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Figura 57: Casa Museu Ema Klabin em São Paulo, SP Figura 58: Planta esquemática destacando o grau de conservação dos pisos existentes -

Figura 57: Casa Museu Ema Klabin em São Paulo, SP.

Fonte: Site Casa Museu Ema Klabin.

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A fundação foi oficialmente registrada em 1978, como Fundação Cultural Ema Gordon Klabin, modificando seu uso de residência para museu aberto à visitação pública. Hoje, consiste em uma instituição sem fins lucrativos, de utilidade pública federal, com propósito de promover e divulgar atividades de caráter cultural, artístico e científico.

O Museu, além de expor coleções de arte, móveis e objetos pessoais de Klabin, apresenta como missão salvaguardar, estudar e divulgar a residência e memória de sua patrona, destaca a atuação da Família Klabin-Lafer no processo de urbanização da cidade de São Paulo e no desenvolvimento econômico e industrial do país.

Atualmente, a Casa Ema Klabin, objetiva a execução de atividades culturais, educacionais e sociais, produzindo diálogo e reflexão com o público de forma dinâmica e inclusiva, sendo que as práticas e ações da instituição estão sempre em análise e estudo para permanecerem relevantes e atualizadas para a sociedade atual.

Observa-se que nos três estudos de caso apresentados, além de honrar com o compromisso de representar e compartilhar a história e memória dos

personagens que ali viveram, há o cuidado em reavaliar e atualizar ações implantadas dentro de cada instituição. As casas-museu analisadas se responsabilizam por perdurar um diálogo com a sociedade em que são inseridas, gerando e oferecendo projetos que contribuem para a comunidade nos âmbitos sociais, culturais, educacionais e ambientais.

Portanto, a Casa Muniz Freire, última representante da arquitetura neoclássica na Cidade Alta, e que detém grande participação na história capixaba, apresenta o potencial de contribuir com o Centro Histórico de Vitória e sociedade, representando a memória da construção histórica, assim como, dos personagens que viveram e utilizaram o local, podendo propagar ações culturais e educativas, contribuindo para a vitalidade da Cidade Alta.

Do ponto de vista arquitetônico e operacional estes estudos deverão ainda ser objeto de futuras análises comparativas com intuito de apropriar soluções que venham corroborar com o projeto de requalificação para a Casa-Museu Muniz Freire – Museu Capixaba da 1ª República (1889 – 1930).

5 PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DA CASA-MUSEU MUNIZ FREIRE

Baseado na análise e pesquisas já citadas neste trabalho, compreende-se o carecimento de um projeto de requalificação de uso para o imóvel Casa Muniz Freire visando a transformação do mesmo em uma Casa-Museu. Para tanto, serão efetuados diagnósticos e estudos com o objetivo de propor uma ambientação funcional, que resgate a historicidade do monumento e o conecte com os visitantes e seu entorno.

5.1 MAPEAMENTO DE DANOS

A Casa Muniz Freire, segundo a análise e indicação de grau de conservação dado pela SEDEC/PMV (Bom, Regular e Péssimo), datada de 2006, se encontra em estado regular de conservação. Contudo, considerando as reportagens dos jornais A Gazeta e CBN Vitória, realizadas em 2018, que abordam as invasões, saqueamentos e depredações que o edifício sofreu nos últimos anos, pode-se pressupor que o imóvel apresenta hoje, um estado de conservação em grau inferior ao que consta na análise de 2006.

A partir do projeto desenvolvido em 2006 para o imóvel, obtido junto à SEDEC, analisa-se que os pisos, em granilite polido, na cor natural, não constituem matéria original do imóvel histórico, tendo sido adaptação corrente do período de ocupação como escola, ao longo do século XX. Conforme o documento da SEDEC estes se encontram bem preservados. Da mesma forma, o piso da quadra existente, também é do tipo moldado em loco com o uso de granilite. Já os pisos das áreas molhadas (banheiros, cozinha, área de serviço) e dos corredores se encontram em estado de conservação regular, sendo estes pisos de cerâmica, cimentado liso, ladrilho hidráulico e blocos de concreto intertravados (Figura 58 e 59). Também, nesses casos, não se observa nenhuma qualidade construtiva no material de forma que não se pode afirmar sua originalidade ou estado primitivo no imóvel histórico.