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Figura 31: Escadaria Maria Ortiz no Centro de Vitória

Figura 31: Escadaria Maria Ortiz no Centro de Vitória.

Fonte: Site PMV s.d.

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Muitos dos edifícios que se encontram abandonados no Centro de Vitória, são edifícios de alta densidade histórica e de grande apelo arquitetônico, estes têm potencial grande para possíveis restaurações e/ou requalificações, e assim valorizar não só a edificação, mas também a região em que se encontram. Um exemplo é o Forte São João, construção de 1592, originalmente era utilizada como forte militar, já abrigou diferentes usos, como cassino, sede do Clube de Regatas Saldanha da Gama, atualmente sem uso e pertencendo a Prefeitura de Vitória.

Outros edifícios abandonados acabaram sofrendo ocupações por parte de famílias em situação precária e moradores de rua, muitas vezes dependentes químicos, como a própria Casa de Muniz Freire, objeto desta pesquisa e o Hotel Majestic, ambos na Cidade Alta, contribuindo assim, para tornar essa região da cidade mais isolada e não convidativa à convivência de sociedade local, bem como à fruição do usuário pedestre.

Assim, percebe-se no Centro Histórico de Vitória, notadamente sua Cidade Alta, grande potencial para requalificação de sua vocação, tornando-o um polo cultural na cidade. Os edifícios de grande valor histórico existentes, que se

apresentam abandonados, podem adquirir usos dinâmicos para atrair maior movimento dos cidadãos capixabas pelas ruas do centro, assim como, criar oportunidades para o desenvolvimento do turismo. Além disso, os edifícios apresentam distintas arquiteturas que restauradas e adaptadas em seus usos podem contribuir para perpetuar a história da cidade e da arquitetura no local.

3 A TRANSIÇÃO DO NEOCLÁSSICO PARA O ECLETISMO

3.1 NEOCLASSICISMO X ECLETISMO E O IMPERIO X REPÚBLICA

Como apresentado no capítulo anterior, o Período Imperial (1822-1889) é marcado pela ascensão do estilo neoclássico nas novas construções. O estilo neoclássico veio com a Família Real, importado da Europa, e passou a ser implantando em novos edifícios erguidos na Província do Espírito Santo.

Esta tipologia, é caracterizada pelos telhados com platibanda, portas em forma de púlpito ou balcões e ornamentos como colunatas e frontão. Passou a ser reproduzida em igrejas, fazendas, armazéns, palácios e residências mais simples, sendo que muitos dos edifícios coloniais existentes foram adaptados para se adequar ao padrão neoclássico.

Em 1889, além das diversas mudanças políticas que vieram com a proclamação da República, surgem no Brasil, mudanças tecnológicas, quanto a materialidade e técnicas construtivas, como consequência da Segunda Revolução Industrial que acontecia na Europa, Japão e Estados Unidos, impactando o mundo todo.

Como uma evolução estética ao neoclassicismo, o estilo eclético surge com a instalação da República no Brasil, dominando os novos empreendimentos. Na tentativa de “apagar” a imagem e presença do Império, a República é responsável pela demolição de quase todos os edifícios neoclássicos existentes em Vitória.

Assim, edifícios importantes como a o Edifício da Alfândega (Figura 32) e o Palacete Jognell (Figura 33) foram ecletizados e posteriormente demolidos dando lugar a novas estruturas modernas. Vale destacar que o único edifício neoclássico sobrevivente à essas demolições na Cidade Alta é a “Casa de Muniz Freire”, tornando-se rara e de importância histórica para a cidade.

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