Jornal Magote - A sabedoria do povo impressa. 1ª Edição segundo semestre 2020

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A

SABEDORIA

ANO 1 - N°1

DO

POVO

IMPRESSA

SÁBADO, 22 DE AGOSTO DE 2020

R$ 5,00

O QUE É PÓS-VERDADE??? politica Pós-verdade e fake news são dois

seu significado: “um adjetivo relacionado ou

termos que ganharam notoriedade no final

evidenciado por circunstâncias em que fatos

de 2016. Eles foram criados, entre outras

objetivos têm menos poder de influência na

razões, para dar sentido a dois fenômenos que

formação da opinião pública do que apelos

surpreenderam a opinião pública.

por emoções ou crenças pessoais”.

O primeiro deles foi a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia. A resolução ganhou um apelido que pegou e pelo qual ficou mundialmente conhecida: Brexit (de Britain e Exit). O referendo que aprovou a saída, para surpresa de boa parte do mundo ocidental civilizado, foi realizado em 23 de junho de 2016.

fatos objetivos têm menos poder de influência

O segundo foi a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, em 8 de novembro do mesmo ano. Logo em seguida, o Dicionário Oxford definiu “pós-

Há um claro conflito de interesses na

verdade” como a palavra do ano.

afirmação acima. A mídia e boa parte da elite

Na justificativa para a escolha, explicou que o uso do vocábulo havia crescido enormemente durante o ano, associado, principalmente, aos dois acontecimentos descritos acima: o Brexit e a eleição norteamericana. Enunciou também qual era o

estoria - historia MAPINGUARI Peludo e com garras, devora gente na floresta O pesquisador David Oren, do Museu Paraense Emíli Goeldi, diz que os Mapinguaris seriam gigantescos ancestrais pré-históricos da preguiça.

MULA SEM CABECA

BOITATA

O estralo do fogo que relincha

Rasteira e fogosa com olhos luminosos

Ninguem achou que uma mula sem cabeça poderia chegar ao ponto de governar o Brasil... pois bem, parece que não mesmo.

Fogo-fátuo, também chamado de fogo tolo ou, no interior do Brasil, fogo corredor, é uma luz azulada que pode ser avistada em pântanos.

Cinco ‘fake news’ que beneficiaram a candidatura de Bolsonaro O candidato de extrema direita Jair Bolsonaro (sem partido) apareceu nas pesquisas como o favorito para vencer o segundo turno da eleição presidencial, no dia 28, com mais de 50% das intenções de votos totais.

do mundo ocidental não apoiavam e foram surpreendidas, tanto pelo Brexit, como pela vitória de Trump. Consideram que ambas as decisões foram errôneas... Eu também acho. Silvio Genesini

O ESTADO LAICO E A BANCADA EVANGELICA As problemáticas dentro dessa controvérsia

cultura natureza Cinema- Teatro‘Bacurau’ não é sobre o presente, mas o futuro

A transformação de ‘Bacurau’ numa zona de caça para turistas não é, assim, uma alegoria do imperialismo tirada de alguma cartilha dos anos 60.

Crítica por Rodrigo Nunes

bioma. Foram registrados 6.803 focos de calor na Amazônia em julho, segundo dados do Programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

LTDA.

Para o professor da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Fundação Florestal do Estado de São Paulo, Gerd Sparovek, as alterações feitas no Ministério do Meio Ambiente se alinham com o discurso de campanha de Jair Bolsonaro de que o agronegócio brasileiro

Música-

Chico Cesar

ANTIFA

já cumpre seu papel ambiental e não é um vetor importante de desmatamento. Ele

Dué retorna Exposição Corpo Estranho à Amazônia Livro- Abecedário de personagens do Folclore Brasileiro

A Amazônia teve mais um mês com aumento de queimadas em relação ao ano passado. Em julho, o bioma apresentou crescimento de 28% no número de focos de calor em relação ao mesmo período de 2019. O crescimneto ocorre mesmo com a presença do Exército na região e com o decreto de proibição de incêndios no

diz, porém as afirmações são sustentadas por dados mentirosos e tendenciosos.

O pulmão do mundo não esta na superfície.

PANTANAL No Pantanal, a causa mais comum de queimadas é a provocada pelo homem como forma de limpeza e renovação dos pastos.




projeto O tema A

dica

que

os

Pós-verdades não passam de criaturas montruosas assustam,

professores

sempre deram para o último trabalho da faculdade era: “Escolha com sabedoria jovem, passarás um ano fazendo esse trabalho, então procure algo que goste e se interesse!”. Durante o 6° Semestre, enquanto realizava a matéria de pré TCC, me via na situação de escolher um tema. Durante uma aula o professor dessa matéria, Anderson Silva, perguntava

aos alunos

o que nos interessava, e em seguida recomendava um livro para ler e ao final realizar um seminário a partir dele. O meu foi “A Origem das Espécies” de Charles Darwin. No

intuito

de

buscar

V

um

propósito acabei encontrando antes uma indignação, em cima da falta de confiança das pessoas em fatos objetivos, como o formato da Terra, a origem dos animais e as informações passadas nos noticiários e

de

lendas

fazem

um

folclóricas:

rebuliço,

viram

boato e chega a todos de maneira muito rápida, mas diferente do folclore são esquecidas não tendo nada o que agregar a nossa cultura. Lendas como a do Boitatá e Mula sem cabeça são antigas, mas ao mesmo tempo se encaixam muito bem a situações da atualidade, como o aumento das queimadas nos biomas brasileiros e a mistura da religião com política no congresso nacional. A sociedade se vê sufocada em meio a fake news: mentiras manipuladas onde

o

único

objetivo

é

favorecer

lados que ignoram totalmente a ética e principalmente a verdade para conquistar ou fugir de situações, os fatos passam a ser subjetivos e as pessoas começam a duvidar dos livros que leram nas escolas, dos noticiários que assistem na televisão,

Painel que despertou o interesse no assunto:

lenda Achismo: o grave problema da atualidade. “Existe um grande abismo entre fato e

Lenda é uma narrativa transmitida oralmente pelas pessoas, visando explicar acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais, misturando fatos reais, com imaginários ou fantasiosos, e que vão se modificando através do imaginário popular.

CIENCIA Arte pode ser entendida como a atividade humana ligada às manifestações de ordem estética ou comunicativa, realizada através de uma grande variedade de linguagens.

Como o tema permeia entre sabedoria popular, informação e política, nada melhor como um Jornal pra transmitir a ideia e reforçar os pontos por meio de imagens feitas a partir de xilogravuras, sendo os famosos clichês. A ideia é misturar as técnicas manuais com as digitais, conseguindo um resultado de uma plastica refinada, possibilitando textos que contornem a imagem tendo uma maior liberdade na diagramação das páginas. Começo com um desenho...

arte

e assim acreditam somente naquilo que escolhem acreditar, geralmente procurado por elas mesmo nas redes sociais. Esse fenômeno recebe o nome de pós-verdade, uma questão que à frente é estudada e

escolas.

O processo antes de gravar

Depois de ter varias ideias de

criticada no projeto.

como sairia a imagem,

Com dúvidas na própria realidade, vem consigo o problema da desinformação, A miudeza de uma mentira muitas

existe presente um medo de uma boa

vezes passa despercebida, e por isso a

parcela da população perder grande parte

desinformação avança, porque fica difícil

da história e cultura brasileira, responsável

enxergar sem debates, sem questionar e

pela formação de uma identidade própria

concordar em fatos, prevalecendo verdades

e também pelo aprendizado a partir dos

individuais

absolutas.

erros antepassados. As lendas tambem

Religião e política não se discute quando

em risco de extinção pertencem a cultura

convenientes

e

a preferência é continuar estagnado num estado de ignorância.. O combate desse fenômeno se dá por meio de informação, da história e fomentação cultural.

Passo

do país e por sua vez possuem o papel de

Centro Universitário Senac, 2020

O pesquisador norte-americano

O folclore brasileiro possui uma porção de monstros e, na Amazônia, o

David

Mapinguari é o mais conhecido deles. Os

Emílio Goeldi, tem outra explicação: os

seringueiros locais ajudaram a popularizar

Mapinguaris seriam gigantescos ancestrais

a lenda desse bicho imenso, parecido com

pré-históricos das preguiças.

o homem, coberto de pelos grossos (o que o torna imune a qualquer bala) e que tem uma armadura feita do casco da tartaruga. Há quem diga que sua pele é semelhante ao couro do jacaré. Tem as mãos compridas com unhas em forma de garra. A boca é rasgada desde o nariz até o estômago (tal como o Quibungo) e exala um cheiro forte insuportável.

Oren,

do

Museu

Paranaense

Ao contrário da espécie atual, não vivem em árvores e são carnívoras. O rumor sobre os Mapinguaris trouxe Oren ao Brasil, há dez anos. Paleontólogo e autor de tese sobre o tema. Oren acredita que os Mapinguaris sejam remanescentes da grande população de preguiças gigantes que havia na América do Sul, há um milão de anos. “Com a glaciação, desapareceram. Mas

Ele mata para comer, pois sua

é possível que alguns tenham sobrevivido.

fome nunca acaba, e é considerado o maior

Um deles teria devorado cinco índios da

inimigo do homem, um verdadeiro demônio

aldeia Kampa Simpatia, no Acre.

do mal. Ao contrário de muitos monstros,

Detalhe da matriz em processo de gravação

A Xilogravura Não se sabe ao certo quando a xilografia começou a ser praticada, nem quem foi o seu inventor. A xilogravura em papel mais antiga, dentre as que se conhecem, ilustra um exemplar da oração budista Sutra Diamante, editada por Wang Chieh, na China, no ano 868. Acredita-se, porém, que a xilografia do Extremo Oriente já estampasse tecidos séculos antes. Na Europa, o testemunho mais remoto é um tecido impresso no século XII. Nos séculos XIV e XV, os europeus utilizaram intensamente a xilografia para produzir imagens sacras e cartas de baralho. Já no Brasil acredita-se que o primeiro registro da xilografia, antes das cartas clandestinas de baralho, advindas das navegações, tenha sido os carimbos indígenas por meio de entalhes e recursos naturais como o fruto do

de dia, quando há oenumbra. O ponto fraco do Mapinguari é o umbigo, para machucá-lo deve se atingi-lo ali.

Existe vários modos de fazer esse processo, comecei realizando o mais óbvio e fácil, porém menos eficiente deles que é desenhar observando seu desenho com nanquim direto na madeira.

babaçu e a taquara, utilizado por diversas tribos como a dos canelas, apinajés e os xavantes. Final do século XIX no sertão do nordeste brasileiro, um universo com a realidade totalmente diferente das grandes cidades, é criado um estilo

madeira de umburana, sem fibras, permite incisões macias com a goiva e mais precisas ainda com a faca.

Ele anuncia sua chegada berrando e urrando alto. Quando pega algum caçador, coloca-o embaixo do braço e mete a

Para preparar uma matriz xilográfica é preciso realizar trabalho de entalhe em um pedaço de madeira, deixando em relevo a imagem que

cabeça do homem dentro de sua barriga para ir mastigando-a aos poucos (aliás, o

se pretenda reproduzir, As partes altas (em relevo) receberão a tinta e transferirão a imagem para o suporte.

Mapinguari só devora a cabeça das pessoas, nunca seu corpo inteiro). Ninguém consegue sobreviver a um encontro com esse animal

Quase sempre a impressão é feita com o emprego de tinta, que é

e, se isso ocorrer, a pessoa ficará aleijada ou

previamente aplicada sobre a matriz. No entanto, há xilogravuras impressas sem tinta, nas quais o relevo provocado pela pressão da matriz sobre o papel é o bastante para que o observador possa distinguir a imagem. A impressão pode ser produzida por uma prensa em rosca (de parafuso vertical), ou uma prensa de cilindros, ou até sem prensa nenhuma.

com marcas terríveis no corpo. que

Passando para madeira

muito forte e particular de ilustração a partir da técnica de entalhe, no intuito de agregar imagens aos folhetos com versos cantados, exibidos, pendurados em barbantes assim chamados de “literatura de cordel”. A xilografia vista como uma forma de impressão acessível e barata foi ótima alternativa para enriquecer as capas dos cordéis. As matrizes gravadas geralmente em

não ataca à noite - pois ele dorme -, mas sim

o

Mapinguari é a reencarnação de um antigo rei que, no passado, habitava suas regiões. Há quem diga que ele seria um índio, um pajé que descobriu o segredo da imortalidade, e seu castigo foi se transformar num animal horrível e fedorento.

o

valores inseridos na sociedade.

estoria - historia

creem

para

lições de moral que lidam com os medos e

MAPINGUARI

Tuxaua

desenho

controle melhor de manchas e contrastes antes de passar para a madeira.

informar e educar as novas gerações com

Trabalho de Conclusão de Curso realizado pelo aluno Lucas de Andrade Novo,

Os

o

computador, preenchendo as áreas onde gostaria que fossem escuras, tendo um

Fóssil de Preguiça Gigante

Com a pressão de uma colher de pau (ou outro instrumento arredondado, liso e sem arestas) exercida no verso do papel, pode-se pressioná-lo centímetro a centímetro contra a matriz, provocando a transferência da tinta da matriz para o papel.

A forma que acabei realizando no final é a mais certeira, feita com carvão e tinner. Essa técnica alem de passar o desenho com mais precisão tambem espelha ele para que na hora de gravar e imprimir saia da forma como imaginou.


j ISSO É PÓS-VERDADE!!!

politica

Os indivíduos acreditam nos fatos que se encaixam nas suas visões.

Um adjetivo relacionado ou evidenciado por circunstâncias em que fatos objetivos têm menos poder de influência na formação da opinião pública do que apelos por emoções ou crenças pessoais. Concluir que um processo artificial e intencional – as fake news – foi o causador de ambos os “desastres” é um salto ilógico e ideológico no escuro, por várias razões. A primeira é por minimizar que existiam razões reais e concretas para que parte expressiva das populações britânica e americana votasse como votou. A segunda é por desconhecer que as escolhas no mundo pós-moderno – para usar mais um prefixo pós na moda – dão-se muito mais baseadas em razões sensíveis e na emoção do que em raciocínios lógicos e informações exatas. É uma constatação que embute uma pretensa incoerência ao sustentar que, no mundo do Big Data, os caminhos seriam escolhidos mais por intuição do que por informação. Não há como provar este teorema, mas esta é a minha

E não é de hoje

premissa e se olharmos, com os olhos bem abertos, veremos que é o que realmente acontece, na maioria das vezes. Tomemos Obama. Ele venceu a eleição americana com um simples “Yes, we can” como slogan. Trump foi pelo mesmo caminho – em sentido oposto, claro – e sustentou um “Make America great again”, complementado por acusações à globalização e ao desaparecimento de empregos que afetaram negativamente muitos americanos que vivem no interior do país. São apelos claramente dirigidos ao sentimento e à sensibilidade de quem já achava que não estava sendo beneficiado pelo progresso do mundo. Peter Thiel, que foi o único empreendedor do Vale do Silício que apoiou Trump, disse no meio da campanha,

Mas a imagem do homem a cavalo que anuncia notícias pela cidade também não é exclusiva de Júlio Cesar, nem d’O Estado de São Paulo. Na idade média, na Europa, trovadores viajavam de feudo em feudo contando histórias fantásticas sobre dragões, riquezas, traições, discordâncias.

Não há nenhuma novidade

Muitas inventadas, a gosto do público e

na tentativa de falsificação política através

para o ônus dos retratados (que, no feudo

da distorção de fatos e informações. O novo

anterior, eram o público).

é que estamos em uma nova era turbinada pela internet e pelas redes sociais, em que o crescimento é viral e o efeito, exponencialmente explosivo. O novo é o Facebook, o Google e o Twitter, não a tentativa de contar mentiras ou falsificar informações, o que sempre existiu na história do mundo.

Quantos agora apelam para o mito da caverna, de Platão, para falar das “fakenews“, da “pós-verdade”, da Cambridge Analytica.

Sim,

éramos

antes

todos

esclarecidos! Vigilantes, fora das cavernas, em contato com a realidade mais pura que

em uma apresentação no National Press Club, em Washington: “A história que as pessoas contam no Vale é que o sucesso dos profissionais e empresas do Vale equivale ao sucesso dos Estados Unidos como um todo. Nós estamos indo bem, então todo mundo está bem, o que não é verdade”. Acrescentou: “Votamos em Trump porque consideramos que a liderança deste país fracassou”.

3

‘fake news’ que beneficiaram a candidatura de Bolsonaro

À medida que a campanha foi

chegando à sua reta final, os boatos nas redes sociais em favor de Bolsonaro cresceram, especialmente no WhatsApp, como conta Tai Nalon, diretora da plataforma de checagem Aos Fatos, em entrevista ao EL PAÍS. Esse grupo de sete jornalistas, distribuídos entre Rio e São Paulo, verifica diariamente o

em 1964 – inclusive os grandes veículos de

discurso de políticos e das redes sociais.

Diurnas de Júlio César, que continham as

imprensa que agora tanto se assustam com

Analisam

informações oficiais do império, registradas

as “fake-news” – porque o perigo comunista

qualquer conteúdo potencialmente falso.

na madeira e expostas em público, eram

de fato cavalgava o interior do Brasil. Por

também copiadas em placas de cera de

isso também elegemos Collor, o “caçador

abelha e posteriormente registradas em

de marajás”, em 1989, a despeito de Lula.

sorte de “novas informações” duvidosas.

Pedro Marin

memes,

panfletos,

vídeos

e

“Vimos a desinformação contra os adversários de Bolsonaro aumentar, em geral em torno de duas temáticas: colocar em dúvida, com teorias conspiratórias, a segurança do voto eletrônico no Brasil, e uma constante relação dos outros candidatos com pautas das minorias, como a agenda

Sou só um meio assim como o cavalo

Silvio Genesini

Não há nenhum estudo objetivo, que eu conheça, que prove que a globalização piorou o mundo. Há muitos que demonstram que hoje o planeta é melhor do que já foi em qualquer outro tempo. Tal conclusão pode ser uma verdade objetiva para muitos, mas há uma distância muito grande entre esse entendimento e a capacidade dos líderes atuais de convencerem a população que as vantagens do crescimento foram distribuídas de maneira equitativa e equilibrada para a maioria.

Há indícios de que as Actas

processo, sem dúvidas houve também toda

expectativa de que algum dia as notícias falsas desaparecerão não trará de volta o nirvana de uma verdade perdida que nunca houve. A verdade, quase sempre, é subjetiva e não conhecível.

A mídia contrária a Trump estava lá e não quis acreditar. Também não quis apurar se a afirmação tinha sustentação no cotidiano da vida real dos eleitores dos rincões do país. Algo similar aconteceu com o Brexit. Se verificarmos os detalhes de quem votou para que o Reino Unido abandonasse a Europa vamos encontrar um contingente de homens brancos, com renda mais baixa, do interior e com menor educação. Expressavam a sensação de que a imigração e a abertura dos mercados estavam piorando as suas vidas e que antes o mundo deles era melhor.

há. É por isso que tantos apoiaram o golpe

papiros, para a leitura pessoal. Nesse

Em suma, quem sustenta que as notícias falsas são responsáveis por estarmos vivendo em um mundo pós-verdadeiro acha que antes havia um mundo em que a verdade existia e era objetiva. O real é que tal mundo nunca existiu. A impossível e improvável

LGBT e o direito ao aborto”, diz Nalon numa troca de mensagens. Seis em cada 10 brasileiros têm WhatsApp no seu celular. São 120 milhões de pessoas a uma mensagem de distância. “Não é possível chegar a tanta gente como Bolsonaro chegou sem uma estrutura forte, com grande financiamento por trás”, acrescenta a jornalista. Um filão para difundir fake news em grupos fechados e gerar o caos entre os eleitores e a opinião pública. Estas

são

algumas

das

informações falsas mais difundidas através de redes sociais em favor do político radical, selecionadas pela diretora do Aos Fatos:

3

O homem que apunhalou Bolsonaro é filiado ao PT e aparece numa foto com Lula. Começaram a circular correntes de mensagens no Facebook e Whatsapp garantindo que Adélio Bispo de Oliveira, agressor do Bolsonaro, era filiado ao PT. O dado foi reproduzido por vários sites informativos, que contribuíram para espalhar o boato. Segundo o Aos Fatos, nenhuma pessoa com esse nome aparece no registro oficial de filiados do Tribunal Superior Eleitoral.

2

Se Haddad chegar ao poder, pretende legalizar a pedofilia.

Em várias correntes nas redes sociais circula a imagem de uma menina com a boca tampada pela mão de um homem, onde se lê: “Um projeto de lei torna a pedofilia um ato legal. O sexo com crianças a partir de 12 anos deixaria de ser crime”. A foto inclui o logotipo de campanha de Fernando Haddad. Na verdade, a publicação faz referência ao projeto de lei do Senado 236/212, que atualmente se encontra parado, que propõe uma possível redução da idade de consentimento sexual de 14 para 12 anos, ou seja, o limite para que qualquer relação sexual com um menor dessa idade seja considerada estupro (por entenderse que nesses casos o consentimento da vítima não libera o agressor da acusação). É um debate recorrente no Brasil há anos. E, embora se trate de um assunto

muito polêmico, em nenhum momento menciona-se a legalização da pedofilia, da mesma maneira como Fernando Haddad tampouco esteve vinculado à sua tramitação, já que nunca ocupou um cargo legislativo. Esse projeto de alteração do Código Penal brasileiro foi apresentado pelo senador centro-direitista José Sarney (PMDB-AP), e não pelo PT.

1

O “kit gay” para crianças de 6 anos que foi distribuído nas escolas. Na verdade, trata-se de um projeto chamado Escola Sem Homofobia, que o Ministério da Educação, então sob a gestão de Fernando Haddad, apresentou em 2011 com o apoio de diversas ONGs, mas não chegou a ser implantado. O objetivo do “kit gay”, como foi apelidado por seus detratores, seria oferecer formação aos professores para lidarem com os direitos LGTB, a luta contra a violência e os preconceitos e o respeito à diversidade entre os jovens e adolescentes. De forma alguma propunha “sexualizar as crianças” e “ensinar a ideologia de gênero nas escolas do Brasil”, como afirmou Bolsonaro numa entrevista em que mostrava um exemplar do livro Aparelho Sexual e Cia., de Hélène Bruller e Philippe Chapuis, que foi distribuído pelo Governo em algumas bibliotecas, mas nunca foi incluído no programa e não chegou aos colégios. O programa Escola Sem Homofobia acabou sendo vetado pela então presidenta Dilma Rousseff por pressões da bancada evangélica no Congresso.




O QUE É PÓS-VERDADE???

BOTS

Fonte: http://www.theoldrobots.com/Walking2.html

Considerados softwares (robôs), os bots são utilizados para tornar automáticas e eficientes determinadas tarefas repetitivas no mundo virtual. Uma delas é a coleta de informações relevantes na web, por meio de pesquisas com palavras-chave e hashtags, com o objetivo de ajudar os usuários. No entanto, os bots também têm chamado a atenção de pessoas mal intencionadas que podem utilizá-los de forma indevida, para minerar dados dos usuários na internet e, especialmente em época eleitoral, fornecer informações falsas para tentar manipular a opinião das pessoas. Para isso, criam contas automatizadas que imitam o comportamento do ser humano e chegam a fazer posts, acompanhar outras contas e até interagir com pessoas reais nas redes sociais.

Como identificar uma fake news?

Usuários precisam estar atentos para evitar compartilhar qualquer conteúdo, que possa ser criado para disseminar notícias falsas nas redes sociais, tentando manipular a opinião das pessoas, especialmente nas eleições.

Pesquisa aponta que apenas um terço dos brasileiros sabem o que são bots

NAO PARE Fatos sobre a disseminação de informações políticas falsas nas redes sociais têm sido amplamente discutidas. A Avast, líder global em produtos de segurança digital, divulgou recentemente dados de sua pesquisa que abordou a opinião dos brasileiros sobre os impactos das notícias falsas nos resultados das eleições. O levantamento revelou que ao serem questionados sobre a veracidade das notícias que circulam nas plataformas sociais, 75% dos entrevistados disseram não ter sempre certeza de que as informações são realmente verdadeiras. A Avast também questionou os participantes da pesquisa sobre os bots nas redes sociais. Surpreendentemente, apenas 33,49% dos brasileiros afirmaram saber o que são e para que servem os bots. Contudo, 36% dos entrevistados disseram desconhecer o tema e 30,44% já ouviram falar a respeito, porém, não sabem exatamente a função dos bots nas plataformas sociais.

Ainda segundo a pesquisa da Avast, a maioria dos brasileiros (68,67%) disseram que as notícias ou comentários específicos nas redes sociais podem, geralmente, influenciar a opinião política de alguém com relação a um partido político ou um candidato. O estudo mostrou ainda que 67,58% dos entrevistados não seguem candidatos ou partidos políticos nas redes sociais. Com o uso de inteligência artificial, tem sido cada vez mais difícil reconhecer se a conta do usuário é de um bot (robô) ou de uma pessoa real. Uma boa dica para evitar que bots maliciosos se infiltrem na rede social do usuário, é não aceitar solicitações de amizade de desconhecidos.

PERFIS FALSOS

Leia a notícia inteira antes de compartilhar, porque o título pode ser sensacionalista.

Fotos genéricas, ou sem mostrar o rosto, nome de usuário com muitos números , e só publicações de posts recentes, porque a pessoa nao existe de fato, revelam mentira na certa.

EXCESSO DE ADJETIVOS

DATA DE PUBLICACAO

NO TITULO

Adjetivos demais podem estar camuflando objetivos capsiosos.

Textos antigos, que voltem a ser compartilhados, provocam confusão proposital.

SITES

Ao ler notícias em sites, analise o tipo de conteúdo publicado e a equipe responsável. Sites jornalísticos costumam ter essas informações no link “Expediente”.

INFORMACAO

SEM FONTE Textos que apresentam dados de pesquisas com informações genéricas sem indicar as fontes verificáveis podem ser pura invenção.

Gravuras tiradas do Livro - Pictorial Webster’s: A Visual Dictionary of Curiosities, John M. Carrera

MULA SEM CABECA estoria - historia Pisadas rápidas e furiosas, como

Nascido em Campinas, São Paulo,

se fosse um tropel de mil cavalos urrando, lá

no dia 21 de março de 1955 e descendente

vem ela. É noite quando ela aparece soltando

de italianos, Jair Bolsonaro (1955) é capitão

fogo pelas ventas, é a Mula Sem Cabeça que

da reserva do Exército e presidente eleito do

vem chegando!

Brasil. Antes filiado ao Partido Social Liberal

Não há quem não conheça nesse imenso Brasil. As estórias da Mula Sem Cabeça passam de geração para geração. Se

(PSL), foi eleito o 38º presidente do Brasil, para o mandato de 2019 a 2022, com 55,13% dos votos.

para uns ela só aparece nas noites de quinta

Foi aluno da Escola Preparatória

para sexta-feira, para outros ela só dá o ar

de Cadetes do Exército, de Campinas. Em

da graça na Quaresma - período de quarenta

1977, formou-se na Academia Militar das

dias que, para os católicos, antecede a Páscoa

Agulhas Negras, em Resende, Rio de Janeiro.

-, ou ainda a cada sete anos. Como afirma o folclorista Alceu Maynard Araújo, em seu Documentário folclórico paulista (1952), a aparência da Mula que não em rosto, mas urra sem parar, varia de região para região:

Cursou a Brigada de Paraquedismo do Rio de Janeiro. Em 1983, formou-se no curso de Educação Física do Exército. Chegou à patente de Capitão. Em 1986, ele liderou um protesto

É uma mula que não tem cabeça mas relincha. É um animal quase negro, com uma cruz de cabelos brancos. Tem olhos de fogo. Tem um facho luminoso na ponta da cauda. Geme como uma criatura humana. [Ou] Não geme, relincha, e ao terminar, geme como se

contra os baixos salários dos militares.

morresse de dor.

março de 2016 pelo PSC. Somente em

Bolsonaro foi anunciado como pré-candidato à Presidência do Brasil em

ela tem uma faixa branca no pescoço.

sua carreira desde que foi eleito vereador

Para outros, na verdade, a Mula é invisível,

em 1988. Ele se apresentou como um

lembrando a personagem Cavalo Fantasma, e

candidato conservador,defensor de valores

ninguém pode vê-la, só ouvi-la..

familiares e de políticas mais rigorosas na

Catolicismo. Conta-se que a mulher que vira Mula normalmente é casada e trai o marido com o sacerdote. Então, quando é meianoite em ponto, ela se levanta da cama, pula a janela e deixa o marido dormindo para cumprir a sua má sorte.

Afinal o que há de errado nisso tudo? A pauta principal não esta em

declarações do deputado Eduardo Cunha

discutir religião, mas, com toda essa força

(PMDB) que pude ler foi que não colocaria

evangélica, como ficarão garantidos os

em pauta questões referentes à ‘’gays,

direitos dos cidadãos citados como ‘’gays,

maconheiros e abortistas’’.

abortistas e maconheiros’?

Nesse sentido, nossa Constituição

O número de mulheres que

é bem clara ao citar em seu Art. 19:

morrem todos os anos por causa do aborto

“Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao

ineficaz, gerando milhões de mortes.

é absurdo, a guerra contra as drogas é

Distrito Federal e aos Municípios:

A população LGBT sofre preconceitos,

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas,

impedem de ter uma relação amorosa

subvencioná-los,

embaraçar-lhes

agressões e restrições de direitos que os o

funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público”.

e uma família as quais eles são tão dignos quanto os héteros. Toda essa problemática continua avançando, devido aos valores cristãos que o Presidente da Câmara defende.

“O salário está baixo”.

Além disso, há quem diga que

que namoram padres, o que é proibido pelo

Ao ser eleito para presidir a Câmara dos Deputados, uma das primeiras

de grande circulação no país, intitulado

filiação ao PSL, o nono partido político de

Sem Cabeça é dada como castigo às mulhers

As problemáticas dentro dessa controversia.

Escreveu um artigo para uma revista

janeiro de 2018, no entanto, anunciou sua

Fato é que a sina de virar Mula

O Estado Laico e a Bancada Evangélica

A população LGBT sofre preconceitos, agressões e restrições de direitos

evangélica nesse contexto? Como afirmar que vivemos em um país democrático desse jeito? Acredito que, independente das opiniões pessoais de cada um, não devemos deixar que isso venha a interferir no direito de outrem. Nossa

atual

legislação

não

impede a eleição de ativistas religiosos,

área da segurança pública. Em 7 de outubro, Bolsonaro ficou em primeiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, com o candidato Fernando

possível a existência de uma bancada

Mesmo que a grosso modo

Haddad, do Partido dos Trabalhadores

vizem um bem comum, as interferências

(PT), em segundo. Foi eleito Presidente

religiosas são restritivas e redutoras de

da República no segundo turno, em 28 de

direitos. Dentro de um Estado laico, deve-

outubro, com 55,13% dos votos válidos.

se respeitar as crenças e religiões (ou

mesmo colocando em risco a laicidade do Estado, principalmente pelo fato de estes ativistas terem suas campanhas financiadas pela igreja.

até mesmo a falta dela) para que possam

Infelizmente, todas essas questões vêm enfraquecendo a laicidade do Estado que, se timidamente conseguiu alguns avanços, tem se deparado com a possibilidade

ocorrer significativos avanços. Como é

real de retrocessos consideráveis.


y

natureza

O sintoma mais visível da antipolítica ambiental do governo Bolsonaro.

A combinação de autoritarismo e fanatismo ideológico do presidente e de seu ministro transformam em fumaça não apenas as árvores da Amazônia e a reputação do Brasil, mas também o bem-estar de uma população que o governo federal deveria proteger e o nosso acesso a mercados internacionais e a investimentos. Bolsonaro afirmou, sem provas, que as ONGs de preservação estariam envolvidas com as queimadas. Em resposta, o Observatório do Clima, rede que reúne cerca de 50 organizações não governamentais em prol de ações contra as mudanças climáticas, afirmou que o recorde de focos de incêndio é apenas “o sintoma mais visível da antipolítica ambiental do governo de Jair Bolsonaro”.

O que é grila gem? O termo grilagem vem da descrição de uma prática antiga de envelhecer documentos forjados para conseguir a posse de determinada área de terra. Os papéis falsificados eram colocados em uma caixa com grilos. Com o passar do tempo, a ação dos insetos dava aos documentos uma aparência envelhecida. No entanto, atualmente, artifícios mais sofisticados substituem a ação dos

grilos. Com o registro no cartório de títulos de imóveis, o grileiro repete o mesmo procedimento nos órgãos fundiários do governo (Incra, na esfera federal, e órgãos de controle estaduais) e perante à Receita Federal. Através do cruzamento de registros, o grileiro tenta dar uma aparência legal à fraude. A grilagem de terra, o ato de ocupar ilegalmente terras públicas, está

Mídia Internacional associa queimada a gestão de Bolsonaro The Washington Post

- A Floresta Amazônica é essêncial para o equilibrio climático e para a bio diversidade do planeta e que, sem ela, a mudança climática ocorreria a níveis acelerados.

El País - A Amazônia brasileira arde em um ritmo recorde.

Le Monde - Incêndios na Amazônia:

uma praga sazonal amplificada pelas posições de Jair Bolsonaro.

Die Ziet

- De que adianta cortar o dinheiro para a conservação da floresta de um parceiro que, de qualquer forma, não tem mesmo interesse na conservação da floresta, e

intimamente ligada com o desmatamento na Amazônia. Após a sanção, sem vetos, da Medida Provisória 759 (atual Lei 13.365), no começo de julho, o governo Temer ampliou a anistia à grilagem em sete anos e elevou de 1.500 para 2.500 hectares o tamanho das propriedades passíveis de regularização, o que permite legalizar a posse de grandes propriedades, em especial na Amazônia.

ainda responde à pressão pública com ostensiva teimosia, ao invés de mostrar disposição em conversar.

The Guardian

- “Incapacidade de proteger a maior floresta tropical do mundo“ “Os ministros deixam claro que suas impaatias estão com os madeireiros, e não com os grupos índigenas que vivem na floresta“

A Amazônia não é o pulmão do mundo.

Defender a Amazônia é uma necessidade. Mas nada justifica mentira e desinformação. A Amazônia não produz 20% do oxigênio do mundo. O fato é que todas as selvas e bosques do planeta, juntos, produzem 24%. Logo, essa história de “pulmão do mundo“ não confere. Na verdade, são as algas marinhas que fazem a maior

sua própria chuva e influencia o regime pluviométrico de outras regiões.

parte desse trabalho - elas jogam na atmosfera quase 55% de todo o oxigênio produzido no planeta. E mais: florestas como a Amazônia, segundo os cientistas, são ambientes em clímax ecológico. Isso quer dizer que elas consomem todo ou quase todo - o oxigênioo que produzem. As estimativas variam, mas todas indicam que a parcela de oxigênio excedente fornecida pela Amazônia para o mundo é bem pequena. É que, além de produzir oxigênio na fotossíntese (enquanto sequestram gás carbônico da atmosfera e o transformam em matéria-

Segundo os cientistas, ela lança na atmosfera uma quantidade inimaginável de partículas de origem biológica - de pedacinhos de planas e fungos e moléculas orgânicas. Levadas pelo vento, essas partículas acabam virando núcleos de condensação de nuvens (em torno dos quais o vapor d’água se transforma em gotículas ou cristais de gelo). É por isso, entre outros fatores, que as chuvas são tão abundantes na Amazônia. Quanto mais o desmatamento avança, mais elas tendem a rarear - colocando em risco o delicado equilíbrio da floresta.

prima para galhos e folhas), as árvores também respiram - consumindo oxigênio e liberando gás carbônico. No fim, a relação entre produção e consumo tende a ficar no empate. Isso não significa, contudo, que derrubar a floresta não impactaria o clima do planeta. Ao contrário: quando não alimentam a indústria legal ou ilegal de madeira, árvores derrubadas decompõem, liberando gás carbônico e agravando o problema do aquecimento global. Além disso já se sabe que, de várias maneiras, a Amazônia produz

Produção de oxigênio no mundo • • • • •

Algas marinhas - 54,7 % Bosques e florestas - 24,9 % Estepes,campos e pastos - 9,1 % Áreas cultivadas - 8.0 % Algas de água doce - 0,3 %

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por sua vez, atribuiu o recorde de queimadas no país à seca, ao vento e ao calor liberado para a atmosfera, através das queimadas. Mas causas naturais não são suficientes para explicar a magnitude dos incêndios neste ano. Especialistas atribuem o inferno amazônico ao discurso “agressivo” do governo Bolsonaro em relação às questões ambientais e de clima, que daria “legitimidade” a investidas nocivas contra a floresta. Exemplo: no dia 10 de agosto fazendeiros e grileiros no sudoeste do Pará cumpriram a promessa de fazer um “dia de fogo” e deliberadamente queimaram uma área vegetada da região de Novo Progresso. Resultado? Um aumento de 300% nos focos de incêndio em comparação com o dia anterior, pelos registros do Inpe. Conforme a Folha, os produtores se sentiam “amparados pelas palavras do presidente” e, por isso, coordenaram a queima de pasto e áreas em processo de desmate para uma mesma data. A grande maioria dos incêndios do Pantanal e da Amazônia é de origem humana. Os incêndios por descargas elétricas, de causas naturais, ocorrem normalmente na transição da estação seca para a estação chuvosa, que no Pantanal é entre outubro e novembro; e na Amazônia, no oeste, é entre setembro e outubro, e indo pro leste, entre outubro e novembro. Então, tudo que nós vimos desde julho são praticamente todos incêndios de origem humana.

O presidente disse em seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU que a maior parte dos incêndios na Amazônia é causada em áreas já desmatadas, por caboclos e índios que buscam ampliar seus roçados. Foram feitos em 2020 mapeamentos bastante rigorosos, tanto pelo Inpe quanto pela Nasa mostrando que acima de 50% da área queimada na Amazônia é mata derrubada. É o famoso e tradicional processo de expansão da área de agropecuária. E quase tudo, acima de 80% dessa expansão, é feita por grandes propriedades, não é o pequeno agricultor ou o caboclo ou a roça indígena. O pequeno agricultor e o caboclo usam fogo, todos usam, mas o número de área queimada pela pequena agricultura é relativamente pequeno, A grande maioria é área queimada pela expansão de grandes propriedades. Bolsonaro já falou isso antes. É um discurso que ele vem fazendo desde o pico de incêndios na Amazônia em agosto do ano passado, e já houve inúmeros cientistas que já mostraram que não é o caso, então, não é uma frase apoiada pelo conhecimento científico, pelos dados que estamos vendo com os satélites e estudos de campo.




DUÉ RETORNA

PANTANAL Bioma teve registro de 6.048 focos de incêndio até o dia 23; recordes anteriores eram de agosto de 2005 e do mês passado.

Sobre o bioma O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta. Este bioma continental é considerado o de menor extensão territorial no Brasil, entretanto este dado em nada desmerece a exuberante riqueza que o referente bioma abriga. A sua área aproximada é 150.355 km² (IBGE,2004), ocupando assim 1,76% da área total do território brasileiro. Em seu espaço territorial o bioma, que é uma planície aluvial, é influenciado por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai. O Pantanal sofre influência direta de três importantes biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Além disso sofre influência do bioma Chaco (nome dado ao Pantanal localizado no norte do Paraguai e leste da Bolívia). Uma

Fonte: Programa Queimadas Inpe

característica interessante desse bioma é que muitas espécies ameaçadas em outras regiões do Brasil persistem em populações avantajadas na região, como é o caso do tuiuiú – ave símbolo do Pantanal. Estudos indicam que o bioma abriga os seguintes números de espécies catalogadas: 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos sendo 2 endêmicas. Segundo a Embrapa Pantanal, quase duas mil espécies de plantas já foram identificadas no bioma e classificadas de acordo com seu potencial, e algumas apresentam vigoroso potencial medicinal. Apesar de sua beleza natural exuberante o bioma vem sendo muito impactado

Setembro de 2020, mesmo ainda não completo, já tem o maior registro de queimadas na história do Pantanal.

Até o dia 23, foram registrados 6.048 incêndios no bioma, segundo dados do Programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espais). O recorde total anterior era de agosto de 2005, com 5.993 focos. No último dia 16, o número de focos de calor no bioma já superava qualquer valor registrado em meses de setembro anteriores. O Inpe faz o monitoramento das queimadas no país desde 1998. O Pantanal passa pela pior seca registrada nos últimos 60 anos, segundo o Cemadem (Centro Nacional de Monitoramente e Alertas de Desastres Naturais). Há meses a situação já se mostrava crítica. O período mais

úmido do Pantanal teve pouca chuva e 2020 teve o primeiro semestre com maior número de queimadas no bioma. Julho também teve o maior registro de fogo e agosto manteve elevado número de focos de calor, próximo ao recorde. As chamas no Pantanal já consumiram mais de 21% do bioma desded o início do ano. Investigações e dados de satélite apontam que queimadas iniciadas em nove fazendas consumiram 141 mil hectares do Pantanal. Os focos de incêndios iniciados em quatro delas, identificadas pela PF (Polícia Federal), na Operação Matáá, consumiram 25 mil hectares. As outras cinco propriedades rurais se localizam em Mato Grosso e desataram incêndios que destruíram 116.773 hectares.

relação a fogo no Pantanal e em outros biomas brasileiros, que também estão sofrendo com os incêndios neste ano.

pela ação humana, principalmente pela atividade agropecuária, especialmente nas áreas de planalto adjacentes do bioma. De acordo com o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, o bioma Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa.

O recorde de fogo em setembro e o altíssimo número em agosto acontecem apesar da proibição do uso de fogo tanto no Pantanal quanto na Amazônia. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) proibiu, em 16 de julho, por 120 dias, as queimadas nesses biomas, apesar de rir e menosprezar o potencial de tal decreto. Uma moratória do fogo já estava em vigor também no Mato Grosso desde o ínicio de julho. Independente dessas ações, julho teve recorde de fogo no Pantanal.

Agosto e setembro são historicamente os meses mais críticos em

Foto: Carl de Souza/AFP

Quem é Ricardo Salles? Apoiado por ruralistas, advogado paulista é réu por improbidade e tem passagem desgastada na Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo Então filiado ao PP, Salles assumiu a secretaria de Meio Ambiente de São Paulo em julho de 2016, durante o governo de Geraldo Alckmin, após o partido apoiar a candidatura de João Doria (PSDB) à prefeitura da cidade. Seu tempo de comando na pasta foi curto. Ele deixou a Secretaria em agosto de 2017, após uma série de desgastes ocasionados por inquéritos de improbidade administrativa. No início daquele mês, o Ministério Público (MP) abriu um inquérito por Salles ter dado andamento à negociação do imóvel que abriga o Instituto Geológico, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo, apesar de parecer jurídico contrário à empreitada, considerada “de risco inaceitável” para o estado.

BOITATA

Dué retorna estoria - historia à Amazônia A Boitatá é o fantasma de uma

É um impressionante fenômeno

imensa cobra luminosa. Alimenta-se somente

que costuma ocorrer em cemitérios ou

Entre os índios Tariana do rio

dos olhos de suas vítimas, por isso seu corpo

pântanos. De tempos em tempos, surgem

Negro, conta-se que um duende mau

transparente é cheio de olhos que brilham

misteriosas chamas azuladas, que aparecem

resolveu secar a terra queimando-a como

para atemorizar as pessoas. Alguns dizem

por alguns segundos na superfície e

o sol, provocando um grande incêndio nos

que ela pode se transformar num pedaço

logo depois somem sem deixar vestígios.

matos secos, destruindo tudo o que vivia ali.

de pau flamejante e, assim, castigar quem

Hoje, os cientistas sabem que esse fogo

Feito isso, decidiu juntar os ossos de todos

destrói as matas. Dizem que é a protetora dos

esquisito está ligado à decomposição dos

os seres - gente, bicho - e os ressucitou.

campos e das reservas naturais e que mata

corpos de seres vivos. Nesse processo,

Impressionado com as façanhas de Dué,

quem queima a terra. para se livrar do ataque

as bactérias que metabolizam a matéria

Tupã resolveu castigá-lo. Interceptou a

do bicho, a vítima deve fazer como disse João

orgânica produzem gases que entram em

nascente de um rio e, com isso, alagou a

Simões Lopes Neto: ficar imóvel ou então

combustão espontânea em contato com

terra. Os bichos e os homens se refugiaram

dar-lhe em qualquer parte do corpo com um

o ar. “Ocorre uma pequena explosão e a

nos montes e só após três luas a terra secou

pedaço de ferro.

chama azulada vem acompanhada de um

e todo mundo pôde voltar para sua casa.

estrondo que assusta quem está por perto”,

Mas desde então, Dué nunca mais

afirma o químico Luiz Henrique Ferreira, da

foi visto. Há quem diga que ele se tornou

Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).

ministro do meio ambiente...

Em outro inquérito do MP, o advogado também é investigado por improbidade administrativa por suposta interferência no processo de elaboração do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) Várzea do Rio Tietê. Criada em 1987, a APA tem 7.400 hectares, abrangendo doze municípios da região metropolitana do estado (Salesópolis, Biritiba-Mirim, Mogi das Cruzes, Suzano, Poá, Itaquaquecetuba, Guarulhos, São Paulo, Osasco, Carapicuíba, Barueri e Santana de Parnaíba). As alterações no zoneamento que,segundo o inquérito, seriam de interesse da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), tornaria a área protegida mais permissiva a atividades industriais e minerais. Em outro inquérito, o secretário passou a ser investigado por ter realizado chamamento público, sem autorização legislativa, para a concessão ou venda de 34 áreas do Instituto Florestal, segundo revelou o jornalista Maurício Tuffani, do site Direto da Ciência.

Durante a gestão da pasta verde no governo estadual, Salles foi constantemente criticado por pesquisadores e ambientalistas por tomar decisões sem levar em consideração aspectos técnico-científicos. Em novembro, quando o nome de Salles surgiu como potencial indicação para o MMA, a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), que representa 19 institutos públicos de pesquisa do Estado, emitiu comunicado dizendo que a escolha do advogado seria uma decisão “catastrófica” e colocaria em risco as políticas ambientais no Brasil. “Trata-se de alguém incapaz de entender a importância da ciência para o desenvolvimento nacional e que já provou ter ligações com representantes de setores que não têm qualquer compromisso com a educação ambiental, a bioecologia e a conservação da natureza”, disse a Instituição. Em oposição, a Sociedade Rural Brasileira (SRB) manifestou seu apoio à possível indicação de Ricardo Salles para o comando da pasta. “A entidade acredita que a experiência de Salles pode trazer modernidade, segurança jurídica e eficiência para a gestão do Ministério”, afirmou em nota.

desgastes ocasionados por inquéritos de improbidade administrativa.


w

cultura fronteira que, de um ponto mais central

pela extinção de qualquer rede de proteção

tende a eximir-se da responsabilidade de

das redes que dela se alimentam, nós não

social, pela automação do trabalho e pelo

fazer viver e a privatizar –– para empresas

vemos ou preferimos não ver.

empreendedorismo

de

predatório;

e,

de

segurança,

“empreendedores”

e

outro, a formação de enclaves fortemente

“cidadãos de bem” –– o direito soberano

Bacurau

protegidos. Morador da Barra da Tijuca,

de fazer morrer. Vista assim, a combinação

numa zona de caça para turistas, mediada

Bolsonaro pode, pelo menos nesse sentido,

de ultraliberalismo e culto da violência de

pela elite local (o prefeito) e nacional (os

dizer que vem do futuro.

Trump e Bolsonaro faz perfeito sentido.

A

transformação

de

paulistas), não é, assim, uma alegoria do Rodrigo Nunes

imperialismo tirada de alguma cartilha dos anos 60, mas outra coisa. O que o filme faz é tomar um traço do presente e estendê-lo até o futuro –– que é, afinal, onde ele se passa. O resultado é a projeção bastante lúcida de um cenário cada vez mais possível, em que as fronteiras e a

De onde vem a violência?

violência que as acompanha proliferam e podem aparecer em (quase) qualquer lugar a qualquer hora. Em que há cada

‘Bacurau’ não é sobre o presente, mas o futuro Reduzir o filme a uma revanche do #elenão

que ronda os “involuntários da pátria”, na

é a leitura mais superficial que se pode fazer,

expressão certeira de Eduardo Viveiros de

seja contra ou a favor. Tampouco podemos

Castro: indígenas acossados pela fronteira

dizer que trata apenas dos nordestinos ou

extrativa,

sertanejos. Basta projetar sobre o filme

posseiros e jagunços, favelados ameaçados

um pouco de economia política, porém, e

pela especulação imobiliária, pela polícia,

ele se torna bem menos metafórico e bem

pela milícia. É a violência através da qual o

mais literal. A violência que o filme vinga,

sistema capitalista se expande e se defende;

passada, presente e futura, é aquela que

aquela que se manifesta na busca por mão-

existe nas fronteiras do capitalismo e do

de-obra e natureza baratas, nos processos

Estado. É a violência a que estão expostos

de acumulação primitiva e na gestão

aqueles que, sem nunca serem incluídos por

das

completo nem nos serviços públicos nem

desprovidas de funcionalidade econômica).

no mercado, podem a qualquer momento

Esta violência não é uma metáfora; ela

se tornar objetos do poder político ou

está acontecendo neste exato momento

do interesse econômico. É a violência

em alguma terra indígena, periferia ou

camponeses

populações

cercados

“excedentes”

por

(leia-se:

vez mais bolsões de pessoas deixadas às

Famosamente, Michel Foucault chamou

margens, sem acesso aos benefícios do

de “biopolítica” um acordo tácito entre

desenvolvimento, mas sempre sujeitas a

governantes e governados estabelecido

terem uma última gota de rentabilidade

a partir do século XVIII. Em troca de

extraída de si (o abastecimento de água

potencializar a utilidade econômica dos

cortado, o safári humano como serviço de

governados, os governantes assumiam o

luxo). Em que as populações “excedentes”

dever de fazer viver (através de políticas de

se tornaram tão numerosas que seu manejo

saúde, seguridade, legislação trabalhista...),

é feito ao ar livre, em execuções em massa

reservando para ocasiões extraordinárias

exibidas pela televisão. Em que extrativismo

o direito de deixar ou fazer morrer. Esta

e exterminismo finalmente tornaram-se

biopolítica sempre foi inseparável, nas

inteiramente reversíveis.

suas fronteiras, de uma violência letal: para que algumas populações vivessem dentro de

de certos parâmetros, era preciso que

Bacurau, Brasil/2019, 132 min. Suspense.

Donald Trump e Jair Bolsonaro na ONU

outras fossem exploradas até à morte. O

reconhecerá este cenário. O negacionismo

nazismo apenas levou esta lógica às últimas

Direção: Kleber Mendonça Filho, Juliano Dornelles.

climático não é burrice, mas a aposta de

consequências.

Quem

viu

os

discursos

setores que já assumiram que a manutenção de suas condições atuais de vida tornou-

O cenário que Bacurau e a

se incompatível com a sobrevivência da

extrema direita mundial projetam aponta

grande maioria. O antiglobalismo não é um

para a dissolução deste pacto e uma virada

desvario, mas a justificativa ideológica de

abertamente necropolítica do capitalismo.

quem já percebeu que, sem uma correção

Num mundo de concentração de renda

radical de rumo –– justamente o que

astronômica,

eles querem evitar ––, o capitalismo não

crescente, recursos cada vez mais escassos

dá mais para todo mundo. O resultado

e aumento das populações excedentes ––

disso só pode ser, de um lado, o caos

desempregados

crescente causado pela crise ambiental,

climáticos, população carceral ––, o Estado

Setembro programação musica

degradação

estruturais,

Elenco: Barbara Colen, Sônia Braga, Udo Kier. 27 de Setembro ás 19h10 e 21h20

ambiental

refugiados

exposicao

livro Abecedário de Personagens do Folclore Brasileiro

A banda brasileira Leptospirose sobe ao palco da Comedoria seguida pela banda uruguaia Motosierra, em um show de celebração ao rock latino. Unindo punk rock, hardcore, grind e trash metal, o grupo brasileiro vai juntar toda sua energia com um dos maiores nomes do rock uruguaio contemporâneo, que são famosos pelo seu estilo selvagem. Os ingressos custam entre R$ 6 e R$ 20.

05 Set ás 21h30 - 120 min Sesc Pompeia / Comedoria Endereço: Rua Clélia, 93

Com crítica social aguçada e fincado nos questionamentos mais amplos da sociedade contemporânea, Chico César estreia o espetáculo “Antifa”. No próximo dia 20 de setembro (sábado), o músico faz apresentação única, desse novo projeto, no Sesc Belenzinho. A apresentação ocorre na Comedoria e os ingressos custam entre R$ 6 e R$ 20.

20 Set ás 20h00 - 90 min Sesc Belenzinho / Comedoria Endereço: Rua Padre Adelino, 1000

teatro O espetáculo LTDA. discute o fenômeno das “fake news”, as notícias falsas que circulam pelas redes sociais. O Coletivo Ponto Zero encena texto inédito de Diogo Liberano e direção de Debora Lamm. Na história, um jornalista é contratado por uma empresa que planta notícias falsas e presta serviços a um candidato a presidente.

Sessões de quinta a sábado, às 19h, no Teatro Eva Herz Endereço: Av. Paulista, 2073

Um projeto de três anos de pesquisa e editoração que gerou o Abecedário de Personagens do Folclore Brasileiro, um colançamento entre FTD e Sesc. O resultado é um compêndio com 141 criaturas e mais de 400 páginas com mitos. Se a pesquisa e a seleção já se provaram instigantes, a tarefa se tornou ainda mais desafiadora para o designer gráfico, Cezar Berje, que ilustrou cada uma das criaturas – muitas delas que nunca haviam ganhado um rosto fora da fantástica popular. O resultado é visualmente provocante e capaz de atingir todos os públicos.

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Autor: John M. Carrera

05 Set a 01 Dez 2020 Sesc Pinheiros Rua Paes Leme, 195 A exposiçao Corpo Estranho te convida a explorar o corpo humano por um olhar material, ora o corpo como objeto e forma, ora pela matérialidade, texturas e camadas do nosso ser. Obras de artistas como Alex Flamming, Lenora de Barros, Luis Cordero, Yan Blanco e Monica Piloni foram selecionadas para questionar esse grande envoltório intrísico a toda alma humana.

Isso é osso daquilo Com Lenora Barros 22/09/2019 - 13h O encontro discute as relações entre corpo e ambiente, sobre comportamento e costumes getuais. Ao final da conversaserá realizada uma performace com os alunos. A partir de 18 anos. Inscrições na central de atendimento.

Intervenção em fotografia com Luciano Mariussi 18/10/2019 - 14h Sobreposições e intervenções feitas com xilogravura e fotografia pelos alunos. A partir de 14 anos. Grátis




GUARIBA

JACI

UIRAPURU

URUTAU

BUOPÉ

G E V I T O R I A R E G I A O I

VITÓRIA RÉGIA

XUNDARAUA

SUCURIJU

ONÇA BORGES

RELEMBRANDO CONCEITOS 1

Malinhos - Lucas Novo 2019

2

3 5 4

Textos retirados das respectivas fontes: http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/146577 • https://brasil.elpais.com/brasil/2018/10/18/actualidad/1539847547_146583. html https://www.noticiasaominuto.com.br/tech/678885/entenda-o-que-sao-e-para-que-servem-os-bots-nas-redes-sociais • http://www.unafisconacional.org.br/default. aspx?section=11&articleId=8326 • https://brunaschoembakla1.jusbrasil.com.br/artigos/175933162/o-estado-laico-e-a-bancada-evangelica • https://super.abril.com.br/ ciencia/a-amazonia-nao-e-o-pulmao-do-mundo/ • https://www.agazeta.com.br/brasil/midia-internacional-associa-queimada-a-gestao-bolsonaro-0819 • http://www.observatoriodoclima.eco.br/recorde-de-queimadas-reflete-irresponsabilidade-de-bolsonaro/ • https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2020/09/setembro-tem-recorde-historico-de-queimadas-no-pantanal.shtml • https://www.mma.gov.br/biomas/pantanal • https://exame.com/brasil/quem-e-ricardo-salles-novo-ministro-do-meio-ambiente/ • https://brasil.elpais.com/brasil/2019/10/05/cultura/1570306373_739263.html • https://colecionadordesacis.com.br/2017/11/19/folclore-brasileiro-de-a-a-z-entrevista-com-januaria-cristina-alves/ Propagandas em xilo de topo retiradas do livro “Diálogos: Um Olhar Sobre a Escola de Xilografia do Horto”, Maria Pinto e Maura de Andrade

Você mesmo 2020

Andrício de Souza 2019

6

7

Horizontais

Verticais

2. Uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta

1. Sabedoria popular formada por costumes, lendas...

3. Robôs usados para diceminar mentiras 4. Falsificação de documentos para posse de terra 7. Equipe responsável pelo jornal

5. Pulmão do mundo. 6. notícias que omitem a verdade.


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