País como futuro exportador líquido de petróleo e ainda o aumento da oferta de gás natural decorrente dessas descobertas. Ademais, a atitude das empresas estrangeiras, fornecedoras de bens e serviços, buscando criar e ampliar instalações no Brasil, gerando emprego e novas oportunidades de negócios, demonstra que a política governamental de exigência de conteúdo local está no caminho certo, trazendo


entrevista

resultados positivos para a sociedade brasileira. M.O. - Quais as principais dificuldades encontradas nesse processo? E.L. - A indicação pela Petrobras da existência da área de grande potencial petrolífero na região do pré-sal iniciou, no âmbito do governo, um processo de discussões sobre todos os aspectos relativos à melhor forma de apropriação dessa riqueza pelo País. Pode-se dizer que o amadurecimento das ideias relativas a essas discussões, que envolveram o legislativo na elaboração do novo marco legal, com temas complexos como a distribuição dos royalties, está sendo a principal dificuldade até o momento. Não obstante, estamos seguros de que o espírito público dos parlamentares assegurará uma rápida e competente solução para o problema. M.O. - Em sua perspectiva, como a economia brasileira está se preparando para os planos de investimentos e expansão das empresas para os próximos anos? E.L. - As políticas de redução de juros, de desoneração dos investimentos e de adequação cambial, a criação do Plano Brasil Maior, visando ao aumento da competitividade das empresas nacionais, bem como a exigência de conteúdo local nos empreendimentos de exploração e produção no País deverão contribuir para motivar o empresário brasileiro a fortalecer sua participação no setor. M.O. - A presidente da Petrobras, Graça Foster, anunciou que a empresa adota agora uma postura mais realista no que diz respeito à execução do plano de negócios, relatando, inclusive, o não cumprimento de metas estabelecidas na

gestão anterior. Como o governo brasileiro avalia esse processo? E.L. - A Petrobras é uma das maiores empresas do País e atua num segmento de extrema complexidade e importância em nível mundial. Considero que a gestão anterior e a atual perseguem os mesmos objetivos: atuar com maior eficiência e transparência desejáveis para que a empresa possa, com a devida competência, cumprir sua missão institucional, gerando riquezas para o País e para seus acionistas.

O Ministério tem o maior interesse na retomada desses certames o quanto antes M.O. - O mercado já dá como certo o lançamento da 11ª Rodada de Licitação para 2013. Se confirmada a data, terão sido transcorridos cinco anos de paralisia para que se dê início a novas etapas de E&P no Brasil. Esse atraso não vem prejudicar a indústria como um todo? E.L. - A 11ª Rodada de Licitações foi avaliada no âmbito do CNPE (Conselho

Nacional de Política Energética) e submetida à aprovação da Presidência da República ainda no ano passado. O Ministério tem o maior interesse na retomada desses certames o quanto antes. No entanto, as discussões em torno da distribuição dos royalties e da participação especial, que têm ocorrido no Congresso Nacional, introduzem uma complexidade adicional, tornando prudente a decisão de promover novas rodadas apenas após a conclusão da tramitação da matéria no Legislativo. Considerando a necessidade de quatro meses entre a tomada de decisão e a celebração da licitação, fica evidente que apenas em 2013 será possível a realização do certame. M.O. - Para o senhor, qual a melhor proposta de partilha dos royalties do petróleo? E.L. - A melhor alternativa para o Ministério de Minas e Energia é aquela oriunda de um entendimento entre as partes. Dessa forma, evitaremos possíveis questionamentos judiciais, com consequências danosas para todos. M.O. - O senhor acha que conseguiremos suportar a demanda por equipamentos de bens e serviços da indústria? E.L. - Tanto o governo quanto as empresas operadoras do setor petróleo e gás, em conjunto com as associações e empresas fornecedoras, trabalham no sentido de garantir o aumento dos investimentos e da capacitação da mão de obra no País, de modo a atender o aquecimento dessa demanda. Em paralelo, a lei que estabeleceu o novo modelo para a exploração do pré-sal determinou que o ritmo da oferta de novos blocos deverá considerar a capacidade da indústria brasileira de atender MACAÉ OFFSHORE 19


ENTREVISTA

à demanda a ser gerada. Dessa forma, estamos seguros de que a indústria brasileira de bens e serviços terá plena capacidade de atendimento às demandas das empresas petroleiras, considerando o tripé preço, prazo e qualidade. M.O. - Como é a relação entre MME, empresas estrangeiras e fornecedores brasileiros de bens e serviços? E.L. - A relação do Governo com o setor produtivo nacional ou estrangeiro é de pleno respeito, com amplo diálogo e transparência. Os contratos estão sendo cumpridos e todas as decisões relativas a eventuais infrações são tratadas de maneira técnica pelas áreas competentes. M.O. - O senhor acredita que os fornecedores brasileiros têm condições de atender às d e mandas do setor

nos quesitos preço, prazo e qualidade? E.L. – Sim. A política de conteúdo local conduzida no âmbito dos contratos de concessão para exploração e produção de petróleo e gás natural foi construída com o apoio de todos os agentes da indústria petrolífera no País. Ocorreram diversas reuniões, tanto com as empresas petroleiras, quanto com as associações de empresas fornecedoras de bens e serviços, no intuito de dimensionar a capacidade de atendimento da indústria nacional. Os resultados que temos colhido, até este momento, são positivos. Ademais, percebe-se que há crescente interesse de empresas fornecedoras internacionais em se instalar em solo nacional, muitas vezes em parcerias com empresas nacionais, contribuindo para que a demanda apresentada seja atendida nestas condições.

M.O. - Como o senhor observa o peso dos players internacionais nas atividades de O&G no Brasil? O senhor verifica uma tendência de aumento na participação? E.L. - Nós temos diversas empresas petrolíferas estrangeiras com atuação destacada em nível mundial atuando no País e ainda empresas nacionais ampliando sua participação nas atividades de exploração e produção. Mesmo com a determinação legal de que novos blocos na região do pré-sal devam ser exclusivamente operados pela Petrobras, haverá oportunidades para parcerias no modelo de partilha e ainda no restante das bacias sediment a r e s

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nacionais, que permanecerão sendo ofertadas na modalidade de concessão. Vale destacar a expectativa de descobertas na margem equatorial do País e ainda as recentes descobertas da Petrobras em águas profundas no litoral de Sergipe. Por essas questões e pela tendência de aumento da demanda por petróleo no mundo, posso concluir que existe uma tendência para o aumento da participação das empresas internacionais no País. M.O. - O que nós, brasileiros, podemos ganhar com uma maior presença de empresas estrangeiras nas operações? E.L. - A indústria petrolífera utiliza tecnologia de ponta e é intensiva em investimentos. As descobertas ocorridas no País, em águas cada vez mais profundas, indicam que a participação das empresas estrangeiras pode ser de grande valia, seja pela oferta de novas tecnologias, seja pelo aporte de recursos. Assim, as empresas estrangeiras poderão contribuir com melhores práticas na exploração do pré-sal, geração de emprego e distribuição de renda, com investimentos e aumento do conhecimento geológico das nossas bacias sedimentares. M.O. - O Brasil tem 45% da matriz energéticas oriunda de fontes renováveis e limpas, um exemplo a ser seguido internacionalmente. O senhor acha que durante o foro internacional Rio+20 os objetivos foram alcançados? E.L. - Considero que as discussões no âmbito da Rio+20, que contaram com representantes da grande maioria das nações no mundo, cumpriram seus objetivos. Nesse sentido, os avanços pactuados foram os possíveis, principalmente considerando-se o momento atual de turbulência econômica por


entrevista

que passa grande parte da Europa e os Estados Unidos. M.O. - Recentemente, o Governo do Rio lançou o Programa Rio Capital da Energia, com a participação do MME. Qual a importância deste programa para o desenvolvimento do setor energético fluminense e brasileiro? E.L. - O Estado do Rio de Janeiro tem um grande potencial para a produção de petróleo e diversos centros de pesquisa e universidades voltados para o setor de energia. Além disso, possui o maior parque térmico do País, e está iniciando o processo de estímulo à produção de etanol. Essa iniciativa do Governo do Estado, que focará em inovação tecnológica, eficiência energética e sustentabilidade ambiental, deverá contribuir para a viabilização de projetos de interesse de toda a sociedade. A Petrobras conduz projetos no âmbito desse programa, com foco na eficiência energética, redução de emissões e divulgação de informações sobre a indústria petrolífera. Considero essa iniciativa de grande importância e creio que tais ações, em conjunto com as políticas conduzidas no âmbito do

MME, contribuirão fortemente para o desenvolvimento do setor energético brasileiro. M.O. – Qual a sua expectativa para a Rio Oil & Gas? E.L. - O Governo espera que tanto a feira quanto a conferência tenham grande participação de representantes

da indústria petrolífera internacional, além da nacional, e que possa ocorrer troca de experiências entre os participantes, além de bons negócios, contribuindo para o fortalecimento desse setor no País. Outra expectativa é que os negócios e os debates gerados sejam de alto nível e consolidem a Rio Oil & Gas como um dos principais eventos em nível mundial.

PERFIL Indicado em 2008 pelo presidente do Senado, José Sarney, o ministro Edison Lobão tem pela frente um dos maiores desafios a serem enfrentados por uma pasta ministerial: a tarefa de transformar o Brasil em um país referência na questão energética em praticamente todas as fontes – fóssil, renovável e de biomassa. Lobão assumiu a chefia do Ministério de Minas e Energia quando exercia o terceiro mandato como senador, depois de estar na oposição, filiado ao extinto PFL (hoje DEM), durante quase toda gestão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (20022010). Hoje, é um dos poucos ministros da era Lula a continuar na função durante a administração Dilma Roussef. Natural de Mirador, interior do Maranhão, advogado e jornalista, Lobão, 76 anos, possui longa carreira política. O ministro exerceu mandato de deputado federal de 1979 a 1987 e governou o Estado do Maranhão de 1991 a 1994. Foi 1º vice-presidente do Senado em 2001 e presidente interino de julho a setembro do mesmo ano. Na Casa também presidiu a comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e a de Fiscalização e Controle. 

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INTERVIEW

Edison Lobão In an exclusive interview to Macaé Offshore, the Minister of Mines and Energy talks about the challenges to be faced by the Government in relation to the oil and gas segment

By Brunno Braga

Since 2008 holding one of the most important positions of the federal Government – the Ministry of Mines and Energy -, Edison Lobão, from Maranhão, has been under the spotlight of major media channels many times. From environmental predicaments due to the construction of hydroelectric dams in the Amazon region to the debate over the control of gasoline prices, passing by the demands for policies geared towards sustainability, the Minister sees himself involved in issues that will mark the future of the country’s energy.

MACAÈ OFFSHORE – In August, the Petroleum law (Federal Law 9.478, published on August 7, 1997). In your opinion, what are advancedess achieved so far? EDISON LOBÃO – The Petroleum law allowed the consolidation of Petrobras as a large oil company in the competitive environment installed in the country, in addition to attract investments from other oil companies and companies providing services to the sector. As a result of this process, we can highlight the discoveries in the pre-salt region and the consequent increase in national production, the strengthening of the oil industry, the generation of jobs and income for the society, in addition to energy safety in the medium and long term in the provision of these non-renewable energy 22 MACAÉ OFFSHORE

And within these issues, the pre-salt theme is at the center of the scene, especially in relation to the billion-dollar investments which attract international interest. In an interview with Macaé Offshore, Edison Lobão comments on Petrobras, the creation of Pre-salt Oil S.A., natural gas, local content, royalties, the 15th anniversary of the Petroleum Law and other topics that involve the Brazilian offshore business. See the main topics below:

resources. This process provided a strong development of our Brazilian industry that supplies goods and services. It’s evident, therefore, that the Petroleum oil law is bringing very positive results for the country.

M.O. – Investments in the oil and gas industry have grown in Brazil in recent years, particularly in relation to the activities of E&P in the pre-salt layer. What’s your evaluation of the results obtained so far?

E.L. – The discoveries already recorded in the pre-salt region, which are confirming the initial forecasts of large volumes of oil and gas in the region, make it possible to weave a promising scenario for the oil industry in the country. The laws that introduce

the system of sharing and the social fund, enabling the onerous transfer of areas for Petrobras and creating Presalt Petroleum S.A, have recently approved by the National Congress, will allow the Brazilian society to reap the fruits of this wealth more appropriately. It is worth noticing the national energy safety in the supply of these fossil fuels, increasing the importance of the country as future net exporter of oil and the increase in the supply of natural gas due to these discoveries. Furthermore, the attitude of the foreign companies, suppliers of goods and services, seeking to create and expand facilities in Brazil, generating employment and new facilities in Brazil, generating employment and new business opportunities, demonstrates that the Government policy of Local Content requirement is on the


INTERVIEW

right track, bringing positive results to the Brazilian society.

M.O. – What were the main obstacles of this process?

E.L. – The statement by Petrobras of the existence of an area with a great oil potential in the pre-salt region started, whithin the Government, a process of discussions on all aspects relating to the best way of appropriation of wealth by the country. It can be said that the maturation of ideas relating to these discussions, involving the legislature in drawing up the new legal framework, with complex themes, such as the distribution of royalties, is the main difficulty so far. Nevertheless, we are confident that the public spirit of parliamentarians will ensure a quick and competent solution to the problem.

M.O. – From your point of view, how is the Brazilian economy preparing for the investment plans and for the expansion of companies for the next year?

E.L. – The policies intended to reduce interest, exempt investments, exchange adequacy, the creation of the Bigger Brazil Plan, aimed at increasing the competitiveness of domestic enterprises, as well as the Local Content requirement in exploitation and production ventures in the country, should help to motivate the Brazilian businessmen to strengthen their participation in the sector.

M.O. – The President of Petrobras, Graça Foster, announced that the company is adopting now a more realistic attitude with regard to the implementation of the business plan, reporting as well the occurrences of lack of compliance towards the targets set in the previous management. How does the Brazilian Government assesse this process?

E.L. – Petrobras is one of the largest companies in the country and operates on a segment of extreme complexity and importance at world level. I believe that both the previous and the current administration pursue the same objectives: to act with greater efficiency and transparency desirable

so that the company can, with proper competence, comply with its institutional mission, generating wealth for the country and for its shareholders.

between the decision and the conclusion of the bidding, it is evident that only in 2013 the realization of the exhibition will be possible.

M.O. – The market is already sure about the launching of the eleventh round of bidding for 2013. Once confirmed the date, there will be five years of paralysis before the start of new stages of E&P in Brazil. Doesn’t this delay come to harm the industry as a whole?

M.O. – In our opinion, what is the best proposal for the sharing of the royalties from oil?

Ministry has the greatest interest in that these events are resumed as soon as possible E.L. – The IX Round of bidding was evaluated within CNPE and subject to approval by the Presidency of the Republic last year, and the Ministry has the greatest interest in that these events are resumed as soon as possible. However, the discussions around the distribution of royalties and Special Participation, which have occurred in the National Congress, introduce additional complexity to the subject, so as to consider wise the decision to hold new Rounds just after the completion of the processing of the matter in the Legislative House. Considering the necessity of 4 months

E.L. – The best alternative for the Ministry of Mines and Energy is the one that comes from an agreement between the parties. This way we can avoid possible court questioning with bad consequences for all.

M.O. – Do you think that we will be able to meet the demand for new goods and services equipment from the industry?

E.L. – Both the Government and the operators of oil and gas sector, together with associations and companies in the industry, work to ensure a growth of investments and the empowerment of the workforce in the country, in order to meet the heating of this demand. In parallel, the law that established the new model for pre-salt exploration determined that the pace of new blocks should consider Brazilian industry’s ability to meet the demand to be generated. Thus, we are confident that the Brazilian goods and services industry will have full capacity to meet the demands from the oil companies, considering the price, deadline and quality tripod.

M.O. – How is the relationship between the MME, foreign companies and the Brazilian suppliers of goods and services? E.L. – The relationship between the Government with the national or foreign productive sector is respectful, with broad dialogue and transparency. The contracts are being enforced and all decisions relating to possible infractions are treated by the competent technical areas.

M.O. – Do you believe that the Brazilian suppliers are able to meet the demands from the industry in price, time and quality requirements?

E.L. – Yes. The local content policy conducted in the framework of concession contracts for exploitation and production of oil and natural gas was MACAÉ OFFSHORE 23


INTERVIEW

built with the support of all agents of the oil industry in the country. There have been several meetings with both oil companies and associations of companies providing goods and services, in order to scale the capacity of the domestic industry. The results that we have collected, up to this moment, are positive. Furthermore, there is growing interest from international companies to be installed on domestic soil, often in partnerships with domestic companies, contributing so that the presented demand is met according to these conditions.

M.O. – How do you evaluate the weight of international players in the O&G activities in Brazil? Do you observe a tendency to increase participation? E.L. – We have several foreign oil companies with outstanding performance in a global level working in the country and national companies expanding their participation in exploration and production activities. Even with the legal determination according to which new blocks in the pre-salt region should be exclusively operated by Petrobras, there will be opportunities for partnerships with the sharing model as well as in rest of the sedimentary basins, which will still be offered for concession. It is worth noticing the expectation of discoveries in the equatorial margin of the country and also the recent Petrobras discoveries in deep water off the coast of Sergipe. Because of these issues, and by the tendency of increasing of demand for oil in the world, I can conclude that there is a trend towards increased participation of international companies in the country.

M.O. - What can Brazilians earn from their greater presence in operations?

E.L. – The oil industry uses cutting edge technology and it’s intense in investments. The discoveries that occurred in the country, in increasingly deep waters, indicate that the participation of foreign companies can be of great value, either by the provision of new technologies, or by the supply of resources. Thus, foreign companies could help with the use of best practices in the exploration of presalt, generation of employment and income distribution, with investments and increase geological knowledge of our sedimentary basins.

M.O. – Brazil has 45% of its energy matrix from renewable and clean sources, which is an example to be followed internationally. Do you think that during the international Forum Rio + 20 the objectives have been achieved? E.L. – I believe that the discussions in the framework of Rio + 20, attended by representatives of the great majority of nations in the world, met their goals. In this sense, the advances agreed were possible, mainly if we consider the current economic turmoil that most countries of Europe and the United States live.

M.O. – Recently, the Government of Rio launched the program Rio Capital of Energy Capital, with the participation of MME. What is the importance of this program for the development of the

energy sector in Rio de Janeiro and in the country?

E.L. – The State of Rio de Janeiro has a great potential for oil production and has several research centers and universities focused on the energy sector. In addition, it has the country’s largest thermal park, and is also resuming the process of stimulating the production of ethanol. This initiative from the State Government, which will focus on technological innovation, energy efficiency and environmental sustainability, shall contribute to the viability of projects of interest to the entire society. Petrobras conducts projects within this program with focus on energy efficiency, reducing emissions and disclosing information about the petroleum industry. I consider this initiative of great importance and I believe that such actions, together with the policies conducted in the framework of MME, contribute heavily to the Brazilian energy sector development.

M.O. – What are your expectations for Rio Oil & Gas?

E.L. – The Government expects that both the fair and the Conference have great participation by representatives of the international oil industry, in addition to the national industry, and that the exchange of experiences among participants can occur, in addition to good business, contributing to the strengthening of this sector in the country. Another expectation is that businesses and the debates generated have high level of quality and consolidate Rio Oil & Gas as one of the main events at the world level.

PROFILE Nominated in 2008 by the President of the Senate, José Sarney, the Minister Edison Lobão has one of the greatest challenges to be faced by a governmental minister: the task of transforming Brazil into a reference country on the energy issue in almost all sources – fossil, renewable and biomass. Lobão assumed the position of leader of the Ministry of Mines and Energy when he exercised the third

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term as Senator, after being in opposition, affiliated with the now defunct PFL (today DEM), during almost all administration by the former President Luis Inácio Lula da Silva (2002-2010). Today, he is one of the few Ministers from the Lula’s era to continue in the function during the Dilma Roussef’s Administration. He was born in Mirador, in Maranhão. He’s a 76 year-old lawyer

and journalist, and has a long political career. The Minister worked in the as a federal congressman from 1979 to 1987 and ruled the State of Maranhão from 1991 to 1994. He was the first Vice-President of the Senate in 2001 and interim president from July to September of the same year. In the House, he also headed the Constitution, Justice and Citizenship Committee and the Supervision and Control Committee. 


INTERVIEW

Etanol: um novo motor para o Rio Redução de impostos para a produção e expansão da Usina Canabrava é um dos destaques deste novo momento vivido pela indústria de cana-de-açúcar Por Flávia Domingues e Brunno Braga

O

Programa Rio Capital da Energia deu, em agosto, mais um passo rumo ao incremento de política de energias renováveis no Rio de Janeiro. Em decreto assinado pelo governador Sérgio Cabral, a produção de etanol no estado teve reduzida a

alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que passou de 24% para 2%. O objetivo é promover a retomada da indústria canavieira, sobretudo na região Norte Fluminense que, até a década de 1970, tinha na cultura da cana o principal motor da sua economia.

“O Norte Fluminense voltará a florescer. Além de combater a sonegação feita por algumas empresas ‘marginais’, estaremos promovendo investimentos nesta região, que na década de 70 era uma das mais importantes áreas de cultivo de cana-de-açúcar do Brasil”, afirmou Cabral.

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rio capital da energia

Além do desafio de retomar o setor na região, a redução da alíquota visa, ainda, a ampliar a participação do estado na produção nacional de etanol. Atualmente, o Rio responde por apenas 0,4%, enquanto consome hoje cerca de 5% da produção total do País. Queremos chegar a 5% da produção em dez anos. Essa é a sinalização, pois estamos mudando uma política tributária que estava equivocada, já que tínhamos uma produtividade menor e uma lei tributária maior. Nosso compromisso é com a produtividade. Esperamos que, em dez anos, atraídos pelo incentivo, surjam de quatro a cinco novas usinas, que aumentem a produção do estado”, afirma o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno.

A assinatura do decreto ocorreu durante o Seminário Etanol, realizado no Rio de Janeiro, que reuniu representantes dos governos estadual e federal e empresários para debater as principais questões que envolvem o setor de etanol, abrangendo desde sua competitividade junto aos demais combustíveis, sua posição como commodity internacional e a inovação tecnológica necessária para aumentar sua produtividade, além da necessidade de logística e financiamento. O evento foi organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviço, dentro do Programa Rio Capital da Energia, com apoio das empresas Raizen e Usina Canabrava. Apesar de certo otimismo em relação a incentivos e investimentos no setor sucroalcoleiro

fluminense, o professor de Economia da Universidade do Norte Fluminense (Uenf), Alcimar Chagas, analisa que a redução tributária por si só não será suficiente para alterar o quadro de letargia que esta indústria vem sofrendo nos últimos anos. Para ele, é preciso que o governo promova um novo formato de organização produtiva para que haja maior eficiência dentro da cadeia do setor. “Ao contrário do que acontece em outras regiões, aqui, o cultivo de cana-de-açúcar ainda é feito de forma muito tradicional e, além disso, não há tanta terra disponível para uma expansão. Outro problema é o sucateamento das usinas, que não conseguem caixa para aumentar os investimentos”, avaliou o professor, em entrevista à Macaé Offshore.

Usina Canabrava planeja expansão A situação da falta de capacidade de investimento das indústrias do setor parece não ser o caso do Grupo Canabrava, que anunciou investimentos da ordem de R$ 300 milhões para construção da segunda unidade produtora de etanol e geradora de energia elétrica em Campos dos Goytacazes. O início da operação está previsto para a safra 2014/2015. A nova unidade terá

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capacidade de processar 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar, gerar 44 MW de energia elétrica a partir da biomassa e produzir até 120 milhões de litros de etanol. Atualmente, a Canabrava – que teve sua primeira unidade construída em 2007 – é a primeira e única usina em funcionamento no mercado fluminense com licença de

instalação concedida pelo Instituto Estadual de Ambiente (Inea) e que apostou em seguir as novas tendências mundiais de energias limpas em substituição ao petróleo. “O etanol é a energia limpa que, acreditamos, será um dos pilares de uma nova matriz energética de que o mundo precisa para continuar se desenvolvendo”, afirma Ludovico Giannattasio, presidente do Grupo Canabrava.


rio capital da energia

Usina Canabrava desenvolve projeto de aproveitamento de resíduo líquido do etanol The Canabrava group develop project that use the liquid waste from the production of ethanol

Vinhaça da cana pode gerar energia elétrica

Bons ventos a favor do etanol

O Grupo Canabrava aposta numa nova forma de energia. Está em andamento na usina o projeto que produz energia elétrica a partir da vinhaça da cana-de-açúcar, um resíduo líquido da produção do etanol. Para se ter uma ideia, para cada litro de etanol produzido, em média 12 litros de vinhaça são deixados como subproduto.

A expansão da Usina Canabrava e o decreto do Governo que vai reduzir os impostos para incentivar a produção de etanol no Rio de Janeiro são algumas iniciativas para colocar o estado num patamar de destaque no cenário brasileiro da produção de cana e também na geração de energias limpas.

Para o aproveitamento, é utilizado um processo de biodigestão do conteúdo orgânico da vinhaça. A digestão por bactérias resulta em um biogás com 80% do metano, com grande potencial energético. “Aproveitamos a sobra da produção e nossa expectativa é a geração de 5 MW de energia elétrica”, conta Ludovico. Hoje, a energia elétrica gerada na usina é comercializada pela MPX, do empresário Eike Batista.

Nos últimos dois anos, os investimentos na fabricação do combustível deram uma freada por conta da queda na oferta da cana e pela crise pela qual o setor passou. No passado, o Rio de Janeiro chegou a ter 18 usinas em operação, a maior parte instalada no Norte Fluminense, tendo hoje apenas três em funcionamento. Campos dos Goytacazes já foi considerado o maior município canavieiro do país, posto que agora é ocupado por Morro Agudo, em São Paulo. 

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Rio, the Capital of Energy

Ethanol: a new engine for Rio Tax reduction for the production and expantion of the Canabrava Plant stand out in this moment lived by the sugarcane business

By Flávia Domingues and Brunno Braga

T

he Rio Capital of Energy program, designed by the Secretary of State and Economic Development, Energy, Industry and Services gave, on August, another step towards the improving of the alternative energy policy in Rio de Janeiro. In a decree signed by the Governor Sérgio Cabral, the production of ethanol in the state had its aliquot on Goods and Services circulation (ICMS) lowered, from 24% to 2%. The goal is to promote the revival of the sugar industry, mostly in the northern region of Rio de Janeiro which, until the 70’s, used to grow sugar as the engine of its economy. In addition to the challenge of resuming the sector activity in the region, the reduction of the rate aims at enlarging the State’s participation in the national production of ethanol. Currently, the State accounts for just 0.4%, while it consumes about 5% of the total production in the country today. “So we want to reach 5% of production in ten years. This is the signaling, as we are changing a tax policy that was misguided, since we had a lower productivity and a higher tax bill. We are committed to productivity. We hope that in ten years, four or five new plants come to the existence attracted by the encouragement, increasing the production of the State”, the Secretary of economic development, Julio Bueno, says.

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“The North of the State of Rio de Janeiro will flourish. In addition to combat tax evasion by some ‘marginal’ companies, we will be promoting investments in this region, which in the 70’s was one of the most important areas of cultivation of sugar cane in Brazil,” Cabral said. The signing of the Decree was made during the Seminar on Ethanol, which brought together representatives of State and federal Governments and industry entrepreneurs to discuss analysis and conjecture about this fuel in Brazil. “To discuss the energy of the 21st century is one the main topics of the program Rio Capital of Energy,” Bueno pointed out. The seminar aimed to discuss the main issues involving the ethanol sector, ranging from their competitiveness with other fuels, its position as an international commodity and technological innovation needed to increase its productivity, as well as the need for logistics and funding. The event was organized by the Secretariat of economic development within the Rio Capital of Energy program, with the support from companies such as Raízen and Canabrava Plan. Despite a certain optimism regarding the incentives and investments in the sector of sugar and alcohol, the professor of Economics at the Norte

Fluminense University (Uenf), Graham Charlton, analyzes that only the tax reduction is not enough to change the frame of lethargy that this industry has suffered in recent years. For him, it is necessary that the Government promotes a new productive organization format for greater efficiency within the industry chain. “Contrary to what happens in other regions, here the cultivation of sugar cane is still made by traditional ways, and besides, there is so much land available for expansion. Another problem is the scrapping of plants that are not able to get cash to increase investment”, the professor said in an interview with Macaé Offshore.

Canabrava Plant plans expansion The situation of lack of investment seems not be the case of the Canabrava Group, which announced investments of R$ 300 million for the construction of the second unit producer of ethanol and electric power in Campos dos Goytacazes. The start of the operation is planned for 2014/2015. The new plant will have capacity to process 1.5 million tons of sugar cane; generate 44 MW of electrical power from biomass, and produce up to


Rio, the Capital of Energy

120 million liters of ethanol. Currently, the Canabrava group – which had its first unit built in 2007 – is the first and only plant in the Rio de Janeiro’s market in operation with installation license granted by the State Institute of Environment (Inea) and which bet on following the new world trends of clean energy to replace oil.

“Ethanol is the clean energy that, we believe, will be one of the pillars of a new energy source that the world needs in order to continue developing,” Ludovico Giannattasio, President of the Canabrava Group. Today, the electricity generated at the plant is commercialized by MPX, owned bt Eike Batista.

Cane vinasse can generate electric power Now the Canabrava group bets on a new form of energy. The project that produces electrical energy from the vinasse of sugar cane, a liquid waste from the production of ethanol, is in progress. To have an idea, for every gallon of ethanol produced, on average 12 liters of vinasse are left as a sub product.

For the reuse a process of biodigestion of the organic content of the vinasse is put into practice. The digestion by bacteria results in a biogas with 80% of methane with great energy potential. “We take the debris from production and our expectation is to generate 5 MW of electricity,” says Ludovico.

Good winds for ethanol The expansion of the Canabrava Plant and the Government decree that will reduce taxes to encourage ethanol production in Rio de Janeiro are some initiatives to put the State on a prominent porch on Brazilian sugar cane production scenario and also in clean energy generation. In the past two years, investments in the production of this fuel stopped due to the fall of the cane supply and to the crisis of the sector. In the past, Rio de Janeiro had 18 plants in operation, most of them installed in the North of the state and today only three of them are working. Campos dos Goytacazes was once considered one of the largest sugar cane producers in the country. Now this position is held by Morro Agudo, in São Paulo. 

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política

Royalties:

pausa para novo round Projeto polêmico que prevê partilha das compensações financeiras sobre petróleo volta à pauta após eleições municipais Por Rodrigo Leitão

Q

uestão polêmica e de difícil condução no Congresso Nacional, a divisão dos royalties do petróleo saiu de foco neste período eleitoral, mas o projeto que trata da questão deve voltar à pauta ainda este ano. É o que garante o relator do projeto, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), em entrevista à Macaé Offshore. “A probabilidade de a Câmara dos Deputados votar antes das eleições municipais (que acontecem em 7 de outubro) o projeto que redefine a distribuição dos royalties do petróleo é improváv el, porque há cinco Medidas Provisórias (MP) travando a votação”, afirma o deputado. O parecer de Zarattini visa garantir que os estados produtores, como Rio de Janeiro e Espírito Santo, continuem recebendo a mesma arrecadação até 2023. Existem duas propostas aprovadas no Congresso que tentam retirar os royalties dos municípios produtores. A primeira é uma emenda do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que restituiu a emenda do deputado federal Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), aprovada na Câmara, em que os royalties do pré-sal e dos atuais contratos de exploração de petróleo seriam igualmente distribuídos entre todos os estados da federação, sem privilégio aos principais produtores – Rio de Janeiro e Espírito Santo. A emenda do senador foi vetada pelo então

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presidente Luís Inácio Lula da Silva e o Congresso ainda pode derrubar o veto do ex-presidente. A segunda manobra que prejudica os municípios produtores é a aprovação no Senado do substitutivo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que redivide todas as Divulgação

receitas da exploração do petróleo, incluindo aquelas nas áreas já licitadas. Pelo substitutivo do senador, os municípios produtores passariam da fatia de 26,25% no bolo dos royalties para 17%, chegando gradativamente a 4% em 2020. Entre as diferentes esferas de poder, a União ficará com a maior parte da arrecadação, recebendo cerca de 55% das participações governamentais. Isso acontece porque, no modelo de partilha, extinguem-se as participações especiais e a União passa a compartilhar a produção, recebendo exclusivamente o lucro sobre o óleo produzido. O fundo de distribuição regional (atual FEP) será ampliado significativamente, saltando de 4% para 26%. Enquanto estados e municípios produtores terão sua participação relativa reduzida fundamentalmente pela extinção das participações especiais, a proposta aprovada no Congresso impõe perdas de 97% não só para o petróleo a ser licitado, mas para tudo o que já foi licitado e até mesmo para o que está em produção.

Relator do projeto, deputado Carlos Zarattini (PTSP): votação improvável antes de 7 de outubro Rapporteur of project, the congressman Carlos Zaratini (PT-SP): unprobabil vote before 7th October

Para Miguel Mirilli, professor de Direito do Petróleo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e de Planejamento Tributário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não há dúvida de que os estados produtores de petróleo suportam ônus


política

decorrente da atividade petrolífera, com aumento de gastos públicos necessários para possibilitar a realização dessa atividade econômica nas áreas de infraestrutura, segurança e educação, além do risco ambiental decorrente desta atividade, mesmo sendo em área offshore. Exemplo recente disto é o acidente no Golfo do México, que

afetou os estados mais próximos da produção. “Os estados produtores têm a seu favor esse ônus que deve ser indenizado, conforme a própria Constituição determina. Por outro lado, os estados não produtores têm a seu favor o objetivo republicano

de diminuição das desigualdades regionais. Quanto antes for decidida esta questão da distribuição de royalties, mais cedo poderá ser iniciada a produção de petróleo no pré-sal em novos blocos, cuja contratação não será feita enquanto não houver uma decisão final”, afirma o especialista à Macaé Offshore.

Rio e Espírito Santo prometem fazer barulho no Supremo Divulgação

A guerra dos royalties foi reaberta no início de setembro no Supremo Tribunal Federal. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, ajuizou ação de inconstitucionalidade (Adin 4.846) contra o dispositivo legal (Lei 7.990/89) que promove o repasse de parte dos royalties advindos da exploração de petróleo no mar territorial capixaba aos demais estados.

a nova divisão a ser feita apenas para

O estado alega que a lei “ofende o princípio federativo” ao “restringir a autonomia” dos estados produtores, principalmente nas bacias petrolíferas do Espírito Santo e Rio de Janeiro (Bacia de Campos), de onde saem quase 90% toda a produção nacional.

do Estado e as prefeituras não podem

Segundo Casagrande, os recursos são destinados ao financiamento da saúde, da educação, do saneamento básico e da infraestrutura viária. Para especialistas, a ação do governo capixaba, já distribuída ao ministro Ricardo Lewandowski, vai obrigar o STF a se pronunciar de uma vez por todas sobre a questão dos royalties gerados pela produção de petróleo e gás nos estados produtores.

os blocos não licitados. Estima-se que a redivisão das receitas do petróleo, se aprovada, amplie as perdas fluminenses em R$ 125,6 bilhões até o final da década. De acordo com Julio Bueno, o Rio recebeu em 2010 quase R$ 8 bilhões em royalties e participações especiais. “O Governo abrir mão desses valores, pois são essenciais para manter o equilíbrio das finanças e garantir investimentos em estradas, escolas, hospitais, segurança e Julio Bueno, secretário do Rio: “Governo e prefeituras não podem abrir mão desses valores” Julio Bueno, State Secretary in Rio: The Government and the municipalities cannot give these values up

meio ambiente”, destaca o secretário do Rio. Para o secretário do Espírito Santo,

Em entrevista à Macaé Offshore, os secretários estaduais de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, Júlio Bueno, e do Espírito Santo, Márcio Félix, afirmam que os dois estados estão acompanhando todos os desdobramentos em relação à votação. Eles acreditam que a sensatez deverá prevalecer e que será acatada a proposta feita pelo ex-presidente Lula, que considera

Márcio Félix, os royalties são receitas de extrema importância para a capital, Vitória, e os 78 municípios capixabas. “Entre 2010 e 2011, tivemos uma arrecadação com as receitas dos royalties da ordem de R$ 1,8 bilhão. Até julho deste ano, esses números já superam a casa dos R$ 2 bilhões”, comenta Félix.

Municípios excluídos fazem pressão De olho no aumento de suas fatias no bolo dos royalties, representantes de cidades do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará, São Paulo e Sergipe fundaram a Associação dos Municípios Excluídos do Rol

dos Recebedores de Royalties do Petróleo e Gás (Amroy). Segundo o secretário-executivo da associação, o advogado Rodrigo Bornholdt, a intenção do grupo é assegurar a esses municípios que recebiam as

receitas dos royalties devidas às instalações de embarque e desembarque de petróleo e gás uma definição mais clara da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). MACAÉ OFFSHORE 31


política

“A ANP disse que esses municípios não sofrem impactos da extração de petróleo e afirmou que as receitas dos royalties são repassadas às cidades que extraem petróleo. Não queremos criar discórdia com a ANP, mas falta uma definição do órgão em relação ao que seriam essas instalações”, afirma Bornholdt à Macaé Offshore. Municípios como Camaragibe/PE, Imbé/RS, Osório/RS, Jaboatão dos Guararapes/PE, Cabo de Santo Agostinho/PE, Estância/SE, Laranjeiras/SE e Canoas/RS fazem parte da Amroy.

Em nota enviada à Macaé Offshore, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) informou que segue estritamente a legislação vigente para fazer os cálculos das participações governamentais. Segundo a Agência, de fato, correções foram feitas pela ANP em 2002, ou seja, há mais de dez anos. A partir de março de 2002, diversos municípios deixaram de perceber os royalties provenientes da distribuição da parcela de 5% destinada aos municípios com instalações de embarque e desembarque de petróleo e de gás.

Isto ocorreu, segundo a agência, pelo fato de a instalação localizada naqueles municípios (por exemplo, citygate) não se enquadrar no conceito de instalação de embarque e desembarque de petróleo e de gás natural, definido na Lei n.º 7.990/89 e no art. 19 do Decreto n.º 01/91. “Em relação ao city-gate, vale ressaltar que a jurisprudência dos TRFs e do STJ já se consolidou no sentido de que tal equipamento não deve ensejar royalties consoante à legislação vigente”, diz a nota.

OAB e Firjan alertam sobre inconstitucionalidade A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) defende que qualquer mudança na cobrança dos royalties seria absolutamente inconstitucional”. A falta dos recursos, segundo a Firjan, levaria o Estado a uma dívida e, num efeito “bola de neve”, o Rio seria alvo de sanções impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, deixando de receber também outros recursos do governo federal. Em nota oficial, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seção Rio de Janeiro, afirma que a mudança na legislação fere a harmonia entre os estados. “A sombria perspectiva de quebra financeira de municípios fluminenses, caso venha a ser perpetrada a injustiça que essa maioria tenta impor à minoria, é tão grave quanto a violência, o absurdo jurídico que viria quebrar a harmonia federativa na distribuição desta riqueza nacional”, afirma o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous. Ele lembra que, justamente para não permitir o desequilíbrio entre os entes da federação, o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, produtores de quase todo o petróleo nacional, não podem cobrar o ICMS do produto, que 32 MACAÉ OFFSHORE

é recolhido no estado de destino. Para Wadih Damous, esse pacto federativo foi acordado justamente para evitar que ambos ficassem com fatias muito

grossas do bolo, em detrimento dos demais. Em contrapartida, receberiam uma parte maior dos recursos arrecadados.

Em Macaé, petróleo representa 40% do orçamento Em entrevista à Macaé Offshore, o prefeito de Macaé e presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), Riverton Mussi, explica que os royalties e as participações especiais representam hoje 40% do orçamento municipal, graças à política fazendária de aumento da arrecadação de recursos próprios que o município vem adotando. “Vamos continuar realizando projetos e obras, mas com menos recursos e tendo que priorizar obras”, destaca. Na opinião do prefeito, independentemente de quando ocorrer a votação, os municípios produtores do Estado do Rio de Janeiro não podem abrir mão do pós-sal e do pré-sal licitados. Segundo Riverton, a prefeitura aceita rediscutir o pré-sal não licitado, que são as descobertas futuras. “Acreditamos que o acordo ainda é o ideal e junto com o governador do Rio, Sérgio Cabral, buscamos

entendimento para que o caso não chegue à Justiça”, ressalta. Sobre uma possível derrota dos estados produtores com o novo repasse na redistribuição dos royalties, o prefeito foi enfático ao falar do projeto de lei do senador Vital do Rêgo e da emenda do deputado Ibsen Pinheiro, que o Governo ganhou na Justiça. “Caso percamos no Congresso, vamos apoiar o Estado no ingresso de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) junto ao Supremo Tribunal Federal, já que, por lei, nem a Ompetro, nem os municípios podem ingressar com uma Adin”, disse. De acordo com Riverton, somente podem ingressar com uma Adin o presidente da República, a mesa da Câmara, a mesa do Senado, a OAB, um partido político, um governador, uma assembleia legislativa estadual ou um procurador da República.


polIticS

Royalties:

a break for a new round Controversial project that provides sharing of financial compensation on oil comes back to the agenda after municipal elections By Rodrigo Leitão

C

ontentious issue and hard to drive in the National Congress, the Division of royalties from petroleum got out of focus in this electoral period, but the project that deals with the issue should return to the agenda this year. That’s what the rapporteur of project, the congressman Carlos Zaratini (PT-SP), ensures in an exclusive interview to Macaé Offshore. “The probability of the Chamber of Deputies vote the project that redefines the distribution of oil royalties before municipal elections (which happen on 7th October) is unlikely, because there are five provisional measures (MP) blocking the vote,” the congressman says. . Zaratini’s opinion aims to ensure that the producer states such as Rio de Janeiro and Espírito Santo, keep getting the same tax collection until 2023. There are two approved projects in the Congress trying to remove the royalties from the producing municipalities. The first one is an amendment by Senator Pedro Simon (PMDBRS), which restored the amendment by Congressman Ibsen Pinheiro (PMDBRS), approved in the Chamber, according to which the pre-salt royalties and current contracts for oil exploration royalties would be equally distributed among all the states of the federation, without privilege to major producers Rio de Janeiro and Espirito Santo. The senator’s amendment was vetoed by the former President Luiz Inácio Lula da

Silva and the Congress can still override the veto of the former President. The second manoeuvre that affects municipalities which are producers is the Senate approval of the Senator’s replacement Vital Rêgo (PMDB-PB), which divides all revenue from oil exploitation, including those in areas already bid. According to the Senator’s replacement, the producer municipalities would go from 26.25% of the “royalties cake” to 17% of it, gradually getting to 4% in 2020. It is estimated that the new Division of oil revenues, if approved, will extend the Rio de Janeiro’s losses in R$ 125,6 billion until the end of the decade. To Miguel Mirilli, Professor of Petroleum Law at Fundação Getúlio Vargas (FGV) and Professor of Tax Planning at the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ), there is no doubt that the oil-producing States support burden resulting from oil activity, with an increase in public spending which are necessary to enable the realization of this economic activity in the areas of infrastructure, security and education, in addition to environmental risk resulting from this activity, even though it’s an offshore activity. A recent example of this is the accident of the Gulf of Mexico, which affected the states which are closer to the production. “The producer States have in their favor this burden that must be

compensated, as the Constitution determines. On the other hand, States which are not producers have in their favor the Republican goal of reducing regional inequalities. The soonest this matter is decided, the sooner the oil production in the pre-salt layer in new blocks can start, considering that the hiring procedures will not be made until there is a final decision,” the specialist affirms to Macaé Offshore. Education – Along with the discussions on the division of “royalties cake”, President Dilma Rousseff pledged her support for Congress to approve the linkage to education for ten years of 100% of the amount of future contracts of arising from oil royalties and pre-salt. These resources would be added to the investment of 50% related to the Social Fund of the pre-salt, which had been approved by the special committee that approved the new National Education Plan (PNE) in June. With the source identification and resources, the Government could guarantee investments of 10% from the gross domestic product (GDP) on education, which is claimed by the national students Union (UNE). Despite the commitment of Dilma publicized in the month of August in a hearing session with student leaders, the Minister of Education, Aloizio Mercadante, couldn’t estimate the volume of resources that would be allocated to the sector. MACAÉ OFFSHORE 33


politics

Rio and Espírito Santo promise some noise at the STF In an interview with Macaé Offshore, the State Secretaries of Economic Development in Rio de Janeiro, Júlio Bueno, and in Espírito Santo, Márcio Félix, affirm that the two States are following the whole breakup in relation to the voting. They believe that common sense should prevail and that the proposal by the former President Lula will be approved. The ex-President considers the new Division to be made only for blocks which are not bid. Among the different spheres of power, the Union will have most of the collection, receiving about 55% of government participation. This is because, in the model of sharing, the special participations are defunct and the Union shall share the production, receiving only the profit on the oil produced. The regional fund of distribution (actual EFF) will be significantly expanded, jumping from 4% to 26%. While producing states and municipalities have their relative share

fundamentally reduced by the extinction of special participation shares, the proposal passed by Congress imposes losses of 97% not only for oil to be bid, but for all that has been tendered for and even for what is in production. According to Júlio Bueno, Rio received in 2010 almost R$ 8 billion in royalties and special participation. “The Government of the State and the municipalities cannot give these values up, because they are essential for maintaining the balance of finance and ensure investments in roads, schools, hospitals, safety and the environment”, says the Rio’s Secretary. To the Secretary of the Espírito Santo, Márcio Félix, the royalties are extremely important resources to the capital city, Vitória, and to the 78 municipalities in Espírito Santo. “Between 2010 and 2011, we had a collection with royalty revenues that amounted in R$ 1.8 billion. Up to July this year, these numbers already outnumber the amount of R$ 2 billion,” Felix says.

The excluded cities pressure With an eye on increasing the slices of the cake of the royalties, representatives of cities of Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará, Sergipe and São Paulo founded the Association of excluded cities from the list of Recipients of Royalties from oil and gas (Amroy). According to the Executive Secretary of the Association, the lawyer Rodrigo Bornholdt, the intent of the group is to ensure that these municipalities that received revenues from royalties due to the loading and unloading of oil and gas have a clearer definition by the National Petroleum, Gas and Biofuel Agency (ANP). “ANP said that these municipalities do not suffer impacts of oil extraction and stated that the revenue from royalties is sent to cities that extract oil. We do not want to create discord with the ANP, but we lack a definition by this organ in relation to what such facilities would be,” Bornholdt says to Macaé Offshore. Municipalities as Camaragibe/PE, Imbé/RS, Osório-RS, Jaboatão dos Guararapes/PE, Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco, resort/ 34 MACAÉ OFFSHORE

IF, Orange/SE and Canoas/RS are part of Amroy. In a note sent to Macaé Offshore, the National Petroleum, Gas and Biofuel Agency (ANP), reported that the agency fully complies with the relevant legislation related to the calculation for government participations. According to the Agency, corrections have been made by ANP in 2002 indeed, i.e. more than 10 years ago. From March 2001 on, several cities no longer perceived the royalties from the distribution of the 5% portion destined to cities with loading and unloading facilities of oil and natural gas. This occurred because the facility on these cities (such as city-gate) does not match to the concept of facility for loading and unloading of oil and gas according to the law 7.990/89 and in art. 19 of Decree No. 01/91. As for the city-gate, it’s important to point out that according to the jurisprudence of TRFs and STJ it’s already decided that such equipment cannot wish for royalties as the law says”. ANP states in note.

OAB and Firjan warn about unconstitutionality The Federation of Industries in the State of Rio de Janeiro (Firjan) argues that any change in the collection of royalties from petroleum would be “absolutely unconstitutional’. The lack of resources, according to Firjan, would drive the State into debt, and in a “snowball” effect, Rio would be targeted by sanctions imposed by the law of Fiscal responsibility, failing to receive also other federal government resources. In an official note, the OAB of Brazil, section of Rio de Janeiro, states that the change in the legislation hurts the harmony between the States. “The grim prospect of municipal financial break, if this injustice that the majority tries to impose against minority is perpetrated, is as serious as violence, the legal nonsense that would break the Federal harmony in the distribution of national wealth,” the President of OAB/RJ, Wadih Damouss, affirms. He recalls that, precisely to disallow the imbalance between the Federation entities, Rio de Janeiro and Espírito Santo, producers of almost all domestic oil, cannot charge the ICMS of the product, which is collected in the state of destination. For Wadih Damouss, this Federal Pact was agreed precisely to prevent both from getting a very thick slices of cake, to the detriment of others. On the other hand, they would receive a larger share of funds raised through royalties.


POLITICS

In Macaé, oil represents 40% of the budget In an interview with Macaé Offshore, the Mayor of Macaé and President of the Organization of Oil-producing Municipalities (Ompetro), Riverton Mussi, explains that the royalties and the special participation represent today 40% of the municipal budget, thanks to the treasury policy to increase fundraising for own resources which the municipality has adopted. “We will continue performing projects and works, but with fewer resources and having to prioritize works”, he says. In the opinion of the Mayor, regardless of when the vote occurs, the producer municipalities

of the State of Rio de Janeiro cannot give up the tendered presalt and post-salt. According to Riverton, the city accepts to discuss again the pre-salt layer which is not bid, which are the future discoveries. “We believe that the ideal thing is the agreement and along with the Governor of Rio, Sérgio Cabral, we seek understanding so that the case did not come to court,” he says. About a possible defeat of the producer states from the new transfer in redistribution of royalties, the Mayor was emphatic when speaking about the bill by Senator Vital do Rêgo and

about the amendment by the Congressman Ibsen Pinheiro, which the Government was victorious in court. “If we lose in Congress, we will support the State with a direct action of unconstitutionality (Adin) at the Supreme Court, since, by law, the Ompetro and the municipalities can’t propose an Adin,” he said. According to Riverton, the only ones who can propose an Adin are the president, the Chamber, the Senate, OAB, a political party, a governor, a legislature or a Republic prosecutor. 

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Agência Petrobras

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Conteúdo local: o

X da questão

Como as exigências podem se reverter em aumento da competitividade da cadeia produtiva brasileira de óleo e gás, que ganha mais força com novos investimentos Por Brunno Braga e Rodrigo Leitão

A

corrida para o pré-sal mal começou e alguns antigos e conhecidos obstáculos estruturais já despontam. Um dos destaques é a questão da obrigatoriedade do conteúdo local, que ganha ampla evidência na indústria de óleo e gás, gerando intensos debates a respeito de sua viabilida-

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de. A recorrência ao assunto recai sempre em dúvidas sobre preço, prazo e qualidade na cadeia produtiva nacional e sobre como ela está preparada para cumprir estes requisitos básicos. Não seria para menos. Com base no estudo divulgado no

primeiro semestre deste ano pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estima-se que, até 2015, o investimento a ser alocado na indústria brasileira será de R$ 596 bilhões. Desse total, o setor de óleo e gás responderá por R$ 354 bilhões, liderando, com folga, os investimentos produtivos no País.


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Acrescente-se a isso o aporte de R$ 73 bilhões da Petrobras no pré-sal para os próximos três anos. Fica claro que, dessa forma, saber direcionar as forças internas dentro dessa miríade de recursos pode render frutos mais do que benéficos para a economia brasileira como um todo, mas, ao mesmo tempo, fica compreendida a árdua tarefa que se apresenta. Quando, em 2010, o diretor de Upstream da Shell Brasil, Antonio Guimarães, alertou, durante a Rio Oil & Gas daquele ano, sobre possíveis problemas de produção em função das exigências de conteúdo local, ficou exposta a falta de confiança existente em parte do empresariado do setor a respeito da execução eficiente do programa governamental.

da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). A autarquia termina este ano o processo de fiscalização das empresas vencedoras das rodadas de licitação de números 7, 9 e 10, realizadas entre 2005 e 2008. Na avaliação do chefe de Coordenadoria de Conteúdo Local da ANP, Marcelo Mafra, haverá multas em série pelo desrespeito às exigências do índice mínimo: de 55% para equipamentos utilizados em projetos de exploração e de 65% para a área de desenvolvimento. “As petroleiras estão alcançado, em média, apenas 32% de conteúdo local”, contabilizou Mafra, recentemente. Ao todo, serão fiscalizados 422 blocos.

Ainda de acordo com levantamento divulgado pela ANP, oito operadoras foram multadas em função do descumprimento do índice mínimo de conteúdo local. São elas: Shell, Maersk Oil, Sonangol Starfish, Partex, Petrogal, PetroSynergy, Quantra e Petrobras. Foram fiscalizados pela agência 70 blocos, representando 27,5% do número de áreas concedidas nas rodadas 5 (101) e 6 (154). O valor total pago pelas empresas, notificadas entre 2011 e o primeiro semestre de 2012, foi de R$ 24 milhões. Apenas a PetroSynergy não pagou, pois recorre na Justiça. (leia na página 42 como as multas são calculadas) Roberto Stuckert Filho / PR

“As regras que determinam que os equipamentos utilizados na exploração e produção de petróleo tenham um percentual mínimo de produção no Brasil poderão desacelerar o crescimento de produção de petróleo no país”, afirmava o executivo na ocasião. Mais recentemente, a própria presidente Dilma Rousseff ouviu de empresários americanos e britânicos pedidos para maior flexibilização do conteúdo local. De fato, as oportunidades, as dúvidas e as preocupações estão postas. E, com tudo isso, constata-se que ainda há muitas empresas encontrando dificuldades em cumprir a resolução nº 36

Dilma Rousseff (centro) ouviu de empresários americanos e britânicos pedidos para maior flexibilização Dilma Rousseff(center) heard from American businessmen and British some requests for a greater relaxation

Repensando a política de conteúdo local Mas, afinal, o que vem dando errado na cadeia produtiva nacional e quais as implicações para o aumento dos investimentos em Exploração e Produção no pré-sal, sobretudo em função das expectativas quanto à realização de leilão para áreas específicas até 2013? A questão foi lançada pela Macaé Offshore a diversos especialistas e lideranças do setor. São muitas as respostas, mas, especialmente, a falta de uma coordenação

política que pense, a longo prazo, formas de tornar a indústria nacional de petróleo e gás mais competitiva. É o que aponta o vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Raul Sanson. Para ele, o setor de política industrial no Brasil peca por não aferir adequadamente a medição para o desenvolvimento da cadeia produtiva. “É preciso entender que o índice é para medir resultado e não para ser um fator de embate. Isso porque se o que se procura é

implementar um maior volume produtivo no Brasil, então é preciso saber as reais condições locais da indústria e, a partir daí, criar um estudo no qual se estipule um período para que determinados equipamentos consigam ser produzidos aqui”, afirma o executivo à Macaé Offshore. Sanson aponta a fabricação de cascos de navios nos estaleiros brasileiros como uma política industrial bem-sucedida MACAÉ OFFSHORE 37


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e um exemplo a ser seguido pelo segmento de O&G. “Há dezenas de projetos para implementação de estaleiros no Brasil. Isso mostra que essa política propicia condições para que empresas brasileiras e estrangeiras possam atuar nesse campo produtivo de produção de cascos. Infelizmente, falta essa política no setor de navipeças e na cadeia produtiva do petróleo. É preciso um estudo mais aprofundado sobre o que pesa mais no ciclo de fabricação. Do jeito que está a multa, compensa comprar equipamento estrangeiro em razão da falta de competitividade”. Para Maria D’ Assunção Costa, advogada, doutora em Energia pelo IEE/USP e autora do livro Comentários à Lei do Petróleo, o êxito do projeto de conteúdo local exige sinergia entre a formulação de políticas industriais, a regulação e as disposições contratuais para que essa obrigação seja eficiente, com benefícios para toda a sociedade brasileira. No entanto, salienta que não tem havido movimentos nesse sentido. “A cláusula de conteúdo local, vinculada a uma definição de políticas públicas na esfera da indústria do petróleo, deveria ser proposta e acompanhada pelo

Geraldo Viola

Vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Raul Sanson By the first half of this year, three of them were delivered to Transpetro,

Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Atesta-se, contudo, que o CNPE, nas poucas reuniões que tem feito, não se deteve na formulação de políticas industriais adequadas a harmonizar as exigências contratuais dos agentes com as possibilidades do parque industrial brasileiro. Além disso, sua composição carece de representatividade da indústria nacional e dos agentes concessionários e usuários dessa indústria”. Já o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), João Carlos de Luca,

defende que as multas a ser aplicadas às empresas que descumprirem as determinações de absorver os produtos nacionais devem ser revertidas para investimentos na própria cadeia. “Vemos como importante o comprometimento por parte das empresas na produção local. Nós do IBP estamos querendo que os recursos de multas aplicadas nas empresas pela ANP sejam revertidos para investimentos no setor. Hoje, esses recursos vão para o Tesouro e de lá não vão para a cadeia produtiva. Essa é uma ideia que estamos desenvolvendo”, ressalta. O presidente da entidade responsável pela Rio Oil & Gas revela que o tema sobre conteúdo local permeará diversos painéis, workshops e apresentações que ocorrerão na feira, considerada a maior do segmento na América Latina. “O IBP está bastante empenhado neste debate. Na Rio Oil and Gas, levantaremos sugestões do ponto de vista dos operadores para que encontrem meios de aumentar a capacidade de produção dos fornecedores nacionais. Não somos favoráveis à política de reserva de mercado, pois ela não traz benefícios. Por isso, vejo que os desafios são importantes e precisam ser enfrentados”, comenta.

Incentivos às nacionais Apesar das deficiências apontadas, sobretudo quanto à falta de competitividade, o superintendente da Organização das Indústrias do Petróleo (Onip), Luís Mendonça, vê com otimismo a etapa do pré-sal para a cadeia de fornecedores. “Vejo como um novo ciclo de evolução da indústria de petróleo e de seus fornecedores ao longo dos últimos 35 anos”, destaca. Segundo Mendonça, no passado, a indústria passou por um ciclo de nacionalização de sobressalentes, depois houve a necessária implantação de sistemas de gestão da qualidade na indústria e nas 38 MACAÉ OFFSHORE

empresas prestadoras de serviços. Agora, analisa o executivo, o desafio está voltado para a competitividade das empresas por meio da inovação tecnológica de processos e produtos, da capacitação, em todos os níveis de formação, das pessoas envolvidas na cadeia de fornecimento de óleo e gás e da promoção da isonomia concorrencial entre fornecedores nacionais e estrangeiros. “Como aconteceu ao longo desses ciclos, a indústria brasileira foi capaz de fazer frente ao desafio naquilo que representava uma realidade de fabricação competitiva para o País”, comenta.

Mendonça revela que a Onip tem levado vários programas e projetos voltados a aumentar a robustez da indústria nacional. “Podemos citar o Multifor e os projetos de plataformas tecnológicas (Platec), o de atração de investimentos, o de exportação (Oil Brazil) e o cadastro de fornecedores – Navipeças, Onip e Cadfor –, este último patrocinado pelas operadoras Anadarko, Shell, Chevron, Statoil, Repsol-Sinopec, EP Energy, BP, BG Brasil e Maersk”, comenta. Para o superintendente da Onip, as empresas estrangeiras que querem operar no mercado de O&G no Brasil já


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começam a ter a percepção de que a exigência de conteúdo local é algo familiar para essa indústria e a atuação delas se dirige mais ao entendimento dos requisitos e critérios de medição de conteúdo

local. “Há uma constante procura de parceiros nacionais fabricantes com quem elas podem formar alianças e novas empresas, de modo a ter fabricação local. Em paralelo, as operadoras de petróleo

têm se dedicado a formar e ampliar suas bases de fornecedores locais, seja por política de empresa, seja por requisito contratual com origem nos leilões da ANP”, conta Mendonça.

Desenvolvimento de fornecedores O Programa de Desenvolvimento de Fornecedores, lançado em junho pela Onip, encontra-se em fase de estruturação da carteira de projetos para unidades FPSO, Sondas de Perfuração Marítima, Infraestrutura de Produção Submarina, Barcos de Apoio e E&P Onshore. “Esperase que o programa trate de mais de 1.000 oportunidades de nacionalização, utilizando-se da metodologia do Platec para aproximar compradores, fornecedores, institutos de tecnologia, entidades de fomento e promoção de investimento e outras partes interessadas no desenvolvimento da indústria nacional”, destaca o executivo. O programa capitaneado pela Onip soma-se às outras iniciativas de fomento da cadeia de fornecedores nacionais, como o Progredir, lançado em junho de 2011. O programa de financiamento à cadeia de fornecedores de óleo e gás foi elaborado pela Petrobras, que já foi multada pela ANP em R$ 26 milhões justamente pelo não cumprimento da exigência de conteúdo nacional na fase exploratória de blocos arrematados entre 2003 e 2004. O Progredir, que conta com parceria da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú, Santander, Bradesco e HSBC, consiste num programa informatizado no qual o fornecedor consegue financiar 50% do valor a receber da Petrobras dentro de um contrato na cadeia produtiva. Como contrapartida, o detentor do crédito tem que dar como garantia ao banco os 50% restantes. Em 12 meses, o Progredir destinou R$ 2,3 bilhões em crédito para 500 operações, envolvendo 275 fornecedoras da Petrobras.

Injeção de R$ 3 bi na cadeia produtiva No início de agosto, o BNDES e a Finep anunciaram que injetarão, até 2016, R$ 3 bilhões na cadeia produtiva nacional. Batizado de Inovapetro, o programa contará com o apoio técnico da Petrobras, com objetivo de fomentar projetos que contemplem pesquisa, desenvolvimento, engenharia, absorção e projetos de inovação. “Essa iniciativa aponta para duas novidades. Nós estamos organizando ações não para empurrar uma oferta ou para atender uma demanda. Estamos buscando desafios. São eles todo o processamento submarino e as tecnologias de poços que não são conhecidas e que podem afetar a eficiência da exploração de petróleo no País”, afirmou o vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, durante solenidade de lançamento do programa. O segundo ponto, segundo ele, é buscar trabalhar e reunir os instrumentos e ativos das instituições parceiras. “A Petrobras, por meio do seu centro de pesquisas (Cenpes), consegue discernir os desafios, e o BNDES e a Finep têm os instrumentos financeiros que darão conta de enfrentar estes desafios. Então, estamos, de certa maneira, trabalhando de mãos dadas para enfrentar estes desafios”, acrescenta Ferraz. O edital para determinar quais empresas terão elegibilidade para

os recursos será lançado durante a Rio Oil & Gas 2012, mas Ferraz adianta que o programa será aberto para companhias de todos os portes, com ênfase nas pequenas e médias empresas. Poderão participar do processo de seleção empresas brasileiras com receita operacional bruta (ROB) superior a R$ 16 milhões, individualmente ou em associação. No caso de associação entre empresa de capital nacional e empresa estrangeira, o crédito somente será concedido a projetos que impliquem efetiva transferência de tecnologia. O programa enfatiza que os projetos devem ser desenvolvidos integralmente no território nacional. “Todas as empresas brasileiras são bem-vindas. É o processo de aprendizado que o país terá que enfrentar e há, pela frente, um enorme desafio, que é nossa capacidade de prover os recursos necessários para explorar esses recursos e se adaptar a um ambiente completamente diferente em que os requisitos de qualidade, com prazos de entrega e preços, tenham referência internacional. Teremos que nos organizar competitivamente para sermos realmente capazes de usufruir de toda essa fronteira de investimentos que temos e nos tornarmos mais competitivos”, afirma o representante do BNDES.

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Agência Petrobras

Estaleiro Inhaúma (ex-Ishibras) servirá como base de apoio para balsas de propriedade da Petrobras Inhaúma Shipyard (formerly known as Ishibras) will be a supply base for Petrobras’ ferries

Como será feito o processo de seleção O processo de definição das áreas-chave será feito em conjunto entre a Petrobras, o BNDES e a Finep, por intermédio de um Comitê Comum, que vai analisar, avaliar e selecionar os projetos. Os recursos poderão ser via subvenção, renda variável, participação acionária do BNDES, linhas de recursos não reembolsáveis para institutos de pesquisa e crédito, com juros em torno de 4%. Nesta primeira fase, serão contemplados os fornecedores de equipamentos voltados para soluções específicas, nos quais foram verificados sistemas que estão gerando grande demanda no mercado. Marcos Assayag, gerente-executivo do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, revela que os equipamentos elencados estão separados entre 40 MACAÉ OFFSHORE

aqueles usados na superfície e aqueles utilizados nas instalações submarinas. O primeiro grupo será composto por separadores trifásicos gravitacionais, tratadores eletrostáticos e hidrociclones. “Esses três equipamentos são aqueles que vão operar na superfície, num topside de uma plataforma ou numa FPSO”, afirma o gerente do Cenpes. Já em relação às instalações submarinas, ele informa que a empresa vai ter como alvo a fabricação de linhas flexíveis e seus acessórios, como administradores de curvatura e seus conectores e completação inteligente de poços de petróleo offshore. “São poucos itens, mas são extremamente significativos em termos de inovação tecnológica. Vamos utilizar esses equipamentos e sistemas e, por isso, vemos como importante a

nacionalização desses produtos dentro de todo um processo que vai da pesquisa e desenvolvimento até o domínio da tecnologia. Essas tecnologias são, atualmente, trazidas de fora”, afirma. Assayag comenta ainda que o Cenpes colocará à disposição das indústrias todo o seu suporte técnico e tecnológico. “A Petrobras vai dar o suporte técnico requerido para o programa. As empresas terão acesso ao nosso centro de testes para medir a performance dos equipamentos. Para uma empresa pequena ou de médio porte ter em disponibilidade um centro para testar as performances e rendimento dos equipamentos é muito difícil. Estamos imbuídos do propósito de contribuir com a indústria nacional. Então, tudo que for possível testar, nós vamos ajudar”, promete o gerente da Petrobras.


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‘Crédito sozinho não faz verão’, diz Finep

Marcos Santos / USP Imagens

Na visão do presidente da Finep, Glauco Arbix, essa participação da Petrobras, via Cenpes, trará benefícios reais ao programa, pois alicerçará as empresas com o devido suporte técnico. Arbix se refere ao fato de as empresas brasileiras não se interessarem em entrar em áreas da cadeia de petróleo, em função dos enormes custos envolvidos e do tempo de retorno, que geralmente é grande e incerto. “Crédito sozinho não faz verão. É claro que ele é fundamental para diminuir os custos de capital, mas experiências no mundo inteiro mostram que, se não combinar instrumentos que avancem em áreas mais expressivas do conhecimento, em áreas nas quais o retorno é incerto e o risco é maior, fica difícil haver desenvolvimento nesse processo. Essa é uma questão chave para o Brasil”, comenta Arbix. Não há dúvida que estudos, projetos e preocupações circundam de modo presente as questões relacionadas ao conteúdo nacional. Por isso, faz-se premente buscar um denominador comum e que não prejudique o andamento do processo de exploração e produção de petróleo e gás no Brasil. Afinal, passos em falso costumam custar caro no segmento petrolífero.

Em menos de oito meses, três navios foram entregues à Transpetro By the first half of this year, three of them were delivered to

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O mapa da mina Como acessar os recursos do InovaPetro

Quem pode participar do programa

Linhas temáticas

Perfil das empresas:

Processamento de Superfície: tecnologias aplicáveis no processamento que acontece nas plataformas

- Empresas brasileiras com Receita Operacional Bruta (ROB) superior a R$ 16 milhões, individualmente ou em associação. Projetos de empresas com ROB inferior a esse limite são elegíveis somente se desenvolvidos em conjunto com outra empresa e/ou grupo econômico com ROB superior a este valor

Instalações Submarinas: tecnologias aplicáveis aos diversos equipamentos e dutos que ficam abaixo da lâmina d’água Instalações de Poços: tecnologias aplicáveis ao poço no fundo do março Equipamentos escolhidos para a primeira fase do projeto: - Separadores trifásicos gravitacionais

- Empresas que se comprometem a desenvolver, de forma integral, os projetos no território nacional. Não são passíveis de apoio com recursos do Programa Inovapetro projetos de tropicalização ou internacionalização de tecnologias já desenvolvidas no exterior pelas matrizes ou controladoras de empresas proponentes instaladas no Brasil. - No caso de associação entre empresas brasileira e estrangeira, poderá ser concedido o apoio a projetos desde que impliquem efetiva transferência e absorção de competência e tecnologia pela empresa de capital nacional.

- Tratadores eletrostáticos - Hidrociclones Obs.: Dentro do programa InovaPetro, poderá haver chamadas públicas, permitindo que novos temas, considerados estratégicos do ponto de vista de inovação e de conteúdo local, entrem no programa.

Modalidades dos créditos:

Finep - R$ 1,5 bilhão - Crédito, subvenção econômica e cooperativo BNDES - R$ 1,5 bilhão - Crédito, participação acionária e Funtec

Entenda como são calculadas as multas da ANP As multas da ANP às empresas que descumprem as regras de conteúdo local vigentes são calculadas em duas situações. A primeira refere-se ao percentual de conteúdo local não-realizado (NR%) inferior a 65% da meta estabelecida no contrato. Neste caso, a multa aplicada será de 60% sobre o valor de conteúdo local não realizado.

R$ 10 milhões em investimentos no mercado nacional, a multa incidente tomará por base o percentual não realizado (20%) x percentual comprometido (R$ 50 milhões), o que daria R$ 10 milhões. Esse resultado, multiplicado por 60%, resultará no valor da multa – R$ 6 milhões.

Por exemplo: uma determinada empresa vai investir R$ 100 milhões para operar em um bloco específico e dentro desse montante ela se comprometeu a investir 50% em conteúdo local (R$ 50 milhões). Se, durante o processo de fiscalização, ficou comprovado que faltaram 20% dos investimentos acordados para o atingimento da meta de CL, ou seja, ficaram faltando

Já no segundo caso, quando o percentual de conteúdo local não-realizado (NR%) for igual ou superior a 65% da meta estabelecida no contrato, a multa incidente será proporcional ao percentual de conteúdo local não realizado, partindo de um mínimo de 60% do valor, podendo chegar até a 100% da meta de conteúdo local estabelecida contratualmente.

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Então, se uma empresa tem um contrato de R$ 200 milhões, dos quais se comprometeu a investir 50% em conteúdo local, ou seja, R$ 100 milhões, e se comprava, durante o processo de fiscalização, que não foram feitos 80% dos investimentos acordados para o atingimento da meta de CL, pois a empresa contratou menos de R$ 80 milhões dos R$ 100 milhões que ela havia se comprometido, o cálculo da multa será feito, primeiramente, pelo percentual não realizado (80%), multiplicado pelo total prometido (R$ 100 milhões), resultando no valor de R$ 80 milhões. Em seguida, a partir desse valor, multiplica-se novamente pelo NR% e tem-se o valor final da multa, no caso, R$ 64 milhões.


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CINCO MINUTOS com Rogério Furtado Presidente da IADC comemora o bom momento da indústria de sondas no Brasil, país que detém a maior frota do mundo

Dinamismo e liderança

O

mercado de contratação de sondas de perfuração está em nível de excelência como jamais visto no Brasil. Atualmente, há 64 sondas de perfuração em atividade no País, situação decorrente das grandes descobertas de óleo e gás ao longo da costa. Some-se a isso a atuação da Petrobras, que está contratando 33 embarcações do tipo no Brasil para as

suas operações em alto-mar, sobretudo na região do pré-sal, reforçando a posição brasileira como líder global no número de frota de sondas de posicionamento dinâmico. Esse é o cenário descrito por Rogério Furtado, presidente da IADC (International Association of Drilling Contractors) no Brasil. Fundada em 1940, com sede em Houston, Texas,

o País como base das suas operações. Num primeiro momento, verifica-se o impacto positivo na cadeia de fornecedores e, depois, um aprimoramento na área de TI (Tecnologia da Informação), na qual, até alguns anos atrás, era impensável haver qualquer investimento brasileiro.

1 - Que análise o senhor faz do mercado de sondas de perfuração atual? A análise é bastante positiva. O dinamismo do mercado que estamos observando atualmente está além das expectativas. O Brasil possui hoje a maior frota de sondas de posicionamento dinâmico em operação no mundo, com mais do que o dobro do segundo colocado, que são os Estados Unidos, nas atividades exploratórias no Golfo do México. São 65 perfuradoras em atividade atualmente. Há três anos o número não chegava a 20. Por outro lado, esse aquecimento pode acarretar problemas para encontrar estaleiros disponíveis, uma vez que muitos já estão abarrotados de encomendas. É um luxo ter todo esse conhecimento disponível no Brasil. Antes, as empresas iam ir embora e levavam todo o know-how com elas. Agora, a indústria 44 MACAÉ OFFSHORE

e representações em várias partes do mundo, a entidade está há 15 anos em Macaé (RJ). No cargo desde março deste ano, Furtado concedeu entrevista à Macaé Offshore, na qual fala sobre o ótimo momento para as empresas do setor, dos desafios a ser enfrentados para o cumprimento do conteúdo nacional e do papel da IADC para uma maior integração operacional das perfuradoras.

2 - E como o senhor observa a questão dos índices de conteúdo local exigidos pelo governo?

de sondas deixará um legado muito importante para o Brasil, pois são contratos de investimento de longo prazo e farão com que empresas usem

Há o lado bom no qual se estimula no Brasil o desenvolvimento de peças e de equipamentos, o que gera emprego e renda aqui. Mas a falta de mão de obra especializada é o lado ruim da moeda. Por exemplo: falta no Brasil uma escola para formação de engenheiro sondador. Além disso, os demais profissionais que vão exercer as suas atividades nas sondas


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aprendem por intermédio de job training, ou seja, aprendem no mar. Isso é muito ruim, pois se perde tempo precioso ensinando um profissional, quando a melhor coisa para a empresa seria a contratação dele já pronto para operar. 3 - Mas o senhor acredita que isso possa mudar em quanto tempo? A criação do Prominp (Programa de Mobilização da Indústria do Petróleo e Gás) representa um passo muito importante, sem dúvida. Hoje, entende-se que a formação tem que acompanhar a velocidade da enxurrada de contratos que estão sendo fechados e, por isso, vejo com certo otimismo a execução do Prominp para formar a mão de obra local.

Com isso e com o grande número de operações com sondas no Brasil, tenho certeza de que, no futuro, estaremos exportando trabalhadores qualificados para operar sondas em várias partes do mundo.

discussão permanente. Sabemos que ele é importante para mantermos forte essa rede de contato, imprescindível para uma indústria que opera 24 horas por dia, durante os sete dias da semana.

4 - O senhor pode falar das funções exercidas pela entidade?

5 - E quais são os desafios vistos pela instituição atualmente?

A IADC congrega 30 empresas que atuam no setor de perfuração marítima. A nossa principal função é integrar as empresas de sondas de perfuração instaladas no Brasil. Esse é um setor em que o networking é muito importante. Os contatos ajudam a resolver problemas como troca de tecnologia e solução de questões técnicas. Nosso segundo foco é a criação de um foro de

Como o nosso mercado está crescendo, queremos também melhorar a infraestrutura da associação. Por isso, em breve estaremos abrindo um escritório com funcionários contratados. Ainda não sabemos se será no Rio ou em Macaé, pois estamos estudando quais locais poderão atender melhor e manter a qualidade dos trabalhos que desenvolvemos.

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COVER

Local Content: the

heart of the matter

How the requirements can revert into an increase of competitiveness of the productive oil and gas Brazilian chain which gets stronger due to the new investments By Brunno Braga e Rodrigo Leitão

T

he pre-salt rush barely began and some old and known structural obstacles have already emerged. One of the highlights is the matter about the obligation of local content, which gains ample evidence in the oil and gas industry, generating intense debates about its viability. The recurrence to the subject is always on doubts about price, deadline and quality within the national chain and about how it is prepared to meet these basic requirements. It couldn’t be different. Based on the study released in the first half of this year by the National Bank of economic and Social Development (BNDES), it is estimated that by 2015, the investment to be allocated in the Brazilian industry will be amounted in R$ 596 billion. The oil and gas industry will respond for R$ 354 billion out of this amount, handily leading the ratio of productive investments in the country. To this amount, R$ 73 billion are added by Petrobras in the pre-salt layer for the next three years. It is clear that, in this way, knowing how to drive the internal forces within this myriad of resources can yield more fruit than benefits for the economy as a whole, but at the same time, it the arduous task that appears is well understood. When the Director of Upstream Shell Brazil, Antonio Guimarães, warned during the Rio Oil & Gas in 2010 about some possible production problems in the light of the requirements of local content, the lack of confidence on the part of the business sector about the efficient implementation of the Government program evidenced. “The rules that dictates that the equipment used in the oil exploitation and production have a minimum percentage of

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production in Brazil can slow down the growth of oil production in the country,” the Executive said, on occasion. More recently, President Dilma Rousseff heard from American businessmen and British some requests for a greater relaxation of local content. In fact, the opportunities, the doubts and concerns are on the table. And, with all this, it is noted that there still are many companies finding it difficult to comply with resolution 36 by the National Oil, Gas and Biofuel Agency (ANP). The local authority ends this year the supervisory process of winning companies of the bidding rounds numbers 7, 9 and 10, held between 2005 and 2008. On the evaluation of the Head of Local Content Coordination of ANP, Marcelo Mafra, there will be serial fines for disrespect to the minimal-index requirements, which is 55% for equipment used in exploration projects and 65% to the area of development. “Oil companies are achieving only 32 % of the local content in average”, said Mafra, in an interview to several media outlets. Four hundred and twenty-two (422) blocks shall be monitored altogether. Yet according to a survey released by the ANP, eight operators were fined depending on the breach of minimum local content index. They are: Shell, Maersk Oil, Sonangol Starfish, Partex, Petrogal, of PetroSynergy, Quantra and Petrobras. A total of 70 blocks were monitored by the agency, representing 27.5% of the number of areas granted in 5 rounds (101) and 6 (154). The total amount paid by the companies notified between 2011 and the first half of 2012 was R$ 24 million. Only PetroSynergy has not paid because the company appeals the decision to pay the fine. (see in page 47 how the fines are calculated)

Rethinking the local content policy But, after all, what is wrong with the national productive chain and what are the implications for the increase of investments in the pre-salt Exploiting and Production, especially in light of the expectations regarding the auction for the specific areas by 2013? The matter as released by Macaé Offshore to several experts and industry leaders. There are many answers, but mostly the lack of policy coordination that thinks on ways to make the national oil and gas industry more competitive in the long term. That’s what the Vice President of the Federation of Industries of Rio de Janeiro (Firjan), Raul Sanson says. For him, the sector of industrial policy in Brazil fails to adequately assess the measurement for the development of the productive chain. “We must understand that the index is to measure outcome and not to be a factor of brunt. That’s because if what you are looking for is to implement a more productive volume in Brazil, so you need to know the actual local conditions of the industry and, from there, create a study in which a period for certain equipment to be produced here is stipulated,” the businessman says to Macaé Offshore. Sanson points to the manufacturing of the hulls of vessels in Brazilian shipyards as a successful industrial policy and an example to be followed by the segment of O&G. “There are dozens of projects for implementation of shipyards in Brazil. This shows that this policy promotes the conditions for Brazilian and foreign companies to act in this productive field of production hulls. Unfortunately, this policy is not present in the industry of parts for vessels


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and in the oil productive chain. We need a deeper study about what weighs more on the manufacturing cycle. The way things are, the fine compensates the purchase of foreign equipment because of the lack of competitiveness.” Maria D’ Assunção Costa, a lawyer and PhD in energy from IEE/USP, agrees with Sanson. Author of Comments on the petroleum law, she argues that the success of local content project requires synergy between the formulation of industrial policies, regulation and contractual provisions so that obligation is efficient, with benefits for society as a whole. However, she points out that there has been no movement in this direction. “The local content clause, linked to a definition of public policies in the sphere

of oil industry, should be proposed and accompanied by the National Energy Policy Council (Cenpe). It’s confirmed, however, that the CNPE, in the few meetings that they have held, didn’t focus on the formulation of appropriate industrial policies to harmonize the contractual requirements and the possibilities of the industrial park. In addition, its composition lacks representativeness of the domestic industry and the agents, dealers and users of this industry.” The President of the Brazilian Institute of Petroleum (IBP), Joao Carlos de Luca, argues that the fines to be imposed on companies that breach the provisions to absorb the national products should be rolled back for investment in own chain. “We consider the commitment on the part of businesses in local production very important.

We at IBP want the resources from fines imposed by the ANP are reversed for investments in the sector. Today, these resources go to the Treasury and from there it goes to the productive chain. This is an idea that we are developing”, he says. The President of Rio Oil & Gas reveals that the topic on local content will be present on several panels, workshops and presentations that will occur at the fair, considered the largest in the segment in Latin America. “The IBP is very engaged in this debate. At Rio Oil and Gas, we’ll raise suggestions from the point of view of operators to find ways to increase the production capacity of domestic suppliers. We are not in favor of the market reserve policy, because it does not bring benefits. So, I see that the challenges are important and need to be faced,” he comments.

Development of Suppliers Incentives for national companies Despite the shortcomings pointed out in particular about the lack of competitiveness, the Superintendent of the Organization of the Petroleum Industry (Onip), Luis Mendonça, is optimistic about the pre-salt step for the supply chain. “In my point of view it’s a new cycle of development of the oil industry and its suppliers over the past 35 years,” he says. According to Mendonça, last year, the industry has gone through a cycle of nationalization of spare parts, then there was the necessary deployment of quality management systems in industry and service providers. Now he analyses that the challenge is about corporate competitiveness through technological innovation of processes and products; training, at all levels of training, people involved in the supply chain of oil and gas, and the promotion of equality of competition between domestic and foreign suppliers. “As it happened throughout these cycles and the Brazilian industry was able to meet the challenge in what represented a competitive manufacturing reality for the country,” he comments. Marie reveals that Onip has induced many programs and projects aimed to increase the robustness of the domestic industry. “We can mention the Multifor and the technological platforms platforms (Platec), the attraction of investment, export (Oil Brazil) and the register of suppliers marine equipment, Onip and Cadfor – the latter sponsored by nine carriers: Anadarko, Chevron, Statoil, Shell, Repsol-Sinopec, EP Energy, BP, BG Brazil and Maersk”. For the Superintendent of Onip, foreign companies that want to operate in the Brazilian O&G market are already beginning to have the perception that the local content requirement is something familiar to this industry and the performance of them is directed more to the understanding of the requirements and criteria for measurement of local content. “There is a constant demand for national partners manufacturers with whom they can form alliances and new enterprises, so as to have local manufacturing. In parallel, the oil companies have been dedicated to form and enlarge their bases of local suppliers, by company policy, or through contractual requirement with origin in ANP auctions,” Mendonça reports.

The Supplier Development Program, launched in June by the Onip, is in the design phase of the project portfolio for FPSO units, Offshore Drilling Rigs, Underwater Production infrastructure, support boats and Onshore E&P. “It is hoped that the program deals with more than 1,000 opportunities of nationalization, using Platec’s methodology to connect buyers, suppliers, institutes of technology, fostering and promotion of investment and other interested parties in the development of domestic industry”, the businessman says. The program led by Onip sum to other initiatives of promotion of domestic suppliers, such as Progredir launched in June 2011. The program of financing to suppliers of the oil and gas chain has been designed by Petrobras, which has already been fined by the ANP in R$ 26 million just for noncompliance with the requirement of national content in the exploratory phase of blocks seized between 2003 and 2004. The Progredir program, with a partnership with Caixa Econômica Federal, Banco do Brazil, Itaú, Bradesco, HSBC, and Santander, consists of a computer program in which the vendor can finance 50% of the amount to be earn from Petrobras within a contract in the productive chain. As a counterpart, the holder of the credit has to give as warrantee to the Bank the remaining 50%. In 12 months, the Progredir program has destined R$ 2.3 billion in credit for 500noperations, involving 275 suppliers of Petrobras. MACAÉ OFFSHORE 47


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Injection of R$ 3 billion in the supply chain In early August, BNDES and Finep announced that they will inject by 2016 R$ 3 billion in the national chain. Named Inovapetro, the program will have the technical support of Petrobras, with the objective of promoting projects that include research, development, engineering, absorption and innovation projects. “This initiative points at two pieces of news. We’re organizing actions not to push an offer or to meet a demand. We are looking for challenges. These are: the entire submarine processing and the technologies of wells that are not known and that can affect the efficiency of oil exploration in the country,” the Vice-President of BNDES, João Carlos Ferraz, said during a ceremony to launch the program. The second point, he said, is to seek work and gather the instruments and assets of partner institutions. “Petrobras, through its Research Center (Cenpes), manages to discern what the challenges are and the BNDES and Finep have the financial instruments that will manage to face this challenge. So we are, in a way, working hand in hand to address these challenges,” Ferraz added. The notice to determine which companies will have eligibility for resources will be released during the Rio Oil & Gas 2012, but Ferraz said that the program will be open to companies of all sizes, with emphasis on small and medium-sized enterprises. Brazilian companies with gross operating revenue (ROB) higher than R$ 16 million can participate, individually or in association. In the case of association between a national capital company with another foreign company, the credit will only be granted to projects that result in effective technology transfer. The program emphasizes that the projects should be developed fully in the national territory. “All Brazilian companies are welcomed. It’s the learning process that the country will have to face and there is a massive challenge ahead of us, that is our ability to provide the necessary resources to explore these resources and adapt to a completely different environment where the requirements of quality, delivery time and pricing have international reference. We need to organize competitively to be really able to enjoy all this investment we have and become more competitive,” the representative of BNDES affirms. 48 MACAÉ OFFSHORE

How the process will be done The process of defining key areas will be done jointly by Petrobras, BNDES, Finep through a Joint Committee, which will analyze, evaluate and select the projects. The resources can be via grant, equities, equity participation of BNDES, lines of grants for research institutes and credit with interest rates around 4%. In this first phase, the equipment suppliers aimed at specific solutions will be addressed, in which systems that are generating great demand in the market were scanned. Marcos Assayag, the Executive Manager of the Leopoldo Américo Miguez de Mello Research and Development Center (Cenpes), from Petrobras, reveals that the equipment listed are separated from those used on the surface and those used in subsea installations. The first group shall be composed of three-phase separators, gravitational and electrostatic handlers and hydrocyclones. “These three devices are those that will operate on the surface, in a topside of a platform or in a FPSO,” the Manager of Cenpes reports. In relation to subsea installations, he informs that the company will

target the manufacture of flexible lines and its accessories, as administrators of curvature and their connectors and intelligent completion of offshore oil wells. “There are few items, but extremely significant in terms of technological innovation. We will use these equipment and systems and, therefore, we see how important the nationalization of these products is, within an entire process, from the research and development step to the mastering of technology. These technologies are currently brought from abroad,” he says. Ahmed said that the Cenpes shall make available all industries all its technical and technological support. “Petrobras will give the technical support required for the program. Companies will have access to our testing center to measure the performance of equipment. It’s very difficult for a small-size or a midsize business to have availability to a center to test the performance and yield of the equipment. We are committed to contribute to the national industry. Then, all that is possible to test, we’ll help,” the Manager of Petrobras promises.

‘Credit alone does not makes a summer’, Finep states In the vision of the President of Finep, Glauco Arbix, such participation of Petrobras, via Cenpes, will bring real benefits to the program, as will the companies with technical support. Arbix refers to the fact that Brazilian companies are not interested in getting into the areas of oil, in the light of the enormous costs involved and time of return, which is usually large and uncertain. “Credit alone does not make a summer. It is clear that it is essential to lower the cost of capital, but experiences worldwide show that, if we do not combine tools that advance in more

expressive areas in terms of knowledge with areas where the return is uncertain and the risk is greater, it is difficult to have any development like this. This is a key issue for Brazil”, Arbix comments. There is no doubt that studies, projects and concerns circulate around this content-related issues. So, to seek a common denominator and that is not detrimental to the progress of the exploitation and production of oil and gas in Brazil is urgent. After all, missteps are usually expensive in the Petroleum segment.


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Understand how the ANP fines are calculated The ANP fines on companies that fail to existing local content rules are calculated in two situations. The first refers to the percentage of not held local content (NR%) less than 65% of the target set in the agreement. In this case, the fine shall be 60% of the value of local content not held.

domestic market missed, the penalty incident take as a base the not held percentage (20%) x committed percentage ($ 50 million), which would give R$ 10 million. This result is multiplied by 60% and the amount of the fine in then known -R$ 6 million.

For example: a certain company will invest R$ 100 million to operate in a specific block and within that amount it pledged to invest 50% in local content (R$ 50 million). If, during the process of supervision, it’s proved that 20% of the agreed investments to the achievement of the goal of LC were missed, that is, R$ 10 million in investments in the

In the second case, when the percentage of local not held content (NR%) is equal to or higher than 65% of the target set in the contract, the penalty incident is proportional to the percentage of local content not held, starting from a minimum of 60% of value and reaching up to 100% of the local content target established contractually.

So if a company has a contract of R$ 200 million, of which it pledged to invest 50% in local content, i.e. R$ 100 million, and it is proved, during the inspection process, that 80% of the investments agreed to the achievement of the goal of LC were not done (the company hired less than $ 80 million of the R$ 100 million that it had promised) the calculation of the fine will be done, first, by percentage (80%), multiplied by the total promised (R$ 100 million), resulting in the amount of R$ 80 million. Then, from that value, it shall be multiplied by NR% and then we come to the final value of the fine, in this case, R$ 64 million.

The map of the mine The Step-by-step to access the resources of InovaPetro Thematic guidelines • • •

Surface processing: technologies applicable to processing that happens on the platforms Submarine installations: Technologies applicable to diverse equipment and pipelines that are under the sheet of water Wells installations: Technologies applicable to deep water well

Equipment chosen for the first part f the project: - Gravitational three-phase separators - Electrostatic handlers - Hydrocyclones Note: within the InovaPetro program, there may be some public calls, allowing that new topics deemed strategic from the point of view of innovation and local content get into the program.

Who can participate on the Inovapetro Program? Profile of the companies: - Brazilian companies with gross operating revenue (ROB) of more than R$ 16 million, individually or in association. Projects by companies with ROB inferior than this limit are eligible only if developed in conjunction with another company and/or economic group with ROB exceeding this value - Companies that undertake to fully develop the projects in the national territory. They are not likely to have support with resources from Inovapetro tropicalization projects or internationalization of already developed technologies abroad by headquarters or by controllers of proponent companies installed in Brazil proponents. - In the case of association between Brazilian and foreign companies, support to project may be granted since they involve transfer and absorption of competence and technology by national capital company.

Modalities of credit : • •

Finep - R$ 1.5 billion - Credit, economic and corporate grant BNDES - R$ 1.5 billion – Credit, equity and Funtec MACAÉ OFFSHORE 49


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FIVE MINUTES with Rogério Furtado The President of IADC celebrates the good times of the drilling rig industry in Brazil, the country that has the largest fleet in the world

Dynamism and leadership

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he hiring drilling rigs businesses are in level of excellence as ever seen in Brazil. There are currently 64 drilling rigs in operation in the country, the situation arising out of the great discoveries of oil and gas along the coast. Add to this the performance of Petrobras, which is hiring 33 vessels of this type in Brazil for their offshore operations, especially in the pre-salt layer region, strengthening the Brazilian position as global leader in number of fleet of dynamic positioning probes. This is the scenario described by Rogério Furtado, Chairman of IADC (International Association of Drilling Contractors) in Brazil. Founded in 1940, the entity, headquartered in Houston, Texas, and representations in various parts of the world, has been in Macaé (RJ) for 15 years. In the position since March of this year, Furtado spoke during an interview to Macaé Offshore, in which he talked about the great time for companies in the industry, the challenges to be faced by them for the fulfillment of national content and the role of IADC to greater operational integration of drills.

1 – How do you analyze the current probes market? The analysis is quite positive. The dynamism of the market that we are observing today is beyond expectations. Brazil today has the largest fleet of dynamic positioning probes in operation in the world, with more than double in relation to the next in the rank, which are the United States, in exploratory activities in the Gulf of Mexico. Currently there are 65 drillings in operation. Three years ago, they couldn’t 50 MACAÉ OFFSHORE

reach 20. On the other hand, this heating may cause problems on finding the available sites, since many of them are already filled with orders. It is a luxury to have all this knowledge available in Brazil. Before, companies would go away and took all the know-how with them. So, as a whole, the probe industry will leave a legacy industry very important to Brazil, because they are long-term investment contracts and will cause companies to use the country as a base for operations. At first, there is the positive impact on the supply chain, and in the second, an improvement at the IT. Until some years ago, the existence of any Brazilian investment was an unthinkable thing to consider.

2 – And what do you say about the local content rates required by the government? There is a good side which stimulates in Brazil the development of parts and equipment, which generates jobs and income here. But the lack of skilled labor is the bad side of it. For example: there isn’t any training school for driller engineers in Brazil. In addition, the other professionals who will carry out their activities with the probes learn through job training, i.e. offshore learning. That’s too bad, because you lose valuable time teaching professionals, when the best thing for the company would be hiring them when they are ready to operate.

3 – However, how long does it take for things to change in your opinion? The creation of the Prominp (Mobilization Program of the Oil and

Gas Industry) represents a very important step, no doubt. Today, it is understood that the training has to keep up with the speed of the many contracts that are being celebrated and therefore I’m a little optimist concerning the execution of Prominp to form the local workforce. With this and with the large number of operations with probes in Brazil, I’m sure that in the future we will be exporting skilled workers to operate probes in many parts of the world.

4 – Would you mind speaking about the functions of the entity? IADC brings together 30 companies that operate in the offshore drilling industry. Our main function is to integrate companies drilling probes installed in Brazil. This is a sector where networking is very important. Contacts help solve problems, such as exchange of technology, technical troubleshooting. Our second focus is the creation of a permanent discussion forum. We know that they are important so this contact network is kept strong, which is essential for an industry that operates around the clock.

5 – And what are the challenges seen by the institution today? As our market is growing, we also want to improve the infrastructure of the Association. Therefore, we will soon be opening an office with hired employees. We still don’t know if it will be in Rio or in Macaé, because we are studying which locations can better serve and maintain the quality of the work we have done. 


TECNOLOGIA

Pré-sal alavanca

TI

Programas de apoio às empresas do setor estimulam desenvolvimento tecnológico, mas transferência e retenção de conhecimento são alguns dos gargalos Por Rodrigo Leitão

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Imagens: Divulgação / Avevo

om foco voltado para o Brasil nos últimos anos, dezenas de empresas de Tecnologia da Informação (TI), com especialidade em petróleo e gás, estão aproveitando o boom do mercado brasileiro – em grande parte por conta do pré-sal – para investir cada vez mais no setor. Com o intuito de fomentar a indústria de software e serviços na área de tecnologia da informação (TI), o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou o Programa Estratégico de Software e Serviços de TI – o TI Maior. A iniciativa prevê investimentos de R$ 500 milhões para o triênio 2012-2015, vindos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No programa, foram definidos 12 setores estratégicos para o desenvolvimento de softwares e soluções de alta complexidade e impacto econômico social, entre eles, o setor de petróleo e gás. Segundo o secretário de Política de Informática do MCTI, Virgílio Almeida, o setor de TI tem 73 mil empresas no Brasil e faturou US$ 37 bilhões apenas em 2011. “Inovação é um processo duro, atingido em longo prazo e que envolve complexidade. É um sistema”,

explicou o superintendente da Área de Financiamento da Finep, Luiz Martins de Melo, durante o Seminário Criação de Valor, realizado em agosto, no Rio de Janeiro, pela Associação Brasileira de Companhias Abertas (Abrasca), em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços. Melo apresentou as principais linhas de financiamento oferecidas pelas empresas e falou sobre as necessidades e desafios do país quando o assunto é inovação. “Não há no mundo inteiro um país que tenha se desenvolvido sem inovar, o que foi conquistado por meio do

incremento das empresas nacionais nas áreas tecnológicas de ponta”, destacou. InovaPetro - Recentemente, o governo lançou no Rio de Janeiro o programa Inova Petro, que vai disponibilizar recursos para o fomento a projetos de inovação que contemplem pesquisa, desenvolvimento, engenharia, absorção tecnológica, produção e comercialização de produtos, processos e/ou serviços inovadores ligados ao tema (veja detalhes da página 39 a 42). Na ocasião, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, lembrou que a indústria nacional de petróleo e gás carrega um ônus histórico MACAÉ OFFSHORE 51


TECNOLOGIA

pesado e que, por isso, para evoluir, merece uma conjugação de esforços do governo. “O Programa Inova Petro vai incorporar tecnologia na exploração em águas ultraprofundas, onde temos a liderança mundial”, ressaltou o ministro.

Com a obrigatoriedade do conteúdo local no setor de petróleo e gás, imposta pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), as companhias estrangeiras estão fincando suas bases de Pesquisa e Desenvolvimento

(P&D) na Ilha do Fundão, ao lado do Centro Tecnológico da Petrobras, no Rio de Janeiro. Multinacionais como a Siemens, EMC Computer Systems, Baker Hughes, FMC Technologies e IBM são algumas delas.

Setor carece de profissionais As empresas de TI estão preocupadas com o curto espaço de tempo disponível para cumprir todas as necessidades da mão de obra na área de tecnologia da informação e automação no setor de óleo e gás. O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia de Informação do Rio de Janeiro (AssesproRJ), Ilan Goldman, diz que esse é um dos principais fatores que inviabilizam a área de tecnologia no setor. “O desenvolvimento da produção no pré-sal e a manutenção de produção dos campos mais antigos e, principalmente, os mais novos – ainda não explorados – vão depender, essencialmente, de tecnologia da informação, tecnologia de computação, automação e controle nos próximos anos”, afirma Goldman.

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No entanto, o presidente da Assespro não crê que o problema esteja na carência de profissionais, mas na forma como esta demanda será atendida. De acordo com Goldman, se as contratações dos projetos tiverem como foco a transferência e a retenção do conhecimento, as empresas brasileiras estarão aptas a acompanhar a demanda. As empresas de TI estão procurando minimizar a situação por meio de programas internos de capacitação. Alguns deles consistem em treinar jovens que vivem em comunidades carentes, sem oportunidade de fazer um curso superior. “A Assespro realiza testes de aptidão, oferece capacitação em programação e infraestrutura e garante a contratação de, no mínimo, um em cada três alunos”, conclui Ilan Goldman.

Conteúdo local - Sobre a regra de conteúdo local para esse nicho da cadeia de O&G na área de tecnologia, Goldman afirma que o princípio é excelente, mas é preciso definir melhor a forma de implementação, que atualmente é “engessada e baseada em conceitos ultrapassados”. Como exemplo, ele diz que “a ANP entende que somente centros de tecnologia ou universidades fazem inovação, o que é totalmente equivocado”. Segundo Goldman, centenas de empresas brasileiras desenvolvem tecnologia inovadora, com alto risco, mas, por não se enquadrarem nas regras da ANP, não têm acesso aos fundos de inovação. “O resultado é a quebra de potenciais bons fornecedores e um desestímulo à inovação”, afirma.


TECNOLOGIA

Empresas de TI apostam no setor de óleo e gás Ao longo do tempo, o Brasil se tornará um dos maiores exportadores de petróleo do mundo, o que ocasionará uma mudança na operação do setor de hidrocarbonetos. Os processos de perfuração, refino, distribuição e armazenagem se tornarão mais complexos, sendo necessárias novas e modernas instalações para alcançar essas metas. Para suprir os gargalos do setor de óleo e gás para o mercado de trabalho, a Aveva desenvolveu nos últimos anos um trabalho de parceria com diversas instituições de ensino, entre as quais, Senai, Prominp e Universidade Federal Fluminense (UFF), que já capacitou mais de 6 mil alunos desde 2007. Presente na Rio Oil & Gas, a Aveva, especializada em detalhamento e gerenciamento de projetos de engenharia e informações para as indústrias de Petróleo, Energia, Construção Naval e Mineração, está demonstrando como a tecnologia pode tornar as empresas mais competitivas, de acordo com os padrões internacionais. “Apresentamos e demonstramos por meio de nossas ferramentas nosso pacote completo de soluções para o setor, tanto na área de

Engenharia e Projetos, como também em Soluções Empresariais”, informa a empresa, em nota à Macaé Offshore. “Hoje a Aveva mantém outro acordo com o Departamento de Graduação da UFF para Modelagem em 3D, disciplina eletiva para o curso de Engenharia.

Atualmente, a instituição conta com mais de oito turmas já formadas nesta matéria”. Ainda segundo a Aveva, essas parcerias são consideradas fundamentais dentro de sua estratégia de negócio. Nesse contexto, a empresa pretende continuar a buscar acordos com outras instituições de ensino.

Lucros com a informatização também no comércio internacional Grande parte das empresas do setor de petróleo e gás acaba atuando no comércio internacional, para a importação e exportação de insumos e até plataformas inteiras de exploração de petróleo. E, para que o controle seja eficaz, é necessária a informatização destes processos., mais uma oportunidade de negócios para o setor de TI. Para criar este diferencial, a Softway investiu cerca de R$ 4 milhões para desenvolver toda uma

vertical de produtos para o segmento. “Hoje, conseguimos atender toda a cadeia produtiva deste mercado, partindo do importador, passando pela empresa que fabrica e faz manutenção de plataformas e navios extratores, chegando às empresas que atuam na extração do petróleo”, destaca o diretor executivo da Softway, Menotti Antonio Franceschini Neto.

anual da empresa, que prevê fechar o

Atualmente, o segmento de óleo e gás representa 8% do faturamento

do resultados até o momento”, comple-

ano com R$ 72 milhões em caixa. “Este número representa um crescimento de 35% em relação a 2011 e apenas será possível por conta dos grandes investimentos realizados pela empresa nos últimos anos. Nosso objetivo é chegar aos 130 milhões de reais de faturamento até 2014 e, para isso, desenvolvemos estratégias de negócios que vêm danta Neto. 

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TECHNOLOGY

The pre-salt layer leverages

IT

Support programs to companies in the business stimulate technological development, but knowledge transfer and retention is one of the bottlenecks By Rodrigo Leitão

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ocusing on Brazil in recent years, dozens of companies in the Information Technology (IT) specializing in oil and gas are taking advantage of the boom in the Brazilian market - largely due to the pre-salt - to invest more and more in the business.

spoke about the needs and challenges of the country as it comes to innovation. According to him, “there isn’t any country in the world that has developed without innovating, which was achieved through increased domestic enterprises in hightechnology areas.”

In order to promote the software industry and services in the area of information technology (IT), the Ministry of Science, Technology and Innovation (MCTI) launched the Strategic Program of Software and IT services – the Largest IT. The program envisages an investment of R$ 500 million for 2012-2015, from the Financing Agency of Studies and Projects (Finep) and the National Council of Scientific and Technological Development (CNPq).

InovaPetro - Recently, the government has launched the program Inova Petro in Rio de Janeiro, which will provide resources for the promotion of innovation projects that include research, development, engineering, technological absorption, production and commercialization of products, processes and/or services related to the topic. The Inova Petro is expected to be held until 2016 and will feature resources of R$ 3 billion, divided between Finep and BNDES.

Twelve strategic sectors were defined in the program for the development of software and solutions of high complexity and social economic impact, among them, the area of oil and gas. According to the Secretary of Informatics Policy of MCTI, Virgílio Almeida, the IT sector has 73 thousand companies in Brazil and earned US$ 37 billion just in 201. “Innovation is a hard process, which is reached in the long term and it involves complexity. It is a system”, the Finance Superintendent of Finep, Luiz Martins de Melo, explained during the seminar named “Value Creation”, held in August, in Rio de Janeiro, by the Brazilian Association of Publicly-held Companies (Abrasca), in partnership with the State Secretariat for Economic Development, Energy, Industry and Services. Melo presented the main lines of financing offered by companies and 54 MACAÉ OFFSHORE

On the occasion, the Minister of Science and Technology, Marco Antonio Raupp, recalled that the national oil and gas industry carries a heavy historical burden and that, therefore, deserves some combined efforts by the Government in order to progress. “The Inova Program will incorporate ultradeep waters exploitation technology, for which we are the world leaders,” the Minister said. With the obligation of local content in the oil and gas industry imposed by the National Petroleum Agency (ANP), foreign companies are staking their bases of research and development (P&D) in Ilha do Fundão, alongside the technological center of Petrobras in Rio de Janeiro. Multinational companies such as Siemens, EMC Computer Systems, Baker Hughes, FMC Technologies and IBM are some of them.

Sector lacks professionals The IT organizations are concerned about the short time available to meet all the needs of the workforce in the area of information technology and automation in the oil and gas sector. The President of the Brazilian Association of Information Technology Companies of Rio de Janeiro (Assespro-RJ), Ilan Goldman, says that this is one of the major factors that hinder the technology area in the industry. “The development of production in the pre-salt layer and the maintenance of production of the older fields and, mainly, the newest – not yet exploited – will depend on, essentially, information technology, computing technology, automation and control in the coming years,” Goldman said. However, the President of Assespro does not believe that the problem is on the shortage of professionals, but in how this demand will be met. According to Ilan, if the signings of projects have focused on knowledge transfer and retention, Brazilian companies will be able to keep up with demand. According to the businessman, the IT companies will seek to minimize the situation through internal training programs. Some of these programs consist to train young people who live in poor communities and don’t have opportunities of graduating. “Assespro performs vocational tests, offers training in programming and infrastructure, and ensures the hiring of at least one out of three students,” Ilan Goldman concludes.


TECHNOLOGY

Local Content - About the local content rule for that niche of O&G chain in the area of technology, Goldman States that the principle is excellent, but it’s necessary to further define the form of implementation, which is currently “plastered and based on outdated concepts”. As an example, he says that “ANP believes that only technology centers or

universities make innovation, which is totally wrong”. According to Goldman, hundreds of Brazilian companies develop innovative technology, with high risk, but because they don’t fit the rules of ANP, they don’t have access to funds for innovation. “The result is the breaking down of potential good suppliers and a disincentive to innovation”, he says.

IT companies bet on the oil and gas sector Over time, Brazil will become one of the biggest oil exporters in the world, which will cause an operational change to the hydrocarbon sector. The drilling, refining, distribution and storage processes have become more complex and require new and modern facilities to achieve these goals. To overcome the bottlenecks of the oil and gas sector, in relation to labor, Aveva has developed in recent years working partnerships with various educational institutions, among them Senai, Prominp and the Federal University of Rio de Janeiro (UFF), which has trained more than 6 thousand students since 2007. Present at the Rio Oil & Gas, Aveva, which specializes in detailing and engineering project management and information for the Oil, Energy, Shipbuilding and Mining industries, is demonstrating how technology can make businesses more competitive, according to international standards. “We present and demonstrate through our tools our full suite of solutions for the industry, both in the area of engineering and projects as well as enterprise solutions”, the company has informed in a note to Macaé Offshore. “Today, Aveva maintains another deal with the UFF Undergraduate Department for 3D Modeling, an elective discipline for the course of engineering. Currently, the institution has more than eight classes already majored in this subject”. Also according to Aveva, these partnerships are considered fundamental within its business strategy. In this context, the company intends to continue to seek agreements with other educational institutions.

Profits also with computerization in international trade Most of the companies in the oil and gas sector end up acting in international trade for import and export of raw materials and even entire platforms of oil exploration. And, for the control to be effective, it is necessary the computerization of these processes, another business opportunity for the IT industry. “In order to create this differential, the Softway invested around R$ 4 million to develop an entire vertical line of products for the segment. Today, we serve the entire production chain of this market, since the importer, passing by the company that manufactures and makes maintenance of platforms and extractor vessels, to companies that operate in oil extraction,” the Executive Director of Softway, Menotti Antonio Franceschini Neto, said. Currently, this segment represents 8% of the company’s annual revenue, which expects to close the year with revenues of R$ 72 million. “This number represents an increase of 35% compared to 2011 and will only be possible because of the large investment made by the company in recent years. Our goal is to get to R$130 million by 2014 and, to this end, we have been developping business strategies that are giving results so far,” he adds. 

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ESPECIAL

30 anos com fôlego de sobra Rio Oil & Gas acompanhou toda a evolução do setor de O&G brasileiro e hoje reflete o bom momento atual no país

Por Brunno Braga

N

o início da década de 1980, o Brasil vivia uma grave crise de confiança internacional por conta de sérios problemas econômicos. Na época, a indústria de petróleo brasileira gerava dúvidas a respeito da sua potencialidade e ainda estava sob a égide do monopólio estatal. Em meio a esse caldeirão de turbulência econômica, foi gestada a Rio Oil & Gas. Maior evento do segmento na América Latina, a feira está completando 30 anos de existência, com 16 edições realizadas. As três décadas da feira coincidem com a trajetória de sucesso alcançado no setor de petróleo e gás brasileiro. A feira, que acontece entre os dias 17 e 20 de setembro, no Riocentro, principal centro de convenções do Rio de Janeiro, já se tornou agenda obrigatória para todos os players que atuam neste mercado. De início, o evento ocupava apenas dois pavilhões do Riocentro e foi batizado de “Feira Industrial de Petróleo e Gás”, nome que perdurou até 1992. Dez anos mais tarde e já com o monopólio estatal de exploração e produção quebrado, a Rio Oil & Gas sediou o World Petroleum Congress (WPC), 56 MACAÉ OFFSHORE

Luiz Bispo / Arquivo Macaé Offshore

maior conferência mundial do setor, realizada a cada três anos em um país produtor de petróleo. Em 2012, o cenário mostra-se bem diferente daquele visto há três décadas. As oportunidades econômicas em petróleo e gás ganharam exponencialidade e o País desponta como um dos mais importantes do setor no mundo, potencializado após as descobertas de reservas na área do pré-sal. Para João Carlos de Luca, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) – entidade responsável pela organização e realização do evento desde a sua primeira edição – o sucesso da Rio Oil & Gas é o melhor reflexo do ótimo momento pelo qual passa o setor. “Eu me lembro do tempo em que eu trabalhava na Petrobras e quando ia divulgar os trabalhos e feitos no exterior, verificava que nos foros internacionais o Brasil entrava nas estatísticas como ‘outros’. Hoje, o Brasil representa, internacionalmente, uma oportunidade de ouro dentro do segmento de exploração e produção. Isso vai fazer com que alcancemos recordes de participação de pessoas e empresas”, afirma o executivo.


Números históricos Wilson Dias/Abr

Para esta edição, estão sendo aguardadas 55 mil pessoas, que estarão circulando pelos 38 mil m² de área da feira, divididos em cinco pavilhões, que deverão reunir cerca de 1.300 expositores. “Além de ser a maior edição da história da Rio Oil & Gas, será também uma das maiores feiras de negócios já realizadas no Brasil”, garante o presidente do IBP. Quebrar recordes de participação de pessoas e empresas do setor não será tarefa fácil. Isso porque, na última edição, a ROG conseguiu reunir público de 46 mil visitantes, 15% a mais do que o registrado na edição anterior. E esse sucesso também se reverteu nos resultados dos negócios fechados durante a feira, que, segundo a organização, chegaram a R$ 138 milhões – volume 16% maior do que foi contabilizado na 14ª edição da feira.

João Carlos de Luca, presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) João Carlos de Luca, President of the Brazilian Institute of Petroleum (IBP)

Para este ano, foram planejadas quatro plenárias e sete blocos temáticos, compostos de 27 painéis. A intenção com o conjunto de palestras é aumentar o conhecimento sobre as práticas e tecnologias operacionais, além de proporcionar a reflexão sobre o futuro do setor de energia e auxiliar na capacitação da indústria nacional.

“Nesta edição, nosso maior foco é a realização dos congressos técnicos. Os principais nomes da indústria do petróleo já confirmaram e marcarão presença nas plenárias, entre eles, cinco CEOs das principais operadoras de petróleo do mundo. Por isso, tenho certeza de que o comitê técnico formado será de altíssimo nível”, destaca De Luca.

Emprego e renda e responsabilidade social Para De Luca, o evento representa também a possibilidade de discutir os meios para que a indústria nacional de petróleo possa crescer ainda mais e gerar mais renda e emprego, focando sempre no aumento da competitividade. “No passado, tivemos uma política de reserva de mercado, que foi terrível. Nós, do IBP, queremos que os fornecedores nacionais tenham condições de competir não somente no mercado interno, mas também em outros mercados, como o do oeste da África”, destaca.

Na esteira da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada em junho deste ano, a Rio Oil & Gas traz para esta edição o Seminário de Responsabilidade Social “Arena + 10 – Avanços e Desafios do Desenvolvimento Sustentável no Setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis”. Na programação, haverá um painel sobre o legado social da cadeia produtiva do petróleo e gás e uma mesa redonda sobre o consumo consciente da energia. (B.B.)  MACAÉ OFFSHORE 57


SPECIAL

30 year-old and full of energy In 30 years, Rio Oil & Gas follow-up the whole evolution of the Brazilian O&G and reflects the current good moment in the country By Brunno Braga

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n the early 1980, Brazil lived a serious international crisis of mistrust because of serious economic problems. At the time, the national oil industry generated doubts about their potential and was still under the aegis of the State monopoly. In the midst of this melting pot of economic turmoil Rio Oil & Gas was created. The biggest event of the sector in Latin America, the fair is celebrating 30 years of existence, with 16 editions accomplished. The three decades of fair match the trajectory of success achieved in the oil and gas industry. The fair, which happens between 17 and 20 of September at Riocentro, the main Convention Center in Rio de Janeiro, has become mandatory schedule for all players that act in this market. At first, the event occupied only two pavilions of the Riocentro and was named “Industrial Fair of oil and gas”, a name which lasted until 1992. Ten years later, and already with the exploitation and production monopoly broken, Rio Oil & Gas hosted the World Petroleum Congress (WPC), the largest global Conference, held every three years in an oil producing country. In 2012, the scenario shows up quite different from that one seen three decades ago. Economic opportunities in oil and gas won exponential dimension and the country stands out as one of the most important countries in the world, powered after the discoveries in the presalt area reservoirs. For João Carlos de Luca, President of the Brazilian Institute of Petroleum (IBP) – the entity responsible for organizing and holding the event since its first edition - , the success of the Rio Oil & Gas is the best reflection of the great moment of the business. 58 MACAÉ OFFSHORE

“I remember the time when I worked with Petrobras and when I would disseminate the work and realizations from abroad, I observed that in international forums Brazil entered in the statistics as ‘other’. Today, Brazil

represents internationally a golden opportunity inside the exploitation and production segment and this will cause us to achieve record participation of people and companies”, he says.

Historical numbers For this Edition, 55 thousand people are expected to circulate by 38 thousand m² of exhibition area, divided into five pavilions, where about 1,300 exhibitors will get together. “In addition to being the largest Edition of the history of Rio Oil & Gas, it will also be one of the largest trade fairs ever held in Brazil,” the Chairman of IBP says. Breaking records of participation of people and companies in the sector will not be an easy task. This is because, in the last issue, the ROG managed to gather audience of 46 thousand visitors, 15% higher than the recorded in the previous edition. And this success also reversed the results of the businesses closed during the fair, which, according to the Organization, reached R$ 138 million, from 533 meetings with suppliers, small and medium-sized suppliers

with 27 anchor companies, a volume 16% larger than what was accounted for in the 14th edition of the fair. For this year, four plenary and seven thematic blocks were planned, composed of 27 panels. The intention of the set of lectures is to increase knowledge about operating practices and technologies, as well as providing the reflection on the future of the energy sector and assist in the training of national industry. “In this edition, our biggest focus is the realization of technical conferences. The top names of the petroleum industry are already confirmed for the plenary, among them five CEOs of the major oil carriers in the world. So, I’m sure that the technical committee will be formed with a very high level”, De Luca points out.

Employment and income and social responsibility For De Luca, the event also represents the possibility to discuss the means for the national oil industry to grow even more and generate more income and employment, focusing always on the increase of competitiveness. “In the past, we had a reserve policy of the market that was terrible. We, from the IBP, want that the national suppliers to have conditions to compete not only in the domestic market, but also in other markets such as the West Africa”, he says.

In the aftermath of the United Nations Conference on Sustainable Development, Rio + 20, held in June this year, Rio Oil & Gas brings to this edition the Seminar about Social Responsibility of the Oil Business ‘Arena + 10 - advances and challenges of sustainable development in the sector of oil, gas and Biofuels’. On the schedule, there will be a discussion panel on the social legacy of the productive chain of the oil and gas and a roundtable on conscious consumption of energy. (B.B.) 


PlatAformA Espírito santo

De portas abertas para novos

investimentos

Considerado o ‘portal norte do pré-sal brasileiro’, a Bacia do Espírito Santo se mantém atraente para a cadeia produtiva de óleo e gás Por Rodrigo Leitão

N

Agência Petrobras

os últimos anos, a Bacia do Espírito Santo foi destaque na produção de petróleo e gás natural no Brasil, com as descobertas realizadas principalmente pela Petrobras. Pioneira no teste de longa duração do pré-sal brasileiro, no Campo de Jubarte, iniciado em setembro de 2006, a bacia segue num ritmo constante de desenvolvimento das reservas do pré-sal, graças às facilidades encontradas no litoral capixaba em comparação com a Bacia de Santos, onde estão as maiores reservas brasileiras de petróleo. As áreas de pré-sal e pós-sal da Bacia do Espírito Santo formam uma combinação com elevado potencial, com lâminas d’água que variam de 1.300 a 2 mil metros de profundidade, onde grandes reservatórios de óleo e gás são encontrados acima e abaixo de uma camada de sal que tem, em média, 200 metros de espessura. É neste contexto que a cadeia produtiva de petróleo e gás no Espírito Santo tem

Planta de tratamento de gás da Petrobras em Cacimbas, município de Linhares, é um dos projetos The gas treatment plant in Petrobras, in the municipality of Linhares Cacimbas, is one of the projects

crescido nos últimos anos e buscado novas oportunidades de negócios. O Governo do Espírito Santo, em parceria com as companhias de petróleo na região, tem atuado em reservas onshore e offshore, como o pré-sal de Baleia Azul, onde a Petrobras fez sua segunda

descoberta. “A produção crescerá muito no Campo de Baleia Azul, onde, ainda em setembro, entra em funcionamento o navio-plataforma Cidade de Anchieta, com capacidade para produzir 100 mil barris por dia”, destaca o secretário de Desenvolvimento do Estado, Márcio Felix, em entrevista à Macaé Offshore.

Projetos no litoral capixaba somam R$ 102 bi Félix falou sobre os principais projetos do Governo ligados ao setor de óleo, gás e indústria naval. De acordo com o secretário, o estado conta com 148 projetos em andamento, com um valor total de R$ 102 bilhões. “Metade desse valor é referente a

projetos relacionados à petroquímica e infraestrutura”, afirma o secretário. Ele também destacou os projetos em Exploração e Produção (E&P), que estão sendo desenvolvidos no Espírito

Santo, muitos deles fruto do crescimento da cadeia produtiva do petróleo e gás. Segundo Félix, empresas como Technip, União Engenharia, Águia Branca e Colúmbia há algum tempo já vêm trabalhando na região. MACAÉ OFFSHORE 59


PlatAformA Espírito santo

“É importante destacar a planta de tratamento de gás da Petrobras em Cacimbas, no município de Linhares; o complexo gás-químico previsto para esta mesma região; as termelétricas que já estão se instalando ou que vão se instalar no Espírito Santo até 2013; a UTG-Sul; o Estaleiro Jurong, que está em fase de atendimento às condicionantes ambientais; as bases de apoio offshore que serão construídas no estado, entre muitos outros projetos que estão sendo desenvolvidos ou avaliados”, ressalta. Simbolizando estas perspectivas de desenvolvimento e crescimento do Estado, o Estaleiro Jurong de Aracruz (EJA) e a Sete Brasil assinaram um contrato para a construção de sete sondas, tipo navio-sonda, que serão usadas na indústria do petróleo. O investimento vai ultrapassar a casa dos R$ 10 bilhões. A previsão para a conclusão da primeira sonda é para junho de 2015 e a última, para 2019. De acordo com o governador Renato Casagrande, em recente entrevista concedida à imprensa, esse é o maior investimento nos últimos anos no estado. “Só nos contratos, o investimento é de mais de R$ 10 bilhões. Com a construção do estaleiro, esse valor vai passar de R$ 11 bilhões. É o maior investimento da história recente do Espírito Santo”, declarou.

Pós-sal: novas descobertas no estado As reservas capixabas de óleo e gás continuam bastante promissoras também no pós-sal. Em julho, a Petrobras descobriu uma nova acumulação de petróleo (15°API) na Concessão BM-ES-24, localizada a 58 km da cidade de Vitória. A descoberta ocorreu durante a perfuração do poço informalmente denominado Grana Padano, a 64 km do Campo de Golfinho, em profundidade de água de 1.208 metros. A descoberta foi confirmada a partir da resposta do detector e da perfilagem realizada em reservatórios localizados em profundidade de 2.008 metros.

A Petrobras é a operadora do consórcio para a exploração da concessão (40%) em parceria com as empresas IBV Brasil (30%) e Anadarko (30%). Em nota, a Petrobras informou que o consórcio dará continuidade às atividades no bloco e pretende submeter à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) uma proposta de Plano de Avaliação com a finalidade de delimitar a acumulação descoberta, bem como estimar os volumes e a produtividade do reservatório.

Noruega de olho no potencial capixaba Presente na Rio Oil & Gas deste ano, a Innowation Norway – que presta assistência às empresas norueguesas, oferecendo serviços de promoção de imagem e consultoria –, confirma seu interesse em novas parcerias na Bacia do Espírito Santo. A diretora da agência, Helle Moen, informa que, nesta edição, estão presentes as delegações das duas cidades mais importantes do polo da indústria norueguesa de petróleo: Stavanger, que tem memorando de entendimento assinado com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, e Bergen, que tem compromisso similar com o Espírito Santo.

Segundo Moen, há um forte movimento de fornecedores brasileiros em busca de parcerias com empresas norueguesas que dominam tecnologias demandadas hoje pela Petrobras, principalmente em relação aos campos em áreas mais profundas e no pré-sal. “Devido ao crescente interesse no mercado brasileiro, 35 empresas norueguesas estão reunidas aqui no Riocentro”, conta a executiva. O número é 20% superior ao registrado na edição anterior, em 2010, sendo 17 delas estreantes no evento.

RedePetro ES já reúne 100 empresas Resultante do convênio entre Petrobras e Sebrae, a RedePetro ES leva sete empresas da cadeia produtiva capixaba para a Rio Oil & Gas. Entre elas, destacam-se empresas de isolante térmico, gestão ambiental, transporte corporativo e fabricantes de botas, todas elas fornecedores de bens e serviços para o setor de óleo e gás. Atualmente, cerca de 100 empresas integram a Rede Petro (ES). Segundo a gestora de Projeto da Unidade de Indústria do 60 MACAÉ OFFSHORE

Sebrae-ES, Ana Karla Macabu, o convênio com a RedePetro-ES prevê a capacitação dessas empresas para atender as grandes contratantes da bens e serviços como a Petrobras. “Hoje fazemos um trabalho na capacitação das empresas, na certificação de qualidade e na área de Saúde, Meio Ambiente e Segurança. Notamos que muitas companhias estão com demandas em SMS e, mais recentemente, também na área de inovação e conhecimento de novos produtos”, diz Ana Karla.

Além de dar visibilidade a pequenas empresas fornecedoras de bens e serviços do estado, a RedePetro ES promove um intercâmbio entre as cadeias produtivas. Empresas locais que desenvolviam um trabalho para empresas siderúrgicas e mineradoras passam a atender o setor de óleo e gás, por meio dos conhecimentos adquiridos, garantindo assim um crescimento do parque industrial local com retenção de riquezas no estado. 


MACAÉ OFFSHORE 61


Espírito santo Platform

Open doors to new

investments Considered the ‘northern gate of the Brazilian pre-salt layer’, Espírito Santo Basin remains attractive for the oil and gas productive chain By Rodrigo Leitão

I

n the last years, Espírito Santo Basin has stood out in the oil and natural gas production in Brazil with the discoveries mainly done by Petrobras. A pioneer in the long-term testing of the Brazilian pre-salt layer, at Jubarte field, which started in September of 2006, the basin keeps a constant rhythm of development of the pre-salt reservoirs, thanks to the amenities found on the coast of Espírito Santo, where there are the largest Brazilian oil reservoirs. The pre-salt and post-salt areas of Espírito Santo form a high-potential combination, with water tables ranging from 1,300 to 2 thousand meters deep, where oil and gas reservoirs are found under and above a salt layer that has is approximately 200 meters thick. That’s in this context that the productive oil and gas chain in Espírito Santo has grown in the last years and sought new business opportunities. The state government has been acting in offshore and onshore reservoirs such as the pre-salt layer of Baleia Azul, where Petrobras has done its second finding. “The production will grow at Baleia Azul field, where from this month on the platform vessel Cidade de Anchieta will come into operation, with capacity to produce 100 thousand barrels a day”, the secretary of development of the State of Espírito Santo, Márcio Felix, points out in an interview to Macaé Offshore. 62 MACAÉ OFFSHORE

R$ 102 billion for projects on the coast of Espírito Santo Félix spoke about the major government’s projects linked to the oil gas and naval industry. According to the Secretary, the State has 148 projects in progress, with a total amount of R$ 102 billion. “Half of that value is for the petrochemicalrelated projects and infrastructure,” said the Secretary.

in the process of complying with environmental restrictions; the offshore support bases that will be built in the State, among many other projects that are being developed or evaluated,” he point out.

He also highlighted the exploration and production projects (E&P), which are being developed in Espírito Santo. Many of them are the result from the growth of the oil and gas supply chain. As Felix says, companies such as Technip, União Engenharia, Águia Branca and Columbia have worked for some time in the region.

Symbolizing this development and growth overview of the State, the Jurong Shipyard of Aracruz (EJA) and Seven Brazil signed a contract for the construction of seven probes, probe ship type, which will be used in the oil industry. The investment will exceed the R$ 10 billion. The first probe is expected to be completed in June of 2015 and the last one is expected to be completed in 2019.

“It’s important to highlight the gas treatment plant in Petrobras, in the municipality of Linhares Cacimbas; the gas-chemical complex, referred to this same region; the thermal power plants that are already being implemented or that will be implemented in Espírito Santo by 2013; the SouthUTG; the Jurong shipyard, which is

According to the governor Renato Casagrande, in a press interview, this is the major investment in the last years at the State. “Only in contracts, the investment exceeds R$ 10 billion. With the construction Works of the shipyard, this amount will exceed R$ 11 billion. It’s the largest investment of the recent history of Espírito Santo”, he affirms.


Post-salt: new findings at the state The oil and gas reservoirs in Espírito Santo remain quite promising in the post-salt too. In July, Petrobras discovered a new oil accumulation (15°API) at the BM-ES-24 Concession, 58 km away from the city of Vitória. The finding took place during the well drilling informally named Grana Padano, 64 km away from Golfinho field, at 1,208 meters deep. The finding was confirmed by the response from the gas detector and by profiling done in reservoirs located at 2.008 meters deep.

Petrobras operates the consortium for the concession exploitation (40%) in a partnership with IBV Brazil (30%) and Anadarko (30%). Through a note, Petrobras has informed that the consortium will continue the activities in the block and intends to submit a proposal for the Evaluation Plan to the National Oil, Natural and Biofuels Agency (ANP) aiming at delimitating the accumulation, as well as estimating the volume and productivity of the reservoir.

Norway has an eye on the Espírito Santo’s potential Present at the Rio Oil & Gas this year, the Innowation Norway - which assists Norwegian companies, offering image and promotion consultancy services -, confirms its interest in new partnerships in the Espírito Santo Basin. The agency’s director, Helle Moen, informs that this time the delegations from the two most important cities from the Norwegian oil industry will be there: Stavanger, which has signed memorandum of understanding with the State Government of Rio de Janeiro, and Bergen, which has similar commitment with Espírito Santo.

According to Moen, there is a strong movement of Brazilian suppliers seeking partnerships with Norwegian companies that dominate technologies used today by Petrobras, mainly in relation to fields in deeper areas and in the pre-salt layer. “Due to the growing interest in the Brazilian market, 35 Norwegian companies are gathered here at Riocentro,” the executive says. The number is 20% higher than in the previous edition in 2010, 17 of them are new at the event.

RedePetro already unites 100 companies Resulting from the agreement between Petrobras and Sebrae, RedePetro ES takes seven companies of the productive chain of Espirito Santo to Rio Oil &Gas. Among them, thermic insulating producer companies, environmental management companies, corporate transportation and manufacturers of boots, all suppliers of goods and services for the oil and gas sector. Currently, about 100 companies are part of Rede Petro (ES). According to the project manager of the Industry Unit of Sebrae-ES, Ana Karla Macabu, the agreement with RedePetro-ES provides for the training of these companies to meet the demands from the great contractors of goods and services

such as Petrobras. “Today we perform training, quality certification and some health, safety and environment work at companies. We observe that many companies have HSE demands and, more recently, innovation and knowledge of new products demands”, Ana Karla says. In addition to giving visibility to small suppliers of goods and services of the state, the RedePetro ES promotes an exchange between the productive chains. Local companies that developed a job for steelmakers and miners shall now supply the oil and gas sector, by means of the knowledge acquired, thus ensuring a growth of local industrial park with retention of wealth in the State. 

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PlatAformA santoS

Na corrida do

pré-sal

Bacia de Santos se prepara para disputar com Campos a posição de maior produtora de petróleo no Brasil, mas ainda são muitos os desafios Por Rodrigo Leitão

C

om a exploração do petróleo do pré-sal na Bacia de Santos em níveis cada vez mais crescentes, a previsão é que a região se consolide no final da década como a segunda maior produtora de petróleo do Brasil. Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Bicombustíveis (ANP) indicam que a região deverá atingir um nível de produção em patamar semelhante ao da Bacia de Campos – 1,7 milhão de barris de óleo e 28,5 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Em maio de 2011, a Bacia de Santos passou de 86 mil barris de óleo para 130 mil, ultrapassando a produção das Bacias do Espírito Santo e de Solimões. Segundo o Anuário Estatístico divulgado pela ANP, em 2011 o pré-sal produziu 71 mil barris/ dia de petróleo, o equivalente a 3,4% da produção nacional, que foi de 2,1 milhões de barris/dia. Esse resultado situou o Brasil na 13ª colocação no ranking mundial de produtores. Com a entrada em produção dos campos, os municípios da Baixada Santista e do litoral norte de São Paulo devem receber atividades como bases de apoio logístico às petrolíferas, de onde saem helicópteros, barcos e navios para a produção em alto-mar, e escritórios da Petrobras e de outras empresas petrolíferas ou fornecedoras, 64 MACAÉ OFFSHORE

manutenção de navios e barcos e cursos na área de petróleo e gás. Em entrevista à Macaé Offshore, Jean Egito, consultor da Deloitte para soluções de Strategy & Operations em projetos relacionados ao pré-sal, confirma que o desenvolvimento da produção do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos vai criar um potencial extraordinário para a indústria de petróleo e, especialmente, para o desenvolvimento brasileiro, uma vez que será necessário, segundo ele, desenvolver estudos de subsuperfície, perfurar e completar poços, instalar equipamentos e tubulações submarinas, construir e operar unidades de produção e garantir o fluxo de petróleo e gás. Segundo o consultor, a antecipação da produção comercial é um dos condutores da estratégia da Petrobras para o desenvolvimento do pré-sal. “A construção seriada de Unidades de Produção, a chamada “fábrica FPSO”, onde os cascos para os oito FPSOs padronizados estão sendo construídos no Polo Naval de Rio Grande, é um realista exemplo de uma iniciativa nunca antes realizada no mercado brasileiro de petróleo e gás. Esses módulos de produção serão integrados em estaleiros brasileiros, com preços competitivos em relação ao mercado internacional”, afirma. De acordo com Jean Egito, outra estratégia arrojada tinha também de ser

concebida de forma a assegurar que a Petrobras tenha sondas de perfuração no local no prazo necessário. Para atingir este objetivo, o especialista garante que, com as 15 sondas operando no Polo Pré-Sal de Santos e outras com chegada prevista até o final de 2012, a companhia vai alcançar todo esse potencial. A Petrobras contratou 21 sondas para águas ultraprofundas que serão construídas no Brasil com percentual que varia de 55% a 65%. Recentemente, o diretor de Exploração de Produção da Petrobras, José Formigli, informou que as unidades serão entregues a partir de 2016 e serão destinadas principalmente à perfuração de poços no pré-sal da Bacia de Santos, incluídas as áreas da cessão onerosa, de onde a estatal está autorizada a retirar 5 bilhões de barris de petróleo. “Tanto a Fábrica de FPSO quanto a aquisição de sondas de perfuração são exemplos de estratégias que também irão melhorar o conteúdo local, fornecendo escala para promover a expansão da indústria brasileira em termos competitivos pela expansão da capacidade dos fornecedores já existentes, criando novos players locais, com a instalação de fornecedores estrangeiros e estabelecimento de parcerias com empresas locais”, afirma Egito.


MACAÉ OFFSHORE 65


PlatAformA santoS

Desenvolvimento do pré-sal confirma novas oportunidades Jean Egito fez questão de destacar outros exemplos de iniciativas que confirmam as oportunidades que o desenvolvimento do pré-sal pode dar à indústria do petróleo: treinamento de pessoal para operar equipamentos, embarcações e unidades de produção; criação de novos empregos para geólogos, engenheiros, químicos, biólogos, contadores, advogados e outros profissionais graduados; geração de conhecimento no Brasil por

meio da cooperação das empresas de petróleo com universidades brasileiras, centros de P&D e comunidades técnicas internacionais; desenvolvimento de soluções inovadoras para unidades de produção especialmente concebidas para o ambiente pré-sal; e construção de novos estaleiros no Brasil ou modernização dos já existentes. “Devido à sua grande área e aos volumes de hidrocarbonetos estimados,

bem como ao seu ambiente original águas ultraprofundas de alta pressão, contaminantes, reservatórios de carbonato microbiais, espessa camada de sal acima do reservatório, entre outros - o desenvolvimento do pré-sal é um desafio e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade para o desenvolvimento e implantação de novas tecnologias e fortalecimento da indústria nacional”, conclui o consultor.

Uma descoberta extremamente importante e significativa, afirma a Petrobras Em agosto, a Petrobras informou que encontrou um novo reservatório gigante no pré-sal da Bacia de Santos, no Campo de Carcará, que poderá se tornar uma das maiores descobertas do Brasil, ao lado de campos como Lula e Guará, localizados na mesma região. A Petrobras é operadora do consórcio (66%), em parceria com a

Petrogal Brasil (14%), Barra Energia do

Carcará. Segundo informações divul-

Brasil Petróleo e Gás (10%) e Queiroz

gadas pela Petrobras, foram coletadas

Galvão Exploração e Produção (10%).

novas amostras de óleo até a profundi-

Sem citar volumes, a Petrobras e

dade de 6.131 metros, que comprova-

as sócias comunicaram ao mercado

ram a boa qualidade do petróleo (cer-

brasileiro a existência de uma coluna

ca de 31º API), em reservatórios carbo-

de óleo de mais 400 metros no poço

náticos de excelentes características de

ainda em perfuração no prospecto de

porosidade e permeabilidade.

Outras operadoras na disputa do pré-sal A Petrobras está presente na grande maioria dos blocos em atividade na região, o que explica sua alta taxa de sucesso, mas outras operadoras têm feito descobertas importantes nas áreas do pré-sal, como a espanhola Repsol e a norte-americana Anadarko. Maior produtora privada de petróleo no Brasil, a Shell decidiu acelerar seus investimentos no país, mais precisamente na Bacia de Santos. A petroleira anglo-holandesa já investiu mais de US$ 500 milhões em suas atividades de pré-sal no país. “Atualmente, mais de 10% da produção anual da Shell vem de áreas do pré-sal”, informa a empresa, em nota à Macaé Offshore. 66 MACAÉ OFFSHORE

A companhia atualmente tem 11 concessões para exploração e produção de petróleo e gás no Brasil, sendo seis offshore – BM-S-54, pré-sal da Bacia de Santos; Bijupirá, Salema, Parque das Conchas, BC-10 na Bacia de Campos, além de cinco blocos onshore na Bacia de São Francisco. Desde 1998 a companhia já investiu mais de US$ 4,4 bilhões em suas atividades de upstream no Brasil. Na área do pré-sal da Bacia de Santos, a petroleira opera o bloco BM-S-54, com 80% de participação. Os poços exploratórios perfurados até o momento indicaram a presença de hidrocarbonetos.

A Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) diz estar preparada para o extraordinário crescimento do segmento petrolífero no País. A QGEP tem programado investimentos da ordem de R$ 165 milhões para o próximo ano. Parte deste valor, aproximadamente R$ 50 milhões, está destinado ao desenvolvimento dos ativos em área de alta prospectividade da Bacia de Santos (BS-4 e BM-S-8). No bloco BM-S-8, onde recentemente foi anunciada uma descoberta de grande potencial no campo de Carcará, a petroleira conta com participação em 10%. 


santoS Platform

The

pre-salt

layer rush The Santos Basin prepares to compete against Campos for the rank as the largest oil producer in Brazil, but there still are many challenges

By Rodrigo Leitão

W

ith the increasingly growing levels of oil exploration in the pre-salt layer in Santos Basin, the prediction is that the region will consolidate at the end of the decade as the second largest oil producer in Brazil. Data from the National Agency of Petroleum, Natural Gas and Biofuels (ANP) indicate that the region must reach a level similar to the production level of the Campos Basin – 1.7 million barrels of oil and 28.5 million cubic meters of gas per day. In May 2011, the Santos basin went from 86 thousand barrels of oil to 130 thousand, exceeding the production of the Espírito Santo Basin and Solimões. According to the Statistical Yearbook published by the ANP, in 2011 the presalt layer produced 71 thousand oil barrels per day, equal to 3.4% of the national production, which was of 2.1 million barrels per day. This result placed Brazil in 13th place in the producers world ranking. With the fields entering into production, the municipalities of Baixada Santista and the Northern coast of São Paulo shall receive activities such as logistical support bases to oil companies – from which helicopters, boats and vessel depart for the offshore production, – Petrobras ‘ offices and other oil companies or suppliers’ offices, maintenance

of vessels and boats and courses on oil and gas. In an interview with Macaé Offshore, the Deloitte’s consultant for solutions on Strategy & Operations in projects related to the pre-salt layer, Jean Egito, confirms that the development of the production from the Pre-salt Santos Basin Pole will create an extraordinary potential for the oil industry and, especially, to the Brazilian development, since it will be necessary, he said, to develop subsurface studies; to drill and to complete wells, to install equipment and underwater pipelines, to build and operate production units and to ensure the flow of oil and gas. According to the consultant, the anticipation of commercial production is one of the drivers of Petrobras’ strategy for the development of the pre-salt layer. “The serial construction of Production Units, the so-called “FPSO Factories”, where the hulls for the eight FPSOs are being built at the Standardized Naval Pole of Rio Grande, is a realistic example of an initiative never before held in the Brazilian market of oil and gas. These modules will be integrated to Brazilian shipyards, with competitive prices in relation to the international market”, he affirms.

According to Jean Egito, another bold strategy must also be designed to ensure that Petrobras has drilling rigs on site in the time required. To achieve this goal, the specialist ensures that, with the 15 probes operating in the Santos Pre-salt Pole and other ones expected to arrive by 2012, the company will achieve all this potential. Petrobras contracted 21 probes for ultra-deep waters that will be built in Brazil with a percentage that varies from 55% to 65%. In a recent statement, the Petrobras’ Director of Production Exploitation, José Formigli, informed that the units will be delivered from 2016 on and they will be aimed primarily to drilling wells in the pre-salt layer of the Santos Basin, including the onerous transfer areas, from where the state company is authorized to remove 5 billion barrels of oil. “Both the FPSO Factory as the acquisition of drilling rigs are examples of strategies that will also improve the local content, providing scale to promote the expansion of Brazilian industry in competitive terms of the capacity of expansion of existing suppliers, creating new local players, with the installation of foreign suppliers and the establishment of partnerships with local companies,” Egito says. MACAÉ OFFSHORE 67


santoS Platform

Development of the pre-salt layer confirms new opportunities Jean Egito insisted on highlighting other examples of initiatives which confirm the opportunities that the development of the pre-salt layer can provide for the oil industry: personal training to operate equipment, vessels and production units; creation of new jobs for geologists, engineers, chemists, biologists, accountants, lawyers and other graduated professionals; knowledge generation in Brazil, through the cooperation of oil companies with Brazilian universities, P&D center and international technical communities; development of

innovative solutions for production units specially designed for the pre-salt environment and building new shipyards in Brazil or modernization of the existing ones. According to him, the generation of knowledge in Brazil, through the cooperation of oil companies with Brazilian universities, P&D centers and international technical communities, along with the development of innovative solutions for the production units specially

designed for the pre-salt environment are also other relevant initiatives. “Due to its large area and the estimated volumes of hydrocarbons, as well as its original environment (ultra-deep, high pressure waters, contaminants, microbial carbonate reservoirs, thick salt layer above the reservoir, among others) the pre-salt development is a challenge and, at the same time, a great opportunity for the development and deployment of new technologies and strengthening of the domestic industry”, the consultant concludes.

Other players in the pursuit of the pre-salt But it isn’t only Petrobras that celebrates good results in the Santos Basin. In a note sent to Macaé Offshore, Queiroz Galvão Exploitation and Production (QGEP) highlights that Petrobras is present in the vast majority of blocks on activity in the region, which explains its high success rate, but the company reminds us that other operators have made important discoveries in the pre-salt areas, such as the Spanish Repsol and the American Anadarko The company states that it’s prepared for the extraordinary growth of the oil sector in the country. QGEP has been planning investments of R$ 165 million for next year. Part of this amount

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– approximately R$ 50 million – is destined to the development of actives of hig prospectivity area of the Santos Basin (BS-4 and BM-S-8). In the BM-S-8 block, in which a discovery of great potential in the field of Carcará was announced, the oil company has 10 % of participation. The largest private producer of oil in Brazil, the English-Dutch oil company, Shell, has decided to accelerate its investments in the country. In the pre-salt area of the Santos Basin, the oil company operates the BM-S-54 block, with 80% of participation. The exploratory wells drilled so far indicated the presence of hydrocarbons. “Currently, more

than 10% of Shell’s annual production come from the pre-salt areas”, the company reports in a note. In a note, Shell informs that since 1998 the company has invested more than US$ 4.4 billion in its Upstream activities in Brazil. The company currently has 11 concessions for exploitation and production of oil and gas in Brazil, being six of them offshore and five of them onshore. Nine of these concessions are operated by Shell: BM-S-54 (the pre-salt layer in Santos Basin), Bijupirá, Salema, Parque das Conchas (BC-10 in the Campos Basin), in addition to the five blocks in the San Francisco Basin (onshore). 


EMPRESAS & NEGÓCIOS

NOV aposta alto no Brasil Com 30 anos de atuação no país, multinacional americana quer se consolidar no mercado de óleo e gás brasileiro. Próximo investimento será fábrica no Açu

Por Brunno Braga

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o momento em que as oil companies estão bastante motivadas a investir no País, a multinacional americana NOV – National Oilwell Varco não quer ficar de fora e busca aumentar seus investimentos em solo e águas nacionais. Posicionada entre as maiores players globais do setor, ao lado de Haliburton, Schlumberger, Kinder Morgan, EPD, Enbridge e Transcanadá, a prestadora de serviços e equipamentos de petróleo, com faturamento de US$ 14,7 bilhões (2011), tem apostado alto no Brasil. Com o pré-sal e a retomada da indústria naval brasileira, o leque de oportunidades para o setor se torna bastante atraente para investimentos de peso. Esta é a avaliação do vice-presidente de Contas Globais da NOV, David Crumpler, que recebeu a equipe de Macaé Offshore para uma entrevista exclusiva em seu escritóriosede no Rio de Janeiro. “Mais da metade dos empregados da NOV está fora dos Estados Unidos.

Fotos: Divulgação

Neste contexto, o Brasil surge como um dos principais países a se investir para os próximos anos. Nós estamos em mais de 60 países e posso afirmar que as oportunidades existentes no Brasil são imensas. Eu gosto muito de trabalhar com os brasileiros”, afirma Crumpler. Criada em 1841 e presente em mais de 1.000 localidades em mais de 60 países, com cerca de 800 centros de fabricação, vendas e serviços, a companhia atua no Brasil há 30 anos, tendo começado suas operações em Macaé, onde já emprega aproximadamente 800 funcionários em suas unidades. Líder mundial no segmento, a empresa é especializada na concepção, fabricação e venda de equipamentos e componentes utilizados na perfuração de petróleo e gás e em operações de produção, atuando também na prestação de serviços para campos petrolíferos e serviços de integração da cadeia de fornecimento.

David Crumpler, VP de Contas Globais da NOV: Brasil desponta como um dos destinos de investimentos David Crumpler, VP Global Account NOV: Brazil stands out as one of the investment destinations

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EMPRESAS & NEGÓCIOS

Nova fábrica no Açu A NOV se prepara para instalar uma fábrica para construção de tubos flexíveis no Superporto do Açu, no Norte Fluminense. A planta terá capacidade para produção de 250 quilômetros de tubos flexíveis por ano e atenderá às demandas das indústrias offshore de petróleo e química do local. De acordo com informações da empresa, este grande investimento irá gerar em torno de 400 empregos diretos. As obras se iníciaram no segundo semestre de 2012.

Forte presença no Nordeste Mesmo com empreendimentos de grande porte destinados ao Estado do Rio de Janeiro, a NOV mantém forte atuação em várias outras regiões do país. “Estamos presentes de norte a sul e, atualmente, operando em mais de 10 cidades brasileiras”, conta o executivo.

Atuação no mercado mundial Com sede em Houston, no Texas (EUA), a National Oilwell Varco desenvolveu expertise ao longo de mais de um século e meio de atividades em vários continentes, tornando-se uma das principais fabricantes mundiais de plataformas de petróleo em terra e offshore de perfuração, além de ser uma das grandes fornecedoras dos principais componentes mecânicos para este mercado. O segredo do sucesso, segundo o executivo, está na oferta de soluções focadas no cliente, que atendem às exigências ambientais de produtividade e qualidade no setor de energia. A NOV

Unidade da Fiberglass, empresa do grupo NOV, em Suape(PE): obra em andamento Unit Fiberglass, NOV group company, in Suape (PE): work in progress

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produz ferramentas para poços com tecnologia de ponta, fabricação com precisão e qualidade rigorosa, oferecendo serviços NOV de recertificação e manutenção anual. Segundo Crumpler, a empresa possui infraestrutura, frota, e pessoal experiente, o que lhe permite atender às exigências de perfuração mais rigorosas. “A NOV se dedica a fornecer produtos que sejam líderes no setor, sempre tendo a segurança e o meio ambiente em mente enquanto opera seus negócios para o benefício e o bem-estar de empregados, clientes, público em geral e para os países onde trabalha”, destaca.


EMPRESAS & NEGÓCIOS

Uma empresa cidadã Multinacional americana apoia obras de reforma em escola de Macaé Fotos: MacaéOffshore

Ser uma corporação cidadã, com grande compromisso com ações de responsabilidade social. Com esse objetivo, a NOV vem buscando dar maior foco em políticas de responsabilidade social, um tema que se torna cada vez mais relevante no mercado corporativo. Uma de suas mais recentes ações de responsabilidade social no Brasil acontece em Macaé, bem perto de onde a empresa mantém sua unidade. Numa parceria que já completa dois anos e meio, a NOV financiou a reforma da Escola Municipal de Educação Infantil Imboassica, voltada para crianças de três a cinco anos e que atende 73 alunos em horário integral.

Escola Municipal de Educação Infantil Imboassica passou por ampla reforma realizada pela NOV Public School Imboassica underwent a major reform undertaken by NOV

“Após as intensas enchentes ocorridas em Macaé em 2010, alguns dos nossos gerentes vieram falar sobre a situação da escola. Então, em nome da empresa, decidimos ajudar as crianças, dando todo o suporte necessário para melhor estruturar o local”, comentou o vice-presidente de Contas Globais da NOV, David Crumpler em recente entrevista a Macaé Offshore. Ele revelou que, após as obras emergenciais, realizadas há dois anos, com o intuito de evitar infiltrações e inundações na escola, com instalações de telhas e reformas de pisos, a NOV resolveu reformar duas salas, uma despensa e a secretaria, além de construir muros e recuperar a parte elétrica. “Esta ação social é de grande valia. Antes da entrega das

As salas de aula foram totalmente recuperadas para atender as crianças The classrooms were fully recovered to meet children

salas, estávamos atendendo às crianças no refeitório. Agora elas podem ficar mais à vontade numa sala de aula verdadeira”, afirma a diretora Lucimar de Souza Gracio.

Crumpler diz que “A NOV entende a importância de ser uma corporação cidadã, sobretudo nos países emergentes. E essa ação é em benefício das crianças”, ressalta. (B.B.)  MACAÉ OFFSHORE 71


Companies & business

NOV raises the stakes in Brazil With 30 years of experience in the country, the American multinational wants to consolidate on the market of oil and gas. The next investment will be a plant in Açu By Brunno Braga

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t a moment when the oil companies are quite motivated to invest in the country, the American multinational NOV – National Oilwell Varco wants to keep up with the Industry. Positioned among the largest global players in the industry, along with Haliburton, Schlumberger, Kinder Morgan, EPD, Enbridge and Transcanada, the oil services and equipment provider, with revenues of US$ 14.7 billion (2011), places a big bet on Brazil. In fact, with the pre-salt and the resumption of the Brazilian shipbuilding industry, the range of opportunities for the sector becomes quite attractive for investments. This is the evaluation by NOV’s Vice President of Global Accounts, David Crumpler, who was interviewd by Macaé Offshore’s team in his Latin American Sales headquarters office in Rio de Janeiro. “More than half of NOV’s employees are outside the United States. In this context, Brazil emerges as one of the leading countries to invest in the coming years. We’re in more than 60 countries and I can say that the existing opportunities in Brazil are immense. I really enjoy working with the Brazilians,” Crumpler says. Established in 1841 and present in more than 1,000 sites around the world in more than 60 countries, with about 800 manufacturing, sales and services centers, the company operates in Brazil for 30 years. It started its operations in Macaé, where it already employs approximately 800 employees in their facilities. World leader in the segment, the company specializes in the design, manufacture and sale of equipment and components used in oil and gas drilling and production operations, also acting in provision of services, oilfield service and in the supply chain integration. 72 MACAÉ OFFSHORE

A new facility at the Açu Port NOV prepares to install a plant for construction of flexible pipes in the Açu superport in the Northern region of Rio de Janeiro. The plant will have capacity to produce 250 kilometers of flexible pipes per year and will meet the

demands of the offshore petroleum and chemical industries. According to inside company information, this will be a large investment, generating 400 direct jobs. The construction started in the second half of 2012.

A Strong presence in the Northeast region Even with large developments intended for the State of Rio de Janeiro, NOV maintains a strong presence in many other regions of the country. “We

have presence from the North to the South and currently we operate in more than 10 cities in Brazil”, says the executive.

Performance in the global market Headquartered in Houston, Texas (USA), National Oilwell Varco has developed expertise over more than a century and a half of activities in several continents, making it one of the world’s leading manufacturers of onshore oil platforms and offshore drilling, in addition to being one of the major suppliers of the main mechanical components for this market. The secret of success, according to the executive, is in providing customer-focused solutions, which meet the environmental requirements of productivity and quality in the energy sector. NOV produces tools for wells with cutting-edge

technology, high quality and precision manufacturing, offering NOV recertification services and annual maintenance services. According to the executive, the company has a strong infrastructure and a large fleet, in addition to an experienced staff, allowing them to meet the more stringent requirements of drilling. “NOV is dedicated to provide products that are leaders in the industry, always having the security and the environment in mind while operating their businesses for the benefit and well-being of employees, clients, the general public and for the countries where it works,” Crumpler said.


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Companies & business

A corporate citizenship American Multinational support reform Works in a municipal school in Macaé

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o be a citizen, with a great level of commitment to social responsibility actions, is the goal of the American multinational company that provides equipment and services to the offshore oil and gas market, NOV – National Oil Company. The company has been seeking to give more focus on social responsibility policies, an issue which is becoming increasingly relevant. One of the most recent actions of social responsibility in Brazil takes place in Macaé, right next to where the company has a facility. A partnership that has almost two and a half years, NOV is supporting the reform of the Imboassica

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Public School, for children from three to five years old with a total of 73 full-time students. “After the intense floods in Macaé in 2010, some of our managers came to talk about the situation of the school. So, on behalf of the company, we decided to help children, giving all the necessary support to better structure the place,” the Vice President of Global Accounts of NOV, David Crumpler, said in an interview to Macaé Offshore. He revealed that, after the emergency works, carried out two years ago, with the aim of avoiding infiltrations and floods

in school, with tiles installations and reforms of floors, NOV is today renovating two classrooms, a pantry and the secretariat, in addition to building walls and retrieve the electrical part. “This social action has a great value. Before the delivery of the rooms, the students had classes the cafeteria. Now they can be more comfortable in a real classroom,” the Director Lucimar de Souza Gracio afirms. “NOV understands the importance of being a corporate citizen, especially in emerging countries. And this action is for the benefit of children,” he says. (B.B.) 


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