Surge um novo profissional

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ÍNDICE / CONTENTS

Matéria de capa | Report of Cover

Mapeando o profissional do futuro Mapping the professional of the future

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Universidades corporativas como diferencial competitivo Uma parceria que deu certo A partnership that went right

Tecnologia | Technology

Arte: Paulo Mosa Filho

Corporate Universities as a competitive differential

20 25 22 27

Portal de Notícias | Gateway News . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Divulgação

Articulando | News & Views Mudanças nos planos do Governo provocam impacto direto nas contas dos fornecedores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Change in government’s plans cause direct impact on the accounts of suppliers. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Entrevista | Interview Segen Estefen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Pré-sal estimula empresas do setor de inspeção e manutenção de risers

Segen Estefen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Estaleiro Jurong beneficia cadeia produtiva

sector of inspection and

de Aracruz, no Espírito Santo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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8 9

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Plataforma Espírito Santo | Espírito Santo Platform

Pre-salt encourages business maintenance of risers

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Shipyard Jurong benefits the productive chain of Aracruz, in the state of Espírito Santo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Plataforma Santos | Santos Platform

40 Stimulating the potencial of micro and small companies . . . . . . . . . 42 Estimulando o potencial das micro e pequenas empresas . . . . . . . .

Colunistas | Columnists

Gestão de Negócios Business Management Alexandre Andrade

Por dentro do mercado Inside the market Celso Vianna Cardoso

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Equipes de gestão de projetos virtuais Virtual projects management teams Cenário para o setor de óleo e gás para 2012 The oil and gas sector scenario for 2012

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Mais informações: www.macaeoffshore.com.br

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CARTA AO LEITOR / LETTER TO THE READER

Mais um desafio do pré-sal

One more challenge for pre-salt

Desafio sempre foi uma palavra constante no vocabulário daqueles que vivem voltados para o segmento de petróleo e gás. Diante de um cenário promissor e uma economia aquecida, a indústria petrolífera tem agora que formar sua mão de obra para atender às novas fronteiras exploratórias.

The word challenge has always been a constant word in the vocabulary of those who live focused for the oil and gas segment. Facing a promising scenario and a booming economy, the oil industry now must train its labor force in order to meet the new exploratory frontiers.

O cenário é bem diferente da camada pós-sal. São ambientes com lâminas d’água ultraprofundas, com uma pressão ainda mais desafiadora. A exploração do petróleo na camada do pré-sal deve estimular o crescimento de vários setores da indústria e as empresas precisam estar preparadas para atender todo essa demanda com tecnologias de ponta e profissionais altamente qualificados. A solução encontrada pelas empresas é formar sua própria mão de obra, como mostra a matéria de capa da Revista. As empresas estão indo ao encontro do universo acadêmico e pontuando o perfil profissional desejado. Em contrapartida, as instituições de ensino têm adaptado sua grade curricular com especializações para fornecer mão de obra necessária para a indústria do petróleo. A Macaé Offshore traz ainda nesta edição uma matéria sobre novas tecnologias aplicadas em riser na área de inspeção e manutenção, considerando que o Brasil é o maior mercado para risers do mundo e precisa de mais rigor na sua manutenção. Nesta edição, você terá a oportunidade de conhecer um pouco sobre o Centro de Monitoramento de Vazamentos, uma proposta da Coppe/UFRJ.

Boa leitura! MACAÉOFFSHORE OFFSHORE 44 MACAÉ

The scenario is quite different from the pre-salt layer. This is an ultra-deep water environment, with pressure level even more challenging. Oil exploitation from the pre-salt layer shall stimulate growing in various sectors of industry and companies must be prepared to meet this demand with cutting-edge technology and highly trained professional. The solution found by companies is qualifying their own workforce, as it’s outlined in the Magazine’s cover story. Companies are meeting the academic universe and being specific as to the professional profile they want. On the other hand, education institutions have adapting their curriculum by means of post-graduation courses so they can offer the necessary manpower for the oil industry. In this issue, Macaé Offshore also brings a story about new technologies applied for risers regarding their inspection and maintenance. Having in mind that Brazil is greatest market for risers in the world, the country needs to act more strictly when dealing with maintenance. In this issue you’ll have the opportunity of learning a little bit about the Center of Leak Monitoring, which is a proposal from Coppe/UFRJ. Have a good reading!

Capa / Cover: Paulo Mosa Filho Foto / Photo: Reprodução A Macaé Offshore é uma publicação bimestral, bilíngue (Português / Inglês), editada pela Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé/RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Site: www.macaeoffshore.com.br Macaé Offshore is a bimonthly, bilingual publication (Portuguese / English), edited by Macaé Offshore Editora Ltda. Rua Teixeira de Gouveia, 1807 - Centro Macaé - RJ - CEP 27.916-000 Tel/fax: (22) 2770-6605 Site: www.macaeoffshore.com.br Direção Executiva: / Executive Director: Bruno Bancovsky Edição Final: / Final Editing: Bruno Bancovsky Publicidade: / Advertising: Fernando Albuquerque publicidade@macaeoffshore.com.br Jornalistas: / Journalists: Ludmila Azevedo / MTB-699/ES Verônica Côrtes / MTB-31357/RJ redacao@macaeoffshore.com.br Diagramação: / Diagramming: Paulo Mosa Filho arte@macaeoffshore.com.br Revisão: / Review: José Tarcísio Barbosa Tradução em inglês: / English version: Taíse Maria Marchiori Soares Distribuição: / Distribution: Dirigida às empresas de petróleo e gás To the oil and gas companies 62ª Edição - Janeiro/Fevereiro 62th Edition - January/February Tiragem: / Copies: 5.000 exemplares/copies Assinatura: / Subscriptions: (22) 2770-6605 assinatura@macaeoffshore.com.br A editora não se responsabiliza por textos assinados por terceiros Macaé Offshore is not responsible for articles signed by third parties


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PORTAL DE NOTÍCIAS

Fotos: Divulgação

Frank Mohn in Brazil purchases area for the installation of its unit

Projeto da unidade brasileira seguirá o mesmo tipo de projeto e padrão da Framo na China Project of the Brazilian unit will have the same kind of project and standard as FRAMO in China

Frank Mohn do Brasil compra área para instalação de unidade A Frank Mohn do Brasil Ltda., Framo Brasil, assinou, no dia 30 de janeiro, a escritura definitiva com a empresa Siriso Participações Ltda. para compra de uma área com 21,7 mil m², situada em Guaxindiba, São Gonçalo, num loteamento industrial, próximo à estrada que ligará o futuro porto de São Gonçalo às instalações do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro - Comperj, em Itaboraí Nas novas instalações da Frank Mohn do Brasil, haverá um moderno Centro de Serviço com oficinas para manutenção, Assistência técnica de equipamentos da Framo de clientes nacionais e estrangeiros, Centro de treinamento operacional, Almoxarifado de peças sobressalentes, entre outras atividades de apoio aos equipamentos da Framo em operação no Brasil e América do Sul. O projeto da Framo Brasil está sendo desenvolvido para aprovação dos órgãos competentes e seguirá o mesmo tipo de projeto e o padrão das 6 MACAÉ OFFSHORE

outras empresas da Framo no exterior, como a unidade Framo na China. O início das obras está previsto tão logo haja condições de infra estrutura no local. Em franca expansão de suas atividades no Brasil, a Framo está empenhada na ampliação do conteúdo nacional de seus produtos, com previsão de expansão da nova unidade de Guaxindiba com área de montagem de equipamentos com mão de obra local e sub-fornecedores nacionais.

Futuras instalações da Frank Mohn do Brasil, no loteamento industrial em São Gonçalo Frank Mohn’s future premises in Brazil, in the industrial subdivision in São Gonçalo

Frank Mohn Brazil Ltda. (FRAMO BRASIL) signed, on January 30, the definitive charter with company Siriso Participações Ltda. for the purchase of an area of 21,7 thousand m² located in Guaxindiba, São Gonçalo, in an industrial subdivision, near the road that will connect the future port of São Gonçalo to the premises of the Petrochemical Complex of Rio de Janeiro - COMPERJ, in Itaboraí. In the new Frank Mohn’s premises, in Brazil, there will be a modern Service Centre with workshops for maintenance; and technical assistance of Framos’ equipment for national and international clients; an operational training center; warehouse for spare parts; among others support activities for Framo’s equipment in operation in Brazil and South America. Framo’s project in Brazil is in development for approval by the competent authorities and will be according the same kind of project and standard of other FRAMO’s companies abroad, as the unit in China. The constructions are planned to begin as soon as there are infrastructure conditions in place. In frank expansion of its activities in Brazil, FRAMO is now committed to the expansion of the national content of its products, with expected expansion of the new unit in Guaxindiba with an area for equipment mounting with local workforce and national sub-suppliers.


GATEWAY NEWS

Porto do Açu vai abrir 10 mil vagas de empregos até 2013 A primeira fase do Complexo Industrial Superporto do Açu, em São João da Barra, no Norte Fluminense, começa a operar em meados de 2013. A projeção é que sejam criados 10 mil postos de trabalho na área da construção civil e de operação de empresas instaladas quando os terminais de minério de ferro, para exportação do produto e de petróleo, e o espaço para as cargas entrarem em atividade. Até lá, serão investidos pela LLX, empresa de logística do grupo EBX, R$ 3,8 bilhões. Além dos terminais, até 2013 está prevista a instalação de um estaleiro para a construção de superpetroleiros, parceria da OSX com a Hyundai, e de

três fábricas de equipamentos para a indústria do petróleo: NKTF, Technip e Intermoor. Em 2014, deve entrar em operação a siderúrgica Ternium, que vai gerar mais cinco mil empregos. Hoje, há 4.500 trabalhadores nas obras civis do empreendimento, 52% moradores da região. Para este ano, a LLX prevê abrir 3.100 vagas em cursos de qualificação profissional, em parceria com o Sistema ‘S’. Para instalar as demais empresas, a Companhia de Desenvolvimento Industrial está implantando o distrito industrial de São João da Barra, em área de 70 quilômetros quadrados. Lá, a Codin identificou e desapropriou cerca de 400 propriedades rurais.

Port of Açu will offer 10 thousand job openings by 2013 The first phase of the Industrial Complex Superport of Açu, in São João da Barra, in the North of the state of Rio de Janeiro, begins operating in mid-2013. It is expected that 10 thousand job opening in the civil construction area and established companies operation will be created, when the terminals for iron ore for exporting the product and oil and the space for cargoes start activity open. Until then, the logistics company LLX, which belongs to the group EBX, will invest R$ 3,8 billion. In addition to the terminals, the installation of a shipyard to build supertankers, an OSX’s partnership with Hyundai, and three equipment factories for the oil business

– NKTF, Technio and Intermoor, are planned for 2013. In 2014, steelmaker Ternium shall start operating, generation over five thousand new jobs. Today, there are 4.500 workers in the project construction, and 52% of them are local inhabitants. For this year, LLX predicts to create 3.100 openings in training courses in partnership with ‘S” System. In order to install the other companies, the Industrial Development Company is implementing the São João da Barra industrial with 70 square kilometers of area. In that area, the company Codin has identified and expropriated about 400 farms.

Aplicação dos royalties em Macaé será fiscalizada Foi criado em janeiro, em Macaé, o Conselho Municipal de Fiscalização das Aplicações dos Royalties do Petróleo (Comfarp). Bipartite, o Conselho é formado por cinco membros do governo municipal e mais

cinco escolhidos pela sociedade, envolvendo associações, entidades empresariais e comunidade em geral, através da associação de moradores. Para presidente do Comfarp, foi eleito o empresário Marcelo Reid.

Application of Royalties in Macaé will be monitored The City Audit Council for Oil Royalties Application has been created in January, in Macaé. Having two parties, the Council is composed of five members from the municipal government and other five

elected by the society, involving associations, business entities and the general community, through the neighborhood association. As the president of Comfarp, the businessmen Marcelo Reid.

Espírito Santo: terceiro no ranking de produção industrial O Espírito Santo assume a terceira posição no ranking de maior produtor industrial no Brasil, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física, conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Goiás ficou em primeiro lugar, registrando expansão, e Paraná, em segundo. Na avaliação do presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer/ES), Luiz Alberto de Souza Carvalho, o desempenho positivo do Estado se deve à maior presença de segmentos de bens de capital para transporte, construção e para fins industriais. “Isso acaba dando uma qualidade melhor à produção industrial capixaba, na medida em que pode sinalizar maiores investimentos e modernização de plantas produtivas, gerando uma expectativa de investimentos mais à frente”, disse Luiz Alberto.

Espírito Santo: third in the rank of industrial production The state of Espírito Santo took the third position in the ranking of the largest industrial producer in Brazil, according to the Monthly Industrial Survey – Physical Production, conducted by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). Goiás took the first place, having registered expansion, and Paraná was ranked second. According to the president of the Union of Metallurgical and Electrical Materials Industry in Espírito Santo (Sindifer/ES), Luiz Alberto de Souza Carvalho, the positive performance of the State is due to a greater presence of capital goods segments (for transportation, construction and industrial ends). “This ends up giving a higher quality for the ‘capixaba’ industrial production, in the sense that it can signal for greater investments and modernization of productive plants, thus generating an expectation of investments later on”, Luiz Alberto said. MACAÉ OFFSHORE 7


ARTICULANDO

Mudanças nos planos do Governo provocam impacto direto nas contas dos

O

fornecedores

Brasil é a bola da vez. Passamos os últimos anos ouvindo, tanto internamente como em outros países, essa e outras referências ao nosso país devido às inúmeras oportunidades que estão surgindo, alavancadas pelos investimentos que serão necessários para fazermos frente aos inúmeros eventos esportivos e sociais e pelos ambiciosos planos do governo, como o PAC e o programa Minha Casa Minha Vida. Incluindo toda a infraestrutura necessária para acolher os eventos internacionais nos próximos anos, que envolvem a Copa do Mundo, a Olimpíada, a Copa das Confederações e o evento católico internacional, que promete trazer mais de quatro milhões participantes, abre-se um enorme mercado interno. No setor energético, grandes projetos estão sendo anunciados pela Petrobras e pelas demais petroleiras que aqui operam, projetando valores superiores a USD 55 bilhões por ano, capitaneados pela menina dos olhos chamada présal. Adicionalmente, temos investimentos em novas fontes alternativas, usinas hidrelétricas, petroquímicas, entre outros. Nossa infraestrutura de portos, aeroportos, rodovias, hidrovias e estradas de ferro está muito aquém da existente em outros países que usamos como paradigmas de desenvolvimento, o que também irá demandar vultosos investimentos. Infelizmente, do ponto de vista da indústria de bens de capital, o Brasil continua sendo o País do futuro, pois boa parte dos valores investidos para suprir toda

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essa demanda está gerando emprego e renda fora de nosso território. A falta de informação, a não confirmação dos cronogramas apresentados e o constante adiamento das contratações nos projetos do portfólio da Petrobras têm deixado muitas empresas em situação difícil, situação agravada pelos fatores também externos ao controle da indústria e conhecidos por todos – câmbio, impostos, juros, preços da China, entre outros. Felizmente, há sinais claros de que o governo já percebeu esse fato e que deverá adotar medidas para impedir que não aproveitemos toda essa demanda para gerar emprego e renda no país. Entretanto, no momento atual, muitos fabricantes nacionais, principalmente aqueles voltados para o fornecimento de máquinas e equipamentos para o downstream, no médio prazo, estão sem perspectivas de manter uma carteira de contratos que possa sustentar sua produção minimamente viável. A consequência desse fato é desastrosa, pois a empresa perde o fôlego para manter sua equipe. Demitir e depois retomar é tarefa quase impossível no curto prazo. Outro fato negativo que acabou sendo uma herança nefasta da descoberta do pré-sal foi a longa suspensão dos leilões da ANP para novos blocos exploratórios. Uma empresa de petróleo tem que ter um portfólio com áreas nos diversos estágios de desenvolvimento, assim sendo, se essa empresa ficar cinco, seis anos sem adicionar novas áreas para prospecção, certamente terá um gap de produção

no futuro. As empresas transnacionais não podem correr esse risco e, não havendo leilões no Brasil, redirecionarão seus investimentos para outros países. Ainda sobre o pré-sal, seu valor está muito mais em se ter uma perspectiva de suficiência futura e certeza de suprimento de petróleo e gás do que na existência de ganhos imediatos. A prova disso é que o Campo de Lula, ex-Tupi, foi adquirido pela Petrobras em um leilão ocorrido no ano de 2000 e somente estará produzindo na sua capacidade máxima quinze anos depois daquela data. A discussão do destino dos royalties, que se arrasta no Congresso e que está emperrando todo o processo de desenvolvimento do pré-sal, vai acabar levando à situação esdrúxula de se ter um percentual de uma produção que ainda nem começou a ser desenvolvida e que, a cada dia, está sendo postergada, ou seja, uma parte de nada é nada. O ano de 2012 tem que ser o ano da virada e alguns sinais positivos estão se configurando, como, por exemplo, as mudanças na alta administração da Petrobras, que indicam uma maior ênfase aos compromissos de conteúdo local. A continuar a situação atual, vamos ter que corrigir nossa assertiva inicial: a bola ainda não será do Brasil dessa vez.

José Velloso é vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O artigo contou com a participação também do diretor executivo da Abimaq, Alberto Machado.


NEWS & VIEWS

Change in government’s plans cause direct impact on the accounts of

suppliers

B

razil is “the flavor of the month”. We have heard for the last years, both internally and internationally, this and other references to our country due to the several opportunities that are emerging, leveraged by the investments that will be necessary so we can face the many sportive and social events and the many ambitious government’s plans such as PAC and “My house my live” program. Including all the infrastructure that will be necessary to host the international events for the next years, which involve the World Cup, Olympic Games, the FIFA Confederations Cup and the international Catholic event which promise to bring more than four million of participants, a huge internal market is opened. In the energy sector, major projects are being announced by Petrobras and by the other oil companies that operate here, which speak of figures up to USD 55 billion per year, led by the “apple of our eyes” called pre-salt. Additionally, we have investments in alternative energy sources, power plants, petrochemical plants, among others. Our infrastructure of ports, airports, roads, waterways and railroads is well below than in other countries that we look to as paradigms of development, which will also require substantial investment.

MAcaéOffshore

Unfortunately, from the standpoint of the capital goods industry, Brazil still is a country of the future, since much of the amounts invested to meet all the demand is generating jobs and income outside our territory. The lack of information, the non-confirmation of the schedules submitted and the constant postponement of contracts in the portfolio of projects of Petrobras have left many companies in a difficult situation, which is aggravated by factors that also are external to the industry control and known to all –foreign exchange, taxes, interest rates in China, among others. Fortunately, there are clear signals that indicate that the government has already realized it and that it shall adopt measures to prevent us from not enjoying all this demand for job and income generation in the country. However, at present, many domestic manufacturers, especially

those aimed at the provision of machinery and equipment for the downstream, in the medium term, don’t have prospects of maintaining a portfolio of contracts that can sustain its minimally viable production. The consequences are disastrous, as companies lose their breath trying to keep their team. Resigning and then resuming the task is almost impossible in the short term. Another negative factor that ended up being a disastrous legacy of the pre-salt discovery was the long suspension of ANP auctions for new exploitation blocks. Any oil company needs to have portfolio with areas in various stages of development. Thus, if a company fails to add new areas of prospection of five or six years, it certainly will have a production gap in the future. Transnational companies cannot afford to take that risk and, in the case there are no auctions in Brazil, they will redirect their investments to other countries. Still on the pre-salt, its value resides much more on a perspective of future sufficiency and the certainty of oil and gas supply than on the existence of immediate gains. As proof, Lula’s Field, former Tupi, was purchased by Petrobras at an auction held in 2000 and it will only produce at full capacity fifteen years after that date. The debate on the royalties, that moves in the Congress and which is jamming the whole process of pre-salt development, will eventually lead to the odd situation of having a percentage of the production that hasn’t even begun to be developed and that each day has been postponed, i.e., a part of nothing is nothing. The year 2012 must be the year of “change” and some positive signals are configuring such as, for instance, changes in senior management of Petrobras that indicate a greater emphasis on local content commitments. To continue the current situation, we have to correct our initial assertion: “Brazil isn’t the flavor of the month yet”.

José Velloso is vice-president of the Brazilian Association of Machinery and Equipments (Abimaq). The article also included the participation of the executive director of Abimaq, Alberto Machado. MACAÉ OFFSHORE 9


Gestão de negócios

Equipes de gestão de projetos virtuais *Por Alexandre Andrade, PMP Com os avanços da tecnologia e comunicação eletrônica, novas equipes estão se desenvolvendo dentro das empresas: são as equipes virtuais, ou grupos formados por pessoas que partilham de um objetivo comum e desenvolvem trabalho interdependente primariamente por meios eletrônicos. Por um lado, equipes virtuais oferecem oportunidades de expansão de negócios e flexibilidade para empresas e funcionários. Por outro, estruturar equipes virtuais traz novos desafios para a gestão empresarial. Um dos aspectos mais difíceis do gerenciamento de projetos em uma economia global são os relacionados à cultura, geografia, língua e tempo

- tópicos que devem ser identificados, e os envolvidos, ter suas expectativas realistas em relação ao tempo e esforço necessário das equipes. Cada um dos Tópicos pode ser superado se você estiver disposto a fazer o investimento de tempo e, em alguns casos, dinheiro necessário para gerenciar essas equipes. A questão que surge é quanto ao gerenciamento dos recursos humanos em projetos com Equipes Virtuais - os profissionais são alocados no mesmo projeto, porém, fisicamente em locais distintos. Um exemplo disso são os projetos executados em plataformas de petróleo em alto mar conhecidos como projetos offshore. Nesses

projetos, podemos identificar claramente essa estrutura de equipes virtuais em que a parte que está executando o projeto está alocada em alto mar e toda a parte de apoio, suporte e gestão do projeto se encontra em terra. Essa gestão deve ser muito bem sincronizada pois existe ainda a substituição das equipes offshore periodicamente, podendo interferir no ritmo e desenvolvimento do projeto, mas o apoio da parte da equipe em terra reduz os riscos de ocorrer esse tipo de problema. Outra situação é em relação aos projetos realizados em países diferentes, quando podem surgir diferenças marcantes em alguns aspectos operacionais e culturais, como fuso horário, feriados, horário

Virtual projects management teams * By Alexandre Andrade, PMP Along with the technological advances and electronic communication, new teams are being developed inside the companies: the virtual teams, which are groups formed by people that share a common goal and develop interdependent work primarily by electronic means. On one hand, virtual teams offer opportunities of business expansion and flexibility for companies and employees. On the other hand, restructuring virtual teams entails new challenges for business management. Some of the hardest aspects in projects management in a global economy are related to culture, language and time as these are elements that need to be identified, and the people involved

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must have realistic expectations in relation to time and efforts that the teams need to make. Each of these elements can be overcome by means of time investment and, in some cases, with the money necessary to manage those teams. The question that arises concerns the management of human resources in projects with Virtual Teams – professionals are allocated in the same project, but physically in different places. For example, projects developed in oil rigs at sea known as offshore projects. In such projects we can clearly identify this virtual team structure, in which the part of it that is carrying out the project is offshore and all the supporting,

base and management part of the team is onshore. This management must be well synchronized as there is a periodical replacement of the offshore teams, which may interfere in the rhythm and development of the project. However, the support from the base team may reduce the risks on situations like this. Another situation relates to projects carried out in different countries, as remarkable differences may arise concerning some operational and cultural aspects such as time zone, holidays, working shifts and lunch time, oral and written communication, values, among others. These aspects must be considered when defining the projects deliverables, elaborating the work schedules and planning progress meetings.


business management

do expediente de trabalho e de almoço, comunicação oral e escrita, valores, entre outros itens. Esses fatores devem ser considerados quando da definição dos entregáveis do projeto, na elaboração de cronogramas de trabalho e no agendamento de reuniões de progresso. Algumas considerações podem ser relevantes, por exemplo, o aspecto linguístico, o espanhol é mais conhecido e utilizado no Brasil do que o português nesses outros países não latinos. A ausência do contato direto entre os profissionais no dia a dia do projeto pode ser sentida no acompanhamento da execução das atividades, na ausência do elogio, na crítica construtiva, no modo impessoal de solicitar a execução de um trabalho e na falta de observância da qualidade das

entregas efetuadas. Esse conjunto de fatores pode impactar a motivação e o desempenho daquele profissional que está há vários de quilômetros de distância. Dessa forma, quando introduzimos na equipe profissionais com culturas muito diferentes, como ocidentais com orientais, as dificuldades de comunicação e culturais aumentam significativamente. Mas, com certeza, os recursos tecnológicos atuam como ferramentas imprescindíveis nos projetos com equipes virtuais, a utilização de sites de projetos, de conference call, videoconferência, e-mails, comunicadores instantâneos, videochats, telefonia móvel e softwares de gerenciamento de projetos que permitem a atualização compartilhada de informações etc. Assim, a tecnologia deve ser uma aliada do gerente de projetos, mas observando sempre que se trata de

um suporte ao objetivo principal que são os resultados do projeto. Nada substituirá a atuação do ser humano nos projetos, independentemente do país de origem, do idioma falado, do fuso horário ou das particularidades de sua cultura. A confiança entre os membros da equipe e o claro entendimento dos perfis pessoais e culturais tomam-se imprescindíveis para as equipes virtuais. Os desafios na gestão de equipes virtuais estão nos processos de adaptação da equipe. Perdem-se coisas como o contato pessoal, a sala de reunião, o escritório. Mas se ganham outras como o home office, a liberdade geográfica e a flexibilidade de horário. Os resultados, no entanto, continuam os mesmos - entregar produtos e serviços no prazo e custo planejados.

* Alexandre Andrade é graduado em Administração pelo Isecensa Campos/RJ, certificado pelo PMI (PMI® - Project Management Institute) como PMP® (Project Management Professional) desde 2008. Possui MBA em Engenharia de Petróleo pela Funcefet Macaé, trabalha na área de Óleo e Gás há 11 anos em Macaé e há sete anos atua como Gerente de Projetos nos segmentos de Tecnologia da Informação e Óleo e Gás na Petrobras.

Some points may be relevant, as the linguistic aspect, for example. Spanish is better known and used in Brazil than Portuguese in these countries. Thus, on average, it’s easier for us, Brazilians, to understand Spanish than for them to understand Portuguese. The absence of direct contact of professionals with each other in the daily life of projects may be felt during the following up of the activities, the absence of compliments, the constructive criticism, the impersonal way of requesting some work to be done and the lack of observation of the quality of the deliveries carried out. This set of factors can impact the motivation and the performance of the professional that is many kilometers away.

Thus, when professionals from cultures as diverse as oriental and occidental cultures may be are introduced in a team, cultural and communicational difficulties increase significantly. However, it is sure that the technological resources act as essential tools for projects with virtual teams, as the use of Project websites, conference call, videoconference, e-mails, instant communicators, video chats, mobile telephones, projects management software that allow the use of shared information, etc. Thus, technology must be an ally of project management, but always having in mind that it is just a support to the main goals which are the results of the Project.

Nothing can replace the actions of human beings in projects, regardless birthplace, mother tongue, time zone or cultural particularities. Trust between team members and the clear understanding of personal and professional profiles are essential for virtual teams. The challenges of virtual team management lie in the team adapting processes. Some things as personal contact, the meeting room and the office are lost. But there are some other things as home office, geographic freedom, and the schedule flexibility. Results, however, remain the same: to deliver products and services on time and within planned costs.

*Alexandre Andrade holds a Bachelor’s Degree in Business Administration from Isecensa Campos/RJ, a PMI® certificate as a PMP® (Project Management Professional) since 2008, and holds an MBA in Petroleum Engineering from Funcefet Macaé; he has been in the Oil Gas segment in Macaé for 11 years, and has been working for Petrobras as a project manager for seven years in the sectors of Information Technology and Oil and Gas.

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Por dentro do mercado

Cenário para o setor de óleo e gás para 2012 *Por Celso Vianna Cardoso O ano de 2012 já se inicia mostrando um cenário mundial bastante conturbado: crise na Europa, com a Grécia puxando a fila, podendo ficar insolvente e até mesmo abandonar o euro; eleição presidencial nos EUA, que começa a dar sinais de recuperação econômica e, ao mesmo tempo, tenta convencer a comunidade mundial a boicotar o petróleo do Irã e forçar Teerã a abandonar seu programa nuclear. Como o preço está alto, China e Japão já sinalizaram que não participarão do boicote, enquanto a Europa firma posição favorável à interrupção da compra do petróleo iraniano. No Brasil, a OGX recebeu autorização do Ibama para começar a produzir petróleo na Bacia de Campos. Em novembro de 2011, a Chevron-Texaco protagonizou mais um acidente ecológico, deixando derramar óleo no Campo do Frade, reacendendo a discussão sobre como prevenir de forma adequada acidentes como esse. Percebe-se nesse início de ano uma forte movimentação dos investidores voltados para as ações da Petrobras e OGX. Como as ações dessas empresas irão se comportar nesse ano, em especial a Petrobras, que ficou “para trás” em relação ao desempenho dos seus pares? As ações da Petrobras (PETR3) caíram 22,9%, da OGXP3 desabaram 31,9% contra 15,6% de queda do Bovespa. Como em 2012 a quase totalidade das ações das petrolíferas mundiais fechou em alta, pode-se 12 MACAÉ OFFSHORE

concluir que os investidores ficaram com sérias dúvidas a respeito da viabilidade econômica da exploração em águas profundas. Nem mesmo a forte alta da commodity no ano passado foi suficiente para elevar o preço das ações das empresas brasileiras, conforme mostrado na Figura. A OGX começa a produzir em janeiro desse ano depois de diversos adiamentos devido a problemas técnicos. A exploração será em águas rasas na Bacia de Campos e esse marco parece ter animado os investidores a aumentar suas apostas nesse início de 2012. O movimento de compra fez as ações subir 4,5% até o dia 11 de janeiro. As ações da Petrobras também seguem se valorizando nesse início de ano, porém continuam “baratas” sob a

ótica fundamentalista. Em situação de normalidade, o valor de mercado de uma empresa é superior ao seu valor patrimonial, uma vez que o mercado é movido mais pela expectativa futura do que pelos números presentes. Um dos múltiplos utilizados pela análise fundamentalista é dado pela divisão do valor de mercado (P) pelo valor patrimonial (VPA) da empresa, devendo o resultado esperado ser maior que 1. Valor abaixo de 1 significa que o mercado está pagando pela empresa menos do que o total do seu patrimônio. Em meados de janeiro/2012, o P/VPA das ações preferenciais da Petrobras (PETR4) era de 0,92, em outras palavras, as ações estão abaixo do valor patrimonial da empresa, o que oferece uma excelente oportunidade para os investidores de longo prazo. 25%

20%

15%

10%

5%

Petrobras - 27,83%

+ 16,91%

Exxon Mobil

+ 9,62%

R. Dutch Shell A

+ 24,08%

Chevron

BP Amoco - 2,39%

+ 15,52%

+ 21,57%

Oil(EOD)

Brent Crude (EOD)

0%

-5%

-10%

-15%

-20%

-25%

Variação percentual das ações das principais petrolíferas do mundo e do barril tipo WTI e Brent Percentage change in the shares of the world’s leading oil companies and the barrel WTI and Brent


inside the market

Em 11 de janeiro 2012, o estoque de petróleo americano se encontrava pouco abaixo da faixa dos 340 milhões de barris com viés de alta. Entre dezembro de

2010 e junho de 2011, os EUA aumentaram seus estoques de 340 para 370 milhões de barris, e os preços do WTIC, atingiram US$ 115 dólares o barril. Caso

esse movimento se repita nesse início de 2012 juntamente com o boicote ao Irã, poderá ocorrer uma forte pressão de alta nos preços do WTIC.

Celso Vianna Cardoso é analista de sistemas formado pela PUC-RJ e MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. Seu trabalho de pós-graduação foi desenvolvido com foco na melhoria da performance de trades através de ajustes de parâmetros dos indicadores. É coautor do livro “Análise Técnica Clássica”, lançado pela Editora Saraiva em 2010, e Diretor de Novos Negócios da Inove Investimentos.

The oil and gas sector scenario for 2012 * By Celso Vianna Cardoso The year 2012 has started showing a world scenario quite troubled: crisis in Europe, with Greece ahead of it, with possibilities of becoming insolvent and even abandoning the euro; presidential election in USA, which already signals for economical recovery and, at the same time, tries to convince the world community to boycott Iran’s oil and to force Teerã to abandon its nuclear program. As oil price is high, China and Japan have indicated that they won’t participate in the boycott, while Europe firms position in favor of stopping the purchase of Iranian oil. In Brazil, OGX received authorization to start producing oil in Santos Basin. In November 2011, Chevron-Texaco starred in another environmental accident when the company spilled oil in Frade Field, rekindling the debate on how to prevent accidents like this properly. It can be seen at the beginning of this year a strong movement of investors focused on Petrobras and OGX stocks. How will these companies’ stocks behave, especially Petrobras, which

“lagged behind” comparing its performance to its peers? Petrobras (PETR3) stocks declined 22,9%, OGXP3 stocks plunged 31,9% against 15,6% of decline of Bovespa. As in 2012 almost all stocks closed higher, it can be concluded from this that the investors will remain seriously in doubt about the economic viability of deep water exploitation. Not even the sharp rise of the commodity last year was enough to raise the price of the shares of Brazilian companies, as shown in Picture 1. OGX starts producing in January of the current year after several delays due to technical problems. Exploitation will occur in shallow water in Campos Basin and this milestone seems to have encouraged investors to raise the stakes in the beginning of 2012. The movement of the purchases of shares causes the prices to rise 4,5% up to January 11. Petrobras stocks keep rising at the beginning of the year; however, they remain “cheap” under the fundamentalist point of view. In normal circumstances,

the Market value of a company is greater than its asset value, as the market is driven more by future expectations than by present figures. One of the multiples used by fundamentalist analyses is given by dividing the Market value (P) by asset value (VPA) of the company, and the expected result should be greater than 1. If the value is below 1, it means that the market is paying for the company less that the total of its assets. In midJanuary 2012, the P/VPA of Petrobras preferred stock (PETR4) was 0,92. In other words, the stocks are below the asset value of the company, which offers an excellent opportunity for long-term investors. On January 11, 2012, the U.S. oil inventory was slightly below the range of 340 millions of barrels with an upward bias. Between December 2010 and June 2011, the U.S. increased their inventories from 340 to 370 millions of barrels, and the prices of WTIC reached US$ 115 dollars a barrel. If this movement is repeated at the beginning of 2012 along with the boycott of Iran, a strong upward pressure on prices of WTIC can occur. 

* Celso Vianna Cardoso is a systems analyst trained by PUC-RJ and has an MBA in Business Management by IBMEC. His post graduate work was developed with a focus on improving the performance of trades by adjusting the parameters of indicators. He is co-author of “Análise Técnica Clássica” released by Editora Saraiva in 2010 and is Director of New Business of Innovate Investments.

MACAÉ OFFSHORE 13


ENTREVISTA

Segen Estefen Em entrevista à revista Macaé Offshore, o diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe/UFRJ, Segen Estefen, responsável pelo Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS), e professor do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe, fala sobre a criação de um Centro de Monitoramento de Vazamentos, sua possível atuação e ferramentas que poderiam ser disponibilizadas pela Coppe com capacidade de contribuir positivamente de forma preventiva em casos de vazamentos.

Por Ludmila Azevedo

Macaé Offshore - Poderia elencar os Planos de Contingências existentes no mundo e quais os mais eficientes? Professor Segen Estefen – Os planos variam de um país para outro e são elaborados de acordo com as características de cada país. Os mais avançados nessa área são os da Noruega e Reino Unido.

MO - E para o Brasil, qual seria o melhor modelo? Professor Segen – Na Coppe estamos discutindo a criação de um Centro de Monitoramento de Vazamento, cuja proposta foi enviada ao Governo Federal. Através deste Centro, seria detectado o vazamento e acionado o Plano de Contingência. O Centro teria tarefas adicionais além da identificação do vazamento. Nossa proposta é usar a estrutura da Coppe para montar este Centro. MO -Como seria seu funcionamento? Professor Segen – O Centro de Monitoramento e Prevenção de Acidentes no Mar teria alguns núcleos organizados em base de laboratórios da Coppe para fazer frente a algumas das suas missões de monitoramento e prevenção de acidentes. O primeiro deles é a varredura, através de imagens de satélites, dos locais de produção de petróleo para identificação de possíveis vazamentos. Com base nesses vazamentos, estudos seriam realizados para antecipar como seria o deslocamento das manchas de óleo e, no caso, acionar o sistema ou o plano de contingenciamento.

14 MACAÉ OFFSHORE

Outra questão importante são as causas do vazamento, a Coppe quer atuar nessa área para identificar cenários de possíveis vazamentos e estudar mais este cenário, já que temos procedimentos desenvolvidos para isso. Como exemplo, queremos tratar de equipamentos, tipo BOP, dutos submarinos, árvores de natal, manifolds, avaliando a confiabilidade de cada equipamento e tentando avaliar a probabilidade de falha de cada um, de forma a ampliar a segurança deste equipamento. Tratando estes equipamentos de forma padronizada, recomendamos que todos eles tenham níveis equivalentes de confiabilidade quanto a vazamentos, ou seja, que diferentes fabricantes tenham níveis similares de confiabilidade para seus equipamentos. MO - Com os projetos do pré-sal, de que forma os vazamentos em águas profundas seriam tratados por este Centro? Professor Segen - Entendemos que esses vazamentos (águas profundas) não são visíveis para a sociedade, mas na fase de perfuração eles podem ocorrer. O Centro da Coppe pode desenvolver estudos vislumbrando cenários críticos de vazamentos, formas de


entrevista

melhorar o trabalho e como estancar um possível vazamento em águas profundas. Há estudos sendo feitos para oferecer respostas rápidas a estas situações. A indústria de petróleo tem que ser aprimorada na forma de estancar os vazamentos. O grande exemplo vem do Golfo do México. Não podemos improvisar as ações para estancar. Temos que estudar os vários cenários e nesse caso até simular algumas ações, por exemplo, em escala no Laboceanico, que tem condições de simular intervenções MO - O que há de concreto no Brasil que atue como resposta a eventuais acidentes? Professor Segen - A Petrobras, há uma década, criou uma série de mecanismos como forma de contingenciamento, assim como o Ibama, definindo ações, mas ninguém está preocupado com as causas . O Coppe chama a atenção porque os vazamentos vão continuar a acontecer, e com projetos do pré-sal eles ocorrerão em grandes ou pequenas proporções. Não podemos ficar chocados com vazamentos porque é algo previsível. Devemos aprofundar os conhecimentos e descobrir onde o problema pode ocorrer, adotando procedimentos e equipamentos mais seguros. A Coppe tem 50 laboratórios na área de petróleo, 15 na área específica de águas profundas. Precisamos estruturar parte destas atividades e criar uma rede de conhecimento que seja direcionada para a área de vazamento. O país precisa estar preparado para lidar com esse tipo de problema. MO - Que tipo de normas e regras de exploração precisam ser implementadas para este novo ambiente exploratório? Professor Segen - Não existem regras de exploração, o que existe são

procedimentos que nós temos que desenvolver e que ainda não estão desenvolvidos. Existe um padrão estabelecido pelas recomendações das sociedades classificadoras e do estado da arte empregado pelas empresas petrolíferas e pelos órgãos de controle. Não há regulamento pronto para ser seguido. Ele vai ter que ser desenvolvido em alto nível, em locais com infraestrutura adequada

Nós temos que ter tranquilidade para entender que a produção de petróleo no mar implica riscos de vazamentos para fazer simulações numéricas, testes experimentais e depois serem desenvolvidos os procedimentos MO - Qual tecnologia ainda falta às empresas de exploração que operam no Brasil? Professor Segen- Nós temos que ter tranquilidade para entender que a produção de petróleo no mar implica riscos de vazamentos. É preciso desenvolver técnicas que ofereçam mais segurança. A indústria de petróleo deve focar em cada equipamento para

melhorar a confiabilidade. Hoje isso é feito de forma isolada por cada companhia produtora, mas o ideal seria ter uma equipe pensando nisso de uma forma global, estudando qual equipamento vai ser usado, como melhorá-lo, como o Plano de Contingência será organizado. Nada disso é novo, mas é preciso um grupo voltado exclusivamente para lidar com vazamentos, para pensar exclusivamente em vazamento. MO - Qual a avaliação do senhor em relação à atuação das equipes brasileiras em casos de vazamentos? Professor Segen – As equipes brasileiras hoje trabalham mais em identificar o vazamento e depois, no Plano de Contingenciamento, recolhendo o óleo. O que nós estamos propondo é primeiro fazer essa identificação de forma independente, através de uma instituição, por imagens de satélite, estabelecer as causas do vazamento e trabalhar para que o grau de confiabilidade aumente. As equipes não estão com foco no vazamento de petróleo, elas não cobrem todas as áreas, principalmente as áreas ligadas à confiabilidade dos equipamentos MO - A atividade exploratória cresceu substancialmente no país e com isso aumentam os riscos de vazamento. Há alguma tecnologia nova sendo desenvolvida para evitar vazamentos? Professor Segen –Em relação às tecnologias, ainda não existe uma tecnologia para evitar vazamento, uma específica. É uma série de trabalhos que envolvem todas as áreas de integridade estrutural, maior confiabilidade das operações no mar, simulações mais sofisticadas de projeto. Não existe uma coisa específica. É um conjunto de ações que a Coppe trabalha em vários laboratórios. MACAÉ OFFSHORE 15


INTERVIEW

Segen Estefen In an interview with Macaé Offshore, the director of the Technology and Innovation in Coppe / UFRJ, Segen Estefen, responsible for Submarine Technology Laboratory (LTS) and professor of Ocean Engineering Program of COPPE, talks about the creation of a Leaks Monitoring Center, possible action and tools that could be made available by Coppe which can contribute positively in a preventive way and in case of leak.

By Ludmila Azevedo

Macaé Offshore - Could you list the Contingency Plans that exist in the world? Which are the most efficient? Professor Segen Estefen - The plans vary from one country to another and they are prepared in accordance with the characteristics of each country. The most advanced plans in this area are from Norway and the UK.

Macaé Offshore - What would be the best model for Brazil?

Professor Segen – We are discussing the creation of a Centre for Leak Monitoring, in Coppe. The proposal was sent to the Federal Government. Through this center the leak would be identified and then the Contingency Plan would be put into action. The Center would have additional tasks in addition to the identification of the leak. Our proposal is to use the structure of Coppe to build this center.

Macaé Offshore - How would it work?

Professor Segen - The Center for Monitoring and Prevention of Accidents in the Sea. It had some nuclei organized on the basis of Coppe’s laboratories to cope with some of its tasks of monitoring and preventing accidents. The first of them is to scan through satellite images local oil production to identify potential leaks. Based on these leaks, studies would be performed in order to anticipate the displacement of oil stains and, if that’ the case, drive the system or contingency drive plan. Another important issue is the cause of the leak, Coppe wants to focus on 16 MACAÉ OFFSHORE

this, to identify possible leakage scenarios and study more this scenario, since we have developed some procedures for this. As an example, we want to treat equipment, such as subsea pipe, BOP, Christmas trees, assessing

We must have peace of mind to understand that oil production at sea entails risks of leaks their reliability and trying to evaluate the probability of failure so we can increase safety of equipment. Treating them in a standardized way, trying to recommend that all equipment had

equivalent levels of reliability for leaks - different manufacturers with similar levels of reliability for their.

Macaé Offshore - Considering pre-salt projects, how would the leaks in deep water be treated in this center?

Professor Segen - We understand that these leaks (deep water) are not visible to society, but during the drilling phase they can occur. Center Coppe can develop critical studies envisioning scenarios of leaks, ways to improve this situation, how to stop a possible leak in deep water. Studies are being made to provide timely responses to these situations. The oil industry must be improved in order to stem the leaks. The great example is the Gulf of Mexico. We cannot improvise actions to stop leaks. We have to study the various scenarios and, in this case, even simulate some actions, for example, in Lab-oceanic scale, in which is possible to simulate interventions.

Macaé Offshore - Are there any concrete actions in Brazil as response to accidents?

Professor Segen – Petrobras, a decade ago, created a series of mechanisms as a means of contingency, as well as IBAMA will define actions, but no one is concerned with the causes. The Coppe points out those leaks will continue to take place and the presalt projects will occur either in large or small proportions. We cannot be shocked, because leaking is something predictable. We must deepen the knowledge and rank


INTERVIEW

where the problem can occur, adopting safer procedures and equipment. Coppe has 50 laboratories studying oil, 15 of them specifically studying deep waters. We need to structure part of these activities and create a knowledge network that is targeted to spill areas. The country must be prepared to deal with this problem.

Macaé Offshore - What kind of standards and operating rules must be implemented for this new exploratory environment?

Professor Segen - There are no operating rules, only procedures that we have to develop and which are not yet developed. There is a standard established by the recommendations from some societies that set some classification and the state of art employed by oil companies and control entities. There is no regulation ready to be followed. It will have to be developed at a high level, in locations with adequate infrastructure to make numerical simulations and experimental

tests, and then procedures will be developed.

Macaé Offshore - What technologies do exploration companies that operate in Brazil still lack?

Professor Segen - w It is necessary to develop techniques that provide more safety. The oil industry should focus on each piece of equipment to improve reliability. Today, this is done in isolation from each production company, but the ideal would be to have a team thinking about it holistically, studying what equipment will be used, how to improve it, and how the Contingency Plan will be organized. This is nothing new, but it takes a group dedicated exclusively to deal with the leak, just thinking about it.

Macaé Offshore - What is your evaluation in relation to the performance of Brazilian teams in case of leaks?

Professor Segen – Brazilian teams are now working more in identifying the leak and then in the Contingency

Plan collecting the oil. What we are proposing to make this identification is that we perform this identification independently, through an institution, by means of satellite images, and establish the causes of the spill and work to increase the degree of reliability. Teams are not focusing on the oil spill. They do not cover all areas, especially those relating to the reliability of the equipment.

Macaé Offshore - The exploration activity has significantly increased in the country and thereby the risk of leakage increased. Is there any new technology being developed to prevent leaks?

Professor Segen – Regarding technology, there isn’t one specific technology that prevents leakage. It is a series of works that involve all areas of structural integrity, increased reliability of operations at sea, more sophisticated simulations of the project. There isn’t one specific thing. It’s a set of actions that Coppe performs working in several laboratories.

MACAÉ OFFSHORE 17


CAPA

Mapeando o

profissional do futuro

Instituições de ensino buscam acompanhar as demandas das empresas para formar profissionais de acordo com as exigências do mercado

A

Por Ludmila Azevedo

consolidação do Brasil na área da educação ainda é um desafio a ser vencido. Em algumas áreas no setor de petróleo, gás e energia, como engenharia e segmentos relacionados ao pré-sal, a situação ainda é embrionária. Todo este quadro tem contribuído para um número cada vez mais restrito de profissionais qualificados para atender este mercado. O volume de investimentos previstos para o segmento é grande. A exploração do petróleo na camada do pré-sal deve estimular o crescimento de vários setores da indústria, gerando mais de 2 milhões de empregos até 2020. A estimativa consta de estudo da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip). A descoberta de petróleo na camada de pré-sal levou o Brasil a uma posição extremamente privilegiada, e encontrar perfis profissionais que se encaixem em áreas particulares do pré-sal vai demandar tempo e custo. O país, ao contrário de outros, não fez um planejamento para suprir o mercado, e a falta de mão de obra qualificada pode afetar o desenvolvimento de toda a economia nacional.

18 MACAÉ OFFSHORE

Para suprir a falta do capital humano, empresas e instituições de ensino têm buscado parceiras, adaptando-se com especializações para fornecer mão de obra para a indústria do petróleo. A Unigranrio tem focado suas ações na formação de tecnólogo de petróleo e gás. “Esta profissão, com certeza, é a solução para a indústria do petróleo no Brasil, visto tratar-se de uma indústria que tem maior carência de profissionais

nos segmentos de exploração e produção, especificamente na execução das atividades de exploração e produção”, frisa o coordenador do curso de Petróleo e Gás da Unigranrio, Rafael Gama.

Divulgação

“Nosso curso visa a desenvolver atividades ligadas a levantamentos geofísicos, tanto em operações terrestres como nas aplicações no mar. Atuamos também na preparação de alunos no segmento de levantamentos de geofísica de superfície, bem como no desenvolvimento das técnicas de interpretação dos dados geofísicos coletados. Atuamos em atividades operacionais, em levantamentos geofísicos de poço, desenvolvendo, ainda, técnicas de interpretação dos perfis coletados”, afirma Rafael Gama.

Coordenador do curso de Petróleo e Gás da Unigranrio, Rafael Gama Coordinator of the Oil and Gas Course at Unigranrio, Rafael Gama

Segundo ele, a instituição tem investido na formação com ênfase na área de exploração e produção, ao contrário de outros cursos cujo enfoque é voltado para refino e logística.

A instituição coloca em seu currículo atividades de perfuração de poços, desenvolvimento de serviços, tanto em sondas de terra como em plataformas no mar, e serviços de completação.


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Divulgação

De acordo com Gama, serviços de recompletação dos poços estão no processo de aprendizado – WorkOvers, bem como diagnosticar os possíveis problemas que influenciam na perda de produção estão inseridos durante os semestres, ao longo do curso. “Quem deseja trabalhar nesse segmento produtivo deve estar apto a atuar em atividades de acompanhamento de produção de petróleo (óleo e gás), bem como em atividades de instalação e operação dos equipamentos de elevação artificial”, diz. O Centro Universitário de Brasília – UniCeub, que pela primeira vez inaugurou uma unidade fora de Brasília, traz para seu campus de Macaé cursos, fruto de uma parceria com a Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem – FBTS. “Todos os cursos têm uma visão de mercado e temos buscado, através dos contatos com as empresas, os ajustes necessários na matriz curricular dos cursos, seja em função das especificidades ou das necessidades de cada empresa”, explica o diretor de Pós-Graduação do Instituto Ceub de Pesquisa e Desenvolvimento – ICPD, do Centro Universitário de Brasília – UniCeub, Waldir Pinheiro Algemiro.

Isso é uma realidade dos países em desenvolvimento e desenvolvidos. Mesmo tendo um perfil definido pelo mercado, a relação empresas/universo acadêmico ainda não é próxima, afirma Scavarda. “Falta muito para que a gente tenha uma relação suficientemente próxima.

Reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Luiz Augusto Caldas The rector of the Federal Fluminense Institute (IFF) Luiz Augusto Caldas

Fundamentalmente é este o perfil que estamos colocando no mercado”, destaca Scavarda. Ainda, de acordo com ele, o que tem crescido realmente nos últimos tempos é a necessidade de o profissional ter uma percepção ambiental e social que não existia há pouco tempo. Weiler Filho

O Uniceub tem buscado através de reuniões com as lideranças as tendências de expansão do mercado no segmento de petróleo e gás e sobretudo as competências organizacionais desejadas para o exercício das atividades profissionais, afirma Algemiro. Na PUC-Rio, o mapeamento do perfil profissional, segundo o vice-reitor administrativo da PUC-Rio, Luiz Carlos Scavarda do Carmo, tem sido feito, tanto em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria - CNI quanto com os organismos internacionais. “Descobrimos que o perfil desejado pelo CNI é muito parecido com o desejado pelas empresas internacionais.

Vice-reitor administrativo da PUC-Rio, Luiz Carlos Scavarda do Carmo Vice chancellor of administration in PUC-Rio, Luiz Carlos Scavarda do Carmo

Parcerias - O reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Luiz Augusto Caldas, não acredita em fórmulas mágicas para chegar mais próximo do perfil profissional desejado pelas empresas. “É importante observar que o objetivo é a formação para o trabalho com qualidade, que requer tempo, bons educadores, infraestrutura adequada, uma política de capacitação continuada dos profissionais envolvidos no processo, atualização permanente dos equipamentos e ambiente de aprendizagem”. Para ele, o passivo de hoje em relação à demanda por trabalhadores qualificados resulta de equívocos do passado, e as mudanças rápidas do mercado de trabalho e da tecnologia do mundo atual incrementam a questão com dificuldades adicionais. “Nossa instituição tem adotado como principal estratégia a busca do diálogo permanente entre as representações do mundo da educação, do trabalho e da empresa”. Este trabalho fez nascer parcerias do IFFluminense com empresas do setor de petróleo e gás. Segundo o reitor, o curso pós-técnico em fluidos de perfuração e completação em poços de petróleo é um belo exemplo de atuação conjunta de uma instituição de educação e empresas em prol da qualificação de profissionais em uma área extremamente específica. “Dificilmente este curso se materializaria se não fosse o formato aqui destacado em que cada instituição partícipe se coloca a partir de sua expertise. Ao longo desse tempo, vêm sendo colhidos exemplos concretos de desenvolvimento produtivo com inclusão social”. MACAÉ OFFSHORE 19


CAPA

Universidades corporativas como diferencial competitivo Empresas têm investido na qualificação de sua mão de obra, através das universidades corporativas

A

formação de recursos humanos para a indústria petrolífera no Brasil é considerada pelas empresas fator-chave para competitividade e inovação. A atividade exploratória do pré-sal vem exigindo das empresas tecnologia de ponta e técnicos qualificados. Algumas empresas se anteciparam e criaram uma Universidade Coorporativa (UC) que vem sendo implantada em sequência por outras. A Tenaris inaugurou no ano passado, em Pindamonhangaba (SP), a sede da Tenaris University, na qual foram investidos U$S 7 milhões no projeto, entre a construção e a compra de equipamentos para a universidade. Além da Universidade Corporativa no Brasil, a empresa tem outras sedes da universidade na Itália, México e Argentina. Por ano, a Tenaris University capacita, ao redor do mundo, mais de 24.000 funcionários, em todos os países onde a Tenaris está presente, em mais de 1.200.000 horas de treinamento. A universidade conta com aproximadamente 870 professores internos e 1.500 externos e trabalha por meio de aulas presenciais, cursos e-learning, webinars e webcasts e capacitação no posto de trabalho. No Brasil, a expectativa é de que, a cada ano, passem pelos 20 MACAÉ OFFSHORE

cursos mais de três mil pessoas, sendo 80% funcionários da Tenaris e o restante vindo de fora, como clientes e fornecedores da companhia.

prérequisito para que o funcionário possa iniciar uma nova etapa ou um novo treinamento. E tudo sem custo para o profissional.

Segundo coordenador da Tenaris University no Brasil, Pablo Rocha, a UC é uma forma de se diferenciar pela excelência em capacitação, inovação e desenvolvimento de produtos e processos. “Cada vez mais, a educação tem se tornado um fator-chave para que a empresa tenha uma cultura corporativa única e uma identidade comum”.

Para atingir todos esses objetivos, a Tenaris vem elaborando o currículo dos cursos como base em alguma necessidade da empresa. “Vivemos um momento de fortes investimentos no Brasil, precisamos estar preparados para atender à demanda dos mercados nos quais atuamos”, aponta Rocha, lembrando que tudo isso envolve questões operacionais e tecnológicas, como o desenvolvimento dos profissionais.

De acordo com Rocha, por meio Tenaris University, é possível promover uma integração global, o alinhamento de conhecimento, processos e valores da Tenaris em todos os países em que ela atua. “Um único sistema industrial e de gestão nos permite oferecer amplo desenvolvimento a nossos funcionários, além de produtos com mais tecnologia e inovação a nossos clientes”, frisa. O grande diferencial desta Universidade para o ensino acadêmico tradicional são os cursos direcionados, tanto a quem já possui uma formação superior, como a quem necessita de aperfeiçoamento técnico para exercer uma função dentro da fábrica. Existem programas a serem seguidos e alguns níveis são

A Tenaris University tem parcerias com instituições de ensino, como, por exemplo, o Serviço Nacional e Aprendizagem Industrial – Senai. A empresa também oferece apoio à Faculdade de Tecnologia (Fatec), do Estado de São Paulo, como forma de gerar vínculos que no futuro possam apoiar o desenvolvimento de profissionais e técnicos em conhecimentos específicos da metalurgia. Segundo o coordenador da Tenaris University no Brasil, a maior incompatibilidade encontrada hoje entre a qualificação disponível e o perfil demandado é a carência em conhecimentos e


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experiência técnica específica de metalurgia, soldagem, caldeiraria, mecânica e elétrica. “Faltam também consciência dos aspectos de Segurança e Meio Ambiente e impacto da Qualidade no produto”, destaca. Para a empresa, o perfil profissional desejado é de um profissional dedicado, proativo, com disposição e interesse em aprender e compartilhar a filosofia de trabalho. Na Petrobras, o capital humano está entre seus maiores ativos, assim esboça o gerente da Universidade Petrobras, Ricardo Salomão, ao descrever a importância da força de trabalho da Companhia. “A empresa sabe o quanto foi importante o investimento maciço na Universidade Petrobras para o aprimoramento e a formação de profissionais”, diz. Um exemplo claro da importância da Universidade Petrobras é que, em cinco décadas, a empresa saiu da condição de “importadora” para atingir o patamar de “exportadora” de tecnologia, sendo referência na exploração de petróleo em águas profundas. Em 2010, a Universidade Petrobras teve mais de 87 mil participações de empregados em cursos e eventos de educação continuada, além de cursos de formação para mais de 2.215 novos empregados. A Universidade Petrobras integra a estrutura de Recursos Humanos da empresa, responsável pela capacitação corporativa, exclusivamente, de seus próprios empregados. De acordo com Salomão, cabe a ela desenvolver, capacitar, treinar e atualizar as competências necessárias para o alcance dos objetivos estabelecidos no planejamento estratégico e no plano de negócios, atuando como disseminadora do conhecimento acumulado pelos empregados e pelas instituições de ensino. Ele lembra que, com a prestação de consultoria técnica às diversas áreas da empresa, a Universidade Petrobras

ultrapassa os limites da sala de aula para aplicar o saber em situações reais de trabalho, solucionando problemas e melhorando performances. “É um espaço privilegiado para tratar dos temas da empresa com a especificidade e a profundidade necessárias”. Seu papel, diz o gerente da Universidade, é a transmissão dos valores e da cultura empresarial que também é de fundamental importância para a Petrobras. Todos os cursos oferecidos na Universidade Petrobras atendem às necessidades de treinamento da companhia. Salomão explica que no Plano de Desenvolvimento de Recursos Humanos (PDRH) estão previstos diversos cursos, seminários, fóruns, congressos e outros tipos de eventos voltados para formação, atualização, aperfeiçoamento, especialização, mestrado e doutorado. Os cursos são oferecidos pela Universidade Petrobras por meio de instrutores da empresa ou de parceria com instituições técnicas e acadêmicas. Esse amplo portfólio de soluções educacionais, lembra ele, é construído anualmente em parceria com as diversas áreas de negócio da empresa. “A atualização constante visa a atender em tempo hábil às novas necessidades de desenvolvimento na medida em que elas vão sendo identificadas”. A maioria dos empregados recém-admitidos passa por um curso de formação, desenvolvido na Universidade Petrobras ou na unidade em que atuará este empregado. Os cursos de formação visam a complementar o ensino técnico ou graduação de nível superior do novo empregado, preparando-o para atuar de acordo com as especificidades da indústria do petróleo, óleo, gás, energia e biocombustíveis. Quanto à educação continuada, ressalta Salomão, o objetivo é treinar o empregado para uma necessidade específica ou aperfeiçoar sua formação. MACAÉ OFFSHORE 21


CAPA

Um acordo com a UFRJ permitiu que a GE iniciasse, em 2011, as atividades do seu Centro de Pesquisa nas instalações da Universidade, na Ilha do Fundão an agreement with UFRJ allowed GE to start on 2011, the activities of its Research Center in the University’s facilities on Fundão Island

Uma parceria que deu certo Empresas se unem ao universo acadêmico para formar mão de obra específica para suas atividades

A

perspectiva é boa para aqueles que buscam uma oportunidade no segmento de petróleo, mas as empresas ainda têm dificuldade para encontrar profissionais para preencher certas funções. Para acelerar este processo, muitas estão formando sua mão de obra através de centros de pesquisas. Para o gerente de Recursos Humanos para América Latina, GE Oil & Gas, Pablo Donati, houve grandes melhorias no ensino e formação de talentos no País, mas há ainda um longo caminho a ser percorrido para atender às demandas e oportunidades de acordo com o ritmo de crescimento brasileiro.

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A empresa foi a primeira no mundo a criar uma universidade corporativa, em Crotonville, Nova York, e há mais de 50 anos é considerada uma fábrica de líderes. Segundo Donati, a GE investe no desenvolvimento de seus profissionais em todos os níveis da organização e estágios de carreira. “Temos diversos programas de treinamento e também projetos que dão visibilidade aos profissionais, oportunidades de crescimento e até mesmo de mudança na sua trajetória profissional”. A empresa aposta especialmente no desenvolvimento de profissionais em início de carreira. Ela já aumentou três vezes o número de estagiários e duas vezes o número de funcionários que participam

dos Programas de Liderança GE, que promovem o desenvolvimento por meio da participação em diferentes treinamentos de liderança e rotações em projetos que podem incluir experiências internacionais. A GE procura talentos que representam os valores da empresa. Entre os programas da GE, há o de formação de líderes para as áreas de Finanças, Internacionais, Engenharia, Logística, Recursos Humanos, Comunicação, Comercial e Marketing, enumera o gerente de Recursos Humanos para América Latina da GE Oil & Gas. Os programas de liderança duram cerca de dois anos e o participante tem a oportunidade de passar por três rotações,


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propiciando três diferentes experiências em áreas e negócios distintos.

de contar com mais de 20 mil patentes preenchidas nos últimos dez anos.

A companhia possui expertise em montar seus times e sabe do potencial do Brasil. A empresa montará o Centro de Pesquisas Global no Parque Tecnológico da UFRJ. Segundo Donati, a escolha do Rio de Janeiro levou em consideração a oferta de mão de obra qualificada para aportar ao Centro de Pesquisas Global. “Para encontrar seus colaboradores, a GE utiliza todas as ferramentas possíveis, seja por meio de mídias sociais, headhunters, aproximação com as universidades ou networking”.

A GE também instalará o seu primeiro Centro de Qualificação Global, uma universidade corporativa voltada ao treinamento e qualificação de funcionários, clientes, parceiros e fornecedores. A construção do complexo acontecerá em sincronia com as obras do Centro de Pesquisas Global e deve ser entregue no primeiro semestre de 2013.

Em todos os mercados em que está inserida, procura estabelecer o melhor relacionamento possível com Universidades e todos os públicos que se relacionam com a empresa. Tanto é que, no Brasil, um acordo com a UFRJ permitiu que a GE iniciasse, em 1º de setembro de 2011, as atividades do seu Centro de Pesquisa nas instalações da Universidade, na Ilha do Fundão. A colaboração entre universidades e empresas pode acelerar as pesquisas em diferentes frentes, diz o gerente de Recursos Humanos. “As empresas que investem em inovação enxergam nesta relação prioridade para o desenvolvimento de novos produtos, serviços e soluções. E a oportunidade de transformar pesquisas em novos produtos ou tecnologias é um atrativo para este tipo de profissional”. Para a inauguração do Centro de Pesquisas Global da GE no Brasil, a empresa espera contar com 200 profissionais. Atualmente, a equipe tem cerca de 50 integrantes. O Centro de Pesquisas Global tem sido o centro de criação de novas tecnologias da GE por mais de 100 anos, desenvolvendo soluções em áreas como diagnóstico por imagem, geração de energia, turbinas de aeronaves e novas tecnologias de iluminação, além

Parceria - A empresa tem mantido uma relação próxima com as instituições de ensino. Em Macaé (RJ), a equipe da GE e o IFF são um grande exemplo da parceria entre o sistema educativo e o setor privado. Segundo Donati, o IFF desenvolve novo material para contrato prospectivo e fornece uma oportunidade de aprendizagem. “O Senai também tem sido um parceiro importante, não só em Macaé, mas em todo o Brasil”, destaca. A FMC tem procurado também manter a proximidade com o universo acadêmico e seu foco tem sido as universidades do Estado do Rio de Janeiro. Segundo a gerente de RH da empresa, Aline Swalf, a FMC quer profissionais comprometidos, que gostem de superar desafios. Para isso, é preciso que tenham

uma consistente formação cultural e acadêmica, inclusive conhecimento de outros idiomas, como o inglês. “Em função dos graves problemas socioeducativos que enfrentamos no Brasil, temos dificuldades em preencher as vagas com profissionais que atendam às reais necessidades do negócio, uma vez que o número de profissionais qualificados é menor que as ofertas disponibilizadas pela organização”, relata Aline. A empresa tem feito investimentos em treinamento e ações focadas no desenvolvimento do nosso capital humano. “Estamos desenvolvendo globalmente a FMC University, que visa a disseminar o conhecimento existente na organização e alinhar as boas práticas utilizadas ao redor do mundo”, afirma Aline. Segundo ela, a empresa disponibiliza ainda um programa de estágio direcionado para a formação de novos engenheiros. Apesar de todos os esforços, ainda existe dificuldade em encontrar profissionais para preencher certas funções e posições importantes dentro das organizações. Segundo Juliana Abelha, também gerente de RH da FMC, a dificuldade existe pela falta de preparo e qualificação de boa parte dos profissionais disponíveis, hoje, no mercado.  Divulgação

A FMC está desenvolvendo globalmente a FMC University, que visa a disseminar o conhecimento existente na organização e alinhar as boas práticas utilizadas ao redor do mundo FMC is globally developing FMC University, which aims to disseminate knowledge in the organization and align practices used around the world

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Mapping the

professional of the future

Education institutions seek to follow the companies’ demands in order to train professional in according to market demands By Ludmila Azevedo

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he consolidation of Brazil in education still is a challenge to be overcome. In some areas in the oil, gas and energy business as engineering and segments related to the pre-salt, the situation is embryonic. This scenario has contributed to an increasingly restricted number of professionals trained to serve this market. The volume of investments planned for the segment is large. The exploitation of oil in the pre-salt should stimulate the growth of various sectors of industry, generating more than 2 million jobs by 2020. The estimate originates from National Organization of the Petroleum Industry (Onip). The discovery of the pre-salt layer raised Brazil to an extremely privileged position, and finding professional profiles that fit particular areas of the pre-salt will require significant time and costs. The country, unlike others, did not make a plan to supply the market and the lack of skilled workforce can affect the development of the entire national economy. To overcome the bottlenecks of human capital, companies and educational institutions have sought partnerships and adapting with expertise to provide manpower for the petroleum industry. Unigranrio has focused its actions on graduation of oil and gas technologist. “This profession is clearly the solution to the oil industry in Brazil because it is an industry that has the greatest shortage of professionals in exploration and production, specifically for exploration and production,” stresses the coordinator of 24 MACAÉ OFFSHORE

the Oil and Gas Course at Unigranrio, Rafael Gama. According to him, the institution has invested in training with an emphasis on exploration and production, unlike other courses whose focus is aimed at refining and logistics. - Our course aims to develop activities related to geophysical surveys, both on land operations and in applications at sea; we also act in the preparation of students in the segment of surface geophysical surveys, as well as developments of the techniques for interpretation of geophysical collected data. We are in the operating activities business, in geophysical borehole and also developing the techniques of interpretation of the profiles collected

of Welding Technology - FBTS. “All courses have a vision of the market and we are seeking through contacts with companies to make the necessary adjustments in the curriculum of courses, whether in terms of the specificities or the needs of each company,” the director of Post-Graduation in the CEUB Institute of Research and Development – ICPD of the University Center of Brasilia Uniceub, Waldir Pinheiro Algemiro explains. The Uniceub has been striving to seek trends of market expansion in the oil and gas through meetings with leaders, and with special emphasis, the organizational skills desired for the exercise of professional activities, Algemiro affirms.

According to Gama, services as recompletion of wells are in the process of learning - workovers, and diagnosing potential troubles that influence the loss of production during the semester are present along the course. “Everyone who wants to work in this productive sector should be able to perform monitoring activities in oil production (oil and gas) as well as in installation and operation of artificial lift equipment,” he says.

At PUC-Rio, the mapping of the professional profile has been done both in conjunction with the National Confederation of Industry - CNI and with international organizations., according to the vice chancellor of administration in PUC-Rio, Luiz Carlos do Carmo Scavarda, “We found that the desired profile by CNI is very similar to that sought by international companies. Fundamentally this is the profile that we are putting on the market,” Scavarda said. Also according to him, which really has grown recently is the need for the professionals to have a professional and social environment perception that didn’t exist a while ago. This is a reality in developing countries and developed countries.

The University Centre of Brasilia Uniceub, which for the first time opened a plant outside of Brasilia, brings courses to its campus in Macaé, originated from a partnership with the Brazilian Foundation

Even with a defined profile of the market, the relationship between companies and the academic world is still not forthcoming, Scavarda says. “There’s still a long time for us to have a sufficiently close relationship.”

The institution has as part of its curriculum activities such as drilling of wells, development of services, both on land and in platforms at sea, as well as completion services


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Partnerships - The rector of the Federal Fluminense Institute (IFF) Luiz Augusto Caldas does not believe in magic formulas to get closer to the professional profile desired by companies. “It is important to note that the objective is the training for work with quality and this requires time, good teachers, adequate infrastructure, a policy of continuous training of professionals involved in the process, constant updating of equipment and learning environments”.

For him, today’s passive related to the demand for skilled workers is the result of misunderstandings of the past and the rapidly changing labor market and technology of today’s world is stepping up the issue with additional difficulties. “Our institution has adopted as its main strategy to search for the permanent dialogue between the representations of the world of education, labor and company”. A work that gave rise to a partnership between IFFluminense and companies in

the oil and gas industry. According to the rector, the post-technical course on completion fluids and completion of drilling well is a fine example of joint action of an educational institution and companies in raising the skills of professionals in an extremely specific domain. “It would be hard to materialize this course without the format highlighted here in which each participant institution takes place according to its expertise. Throughout this time some real examples of productive development with social inclusion have been collect.”

Corporate Universities as a competitive differential Companies have invested in the training of its workforce through corporate universities

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he training of human resources for the oil industry in Brazil is considered by companies as a key factor for competitiveness and innovation. The exploratory activity of the pre-salt requires the companies to have advanced technology and skilled technicians. Some companies have anticipated and created a corporate university (CU) that has been implemented by other firms. Company Tenaris inaugurated last year in Pindamonhangaba (SP) the headquarters of TenarisUniversity, with the amount of investment of U$ S 7 million in the project, including construction and equipment purchases for the university. In addition to the Corporate University in Brazil, the company has other offices of the university in Italy, Mexico and Argentina. Each year the TenarisUniversity trains all over the world more than 24,000 employees in all countries where Tenaris is present, in more than 1.2 million hours of training. The university has about 870 internal professors and 1,500 external professors, and works through classroom sessions, e-learning courses, webinars and

webcasts, and training in the workplace. In Brazil, it is expected that each year over three thousand people pass the courses, and 80% of these are Tenaris’ employees, the rest of them are company’s customers and suppliers.

who need technical training for performing a function within the plant. There are programs to be followed and some levels are a prerequisite for the employee so he/she can initiate a new stage or new training. And all of this without any costs to the professional.

According to TenarisUniversity’s coordinator in Brazil, Pablo Rocha, UC is a means of differentiate through excellence in training, innovation and development of products and processes. “Increasingly, education has become a key factor so the company has a unique corporate culture and a common In Rocha’s word, through TenarisUniversity it is possible to promote global integration, alignment of knowledge, Tenaris’ processes and values in all countries where they operate. “An industrial and management system only allows us to offer our employees comprehensive development, in addition to products with higher technology and innovation to our customers,” he emphasizes.

To achieve all these goals, Tenaris has developed the curriculum based on some business need. “We live in a time of heavy investment in Brazil, we must be prepared to meet the demand of the markets in which we operate,” says Richardson, noting that all of this involves operational and technological issues such as the development of professionals

The great advantage of this University for the traditional academic teaching are the targeted courses, aimed both for those who already have a university degree as for those

According to the coordinator of TenarisUniversity in Brazil, the most important incompatibility today between the skills available and the respondent profile is the

TenarisUniversity has partnerships with educational institutions, for example, the National Industrial Apprenticeship Service Senai. The company also provides support to the Faculty of Technology (FATEC) of São Paulo, as a way to generate links in the future to support the development of professional and technical expertise in metallurgy.

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lack of specific technical knowledge and experience of metallurgy, welding, mechanical and electrical areas. “Other things that lack is the awareness about aspects of Safety and Environment Quality and impact of the product,” he points out. For the company, the professional profile required is a dedicated professional, proactive, willing and interested in learning and sharing the philosophy of work. At Petrobras, human capital is among its greatest assets, as the manager of Petrobras University, Richard Solomon, outlines, in describing the importance of the workforce of the Company. “The company knows how important was the massive investment in Petrobras University for the improvement and training of professionals,” he says. A clear example of the importance of Petrobras University is that in five decades, the company left the condition of “technology importer” to reach the level of “technology exporting”, being a reference in oil exploration in deep waters. In 2010, Petrobras University had over 87,000 employees participating in courses and continuing education events, in addition to training courses for more than 2,215 new employees.

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Petrobras University is part of the structure of the company’s Human Resources, which is responsible for corporate training exclusively for their own employees. According to Solomon, it is up to the University to develop, train, and upgrade the necessary skills to achieve the goals set in strategic planning and business plan, acting as a disseminator of knowledge accumulated by employees and by the institutions. He points out that with the provision of technical advice to the various areas of the company, Petrobras University goes beyond the classroom to apply knowledge in real work situations, solving problems and improving performance. “It’s an ideal opportunity to address company’s issues with the necessary specificity and depth.” Their role, the manager says, is the transmission of values ​​and corporate culture that is also very important to Petrobras. All courses offered at the Petrobras University meet the training needs of the company. Solomon explains that in the Plan of Development of Human Resources (HRDP) there are provisions for several courses, seminars, forums, conferences and

other events aimed at training, upgrade, improvement, specialization, master’s and doctoral degrees. The courses are conducted by Petrobras University through company’s instructors or partnership with technical and academic institutions This broad portfolio of education solutions, he reminds us, is annually constructed in partnership with the various areas of the business. “The constant update aims to address in a timely manner to new development needs to the extent that they are being identified. Most newly hired employees go through a training course, developed at the Petrobras University or at the unit in which they’ll work. The training courses aim to complement the technical education degree or higher level of the new employee, preparing them to act according to the specifics of the oil industry, oil, gas, and biofuels. As to continuing education, says Solomon, the goal is to train the employee for a specific need or upgrade their skills.


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A partnership that went right Companies join the academic world to form specific workforce to their activities

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he perspectives are good for those seeking an opportunity in the oil business. But companies still have difficulty finding professionals to fill certain roles. To accelerate this process, many are forming their workforce through research centers.

For the Human Resources manager for Latin America, GE Oil & Gas, Pablo Donati, there were major improvements in education and training of talents in the country, but there is still a long way to meet the demands and opportunities according to the rhythm of Brazilian growth. The company was the first in the world to create a corporate university, in Crotonville, New York, and for over 50 years it is considered one factory of leaders. According to Donati, GE invests in the development of its professionals at all levels of the organization and career stages. “We have several training programs and also projects that give visibility to the employees, growth opportunities and even a change in his/her career”. The company invests especially in the development of early career professionals. It has increased three times the number of trainees and twice the number of employees participating in the GE Leadership Programs, which promote development through participation in various leadership training and rotations in projects that may include international experiences. GE seeks for talented individuals who represent the company’s values. Among GE’s programs there is the training of leaders in the areas of Finance, International, Engineering, Logistics, Human Resources, Communication, Sales and Marketing, as the human resources manager for Latin America, GE Oil & Gas, outlines. The leadership programs last about two years and the participant has the opportunity to go through three rotations, having three different experiences in different areas and businesses.

The company is expert in setting up their teams and knows the potential of Brazil. The company will assemble the Global Research Center in the Technological Park of the UFRJ. According to Donati, the choice for Rio de Janeiro considered the availability of skilled labor to contribute to the Global Research Center. “To find your employees, GE uses all possible tools, whether through social media, headhunters, universities or networking approach.” In all markets where it operates, it attempts to create the best possible relationship with all universities and with people who relate to the company. For instance in Brazil an agreement with UFRJ allowed GE to start on September 1, 2011, the activities of its Research Center in the University’s facilities on Fundão Island. The cooperation between universities and enterprises can accelerate research on many fronts, the Human Resource manager says. “Companies that invest in innovation see in this relationship a priority for development of new products, services and solutions. And the opportunity to turn research into new products or technology is attractive for this type of professional”. For the inauguration of the Center for GE’s Global Research in Brazil, the company expects to have 200 professionals. Currently, the team has about 50 members. The Global Research Center has been the center of creating new technologies for GE for over 100 years, developing solutions in areas such as medical imaging, energy generation, aircraft engines and new lighting technologies, besides having more than 20 000 patents met in the last ten years. GE also will install its first Global Qualification Center, a corporate university focused on training and qualification of employees, customers, partners and suppliers. The construction of the complex will be in sync with the works of the

Global Research Center and it is expected to be concluded in the first half of 2013. Partnership - The company has maintained a close relationship to educational institutions. In Macae (RJ), GE’s team and IFF are a great example of partnership between education and the private sector. According to Donati, IFF develops new material for prospective contract and provides a learning opportunity. “Senai has also been an important partner, not only in Macae, but in Brazil,” he points out. FMC has also sought to maintain proximity to the academic world. Its focus has been the state universities of Rio de Janeiro. According to the company’s HR manager, Aline Swalf, FMC wants committed professionals, who like challenges. In order to do this they must have a consistent cultural and academic training, including knowledge of other languages, like English. “Given the serious socioeducational problems we face in Brazil, we have difficulties in filling vacancies with professionals that meet real business needs, since the number of skilled workers is less than the offerings provided by the organization,” Aline says. The company has invested in training and in actions focused on the development of our human capital. “We are globally developing FMC University, which aims to disseminate knowledge in the organization and align practices used around the world,” said Aline. She said the company also offers an internship program aimed to train new engineers. Despite all efforts, there still is some difficulty in finding professionals to fill certain key positions and functions within organizations. According to Juliana Bee also HR manager of FMC, the difficulty exists due to lack of preparation and qualification of most professionals available today in the market.  MACAÉ OFFSHORE 27


TECNOLOGIA

Pré-sal estimula empresas do setor de inspeção e manutenção de

risers

Empresas se preparam com projetos estratégicos para atender à demanda Por Verônica Côrtes

A

perspectiva de investimentos em perfuração com o pré-sal no Brasil é hoje um grande estímulo para a indústria de petróleo e gás. Tendo em vista uma forte demanda de negócios, as empresas do setor estão se preparando com projetos estratégicos a caminho de equipamentos desenvolvidos com alta tecnologia. Elas buscam a melhor forma para atender aos clientes com mais segurança e eficiência na produção de óleo e gás, contribuindo para mais vantagens na competitividade do mercado. Como a área do pré-sal é de águas ultraprofundas, ela exige uma demanda de equipamentos para perfuração por longos períodos. Uma das estruturas fundamentais utilizada nesse processo é o riser de perfuração. Trata-se de um grande tubo usado para encapsular equipamentos de perfuração durante as operações offshore no transporte de petróleo e seus derivados. Para que as operações com risers sejam corretamente concluídas, as empresas do segmento procuram trabalhar da melhor forma possível na inspeção e manutenção dos risers. Atuando há mais de 40 anos no setor, a empresa Technip, por exemplo, realiza todas as etapas desse processo com 28 MACAÉ OFFSHORE

especificação de materiais, fabricação, carregamento e instalação de risers. Segundo o gerente do departamento de RIM da Technip, Alex Saint-Clair, a empresa criou, na França e no Brasil, departamentos destinados ao RIM (Riser Integrity Management), investindo no desenvolvimento de novas tecnologias, técnicas e produtos para o monitoramento e inspeção de risers flexíveis, inclusive em parceria com outras empresas do setor. “No Brasil, o RIM planeja dar início este ano a alguns projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de sistemas de monitoramento de flexíveis. Entre esses projetos, estamos desenvolvendo novos produtos para inspeção. Além disso, estamos incorporando, em risers flexíveis para campos do pré-sal, sistemas de monitoramento desenvolvidos pela própria empresa em parceria com a Schlumberger e a Petrobras”, informa. Saint-Clair diz ainda que para as demandas futuras, a Technip adquiriu recentemente investimento na participação de empresas como AETech e Cybernétix, que oferecem acesso a tecnologias já comprovadas e também novas, re-

levantes às atividades de RIM. A iniciativa é para aumentar a confiabilidade e a segurança de suas operações. “A empresa pretende se firmar na área de “riser integrity management” e isso faz parte da responsabilidade em demonstrar a confiabilidade do produto, além de contribuir para a sua otimização, partindo do ponto de vista de projeto, fabricação e instalação. Acredito que, atuando por mais de 40 anos no segmento de flexíveis, a empresa tenha adquirido mais “expertise” em monitoramento e análise das condições de risers”, ressalta. O diretor-presidente da NOV Tuboscope, Arthur Ballard, diz que o mercado de risers é muito bom, mas que as exigências da Petrobras são mais rígidas que em outros lugares quanto à frequência de manutenção e inspeção desses equipamentos. A empresa trabalha com reparo e manutenção de risers que se estendem das plataformas ou navios até o fundo do mar. “O Brasil é o maior mercado para risers do mundo e precisa de mais rigor na manutenção, já que estamos perfurando em águas ultraprofundas, um ambiente que requer muitos risers”, reforça. A NOV trabalha com risers de vários


TECNOLOGIA

André Telles

Nas operações offshore, o robô SIRIS, da empresa Subsin, tem sensores inerciais adaptados para a inspeção dos risers In offshore operations, the robot named SIRIS, that belongs to the company Subsin, has inertial sensors for risers inspection.

fabricantes. Para atender à demanda desse novo ambiente, Ballard conta que a empresa está adquirindo grandes áreas para estocagem de risers em Macaé e outras cidades, mas não definiu as estratégias de seus projetos. “Estamos cientes da legislação para conteúdo local e trabalhando duro para atender o mercado”, diz. Orientando sobre o mercado, o gerente de desenvolvimento de negócios da NOV Tuboscope, Wagner Carmo, acrescenta que, em se tratando de risers de perfuração, a área de estocagem é um diferencial. A NOV detém 70% do mercado na região em termos de risers de perfuração, atendendo vários clientes, inclusive a

Petrobras desde 2006. “A Petrobras considera o riser um equipamento critico e é verdade. A periodicidade de manutenção é cada vez menor e a velocidade de demanda é maior. Os comprimentos das juntas vão aumentando de acordo com a profundamente, sendo 90 pés hoje por junta. Estamos nos preparando para isso, pois o mercado está aquecido e a concorrência vai aumentar“. A NOV está com uma nova área de estocagem de risers em obras, em Macaé. A área fica no condomínio Bela Vista, próximo ao Parque de Tubos. A previsão de início das operações é para 2013. De acordo com Ballard, da NOV, a empresa faz todos os tipos de manutenção,

tanto na parte metálica quanto na parte de flutuadores. O diretor-presidente explica que cada riser possui um flutuador, que também recebe inspeção e manutenção. “Uma coisa interessante do flutuador é que há um para cada profundidade, pois é preciso variar a compulsão para aguentar a pressão. Tem acontecido mistura de flutuadores por algumas empresas, como, por exemplo, um flutuador 500 metros com um flutuador para 5000 metros. Quando isso acontece, o equipamento fica totalmente colapsado, então ele se quebra”, explica Ballard, acrescentando que a NOV faz o controle, colocando, para cada profundidade, um riser sinalizado com cor diferente. MACAÉ OFFSHORE 29


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Tecnologia de ponta em águas profundas Outra empresa que vem se preparando para atender à demanda do pré-sal é a Subsin, que tem se concentrado no desenvolvimento de produtos inovadores para inspeção de estruturas destinadas ao mercado de óleo e gás. A empresa tem o SIRIS – um robô para inspeção visual de risers. Este robô tem sensores inerciais que possibilitam a reconstituição da geometria global da estrutura. Outros sensores podem ser adaptados ao equipamento. Segundo o diretor da Subsin, Melquisedec Santos, entre as vantagens que o robô traz nas operações offshore, estão a detecção de defeitos com precisão, o alcance superior ao de mergulhadores e maior segurança na atividade. O SIRIS é aplicado na inspeção de risers rígidos ou flexíveis e linhas de ancoragem. O diretor lembra que a periodicidade da inspeção é definida pelo operador do riser e que a vida útil dos risers é de aproximadamente 20, 30 anos. Ele diz que os risers para o pré-sal devem ser qualificados para atender esse nível de vida útil. “Sem dúvida, o ambiente de exploração no Brasil, com elevada profundidade e características de fluido com alta concentração de CO2 e H2S, é um desafio a ser superado. A perspectiva da empresa é de crescimento com a colocação de suas soluções robóticas de inspeção no mercado”, ressalta, completando que a Subsin basicamente se utiliza das especificações

André Telles

Gerente do departamento de RIM da Technip, Alex Saint-Clair RIM Department Manager of Technip, Alex Saint-Clair

técnicas dos operadores para desenvolver projetos de risers. De acordo com Alex Saint-Clair, da Technip, na intenção de manter um controle preventivo, os serviços de inspeção de risers devem passar a ser executados com uma determinada periodicidade e que novos sistemas de monitoramento devem ser implementados. Ele diz que durante uma operação, ao longo da vida útil, é importante que o riser seja monitorado e/ou inspecionado e que, periodicamente, se faça uma análise de sua condição, comparando-a com dados de projeto. A partir daí, será diagnosticada uma eventual necessidade de reparos

ou confirmado (ou novamente determinado) o tempo de vida restante previsto. Saint-Clair afirma que no que concerne ao gerenciamento da integridade de risers, o segmento de flexíveis precisa, atualmente, de sistemas de monitoramento, inspeção e reparo eficazes e, ao mesmo tempo, de simples integração, instalação e manuseio, o que exige investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, técnicas e produtos. “Apesar de diversas empresas, principalmente as grandes operadoras, estarem destinando relativamente mais verbas para pesquisa, uma das maiores dificuldades é integrar sistemas de monitoramento e inspeção com a tecnologia e “know-how” em projetos de tubos flexíveis”, ressalta. Para Saint-Clair, outra dificuldade se refere à infraestrutura de pesquisa e a empresas com estrutura e qualificação adequadas para conduzir projetos de P&D no Brasil, bem como a interface com universidades e laboratórios. O gerente de RIM lembra que a mão de obra qualificada e pesquisadores também representam certa dificuldade no país. No entanto, a empresa tem boa expectativa por conta dos desafios do pré-sal. “Temos que continuar mobilizando o setor de óleo e gás no sentido de buscar soluções para os diversos problemas de engenharia relacionados à instalação, operação e manutenção de equipamentos em águas ultraprofundas”, completa.

Logística e mão de obra qualificada para as operações Dentro do contexto da logística nas operações com risers, as empresas pontuam sobre como é projetado o domínio do tempo, desde o transporte da base até a instalação dos equipamentos. Alex Saint-Clair, da Technip, diz que o carregamento das linhas para 30 MACAÉ OFFSHORE

transporte e lançamento é feito utilizando barcos auxiliares, em bobinas ou cestas, e abrindo mais de uma frente de carregamento, o que otimiza a eficiência da operação.

das condições do mar, evitando paradas

“A logística de instalação busca realizar as operações baseada nas previsões

tagem de acessórios também contribui

durante a instalação e fazendo uso, quando possível, de mais de um PLSV para a divisão de tarefas, explorando, assim, as qualidades de cada navio. A pré-monpara a otimização do tempo”, explica.


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Wagner Carmo, da NOV Tuboscope, diz que a empresa não efetua a logística do transporte, mas que os clientes levam o equipamento até a base da NOV para ser inspecionado e depois, prontamente, recolhe e leva para a base do cliente ou direto para embarque. “A logística desses equipamentos é muito complicada, pois atrapalha o trânsito e a locomoção dos risers, por isso, eles seguem sempre em comboios. Então, normalmente desembarcam em Macaé, Rio ou outro porto. As empresas deixam os risers para serem manutenidos e depois ficam estocados em nossa área, que é devidamente protegida”, informa, acrescentando que é difícil a logística se tornar mais funcional por não haver muitas áreas disponíveis para se trabalhar com risers. Quanto à mão de obra, Saint-Clair, da Technip, afirma que, na área de risers, a empresa conta atualmente com um quadro de engenheiros experientes, tendo iniciado, em 2011, um programa de formação de futuros engenheiros, visando à integração e à capacitação de formandos em engenharia, provenientes de diversas universidades, para as atividades relacionadas ao seu segmento. A empresa mantém também programas de treinamento no Brasil e no exterior e oferece oportunidades de desenvolvimento de carreira, o que facilita o intercâmbio de conhecimento e experiências. “Acreditamos que o Brasil esteja preparado para o incremento do mercado no que se refere a águas ultraprofundas. Os desafios são vários e a demanda por produtos e serviços no setor tem tido um crescimento considerável, oferecendo novas oportunidades. As empresas do setor estão atentas a isso. Temos visto investimentos em centros de pesquisa e engenharia, novas unidades de produção, portos e unidades de logística. Por outro lado, entendemos que é necessário contínuo investimento

André Telles

Diretor da Subsin, Melquisedec Santos Subsin’s director Melqui-sedec Santos

em infraestrutura, educação e recursos humanos, além de serem destinados mais recursos e ser incentivado o investimento nas áreas de ciência, tecnologia e formação profissional”, ressalta. Melquisedec Santos, da Subsin, também diz que o investimento em profissionais com alto grau de qualificação é a principal ação que a empresa

utiliza para se preparar para atender às demandas por melhores técnicas de inspeção. Atualmente, 33% dos profissionais da empresa têm mestrado e/ou doutorado. Para o diretor, o Brasil enfrenta sérias dificuldades quanto à disponibilidade de mão de obra qualificada. “A empresa entende que o país tem capacidade para desenvolver as demandas atuais do mercado, mas é urgente a atuação do governo em programas de formação. O Brasil precisa desenvolver mecanismos que possibilitem que novas empresas, principalmente as que apresentam elevado nível tecnológico, tenham possibilidade de se desenvolver no mercado”, frisa. O diretor da Subsin completa dizendo que, atualmente, as pequenas empresas de tecnologia não dispõem de mecanismos políticos que lhes possibilitem introduzir suas inovações no mercado. Um exemplo a ser seguido nessa área é o da Noruega, onde pequenas empresas conseguem introduzir novas tecnologias com apoio de fundos governamentais.

Novas tecnologias Em relação ao processo de desenvolvimento tecnológico, SaintClair conta que, em função da demanda do mercado, a Technip está adaptando o uso de tecnologias que estão sendo desenvolvidas em parceria com outras empresas para novos risers. A empresa também tem investido em novas tecnologias relacionadas às estruturas e à fabricação de risers flexíveis. Quanto às perspectivas de mercado futuro do segmento, segundo a Petrobras, como o modelo de produção offshore da companhia

está baseado fortemente na utilização de dutos flexíveis, a expectativa é que essa demanda continue crescente com a chegada das novas Unidades Estacionárias de Produção (UEPs) previstas no Plano de Negócios 2011-15. As projeções mais recentes da Petrobras indicam uma demanda entre 6.000 km e 7.000 km até 2016 - necessidade total de dutos flexíveis risers mais flowlines. Até julho do próximo ano, a Companhia espera concluir a análise de demanda até 2020. 

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TEChNOLOGy

Pre-salt encourages business sector of inspection and maintenance of

risers

Companies plan strategic projects to meet demand By Verônica Côrtes

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he prospect of investing in drilling with pre-salt in Brazil is now a major stimulus for oil and gas industry. Having seeing a great business demand, industry players are preparing with strategic projects marching towards equipment developed with high technology. They seek the best way to serve their clients with greater security and efficiency in the production of oil and gas, thus contributing for more advantages in the competitiveness of the market. As the pre-salt layer area is composed of ultra-deep water, it requires a demand for drilling equipment for long periods. One of the fundamental structures used in this process is the drilling riser. This is a great conduit (pipeline) used to encapsulate drilling equipment during offshore operation, during transportation of oil and its derivatives For the riser operations to be positively achieved, the companies seek to work the best way they can in risers inspection and maintenance. Working more than 40 years in this business, the company Technip, for example, performs all stages of this process with the specification of materials, manufacture, loading and installation of risers.

According to the RIM Department Manager of Technip, Alex Saint-Clair, the company has created departments dedicated to RIM (Riser Integrity Management) in Brazil and in France, investing in the development of new technologies, techniques and products for monitoring and inspection of flexible risers, also in partnership with other companies. “In Brazil, RIM plans to launch this year some research and development projects (P&D) on systems of monitoring of flexible risers. Among these projects, we are developing new products for inspection.

In addition, we are investing in flexible risers for pre-salt fields systems of monitoring which have been developed by the company in partnership with Schlumberger and Petrobras”, he informs. Saint-Clair also says that, for future demands, Technip has recently acquired investment in the participation of companies such as AETech and Cybernetix, which offered access to proven technologies that are also new and relevant for RIM activities. The initiative aims to increase reliability and safety of its operations. “The company intends to establish itself in the ‘riser integrity management’ area and this is part of the responsibility to demonstrate the reliability of the product, and contribute to its enhancement, from the point of view of design, manufacturing and installation. I believe that working for over 40 years in the flexible segment, the company acquired more “expertise” in monitoring and analyses of risers conditions ”, he remarks. The NOV Tuboscope’s director-president, Arthur Ballard, affirms that the risers business is very good, but the demands from Petrobras are more strict that in other places as to the frequency of maintenance and inspection of these equipment. The company works hard with repair and maintenance of risers, which extend from platforms or ships to the bottoms of the sea. “Brazil is the largest market in the world for risers and needs more rigorous maintenance since we are drilling in ultra-deep Waters, an environment that requires many risers”, he adds. NOV works with risers that are originated from several manufacturers. In order to meet the demand in this new environment, Ballard reports that the company is acquiring huge areas for stocking risers in Macaé and other

cities, but Ballard hasn’t defined the strategies for his projects. “We are aware of the legislation for local content and we are working hard to satisfy the market”, he affirms. Giving orientation on the Market, NOV Tuboscope’ business development manager, Wagner Carmo, adds that when it comes to drilling risers, the storage area is a plus. NOV holds 70% of the Market in the region in terms of drilling risers, meeting several clients including Petrobras since 2006. “Petrobras considers risers as critical equipment and this is true. The frequency of maintenance is shrinking and the demand speed is increasing. The lengths of the joints increase according to depth, it’s 90 feet per joint. We are preparing for this, as the market is booming and competition will increase”. NOV has now a new storage area for risers under construction in Macaé. The area is located in Boa Vista neighborhood, near Parque de Tubos. Operations are scheduled to start in 2013. Accord to Ballard, with NOV, the company performs all kinds of maintenance, both in the metal and in the floating parts. The CEO explains that each riser has a floater and each also is inspected and receives maintenance. “One interesting fact relating the floater is that there is one for each depth as there is the need to vary the compulsion so the pressure is sustained. There has been some mixture of floaters by some companies, for example, when they put together a floater intended to 500 meters with a floater intended to 5000 meters. When it happens, the equipment collapses and breaks”, Ballard explains, adding that NOV controls that by putting one riser for each depth and signalizing them with different colors.

Cutting-edge technology in deep water Another company that has preparing to satisfy the pre-salt demand is Subsin, which has been focusing in the development of innovative products for 32 MACAÉ OFFSHORE

inspection of structures intended for the oil and gas industry. The company counts on SIRIS – a robot for visual inspection of risers. The robot has inertial

sensors that make possible the reconstruction on global geometry of structures. Other sensors can be adapted to the equipment.


TEChNOLOGy

According to Subsin’s director Melquisedec Santos some of the robot’s advantages for offshore operations are the precise detection of failures, the scope that is superior to the diver’s and a greater safety in the activity. Siris is applied to rigid and flexible risers inspection and mooring lines. The director points out that the frequency of inspection is defined by the riser operator and that the cycle life of risers is approximately 20 or 30 years. He affirms that risers must be qualified to meet this life cycle in pre-salt. “No doubt that the exploitation environment in Brazil, with great depths and with characteristics of fluid with high concentrations of CO2 and H2S, is a challenge to be overcome. The prospect of the company is growing with the placement of its robotic solutions for inspection in the Market”, he remarks, adding that Subsin basically uses technical specifications from operators to develop risers projects. In Alex Saint-Clair’s point of view (Technip), intending to keep a preventive control, the inspection services must be performed with some frequency and new monitoring systems shall be implemented. He says that during an operation, through the riser’s lifetime, it is important to monitor and /or inspect it and to analyze periodically its conditions, comparing it with data from the project. From this point on, the need for repairs shall be diagnosed or the remaining lifetime shall be confirmed (or determined once more). Saint-Clair affirms that regarding riser’s integrity management, the business of flexible today needs efficient monitoring, inspection and repair systems and, at the same time, simple integration, installation and handling, which requires investments in research and development of new technologies, techniques and products. “In despite of the fact that several companies, mostly the great players, are allocating more funds for research, one of the greatest difficulties is to integrate monitoring and inspection systems to technology and know-how on flexible pipes projects”, he remarks. According to Saint-Clair, another obstacle relates to the infrastructure of research and to companies with the appropriate structure and qualification to conduct P&D projects in Brazil, as well as the interface with universities and labs. The RIM manager points out that skilled labor and researchers also pose some difficulty in the country. However, the company has a good expectation on the account of the pre-salt challenges. “We must continue to mobilize the oil and gas business in seeking for solutions to several problems of engineering related to installation, operation and maintenance of equipment in ultra-deep water”, he concludes.

Logistics and skilled workforce for operations Within the context of logistics operations with risers, the companies are specific about time management, since the moment of transportation from the base to the installation of equipment. Alex Saint-Clair, from Technip, affirms that loading of lines for transportation and launching is done using auxiliary boats, in reels or in baskets, and by opening one more loading front which optimizes the operation efficiency. “Logistics of installation seek to perform operations based on the forecast of sea conditions, avoiding downtime during installation and using, as much as possible, one more PLSV for the division of tasks, getting the most of the qualities of each vessel. The pre-assembly of accessories also contributes for time optimization”, he explains. Wagner Carmo, from NOV Tuboscope, says that the company does not work with transportation logistics, but clients take the equipment to NOV’s base in order to be inspected and then the company promptly takes it back to the client’s base or to directly for the shipment. “The logistics of such equipment is very complicated, as it blocks the traffic and locomotion of risers, so they always follow together. So, they normally disembark in Macae, Rio or in other port. The companies leave the risers for maintenance and then they remain stored in our area which is properly protected”, he informs, adding that it is difficult for logistics to become more functional because there isn’t many areas available to work with risers. As for workforce, Saint-Clair affirms that when it comes to risers, the company has now a team of experienced engineers and has launched a training program in 2011for future engineers aimed at integration and training of students in engineering from several universities, for activities related to this business. The company also keeps training programs in Brazil and abroad and offers opportunities of career

development, which facilitates exchange of knowledge and experience. “We believe that Brazil is prepared for a market growth as to deep water. There are many challenges and the demand for products and services has been increasing considerably, offering new opportunities. Companies in this business are aware of this. We have been seeing investments in research and engineering centers, new production units, ports and logistics units. On the other hand, we understand that it a continuous investment in infrastructure, education and human resources is necessary, in addition we also need to devote more resources and encourage investment in science, technology and professional education”, he remarks. Melquisedec Santos, from Subsin, also affirms that the investment in professionals with a high degree of professional qualification is the main action taken by the company to prepare for the demands for better inspection techniques. Nowadays 33% of the professionals in the company have a master’s degree and/or doctor degree. According to the director, Brazil faces severe difficulties related to the availability of skilled workforce. “The company understands that the country is able to develop current market demands. However, it is urgent that the government acts in educational programs. Brazil needs to develop mechanisms that enable new companies, mostly the ones that present high technological level so they have possibility of development in the Market”, he points out. The director of Subsin completes saying that nowadays small companies in the technology business lack political mechanisms that make possible the introduction of their innovations for the market. One example to be followed is Norway, where small companies are able to produce new technologies supported by government’s resources.

New technologies Regarding the development of technologies, Saint-Clair reports that because of the work demands company Technip is adapting the use of technologies that are being developed in partnership with other companies for new risers. The company has been investing in new technologies related to flexible risers structures and manufacturing. As for the perspectives for the future market in the segment, according to Petrobras, as the company’s offshore

production model is based strongly on the use of flexible pipes, it is expected that the demands keep increasing with the coming of new Stationary Production Units (UEPs), provided in the Business Plan 2011-15. The latest Petrobras’ projections indicate a demand varying from 6.000 km to 7.000 km by 2016 (total need for flexible pipelines - risers + flowlines). The company expects to conclude the demand analyzes to 2020 until July next year.  MACAÉ OFFSHORE 33


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PlatAformA Espírito santo

A instalação do estaleiro levou em consideração alguns aspectos do município de Aracruz, situado a 84 km de Vitória The local for the installation of the shipyard took in consideration some aspects of Aracruz, located 84 km from Vitória

Estaleiro Jurong beneficia

cadeia produtiva

de Aracruz, no Espírito Santo O Estado já fornece, através de suas empresas, cerca de R$ 4 bilhões em bens e serviços para o segmento de Petróleo e Gás de todo o País 34 MACAÉ OFFSHORE


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PlatAformA Espírito santo

Por Verônica Côrtes

O

Estado do Espírito Santo está na rota de expansão da industrial naval. Entre seus municípios, Aracruz foi o município escolhido para sediar a fabricação do primeiro navio sonda de perfuração de petróleo para águas profundas. Com um investimento já aprovado de US$ 550 milhões, quase um bilhão de reais, o Estaleiro Jurong Aracruz, que disponibilizará os serviços de afretamento de sondas para empresas do setor, deve gerar grandes oportunidades de emprego e renda e beneficiar toda a cadeia produtiva da região. As operações no estaleiro devem começar em 2013. Segundo a diretora institucional do Jurong no Brasil, Luciana Aboudib Sandri, a escolha da localização para a instalação do estaleiro levou em consideração alguns aspectos do município de Aracruz, situado a 84 km de Vitória. A região possui características favoráveis, sob o ponto de vista logístico, como portos, aeroportos, ferrovias, centros de distribuição, terminais intermodais, entre outros tipos de operações. “Além disso, existe a facilidade de acesso a fornecedores e a recursos necessários para o funcionamento do estaleiro. Também há o bom relacionamento com a comunidade, autoridades, abundância e capacitação profissional da mão de obra necessária para a implantação da atividade. O município de Aracruz tem vocação para a indústria naval na região”, declara a diretora. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Aracruz, Divaldo Crevelin, a fabricação do primeiro navio sonda de perfuração de poços de petróleo no município representa um novo marco caracterizado pela diversificação das atividades econômicas, visto ser ele conhecido apenas pela sua base produtiva, voltada essencialmente para o mercado

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fazendo na interiorização dos investimentos e na implantação do estaleiro, visando à produção e reparos de navios sonda e plataformas. Isso contribui e muito para o fortalecimento da geração de emprego e renda para o município e região”, frisa o secretário. O navio sonda não será somente o primeiro do Brasil, mas também o primeiro da América Latina. O secretário de Estado de Desenvolvimento (ES), Márcio Félix, ressalta que o primeiro navio sonda fabricado no Brasil para o pré-sal já é um grande passo para a indústria naval brasileira. “Produzido pelo Estaleiro Jurong Aracruz, o navio vai alavancar a indústria naval no Estado do Espírito Santo. Além disso, marca nossa história no desenvolvimento de todo o país”, acrescenta.

Secretário de Desenvolvimento Econômico de Aracruz, Divaldo Crevelin Secretary for Economic Development of Aracruz, Divaldo Crevelin

de celulose e papel e, recentemente, para o setor de metalmecânica. Crevelin afirma que o anúncio da construção do navio sonda ajuda a inserir o município não só no setor de petróleo e gás, mas também no cenário em que o Estado começa a se estruturar - o setor de Ciência, Tecnologia e Inovação. Com isso, é possível vislumbrar, num futuro próximo, redução da dependência da produção de commodities, atingindo uma diversificação produtiva com maior nível de agregação de valor, que seria decisivo para obter em médio prazo um processo de crescimento econômico mais equilibrado e sustentável. “O estaleiro Jurong confirma a aposta que o Governo Federal vem

O Espírito Santo já é destaque no cenário nacional e mundial, sendo o segundo maior produtor de petróleo do País – com perspectivas de alcançar 500 mil barris/dia até 2013 – além de ser um grande produtor de gás natural. E para atender à demanda do Estaleiro Jurong Aracruz, Estado e município já estão se preparando. A principal exigência feita pelo município de Aracruz ao empreendedor é a contratação de mão de obra local. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Divaldo Crevelin, afirma que para assegurar e minimizar os impactos na infraestrutura regional de serviços públicos, como educação, saúde, segurança de tráfego, saneamento e outros, o município de Aracruz, em parceria com o Jurong e o Governo do Estado do Espírito Santo, assinou o Termo de Compromisso Socioambiental n° 001/2010, que contempla um conjunto de intervenções e ações para a convivência harmônica do empreendimento com a população. MACAÉ OFFSHORE 35


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Capacitação de fornecedores e mão de obra A expectativa da empresa cingapuriana Jurong é grande em relação ao atendimento das demandas do setor petrolífero. Luciana Sandri lembra que o Brasil se destaca nas estatísticas internacionais de construção naval, incluindo as plataformas de petróleo e navios sonda. “A expansão da área petrolífera atinge o Espírito Santo, e a tendência é crescer mais”, frisa. Para Luciana, o Estaleiro Jurong Aracruz coloca o Estado do Espírito Santo na rota de expansão da indústria naval, com a previsão de fomentar aproximadamente seis mil empregos diretos. De acordo com ela, a Jurong pretende dotar o estaleiro de capacidade produtiva com padrão internacional. A secretária institucional informa que existe um programa de capacitação de fornecedores a ser iniciado na região. Serão identificados fornecedores através de levantamentos e análise de dados e, em seguida, será oferecido a eles um programa de capacitação. Quanto à informação veiculada na mídia de que o navio sonda é um produto complicado de ser feito, a secretária diz que não há entraves para sua fabricação, mas sim complexidade, pois se trata de uma unidade de alta complexidade tecnológica. No entanto, não será usada uma nova tecnologia no processo de fabricação do navio sonda. “A expectativa da Jurong é qualificar a mão de obra para o

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Diretora institucional do Jurong no Brasil, Luciana Aboudib Sandri Jurong’s institutional director in Brazil, Luciana Aboudib Sandri

projeto, observando, sempre que possível, a priorização do trabalhador local e candidatos da população jovem em busca do primeiro emprego. Serão empreendidas ações de capacitação para a fase de operação junto ao Governo do Estado do Espírito Santo e instituições”, complementa. Segundo Divaldo Crevelin, a empresa Jurong terá foco no recrutamento de trabalhadores das comunidades do entorno do empreendimento. Visando ao incremento da mão de obra especializada para atender à demanda do estaleiro, a Administração Municipal de Aracruz atraiu várias instituições de reconhecimento como o Centro Integrado Sesi/Senai /IEL, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo e a UFES,

que, em convênio com a prefeitura, instalou um polo da UAB – Universidade Aberta do Brasil, com oferta de diversos cursos de graduação. O Centro Oceanógrafo da UFES em Santa Cruz também faz parte deste processo. E todas as entidades supracitadas receberam, segundo ele, terreno e/ou prédios da municipalidade para instalação de suas unidades educacionais, bem como algumas instituições privadas instaladas, que atuam com educação profissional e de graduação, contribuindo para a qualificação da população da região. “Além disso, o próprio estaleiro criou um Programa de Capacitação e Treinamento, que vai trabalhar com a seleção dos indivíduos e identificação dos seus potenciais e talentos”, diz Crevelin. Lembrando que se trata de um grande empreendimento, o Secretário Estadual de Desenvolvimento, Márcio Felix, acrescenta que haverá atração de novas empresas e fornecedores para o entorno. O empreendimento vai gerar cerca de 2,5 mil empregos na construção e 6 mil na operação. “A necessidade de termos um polo naval para a construção de sondas faz parte do crescimento constante da nossa indústria do petróleo. Hoje, o Espírito Santo é forte produtor no setor petrolífero, e temos cerca de R$ 100 bilhões em investimentos previstos para o Estado até 2015, metade para o setor de petróleo e gás”, informa.


PlatAformA Espírito santo

Fabio Gomes

Preocupação com o meio ambiente Márcio Félix explica ainda que o Estado tem um processo organizado e claro para a atração dos investimentos. Os empreendedores contam com acompanhamento na licença ambiental, com Termo de Compromisso Socioambiental (TCSA), em que o Estado se compromete com ações visando à melhor adaptação do empreendimento ao território em que ele está sendo implantado e à contratação de mão de obra da região no entorno do empreendimento e do Espírito Santo. “Existe um processo rigoroso em relação às questões ambientais. O Espírito Santo assinou o primeiro TCSA, pois prevê as necessidades da população referentes ao empreendimento que está chegando nos setores de

saúde, educação, moradia, infraestrutura e outros”, completa. A prefeitura de Aracruz também criou e estruturou a Secretaria de Meio Ambiente (Semam), que estará fiscalizando, monitorando e orientando todos os empreendimentos a serem instalados no município, que são medidas importantes para a mitigação dos impactos a serem causados, ainda segundo Crevelin. “O principal benefício que este novo cenário pode reverter para o Estado é a criação da indústria naval e atração de novos investimentos, abrindo novas oportunidades no setor de bens e serviços. Tudo isso gera mais riqueza e oportunidades para os capixabas”, finaliza Márcio Félix. 

Secretário Estadual de Desenvolvimento, Márcio Felix State Secretary of Development, Márcio Felix Divulgação

A região de Aracruz possui características favoráveis, sob o ponto de vista logístico, como portos, aeroportos, ferrovias, entre outros tipos de operações The Aracruz region has favorable characteristics as, from the logistic point of view, such as ports, airports, railways and other kinds of operations

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Espírito santo Platform

Shipyard Jurong benefits the

productive chain

of Aracruz, in the state of Espírito Santo The local content rules will create a sustainable supply chain

By Verônica Côrtes

E

spírito Santo is located in the “route of naval industry expansion”. Among its municipalities, Aracruz was chosen to host the manufacturing of the first drilling ship for oil exploitation in deep water. With an investment already approved of US$ 550 million, nearly one billion reais, the Shipyard Jurong Aracruz, which will make available chartering of rigs for companies in this business, will generate great opportunities of employment and incomes and shall benefit all the productive chain in the region. Operations are scheduled to begin in 2013. According to Jurong’s institutional director in Brazil, Luciana Aboudib Sandri, the choice for the local for the installation of the shipyard took in consideration some aspects of Aracruz, located 84 km from Vitória. This region has favorable characteristics as, from the logistic point of view, Aracruz presents unique conditions in terms of infrastructure, such as airports, railways, distribution centers, intermodal terminals and other kinds of operations. “Besides, the access is easy to suppliers and to resources which are necessary for the shipyard to work. There’s also the good relationship with the community and authorities, abundance and professional training of workforce needed to the implementation of this activity. Aracruz is meant to the shipbuilding industry in the region”, the director declares. 38 MACAÉ OFFSHORE

According to the secretary for Economic Development of Aracruz, Divaldo Crevelin, the manufacturing of the firs drillship of oilwell exploitation in the city represents a new milestone characterized by the diversity economic activities, as Aracruz was known at first for its productive base geared primarily for the Market of pulp & paper and, recently, for metalworking. Crevelin affirms that the announcement for the manufacturing of the drillship helps to include the city not only in the oil and gas sector, but also in a scenario in which the State starts structuring itself, that is the Science, Technology and Innovation sector. Thus it is possible to discern in a near future, reducing dependency on commodity production, reaching a diversification of production with a higher added value, which would be decisive for a mid-term process of a more balanced and sustainable economic growth. “Shipyard Jurong confirms the expectations from the Federal Government in the internalization of investments and in the implementation of the shipyard, aiming at the manufacturing and repairs of drill ships and rigs. This contributes a lot to the strengthening of work and income generation for the city and region”, the secretary remarks. The drill ship manufactured by Shipyard Jurong Aracruz will be not only the first in Brazil, but also the first

in Latin America. The Secretary of State Development (Espírito Santo), Márcio Félix, notes that the first drill ship constructed in Brazil for the pre-sal is already a great step for the Brazilian naval industry. “Manufactured by the Shipyard Jurong Aracruz, the drill ship will leverage the shipping industry in Espírito Santo state. Besides, it marks our history in the development of the whole country”, he adds. Espírito Santo has already a prominent position in the world and in the national scenario, as it is the second largest oil producer in the country – with prospects of reaching 500 thousand barrels a day by 2013 – besides being a major producer of natural gas. And to meet the demand of Shipyard, State and City are preparing themselves. The main requirement to the entrepreneur is hiring local labor. The Secretary of Economic Development, Divaldo Crevelin, affirms that in order to ensure and minimize the impacts in regional infrastructure of public services such as education, public health, traffic safety, sanitation and others, Aracruz has signed together with Jurong and the Governmento of Espírito Santo State the Socio-Environmental Commitment n° 001/2010, which contains a set of interventions and actions intended for harmonious coexistence of enterprise with population.


Espírito santo Platform

Training of workforce suppliers The company Jurong from Singapore has great expectations in relation to the meeting of demands from oil and gas business. Luciana Sandri notes that Brazil stands out in the international statistics of shipbuilding, including oil rigs and drill ships. “The expansion of oil área reaches Espírito Santo and the tendency is to grow more”, she remarks. In Luciana’s point of view, the Sipyard Jurong Aracruz places the state on the route of shipbuilding industry expansion, with forecasts of encouragement of approximately six thousand direct job positions. According to her, Jurong aims to provide the shipyard with productive capacity with international standard. The Secretary reports that there is a program of training of suppliers to be launched in the region. Suppliers will be identified through surveys and data gathering and then it will be offered a program of training for them. Information conveyed in the press according to which drill ships are complicated to be made, the Secretary affirms that there is no obstacles for its manufacturing, but complexity as it is a unit with highly complex technology. However, new technologies are not going to be used for the drill ship manufacturing. “Jurong hopes to qualify workforce for the Project, observing whenever it is possible the prioritization of local workers and candidates among young people who are looking for their first job. Training actions will be carried out for the stage of operations with the Government of Espirito Santo State and its institutions”, he adds. According to Divaldo Crevelin, the company Jurong will focus on the recruiting of

workers from the communities that surrounds the project. Aiming to increase the skilled workforce to meet the demands of the shipyard, the Municipal Administration of Aracruz has attracted several acknowledged institutions such as the Integrated Center SESI/SENAI/IEL, the Federal Institute of Education, Science and Technology of Espírito Santo State, and UFES, which has an agreement with the city administration and installed a pole of UAB– Open University of Brazil, offering several graduation courses. The Oceanographer Center of UFES in Santa Cruz is also part of this process – all of these entities have received, according to him, land and/or buildings that belong to the municipality in order to install their educational units, as well as some private institutions that act with professional education and graduation courses, thus contributing for the qualification of the population in the region. “Besides, the Shipyard itself has created a Training Program, in which there will be some work with selection of individuals and the identification of their potential and talents”, Crevelin affirms. Remarking that this is a great undertaking, the State Secretary of Development, Márcio Felix, adds that there will be attraction of new companies and suppliers to the surroundings. The project will generate about 2,5 thousand construction Jobs and more 6 thousand jobs in operation. “The need of having a shipping hub for the manufacturing of drill ships is part of the constant growth of our oil industry. Nowadays, Espírito Santo is the Strong producer in the oil business, and we have about R$ 100 billions in investmens planned for the state by 2015 and half of it is for oil and gas”, he informs.

Concern for the environment

Márcio Felix explains that the State has an organized and clear process for attracting new investments. The entrepreneurs rely on monitoring the environmental license, on the Socio-Environmental Commitment (TCSA), in which the State commits to actions aiming the best adaptation of business in the territory in which it is located, and on hiring local workforce from the region that surrounds the Project and from Espírito Santo. “There is a strict process relating environmental issues. Espírito Santo State has signed the first TCSA, as it previews the population needs reffering the Project that is coming on the sectors of health, education, housing, infrastructure and others”, he complets. The city Hall of Aracruz has also created and structured the Department of Environment (SEMAM), which will supervise, monitor and give guidelins to all projects to be installed in the city. This are important actions for mitigating impacts, according Crevelin. “The main benefit that this new scenario may bring for the State is the creation of the shipbuilding industry and the attracting of new investments, opening new opportunities in the sector of goods and services. All this generates more wealth and oportunities for the “capixabas” (people who are born in Espírito Santo), Márcio Félix concludes. 

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Plataforma santoS

Marcos Comune

Petrobras investiu, nos últimos 12 meses, R$ 2 milhões para atender à Unidade de Operações da Bacia de Santos e da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão Petrobras has invested R$ 2 million in the past 12 months to meet the demands from Santos Basin Operation Unit and President Bernardes Refinery, in Cubatão

potencial

Estimulando o das micro e pequenas empresas Mapeamento apresenta o potencial e os desafios dos fornecedores da Baixada Santista Por Ludmila Azevedo

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s prospectos descobertos no cluster de Santos imprimem uma nova dinâmica às cidades instaladas no entorno. A região da Baixada Santista tem alguns aspectos consolidados na atividade industrial e portuária que contribuirão para o desenvolvimento local. 40 MACAÉ OFFSHORE

Números já mostram o que vai acontecer em toda a região que apresenta grande potencial para as micro e pequenas empresas. Segundo dados levantados pelo Sebrae-SP, a Petrobras investiu, nos últimos 12 meses, R$ 2 milhões em compras só para atender às demandas da Unidade de Operações

de Exploração e Produção da Bacia de Santos e da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão. Desse total, cerca de 5% ficaram com pequenas empresas fornecedoras da Região Metropolitana da Baixada Santista. E a meta da estatal é dobrar este índice até 2020.


Plataforma santoS

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De olho neste potencial, o SebraeSP lançou o Programa da Cadeia Produtiva Petróleo, Gás e Energia, com o qual espera capacitar seis mil empresas nos nove municípios que têm perfil para fornecer bens e serviços para a cadeia de Petróleo e Gás, explica o gerente do Sebrae-SP – Escritório Regional Baixada Santista, Paulo Sérgio Brito Franzosi, lembrando que o estudo contou com o apoio da Petrobras. Segundo ele, a média de funcionamento das empresas pesquisadas é de 15 anos. “Cerca de 60% das MPEs tiveram um crescimento médio de 13,72 % nas atividades”, frisa. São 44 empresas de bens e 43 de serviços agrupadas em 30 famílias, que vão desde o fornecimento de peças para a atividade offshore até papel para impressão de documentos. Segundo Franzosi, o que falta a essas empresas é informação, principalmente, em relação a como se preparar para atender o segmento. “É um setor, cujas exigências são diferenciadas, porém passíveis de serem atendidas pelas empresas”. O que é preciso, diz ele, é conscientizar o micro e pequeno empreendedor de que a cadeia de Petróleo e Gás é ampla e que não se restringe apenas à Petrobras. Dentro do Programa da Cadeia Produtiva, o Sebrae-SP tem promovido encontros, palestras e seminários sobre temas como gestão da qualidade, marketing, inovação, tecnologia, análise financeira, processos licitatórios e outros. Franzosi lembra que as grandes empresas deste segmento optam pela compra de fornecedores locais, devido ao baixo custo com a logística e benefícios como entrega mais rápida. Desafios - O mapeamento mostrou que as MPEs da Baixada Santista têm potencial para atender às demandas da cadeia de Petróleo e Gás, mas

Gerente do Sebrae-SP – Escritório Regional Baixada Santista, Paulo Sérgio Brito Franzosi The manager of the Sebrae-SP – Santos Area’s Regional Office, Paulo Sérgio Brito Franzosi

será preciso, neste momento, muni-las de informações referentes a sistemas de cadastro e às exigências para o fornecimento.

a fornecer à cadeia de petróleo e gás. É, portanto, um potencial adormecido que precisa ser despertado”, rebate o gerente.

A região tem aspectos que a diferenciam de outras como Macaé (RJ) e a favorecem junto ao segmento de petróleo e gás, como a consolidação da atividade industrial e portuária. Para Franzosi, o que precisa ser mudado, não só na Baixada Santista, mas em todo o país, é uma maior inserção das MPEs nos grandes processos produtivos. “No Brasil, as micro e pequenas empresas ainda respondem por 20% do PIB, enquanto em países como Argentina e Itália este percentual chega a quase 60%”, compara. Segundo ele, cabe agora às empresas uma proatividade junto com o Sebrae neste processo de inserção no segmento de petróleo e gás.

O Sebrae-SP tem ainda outro desafio pela frente: reverter os 53% dos empresários que não demonstraram interesse em fornecer bens e serviços para a Petrobras. Franzosi afirma que a proposta agora é estimulá-los a participar do “Programa da Cadeia Produtiva “.

O mapeamento apontou também que apenas 45% das empresas conseguem se ver como fornecedoras do setor. “Ao mesmo tempo que tivemos este índice de 45% de empresas que não se enxergam como fornecedoras, 85,2 % delas têm interesse de vir

Segundo ele, as empresas que utilizaram os serviços da instituição atingiram um crescimento anual de 16,30%, enquanto aquelas que não utilizaram, registraram 12,70% ao longo do período estudado de janeiro a outubro de 2011, segundo levantamento do Sebrae-SP. Como o principal desafio neste processo é a difusão da informação junto às empresas, o Sebrae-SP vai procurar atuar em todo o processo de gestão da empresa para assim dar musculatura às MPEs para participarem desta Cadeia Produtiva de Petróleo e Gás, ressalta. “Uma vez capacitadas, elas estarão aptas a tomar decisões que tenham os melhores impactos para suas gestões”.  MACAÉ OFFSHORE 41


santoS Platform

potencial

Stimulating the of micro and small companies

Mapping output presents the potential and the challenges of the suppliers in Santos Area By Ludmila Azevedo

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he prospects discovered in the Santos cluster add new momentum into the cities around. The Santos Area has some consolidated aspects in the industrial and port activities that will contribute for the local development. The figures already forecast what is about to happen across the region to the micro and small firms. According to data collected by Sebrae-SP, Petrobras has invested R$ 2 million in the past 12 months on purchases just to meet the demands from Santos Basin Exploitation and Operation Units and President Bernardes Refinery, in Cubatão. Considering the amount, about 5% remained with small suppliers from the Metropolitam Region of Baixada Santista. And the State Company’s goal is to double this figure by 2020. To keep track of this potential, SebraeSP has launched the Program of the Productive Oil, Gas and Power Chain, expecting to train six thousand companies in nine municipalities that present the profile to provide goods and services to the Oil and Gas chain – the manager of the Sebrae-SP – Santos Area’s Regional Office, Paulo Sérgio Brito Franzosi, noting that the survey had the support of Petrobras. According to him, the average operation time of the surveyed companies is 15 years. “About 60% of the MPEs had an average growth of 13,72 % in the activities”, he remarks. There are 44 goods companies and 43 services companies grouped into 30 families, from parts supply for the offshore activity to paper for documents printing. 42 MACAÉ OFFSHORE

In Franzosi’s view, these companies lack information, mostly related to preparation for attending the segment. “It’s a business sector with differentiated demands which can be met by companies though”. It’s necessary, he continues, to make the micro entrepreneur aware of the fact that the Oil and Gas chain is wide and it is not restricted to Petrobras. As part of the Productive Chain Program, Sebrae-SP has held meetings, talks and seminars on topics such as quality management, marketing, innovation, financial analysis, bidding processes and others. Franzosi notes that the big companies on this business sector choose to purchase from local supplier due to low costs with logistics and also due to benefits such as faster delivery. Challenges – The mapping outputs revealed that the MPEs in Santos Area have potential to meet the demands from the Oil and Gas chain. However, it will be necessary to provide them with information relating to registration systems and supply requirements. This region presents some aspects that distinguish it from others such as Macaé (RJ) and that favor it along the oil and gas business, as the consolidation of the industrial and port activity, for instance. According Franzosi, one thing needs to be different, not only in Santos Area but also across the country, which is the need for a greater integration of the MPEs with the significant productive processes. “In Brazil, the micro and small companies still account for 20% of the PIB, while in other countries such as Argentina and Italy this percentage is nearly 60%”, he compares.

In his view, now it is up to the companies to act with some proactivity together with Sebrae in this process of integration with the oil and gas segment. Through the mapping it is known that only 45% of the companies can see themselves as suppliers of the sector. “On one hand, 45% of the companies don’t consider themselves as suppliers, on the other hand 85,2 % of them are interested in coming and supplying the oil and gas chain. “Thus, it is a dormant potential that needs to be awakened”, the manager alarms. Sebrae-SP still has another challenge ahead, which is to reverse the situation of the 53% of employees that are not interested in supplying goods and services for Petrobras. Franzosi affirms that the proposition now is to stimulate them to participate in the «Productive Chain Program». According to him, the companies that benefited from the services offered by the institution achieved an annual growth of 16,30%, whereas the companies that didn’t used the services registered 12,70% during the surveyed period from January to October, in 2011, according data gathered by the mapping. As the main challenge in this process is the dissemination of information to the companies, Sebrae-SP will strive to act in the whole process of company management in order to provide the MPEs with the muscles so they are able to participate in this Gas and Oil Productive Chain, he remarks. “Once trained, they will be able to take decisions that bring the best impacts for their management.” 


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