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Existem coisas que não têm nome
Quando você olha pela janela e o sol parece queimar Quando a estrada se apresenta e você segue ou não Quando seu amigo se vai Quando sua mãe morre É fácil você dizer destino, natureza, escolha, morte Mas existem coisas que sangram, arranham por dentro, gritam, latejam Não, elas não são más, podem parecer quando escrevo que arranham, etc É só a força poética pra mostrar que elas são intensas, mas não tem nome E elas também são todas as formas de delicadezas que costumamos chamar de confiança, verdade, entrega, espera, risadas, palavras ditas e não ditas, música, poesia Deixar os duendes passearem e Hérmia cantar em seus ouvidos dia sim e outro também; encontrar a receita do doce mais gostoso que sua mãe fazia, só para servir um pedaço Querer dar um nome pode significar um périplo e já faz tanto tempo que as forças pra empenhar uma viagem tão longa pra achar um nome ficou pra trás Então elas não terão nomes Você não precisará conjugá-las Não é amizade Não é casamento Não é namoro Não é amante Não é irmandade Então, vocês me perguntam, ainda ligados em denominar O que é? Esqueçam A única coisa que você pode fazer é aproveitar, afinal o luar está a sua frente, o vento embaraça seus cabelos e chove quase todos os dias Existem coisas que não têm nome Vou pegar um pouco de trigo com Deméter e fazer o doce
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