A Cura em Si

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José F. Araújo


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1ª – março 2018 A Cura em SI Você é a Cura José F. Araújo Copyright © José F. Araújo, 2018 Luz da Razão Editora Copyright © Luz da Razão Editora, Porto, 2018 Noémia Guerra Maragrido Copyright © Noémia Guerra Maragrido, 2018 Engénio Mendes Pinto Copyright © Engénio Mendes Pinto, 2018 Ulisses Comunicação - www.ulisses.com.pt Copyright © Ulisses Comunicação, 2018 Oficinas S. José, em março de 2018 978-989-99817-8-2

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Índice

13 Introdução 23 Capítulo I – Porque inventam doenças? Capítulo II – A nossa vida quântica – Quantum de 33 quanto você é você? Capítulo III – P. E. N. – Princípio Elementar 47 Natural: Paleontologia do Ser Natural Capítulo IV – Você é você mesmo ou o reflexo que 63 produz? Capítulo V – O poder que possui (cérebro, células 73 e mitos) Capítulo VI – Crianças normais – “Nascemos 85 diferentes” Capítulo VII – Grupos naturais de inteligência – 99 “Reflexos psicossomáticos” Capítulo VIII – Grupos naturais de inteligência – 105 “Universo pessoal”


Conclusão – Ao encontro da cura Apêndice A Apêndice B Apêndice C Biografias Referências Bibliográficas

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Prefácio Foi com imensa alegria que recebi o convite do amigo e cientista José F. Araújo para ler este livro em primeira mão, ainda na fase preliminar. Honra-me sobremaneira prefaciar a obra agora finalizada A Cura em Si. Conhecedora das pesquisas e do trabalho desenvolvido por ele, há mais de duas décadas, tive a certeza de que encontraria nesta obra o retrato fiel do seu trabalho arrojado e transformador. Faço-o na atitude de aprendiz, pouco comum num prefaciador. O que me proponho, a seguir, é um passeio pelas observações da mente, impressões dos sentidos e sensações da emoção que acumulei no mergulho que fiz nestas páginas e a que deverei voltar para muitas imersões, como quem volta a uma cascata para desfrutar de todas as suas quedas. A primeira sensação que tive ao ler esta obra foi a superação do discurso comum, cheio de presunçosas certezas infundadas que ainda dominam a comunidade “científica”. A segunda sensação vem do facto de perceber que esta produção está profundamente vinculada à ������ verda-


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deira ciência, comprovando com as pessoas a veracidade deste caminho de cura e autocura. A terceira sensação é que este livro traz ao leitor a visão panorâmica da teoria INATHU - Inteligências Naturais Humanas, sem descuidar do objetivo principal, que é mostrar-nos que a cura se encontra dentro de nós mesmos. Sempre fui muito crítica. Principalmente, quando conhecia algo, cruzava várias informações para obter a lógica; a crítica excessiva é um dos motivos pelos quais me sentia uma pessoa diferente das demais. Ao conhecer INATHU não foi diferente; fiquei praticamente um ano a investigar minuciosamente o trabalho desenvolvido pelo José F. Araújo. Ficava intrigada, e cada vez mais desconfiada, com tudo o que via e ouvia. Não queria acreditar que aquilo que as pessoas descobriam sobre si mesmas era, de facto, real e verdadeiro. Passei alguns meses à procura de falhas que comprovassem a minha dúvida. Pela primeira vez, o que encontrei, foram respostas às dúvidas e questões que me acompanhavam, desde a infância até à idade adulta. Dúvidas e questões que geravam angústias, tristezas, mágoas e culpa. Contudo, encontrei em mim o caminho da cura. As respostas sempre estiveram comigo, mas não conseguia ter acesso a elas sem o conhecimento da minha verdadeira natureza. Faço parte de um grupo natural denominado GNI DIFERENTE, cujo PEN (Princípio Elementar Natural) é a singularidade. A partir desta DESCOBERTA, passei a compreender muitos comportamentos intrínsecos na minha forma de ser e de existir no mundo.


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Precisei de chegar aos 38 anos para, de facto, me CONHECER, e sonho com o dia em que as crianças possam ter acesso a isso desde a mais tenra idade. Cresceriam conhecendo-se e aceitando a sua natureza como algo NORMAL E NATURAL. Entristece-me constatar que uma criança agitada, há alguns anos, era esperta e traquinas. Agora, esta mesma criança está fora dos padrões de normalidade. Ter comportamentos que não satisfazem, ou que incomodam os adultos, transformam-nas facilmente em doentes, portadoras de algum transtorno mental e, consequentemente, passa a ser “necessária” uma medicação. Comportamentos e dificuldades naturais passaram a ser considerados patológicos. Precisamos de prestar atenção a isto. Ao medicar sem necessidade real, estamos a abortar um futuro diferente, sem criatividade. A criança que recebe a “pílula mágica” como uma forma de se sentir inserida e “adequada” ao meio em que está, tem arranhada a sua autoconfiança, cresce “a saber e a acreditar” que é um “erro” e que, sendo um erro, precisa de ser corrigida. Não podemos drogar corpos saudáveis, tornando-os não saudáveis, conforme apontam vários estudos científicos. O impacto pode ser devastador. Neste século vivemos uma “epidemia” de transtornos mentais; a maioria das crianças é “medicada” devido a doenças que não existem. Deixo claro que não estou a dizer que não existem doenças, existem sim, mas jamais na proporção em que as pesquisas ditas “científicas” apontam.

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A pesquisa realizada por psiquiatras e neurologistas da Unicamp, USP, Instituto Glia de Pesquisa em Neurociências e Albert Einstein College of Medicine (EUA), apresentada no 3.º Congresso Mundial de TDAH, ocorrido na Alemanha, aponta que quase 75% das crianças e dos adolescentes brasileiros que tomam remédios para défice de atenção não tiveram diagnóstico correto. Essa pesquisa colheu dados de 5961 jovens, dos 4 aos 18 anos, em 16 estados do Brasil e no distrito federal. Perante isto, como podemos explicar o aumento no número de crianças e adultos com transtornos mentais? Como justificar o constante crescimento da prescrição de drogas psiquiátricas, que aumentaram 94% em quatro anos, se 75% dos diagnósticos estão errados? É estarrecedor constatar que somos o segundo maior consumidor do mundo do remédio lista negra. Comportamentos naturais e inatos são transformados, através de diagnósticos, em transtornos mentais. José F. Araújo comprova cientificamente quais são as habilidades e inabilidades inatas e naturais de cada pessoa. Comportamento, habilidades e inabilidades precisam de ser direcionados e aprimorados; se forem crianças, precisam de contar com o auxílio de um adulto, mas em hipótese alguma podem ser “domados” com a utilização de medicamentos de uso controlado. É um contrassenso dizer que a comunidade científica compreende a natureza dos seres humanos quando aumentamos consideravelmente o número de patologias em cada nova edição do DSM (Manual Diagnóstico e


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Estatístico de Transtornos Mentais), chegando, atualmente, ao absurdo de considerar patológicos comportamentos normais e comuns. O NORMAL ESTÁ EM EXTINCÃO. Irão, com certeza, desenvolver essa síndrome da normalidade se não promovermos uma verdadeira revolução. José F. Araújo, de forma simples e clara, elucida as nossas diferenças e parecenças, sem perdermos a nossa individualidade, sem criar padrões ou estereótipos. Estimados pais, professores e profissionais, sejamos nós os facilitadores dessa descoberta no processo evolutivo dos nossos filhos, alunos e pacientes. Vamos, juntos, mudar este cenário. Esta obra convida-nos a uma profunda reflexão sobre a natureza humana, religa-nos à nossa essência, apontando caminhos possíveis para o nosso processo de aprimoramento pessoal, em busca da cura integral. Não existe caminho possível para a evolução que não passe inicialmente pelo autoconhecimento. Constata-se que o ponto mais forte da descoberta INATHU é a sua simplicidade em mostrar informações autênticas, comprovadas através de vivências e, ao mesmo tempo, confronta a complexidade da personalidade humana, tornando-a acessível a todos. As Inteligências Naturais Humanas (INATHU) são propriedades naturais que, quando expostas, proporcionam o perfeito entendimento sobre si e sobre os outros. Isto pode ser sentido e provado por cada pessoa que já teve contacto com esta nova ciência e se libertou do

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sistema, dos rótulos e das cristalizações que aprisionam seres perfeitos, portadores de potenciais inatos e naturais. A nossa formação académica habilita-nos a “tratar” sem, de facto, conhecermos a natureza dos seres humanos. Tem em mãos algo de valor inestimável. Convido-o a estudar esta obra com o coração. Esteja com a mente aberta para a DESCOBERTA que virá a seguir. Rosane Voltolini Psicóloga. Pós-graduada em Psicologia e Saúde Mental Coletiva. Coordenadora de Programas Internacionais de Educação e Saúde Emocional para Crianças, nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, há 6 anos. Trabalha há 9 anos como Psicóloga Clínica.


Introdução Natureza e Saúde. Natureza é dentro e fora, é o “ambiente” em que vive o Ser Humano e que existe independentemente das atividades humanas. A natureza humana está representada num conjunto de elementos internos que constitui o Ser Humano nas suas características orgânicas e que obedecem ao contacto constante da Alma pensante que as rege. Antes dessa manifestação tomar corpo, existe a consciência pura, que significa potencialidade pura. Trata-se da nossa base espiritual ou essência espiritual. É o campo de todas as potencialidades que precisamos adquirir enquanto humanos. A nossa “natureza essencial” está contida na nossa “potencialidade pura” e reúne todos os “potenciais naturais”, que formam grupos essenciais mais provisórios e, quando totalmente reunidos, tornam-se um Todo Integral – Humanidade. Somos todos saudáveis no que se entende por “saúde”. E o que é ter saúde? O que é ter sucesso? Saúde é definida pelos dicionários como sendo “o estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu


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ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para a sua forma de vida e para a sua fase no ciclo vital”. Esta, também pode ser representada pelo estado de equilíbrio e de boa disposição física e psíquica e pelo bem-estar. Muitos acreditam que saúde é a normalidade do funcionamento do organismo humano. Saúde seria, para muitos, a ausência de doença. Os conceitos, o significado, ou a definição “real” de “saúde” são muito abrangentes; mudam e transformam-se conforme a ótica e a necessidade de cada um. A saúde é um fator natural e deveria ser UM dos direitos fundamentais do Ser Humano. Ter saúde não é somente a ausência de doenças físicas e mentais, mas sim a plenitude de um Ser, consciente da sua real natureza e do seu funcionamento integral. E como seria esse funcionamento? Depois de dizer o que é o sucesso, direi o que é o “funcionamento”. O que é o sucesso? Para a grande maioria, é o resultado de um negócio, de um empreendimento ou mesmo de conquistas diversas, pessoais e profissionais. Para outros, o sucesso seria possuir abundância de bens materiais e ter uma boa soma na conta bancária. Não basta apenas ter êxito em alguma coisa, se esse êxito não permanece, não preenche os espaços necessários do nosso potencial natural. Quando falo em “potencial natural”, refiro-me a habilidades naturais, que estão ligadas aos níveis de bem-es-


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tar e também aos níveis internos de stresse (dissabores) que causam “doenças”. Quando o sucesso não atinge, ou não preenche, os espaços vazios do potencial natural, ocorrem dissabores orgânicos, que se manifestam no corpo físico e mental. E como seria esse funcionamento integral? Na atualidade, ouve-se falar em efeito “psicossomático”, que define, mais ou menos, pertencer, ao mesmo tempo, ao organismo e ao psiquismo – corpo / mente. Esses efeitos psicossomáticos não são tão involuntários como se pensa ou como acredita a “medicina psicológica convencional”. Psicossomático: esses efeitos, na verdade, são respostas naturais do potencial inato. O funcionamento das características naturais está contido neste livro, num formato de divisão do todo Integral Natural, em Grupos Naturais de Comportamento, que possuem, e estão representados, potencial inato. Um pequeno exemplo de efeitos psicossomáticos, que envolvem determinados Grupos Naturais, está bem compreendido no grupo natural dos Fazedores, que possuem o potencial inato: Movimento e Justiça. E quando esse potencial é contrariado pela sua natureza, tem como efeitos psicossomáticos enxaquecas e, até, cefaleias, principalmente quando vivem em ambiente inóspito ou têm que fazer ou participar de eventos que não querem. Outros efeitos psicossomáticos estão inseridos, neste livro, em cada Grupo Natural.

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Outros Grupos Naturais, por exemplo, o grupo dos Distantes, que possuem o potencial inato de Auto Profundidade e Poder Analítico sofrem os efeitos psicossomáticos de claustrofobia, de pessoas e de lugares de atividades sociais intensas, que geram ansiedade negativa e introspetiva, que causam fobia de relacionamento com as pessoas. Este género de fobia é entendido pela medicina convencional como fobia social ou “agorafobia”. Quero ressaltar que outros grupos naturais também podem desenvolver estes efeitos psicossomáticos (claustrofobia ou agorafobia). Explicarei isto melhor no capítulo “Grupos Naturais e os Efeitos Psicossomáticos”. Saúde, enfim, é um conjunto de fatores motivadores que atingem o Ser Espiritual e, consequentemente, o Ser Físico Orgânico. Cada Grupo Natural, no seu potencial inato, anseia a saúde e a felicidade, mediante os motivadores que estão presentes em cada Grupo Natural, que trazem bem-estar e uma “certa tranquilidade”. E a vida é uma constante relação com o que é passageiro. Os meios da ciência convencional contemporânea ainda não vislumbraram as “possibilidades naturais” de cura pelo potencial inato. E as definições de saúde acabam por negar a plenitude da vida. Desde épocas remotas, a saúde tem-se transformado e modificado ao longo da história humana. Em grego,


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saúde diz-se uyeia – ygeia – que está diretamente ligada ao “regozijo”. Saúde, em latim – salus – que teve início em salutare, que é uma “saudação”: saudar, desejar saúde, de “salus”, que significa boa saúde. Cumprimento relacionado com salvus: salvo, em segurança. E a base dessa palavra, no indo-europeu, é “sol, inteiro”. Há muito tempo, foi entendido que a relação entre “boa saúde” e “bons desejos” é estar inteiro no seu sol íntimo. A segurança na vida estabelece ou determina o que tem que ver com o meu “sol interior”, o meu “potencial inato”. O conceito de saúde é vasto ou indefinido quando se tenta alcançar o que é bom para alguns e não para todos. Hoje em dia, a saúde constitui uma das mais importantes dimensões de negócio, lucro e afastamento com o Ser Humano. Na sua forma epistemológica, a saúde tem desconhecido a sua própria essência e objetividade. Cada grupo natural traz, na sua forma sincrónica, aspetos energéticos e psíquicos que interferem diretamente na saúde, quando afetados negativamente na sua estrutura ou vêm de encontro aos aspetos naturais, promovendo saúde. A saúde tem sido um foco de comercialização e interesse, gerando grandes lucros. Todos nós temos que dizer “basta” a toda essa inversão de valores e de informação deturpada, cujas mentiras influenciam a subjetividade pessoal, que contagia o

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engano, que contribui para a procura de uma “saúde” que é mera figuração, ou um holograma que se desfaz, à medida que enfraquece a luz opaca da propaganda irresponsável daqueles que acham, ou dos “maiores” de países “maiores”, que dizem ou ditam. A saúde, num sentido histórico e na origem do seu vocábulo, foi sendo deturpada e perdeu o seu sentido original e precursor. Em diversas línguas faladas e construídas para que os seus povos se comuniquem e se entendam, a saúde foi escrita ou falada para explicar: No latim – salus Em castelhano – salude, que deriva do latim e designava o atributo principal dos inteiros, intactos, íntegros. Daí deriva outro radical de interesse – salvus. Salus provém do termo grego holos, no sentido de totalidade, raiz dos termos: holismo, holístico, tão “na moda” atualmente. Santé, no idioma francês, e sanidad, em castelhano. Provém do latim medieval sanus, que continha as conotações de puro, imaculado, correto, verdadeiro. No idioma alemão, saúde é gesundheit e, no vocabulário milenar germânico, implica diretamente: integridade, inteireza (ganzheit). O termo gesundheit vem do prefixo “GE” e do radical sund, que significa sólido, firme. Capacidade ou faculdade de solidez e firmeza. No idioma inglês, health – saúde – equivale a heled – sarado, tratado, curado. Do verbo to heal, derivado do inglês medieval hal.


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No tronco escandinavo, por exemplo, no idioma sueco, saúde é hälsa. Todos os vocábulos dessa família semântica provêm de höl, germânico antigo designativo de “integridade”, que, por seu turno, também se refere ao radical grego holos. Lembrando o início, holos quer dizer “totalidade”. E höl origina-se de hölig, raiz do vocábulo contemporâneo holy, que significa “sagrado” no inglês moderno. Em português, o termo “são” também aparece como sinónimo de “sagrado ou santo”. Resumindo: onde quero chegar com isto tudo, trazendo a raiz etimológica do termo “saúde”? Conclui-se que a etimologia do termo saúde denota uma qualidade dos seres intactos, ilesos, ou seja, inteiros na sua totalidade. Cada grupo natural, no seu potencial inato, é integral e revela uma forma de ser, sentir e interagir com o mundo e com a sua própria natureza. A saúde, portanto, não pode ser vendida nas farmácias, nem mesmo ser fabricada nos “laboratórios”. A saúde integral não é apenas Alma, mente e corpo, mas o entendimento de como funciono, do que eu sou. O que represento na natureza? E porque existem pessoas que se assemelham com a forma de ser e sentir, e outros são tão diferentes? O conceito “saúde” tem de ser discutido e entendido na sua forma “essencial” de ser e não de forma “superficial”, onde os prejuízos são enormes, atingindo hoje não apenas os mais velhos, mas principalmente os jovens e

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nem as crianças e os bebés estão livres do interesse desenfreado do lucro sem honra. Esse lucro nasce de um “sistema” de puro interesse e desrespeito com a verdade. Inventam doenças, criam “síndromes”, sugerem “sintomas” que não passam de um estado natural, do qual cada grupo natural se manifesta diferente do observador – médico – que segue cegamente um “manual de diagnósticos”, elaborado por seres humanos sem escrúpulos, políticos, ou contaminados pelo “interesse do lucro”. No Brasil, principalmente os “incautos”, os desprevenidos e com os seus “conceitos” voltados para as novas síndromes, entregam-se, às vezes inocentes, a crer e a diagnosticar outros incautos e desprevenidos – inocentes –, viciando-os e comprometendo a sua saúde. Nesse contexto, existem os médicos, “Maria vai com as outras”, e os que seguem “cegamente” regras e procedimentos metodológicos de uma pesquisa elaborada por puro interesse, utilizando-se da graduação médica. Os laboratórios dominam grande parte dos médicos, que não questionam, sentem ou intuem que isso não pode ser “normal”... O que não pode ser normal? O enorme número de síndromes e doenças inventadas e catalogadas. E aceitam tudo sem questionar ou avaliar. Porquê? Porque vem do “primeiro mundo” e, se vem de lá, então é “real”! Sabemos que existem “médicos” e médicos. Os médicos por vocação, aptidão, são capazes de romper com a


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“ética médica” em favor da verdade e da saúde de todos. São comprometidos com a verdade e a justiça. Ao longo deste livro, vou trazer casos, relatos, estatísticas e, principalmente, como funcionam os Grupos Naturais, diante dos efeitos psicossomáticos, e que fazem parte de uma estrutura natural. Para finalizar, há dificuldades em neutralizar a noção de saúde, tendencialmente colocada, nos dias de hoje, como uma “moeda de troca”. Não é tarefa fácil, mas acredito que cada um tem que fazer a sua parte. Não podemos deixar que a “saúde” se torne uma matéria “metafísica” ou algo inalcançável e distante do alcance de todos. Esta introdução é, somente, para chamar a atenção para o termo ou conceito “saúde”, que se tem tornado um “problema” material, científico e social, afetando, assim, lares e famílias inteiras, assim como no contexto profissional. O nosso trabalho será mais a área psíquica, comportamental e, juntamente, os efeitos psicossomáticos, visto que querem transformar em doenças as “normalidades” naturais que estão na natureza de cada um de nós. Londres, 11 de outubro de 2015 José F. Araújo

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Capítulo 1 Porque inventam doenças? Com certeza, pelo “interesse” e pelo lucro e, de certa forma, para um domínio das massas. Não podemos procurar bem-estar interior ou paz, se o “sistema” aprisiona pessoas incautas e, na sua grande maioria, desinformadas. Vivemos numa nova Idade Média em que, mesmo com tanta tecnologia, há “ignorância” e, com a credibilidade das empresas de laboratórios, a classe médica chega a ser cega. Aqui, neste livro, iremos abordar os Grupos Naturais de Inteligências, mas traremos algumas informações para que o leitor possa começar a pensar por si mesmo e a tornar-se mais crítico. Já existem pessoas sérias a falar sobre isto há muitos anos. Um bom exemplo é o alemão Jörg Blech, jornalista científico, que ficou conhecido, principalmente, como um dos melhores críticos das indústrias farmacêuticas. Jörg Blech estudou biologia e bioquímica na Alemanha e na Grã-Bretanha. Escreveu: Os Inventores de Doenças (o título original é: Die Krankheitserfinder). Os seus livros foram traduzidos para inglês, francês, italiano, espanhol, holandês, finlandês, húngaro, polo-


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nês, chinês e coreano. Como jornalista, escreve para a revista Der Spiegel, para o jornal Zeit e para a revista de comunicação de saúde Stern. O livro Os Inventores de Doenças pretende alertar, e é uma denúncia corajosa e bem documentada, para os abusos praticados pela indústria farmacêutica na procura de mais lucro. No livro, Jörg Blech (2009, p. 11) faz as seguintes reflexões, entre muitas: Segundo Voltaire, a arte que os médicos praticam consiste em entreter o doente até que a natureza o cure. Atualmente inverteu-se a conclusão do filósofo francês: a medicina moderna faz crer às pessoas que a natureza as ataca constantemente com novas doenças, que só podem ser curadas pelos médicos. (...) Hoje, as empresas farmacêuticas e os grupos de interesse médicos inventam as doenças: a doença transformou-se num produto industrial. Para tal, as empresas e as associações convertem os processos normais da existência humana em problemas médicos, medicam a vida. A citação que se segue, do mesmo livro, foi retirada de um artigo do site embo reports. Esses relatórios e informações estão disponibilizados por cortesia da organização europeia de biologia molecular. (...) O desejo inato do homem em estar saudável é uma coisa natural. Mas os inventores de doenças alimentam esse desejo, utilizam-no para os seus próprios fins e tiram proveito disso de forma calculada.


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Bem, enquanto escrevia esta parte, lembrei-me de uma tia que fazia questão, quando a visitava, de mostrar o enorme pacote de remédios e, pasmem, com certo orgulho. Já vi e ouvi muitas pessoas criarem uma dependência, não apenas química, mas também psicológica e até uma credulidade cega. Por isso, deve estar a perguntar: Por que motivo o livro Os Inventores de Doenças não foi ainda traduzido para o português? Prefiro que seja o leitor a encontrar uma resposta, já que são “as perguntas que movem o mundo e não as respostas”. Finalmente, não são apenas as empresas que são responsáveis, mas também os médicos que diagnosticam uma doença e prescrevem um medicamento. Ao serem diagnosticados, os pacientes “crédulos” na “roupa branca”, no casaco antes sagrado e agora manchado pelo “interesse pessoal”, sentem que têm uma doença grave que necessita de tratamento. O autor do livro Os Inventores de Doenças traz uma questão muito importante sobre os valores de densidade óssea e da pressão arterial, que têm sido reduzidos nos últimos anos. O valor aceite para o nível de colesterol no sangue também mudou. Um grupo de professores de medicina privada, com ligações a empresas farmacêuticas, simplesmente reformulou um novo valor. Isso implica que, do dia para a noite, milhões de pessoas no mundo ocidental, 68% homens e 56% mulheres,

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entre os 30 e os 39 anos, passaram a ter, supostamente, o seu nível de colesterol extremamente elevado. Partindo dessa nova reformulação dos valores da tensão arterial, pessoas entre os 50 e os 59 anos ficaram mais preocupadas: 84% homens e 93% mulheres são enquadradas em anormalidades. O problema maior é que algumas pesquisas clínicas estão focadas unicamente na obtenção de licença para que os médicos introduzam novas pílulas nos seus pacientes. Particularmente, penso que, assim como milhares, e a grande maioria no Ocidente, tem respeito pelo “casaco branco” e nos seus estudos e “vocação”, também médicos inocentes ou incautos, ou no automatismo do sistema, acreditam demasiadamente nas clínicas e nos estudos ou pesquisas desses cientistas. E outros não estão “na sua integridade humana”, pois o interesse pessoal ou de lucro fala mais alto do que o dever. No geral, as pessoas seguem um automatismo tão hipnótico que “dormem acordadas” e não param para analisar a contradição de que, por um lado, estão a dizer que as doenças estão a aumentar – e muitas delas são novas – mas, paralelamente, somos informados de que a expetativa de vida da sociedade aumenta cada vez mais. Entendo que isso quer dizer que estamos mais saudáveis do que pensamos. Curiosamente, o grande progresso na expetativa de vida é causado, principalmente, pela qualidade de vida melhor, uma melhor higiene, uma


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melhor adaptação natural, e não apenas devido à medicina moderna. Devemos ser mais críticos quando ouvimos falar sobre um “novo mal” nos órgãos de comunicação social. Temos de nos conhecer, saber quais são os nossos limites enquanto Ser Humano inteligente, conhecer as reais habilidades e inabilidades naturais, principalmente o potencial inato ou a potencialidade natural. O autor Jörg Blech traz uma revelação no seu livro, já citado, sobre a síndrome de Sissy, supostamente uma nova variedade de depressão, diagnosticada na ex-imperatriz da Áustria, que foi divulgada em centenas de artigos, em jornais alemães. No entanto, tudo não passou de um produto de um médico que trabalhava para uma empresa farmacêutica da Baviera, em Munique, na Alemanha. As pessoas e a sociedade têm que questionar e estar mais informadas. Na atualidade, a informação está na ponta do dedo ou na palma da mão. Por que motivo coloquei inicialmente os fatores biológicos e as doenças físicas? Vamos pensar: se os diagnósticos laboratoriais e os valores e os índices de colesterol e de tensão arterial são questionáveis, imaginem os diagnósticos comportamentais, os ditos “psicológicos”! Já obtive comprovativos, em mais de 986 depoimentos, do grupo natural que denominamos de Inteligentes Neutros que, aparentemente, em ambientes desconhecidos ou com pessoas desconhecidas, ficam muito quietas,

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apáticas e inadequadas. E são diagnosticadas com “transtorno de ansiedade social”, mais conhecido como “timidez”. Quantos, talvez milhares, adolescentes, adultos e até crianças, fizeram uso de medicações, como antidepressivos – Paxil (cloridrato de paroxetina) – por motivos como: medo de falar em público, não querer falar com pessoas conflituosas, entre outros, que o Ser Humano pode ter naturalmente, principalmente os Inteligentes Neutros. Mais adiante, em capítulo específico, falaremos mais sobre cada grupo natural de inteligência (comportamento). Existem grupos naturais de comportamento que possuem, naturalmente, bloqueadores que têm a função de serenar, temer, recuar e observar. O que geralmente acontece é que os pais e os professores “consideram”, “acham”, que ser quieto, ser observador, recuado, é um comportamento “tímido” ou fora dos “padrões” dos outros alunos ou dos outros filhos! Neste momento estou a escrever num café cheio de estudantes, e cada grupo ou cada pessoa é diferente. E de entre os mais “despachados”, que não percebem o “todo”, os ditos quietos e tímidos percebem tudo. Transformar a quietude e uma forma natural de ser num “mal”, numa doença, é um absurdo que tem sido aceite e tolerado automaticamente. “Se o médico diz, então é a verdade; ele é médico.” Sim, ele é médico, mas não é Deus!


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Vivemos, creio, uma das piores eras, em termos de “informação errada”; mentiras transformam-se em verdades, mesmo que provisoriamente, prejudicam milhares de pessoas, “crédulas” em supostos diagnósticos. Inventam doenças porque, desde 1940, o mundo tem passado por uma transformação muito grande em termos de saúde e descobertas de medicamentos, erradicação de doenças, criação de vacinas, entre tantas transformações. Após a Segunda Guerra Mundial, os estragos à raça humana trariam duas vias ou dois caminhos: prolongar a vida e manter a saúde na mão dos que a procuram. A homeopatia foi elaborada por Christian Friedrich Samuel Hahnemann, mais conhecido como Samuel Hahnemann. Em 1810 publicou o seu primeiro livro, Organon da Arte de Curar, que, na época, se tornou um clássico. Vejam que, naquela época, o natural era bem-vindo e estruturava-se na natureza. E, hoje, até os homeopatas criam algumas doenças, como, por exemplo, “fadiga adrenal”. É pena que pessoas e médicos ligados à homeopatia imitem os “outros” poderosos dos laboratórios. Baseados em que estudo e em que quantidade de pessoas? Dentro da minha descoberta natural do PEN – Princípio Elementar Natural – constatámos (e o leitor e grupos de pessoas podem comprovar por si mesmos) que, dentro dessa descoberta, temos três núcleos de inteligência: Núcleo Ativo, Núcleo Emocional e Núcleo Racional.

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As pessoas que não têm como condicionamento natural o Núcleo Ativo terão um maior desgaste e até um “cansaço crónico”, mas também temos que levar em conta a vida agitada da modernidade, a pressa em ir e vir, as contas que são necessárias pagar e, para piorar, está a fazer-se algo que não nasceu para ser feito. Tudo isso, e a falta de uma boa alimentação, podem gerar uma grande fadiga. Mas criar uma síndrome ou doença é mais um absurdo que vem do lado daqueles que combatem os alopatas, um sistema de tratamento de doenças por meios que causam efeitos contrários aos das doenças. E tudo isso porquê? Interesse, interesse e interesse. Nós precisamos de utilizar todo o nosso potencial natural, que é gratuito e está dentro de nós. Sei que se devem ter em conta os fatores de hereditariedade e o conjunto biológico que herdamos dos pais e da árvore familiar. Os genes já podem ser modificados pela força do pensamento e por um estado mental positivo e consciente das suas reais potencialidades naturais. Hoje já existem estudos que comprovam as reações químicas nas células, e esses estudos afirmam que é a mente que modela a vida das pessoas. Agora, o que não podemos é modelarmo-nos no molde do outro ou adaptarmo-nos ao que “ouvimos” ou ao que “a propaganda diz”. O norte-americano Bruce Lipton, pesquisador respeitado das células estaminais, no seu livro A Biologia da Crença incorpora os conceitos da física quântica e demonstra a relação entre mente e corpo.


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Em entrevista feita pela Revista Planeta, Lipton relata1: Os cientistas sabem que os genes não controlam a vida, mas a maior parte da imprensa ainda informa o povo do contrário. As pessoas atribuem, inicialmente, as suas deficiências e doenças a disfunções genéticas. As crenças sobre os genes levam-nas a verem-se como ‘vítimas’ da hereditariedade. Os biólogos convencionais ainda consideram que o núcleo (o componente interno da célula que contém os genes) ‘controla’ a vida, uma ideia que enfatiza serem os genes o fator primário desse controlo. Já a nova biologia conclui que a membrana celular (a ‘pele’ da célula) é a estrutura que primariamente ‘controla’ o comportamento e a genética de um organismo. A membrana contém os interruptores moleculares que regulam as funções de uma célula em resposta a sinais do ambiente. Para exemplificar: um interruptor de luz pode ser usado para ligá-la ou desligá-la. O interruptor ‘controla’ a luz? Não, já que ele é controlado pela pessoa que o aciona. Um interruptor de membrana é análogo a um interruptor de luz, quando liga ou desliga uma função celular ou a leitura de um gene, mas ele é, de facto, ativado por um sinal do ambiente. Resolvi trazer vários conhecimentos para a reflexão e abrir o seu pensamento e raciocínio para que comece a “pensar” que pode ajudar-se e ser o agente consciente da sua saúde e felicidade.

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Por que inventam doenças? Agora sou eu quem pergunta: porquê? Pesquise, busque respostas, pergunte e pergunte!

1 Fonte: Texto parcialmente extraído de http://www.eftbrasil.

net.br/corpo-mente/medicina-quantica/biologia-crenca. Acesso em: 10.10.2015.


Capítulo 2 Vida quântica de todos nós. Quantum de quanto você é você? Sim, inicio este capítulo com esta pergunta do “quantum” quanto você é você? Estou a referir-me ao “quantum” da sua essência, da sua potencialidade natural. Você é você, ou aproveita o que a natureza lhe permitiu ser. Em primeiro lugar, esclarecerei o que significa o termo quantum. Pode ser entendido como o menor valor que certas grandezas físicas podem apresentar. O criador dessa terminologia foi Max Planck, no século XX, que realizou um trabalho sobre irradiação térmica. Neste livro, usaremos a terminologia quantum para medir quanto usa a sua energia natural – que quantidade de si mesmo usa. Para que venha a conhecer-se e a medir o seu quantum de potencial, é necessário que quebre os paradigmas e os conceitos adquiridos desde criança e da cultura que recebeu dos seus pais. Esses paradigmas advindos da cultura familiar, da cultura de um local, de uma cidade ou de um país, criam “condicionamentos” e conceitos fechados, aprisionam-no num sistema que formaliza as suas ideias e conceitos, criando um mundo pequeno e fechado. Esse mundo pe-



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